Chloe correu até o outro lado da rua para entrar em seu carro. Começou a chover e ela só queria ir para casa depois daquele longo dia. A polícia de Allas estava no caso, seria mais burocrático, mas estavam perto de pegar o assassino. Antes de dar partida, seu celular vibrou e apareceu uma mensagem de Daniel: “Peguei a Trixie do caratê, ela simplesmente está encantada! Agradeça ao Lúcifer depois.” Chloe sorriu ao ler a mensagem e então dirigiu até sua casa. Sua cabeça estava fervilhando de sentimentos e ideias, a maior é a sensação de paz que está sentindo com Lúcifer por perto, era surreal. Evitava pensar em como seria agora, depois de tudo o que passaram, depois de dizer que o amava, ela temia sofrer, mas já percebeu que sua ausência lhe causava mais dor ainda.

                A casa estava silenciosa, com Trixie no pai e Maze não morando mais ali, Decker se sentiu sozinha, não de uma forma ruim, ela precisava descansar um pouco. Subiu e ligou o chuveiro no quente, tirou a roupa e soltou o coque. A água a relaxou e ficou alguns minutos só sentindo o calor preencher seu corpo, lavou os cabelos e decidiu que iria ver um filme e curtir a noite tranquila. Penteou as madeixas em frente ao espelho do quarto e começou a sentir fome, na verdade, estava sentindo um cheiro muito forte de pizza. Será que Dan trouxe a Trixie para casa? Chloe vestiu o hobby e desceu com os cabelos ainda úmidos.

—Lúcifer? – ela parou na escada, de certa forma não se assustava mais com as entradas inoportunas do parceiro.

—Detetive. – ele a olhou da cabeça aos pés, com um sorriso travesso. Chloe ajeitou o hobby e jogou o cabelo úmido para as costas.

—O que faz aqui?

—Bom, eu fiquei te devendo uma pizza. – ele disse abrindo a embalagem quadrada. – Margherita, seu favorito. E champanhe, peguei um suave, não se preocupe! – ele abriu a garrafa e derramou o líquido rosado em duas taças e entregou uma a Chloe que deu um gole sentido o doce e áspero escorrer pela garganta. A bebida aqueceu-a por dentro e então deu mais um gole.

—Tudo bem! Eu vou trocar de roupa.

                Chloe subiu com a taça e tirou o pijama da gaveta, ela o encarou por alguns segundos insegura. Lúcifer já esteve ali em outras ocasiões e já a vira de pijama, mas ela queria que fosse uma situação diferente desta vez. Deu mais um gole do champanhe que havia trago e procurou algo um pouco mais bonito, digamos assim. Revirando a cômoda de calcinhas praguejou não ter alguma lingerie decente e sentia-se frustrada por não ouvir os conselhos de Maze. “Seja ousada!” podia ouvir o demônio em sua mente; ou era o champanhe. Chloe realmente era fraca para bebidas.

—Ok, vou ter que improvisar. Vai dar tudo certo, é só o Lúcifer. – Chloe murmurou largando todas as opções na gaveta de novo.

                Quando desceu ouviu um trovão e sabia que a chuva não iria embora tão cedo, assim, Lúcifer muito menos. Ao pé da escada viu o rei do inferno olhando alguns discos de vinil na sala. Ele havia tirado o blazer e subiu as mangas da camisa fina, para ficar mais confortável, e havia algo meio sexy no jeito que segurava a taça que fez Chloe se perguntar como conseguiu ser tão durona por tanto tempo.

—Acho bem peculiar seu gosto por coisas velhas. – comentou ele olhando os discos.

—Era do meu pai. – disse Chloe. Lúcifer a olhou e percebeu que ela ainda estava de hobby, ela jogou o cabelo para o lado? As bochechas vermelhas eram a bebida ou rubor? Estava mais sexy que o normal, Lúcifer teve que fixar sua atenção em outra coisa para não fraquejar demais.

—Eu ia perguntar porque ainda está de hobby, mas sinceramente está linda demais para eu questionar alguma coisa. – ele confessou, incapaz de mentir ou ser indiferente a situação.

—Está mais confortável e meu pijama está lavando. – Chloe mentiu e pegou um disco ao canto, para desviar o assunto. Um som suave e antiquado de Can't Help Falling In Love do Elvis começou a tocar. O contraste com o som da chuva ao fundo e o silencio da casa criou um clima promissor. Era quase celestial esse momento. Chloe ergueu a taça e os dois brindaram.

—Eu realmente não posso perder a chance de dançar com você agora. – comentou Lúcifer tirando a taça da mão da detetive a puxando delicadamente contra si.

                No fundo ele estava um pouco nervoso, num tipo de ansiedade singular que jamais sentira. Já dormira com inúmeras, centenas de mulheres, homens e afins nos mais diversos tipos de ações possíveis. Ele era o próprio rei da luxúria, afinal! Mas havia algo de muito importante, ele tinha medo de machuca-la, de não ser bom para sua Chloe. Lúcifer jamais se perdoaria.

—Você está pensando em que? – ela perguntou com os olhos brilhando, cheios de curiosidade e luxúria.

—No quanto você é linda, Detetive. – ele comentou e a girou. Chloe repousou a cabeça em seu peito depois e os dois ficaram nessa plácida dança à medida que iam relaxando com a situação singular.

                Quando a música terminou, começou a tocar My Way e eles se afastaram por um momento. Lúcifer pegou a garrafa e entornou mais do líquido em ambas as taças.

