happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 25
Dançando ao redor da verdade


Notas iniciais do capítulo

Olá!

Mais um capítulo dessa história que adoro, com uma pequena surpresa no final.

Espero que vocês gostem.



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Capítulo 25 – Dançando ao redor da verdade

|EDWARD|

Alice estava completamente encapuzada com roupas de frio, mas ainda era um pontinho de moda no meio de nós quatro que estávamos com roupas comuns.

Com duas grandes malas ela corria pela casa tendo a certeza de que não se esqueceria de nada, muito animada com aquele momento de sua vida enquanto tudo o que eu via era um novo adeus que forçavam em mim.

Rosalie apareceu do quarto, Henri estava enrolado em um cobertor grosso enquanto ela o encarava. Sorriu quando nos encarou e Alice correu para o lado dela.

—O amor da titia está pronto para levá-la ao aeroporto? – Alice perguntou docemente.

—Pronto, mas não animado – Rosalie falou e Alice sorriu de canto, abraçando Rose antes de dizer que estava pronta para ir.

Emmett e eu descemos as coisas dela: duas malas grandes e bem empacotadas, uma pequena e duas bagagens de mão. Bella, Rosalie e Alice desceram conversando animadamente enquanto eu já nem mais forçar um sorriso conseguia, no momento eu tentava segurar o choro que ameaçava me entregar.

Depois de tudo bem guardado, avisei que iria de bicicleta já que, com a cadeirinha de Henri, não haveria muito espaço no carro, Bella não gostou de me deixar sozinho e disse que ia comigo. Pedalei com vontade até o metrô próximo e então seguimos para o aeroporto, sem conversar muito, ela apenas me abraçava e acariciava minhas costas, rosto ou cabelo, com certeza sabendo que eu não estava no meu melhor eu.

Estava insano pensando naquilo, sabia que estava sendo muito egoísta, mas eu não conseguia aceitar que minha irmã estaria melhor longe de mim, eu com certeza não ficaria melhor longe dela.

—Fala comigo, vida – Bella suplicou quando estávamos quase chegando ao nosso destino.

—Estou tentando suprimir todas as minhas origens mais egoístas – falei sem a encarar, mesmo sabendo que os olhos dela queimavam em mim.

Senti sua mão se entrelaçando na minha e senti um beijo singelo ali. Não ousei encará-la porque não queria chorar. Bella abraçou minha cintura por fim e eu suspirei, uma calma me tomando enquanto eu inalava o perfume do cabelo da minha namorada.

—Não está sendo egoísta, meu amor, nem Alice o está sendo. Você só tem que entender que ela está fazendo o que ela precisa para ficar bem, enquanto você se agarra no que pensaria que seria o melhor para ela. Não é egoísmo, é somente a sua saudade antecipada falando mais alto agora, mas vai dar tudo certo, e nós vamos passar por tudo isso... Juntos – ela disse com o rosto encaixado em meu pescoço e eu sorri, gostando de sentir a paz que só ela me entregava.

Não conseguiria falar nada, então apenas lhe dei um beijo na cabeça, agradecido por ela estar comigo naquele momento.

Chegamos ao aeroporto e fomos seguindo as placas até o terminal internacional que era da onde Alice sairia. Rosalie ligou para Bella dizendo para nós os encontrarmos em uma Starbucks qualquer e sentamos na mesa onde Alice ria alto de algo que Emmett disse.

—Eu estou falando sério, eu engordei cinco quilos em três meses quando cheguei, o exercício físico vai ser quase como um método de sobrevivência para você lá, querida, não ria dos meus ensinamentos – Emmett falava e então sentei ao lado de Alice com Bella ao meu lado.

—Emmett, você come que nem um porco – ela ridicularizou – Vou comer o mesmo tanto de sempre e, claro, farei caminhadas eventuais e tudo o mais, mas não quero virar membro de academia nenhuma quando eu chegar lá.

—Mas a academia é boa, é do lado da faculdade do Tato – ele falava e Alice voltou a rir.

—Para de ser doido, eu vou ficar no dormitório da faculdade, o que eu tenho a ver com o Tato?

—Ele é seu amigo, porque é meu também – Emmett disse.

—Nosso – Bella corrigiu e Alice riu.

—Bobby vai me buscar no aeroporto amanhã, então sou amiga dele, mas os outros eu não sei se vão gostar de mim.

—Como se houvesse chance de não gostarem – Rosalie ridicularizou.

Ficamos conversando amenidades até que Alice levantou de repente, cortando algo que Emmett contava.

—Desculpe, mas eu preciso ir – ela falou com os lábios presos entre os dentes.

—Claro, não queremos que perca o voo – Emm sorriu se levantando também.

Pegou Henri do bebê conforto dele e eu me apressei para levar o bebê conforto para ele. Seguimos até o portão de embarque dela, as malas já estavam despachadas e, naquele momento, ela só estava com uma mochila – que Rosalie discutiu muito para que ela usasse ao invés da bolsa que ela queria – e uma pequena mala de rodinhas.