—Está sendo bom ficar com você. – Chloe comentou. Lúcifer adorava esses momentos, em que ela confessava algo que a deixava encabulada, mas conseguia enxergar que era o efeito da bebida deixando-a mais leve, ele decidiu parar com o champanhe por hora.

—Acredite, eu trocaria tudo para aproveitar esse momento eternamente. – ele sorriu. Chloe se aproximou e tocou em seu tórax, a respiração dele estava levemente descompassada e isso deu certa satisfação para a loira. Ela era incapaz de se afastar daquele homem, ela já não queria mais.

—Lúcifer... – ela sussurrou seu nome, sentindo o próprio desejo crescendo e a consumindo por completo. Suas mãos deslizaram a nuca do homem e o puxou contra si. Lúcifer a tomou com os lábios e sentiu uma descarga por todo o seu corpo. Chloe o puxava contra si, colando os corpos, impedindo de se afastarem. Ele deslizou sua mão para as costas da mulher, tocando e firmando-a contra si. Chloe levantou um pouco a perna e a roçou contra a de Lúcifer pedindo mais.

—Tem certeza, Detetive? – ele perguntou ofegante.

—Mais do que tudo. – ela murmurou o beijando novamente.

                Lúcifer a ergueu facilmente pelas nádegas enquanto a beijava com toda a necessidade que seu corpo sentia. Ela se agitava, enlaçava suas pernas em volta dele e segurava-o pelos cabelos negros. Lúcifer seria capaz de explodir só com o toque daquela mulher. Ele entrou em seu quarto e a depositou com cuidado em sua cama. Chloe ficou de joelhos e passou a mão pelo tórax de Lúcifer, desabotoando sua blusa. Ele tocou o hobby de seda e o com toda a calma e delicadeza do mundo o deslizou pelo ombro, revelando os seios da mulher. O hobby então escorregou pelo corpo revelando as curvas da detetive.

—Você é maravilhosa. – Lúcifer sussurrou com a voz rouca, puxando-a pelas costas e a deitando na cama. Ele queria sentir cada canto daquele corpo, beijá-lo e cultuá-lo do jeito que era digno. Ele traçou um caminho de beijos da orelha, pescoço, descendo ao vale entre os seios e sentindo cada um lentamente. Chloe se contorcia embaixo dele, jamais sentindo tudo aquilo antes, sentindo toda a tensão sexual que acumulou por aquele homem. Toda a preocupação que sentira pela sua inexperiência havia sumido. Quando Lúcifer desceu até suas pernas e contemplou a visão deliciosa de Chloe ali, totalmente vulnerável a si, só pensava no quanto queria que ela sentisse todo o prazer que ele era capaz de proporcionar; ela era sua deusa.

                Chloe soltou um gemido alto ao contato com a boca do homem em sua intimidade, e ele se desfaleceu de prazer ao sentir o quanto ela já estava úmida. A mulher se contorcia, gemendo ao toque dele, ele a segurava, a puxava contra si explorando toda a sua zona sensível; áreas que Chloe jamais achou que pudesse lhe causar tanto prazer.

—Lúcifer! – ela gemeu seu nome, esticando a mão e segurando-se nos cabelos dele. Lúcifer ergueu-se e despiu a calça, revelando toda a sua masculinidade ereta e pulsante. Chloe não conseguia parar de olhá-lo fascinada e ansiosa.

                Ele deitou o corpo para que pudesse olhá-la no olhos, acariciou seu rosto enquanto Chloe sentia ser preenchida por ele. Lúcifer não conseguia expressar o quanto era intenso e surreal a sensação de penetrá-la, como se a cada minuto de espera tivesse valido a pena, era como se tivesse vivido a eternidade só para este momento.

A medida que a mulher se acostumava com seu membro, ele intensificava o movimento. Ela o olhou no fundo dos olhos e viu o brilho da luxúria, do prazer que só a face do diabo tinha, na parte mais íntima dele sendo consumida. Seu corpo tencionou e seus gemidos foram se tornando mais urgentes à medida que ia de encontro com a pélvis dele, ele se apaixonou ao vê-la gozar diante de si e então libertou todo o seu êxtase ao som do orgasmo de sua Detetive.

                A chuva estava mais fraca agora, Lúcifer conseguia ouvir os pingos no telhado ainda. Ele virou-se novamente (havia feito isso inúmeras vezes) e ficou apreciando Chloe dormir. Lúcifer sempre se gabou de seu dom com o desejo e o prazer, mas naquele momento ele parecia inseguro de seu próprio potencial, o efeito que Chloe teve sobre ele foi totalmente diferente de todo ato carnal que ele já experimentou, o que foram inúmeros, aliás. Parecia ter algo estranho nisso tudo, nada que envolvesse a Detetive precisamente, mas ele tinha a sensação de que algo acontecera a mais naquela noite. Ele ajeitou o lençol envolta dela e desceu. À meia luz do banheiro se encarou, forçava a ver o rosto do diabo, mas nada acontecera. Por um momento durante se perdia em Chloe sentiu um frenesi, uma onda poderosa do diabo interior brotando em seu ser, mas nada de diabo havia voltado nele, as asas angelicais ainda reluziam intensamente.

—Esqueça isso. – ele murmurou para si e jogou água no rosto. A verdade é que Lúcifer esperou e temeu tanto esse momento, que agora depois de tê-lo vivido, ter, enfim, o consumado, receava algo ruim acontecer. Ele olhou para o disco caído na sala e as taças pela metade e lembrou da noite maravilhosa que tivera, percebendo que a grande diferença é que amava Chloe, por isso foi diferente de tudo que, até então, vivera.

Continua...