Assisti ela se despedindo de cada um deles com amor e carinho, ela beijou e abraçou muito o neném antes de se virar para mim.

—Você é tudo para mim – ela contou quando abraçou-me com força e eu devolvi.

—Você é brilhante, inteligente e muito esforçada, vai se desenvolver de forma impressionante no que quer que escolha fazer, estarei sempre na arquibancada gritando seu nome e torcendo, mais do que qualquer pessoa – jurei e escutei ela fungar.

—Obrigada por tanto, Ed, eu vou morrer de saudades – ela murmurou e eu beijei seu rosto repetidas vezes até ela soltar uma risada.

—Eu não, estou aliviado que conseguirei ouvir meus próprios pensamentos depois de anos consecutivos só escutando a sua voz estridente – ridicularizei e ela gargalhou me batendo forte –, mas eu ainda amo muito você, fadinha – contei apertando seu nariz e ela me bateu de novo antes de se esticar para abraçar meu pescoço e beijar meu rosto.

—Amo você, cabeção – ela brincou.

Ela pegou sua mala de rodinhas e foi dando seus pequenos saltos habituais até que saiu de nossa linha de visão, não se virou para dar um novo tchau, provavelmente sabendo que a coragem se esvairia caso ela o fizesse. Mesmo assim, ficamos parados ainda por um tempo depois de ela entrar no portão de embarque.

Dois dias depois de Alice embarcar para a Itália, ela já estava bem ambientada lá. Bobby organizou uma festa de boas vindas para ela no pub do Tom e, ela já jurava que tinha amado todos os amigos deles enquanto se entrosava com dona Claire e senhor Lorenzo, já que os dois a abrigavam para essas festas de fim de ano, até ela ser obrigada a ir para Milão estudar.

Eu estava fechando o caixa, me preparando para ir para casa quando escutei o sino soar ruidosamente. Bella corria para mim enquanto Aidan a seguia, os dois pareciam animados demais e eu sorri, contente que todo o estranhamento dos dois tinha, realmente, ficado no passado.

—O que foi? – perguntei curioso, fechando o envelope do dinheiro do dia.

Aro esperava a contagem no escritório.

—A carta de resposta da NYU  chegou – Aidan falou pulando e Bella gargalhou.

—Eu não convidei ele para vir, apenas fiz umas horas extras hoje aproveitando que Emmett estava em casa e ele me seguiu quando viu a carta – Bella ridicularizou e eu gargalhei.

—Ele é como um parasita – contei como um segredo enquanto fechava tudo e desligava o computador da livraria.

—Vai tomar no seu cu, garoto – Aidan falou.

—Já está de saída? – Bella perguntou ao mesmo tempo e eu assenti para minha namorada.

—Um segundo – pedi indo para o escritório, falei rapidamente com Aro e então voltei para os dois – Amor, e então? – pedi lembrando-me do motivo principal da animação deles.

—Estou sem coragem de abrir – ela confessou.

—Ai, e está me irritando, eu já falei que esse envelope é muito grosso para uma rejeição, a não ser que agora mandem uma caixa de lenços junto– Aidan ridicularizou e eu gargalhei.

—É realmente muito diferente da última que recebeu – falei e ela mordeu o lábio, não aguentei e beijei-a com vontade antes de Aidan se colocar entre nós dois.

—Sem tempo, irmãos, eu estou curioso para um caralho, porque a gente vai virar muito melhores amigos se você tiver sido aceita – Dan anunciou tirando a carta da mão dela.

—DAN – ela se irritou e ele riu, pegou um extrator de grampos que tinha no caixa e rasgou a carta que nem um animal selvagem.

Bella parecia enfezada, mas não se mexeu para impedi-lo nem um momento então eu também decidi ficar quieto esperando a reação dele.

Dan tirou todos os papéis de lá de dentro e colocou de lado alguns panfletos antes de puxar um papel sulfite e começou a ler, eu não precisava ler para saber o que estava escrito, logo ele abraçou a cintura de Bella a tirando do chão e a girou pela livraria.

—Foi aceita, desajeito – ele comemorou.

—Verdade? – escutei ela perguntar.

Aidan a colocou no chão e começou a pular, abracei minha namorada.

—Eu sabia que conseguiria, vida – comemorei e dei um selinho nela que parecia ainda extasiada.

Puxou o papel de Aidan e, enquanto lia, seu sorriso abrilhantou o rosto todo e eu sorri novamente, vendo o quão feliz ela tinha ficado com aquela notícia.

—...E você pode pegar o mesmo turno que o meu no café, a gente vai junto, porque ninguém merece estudar a noite, você aplicou para a turma matutina né!? – Dan pediu tagarelando.

—Fica quieto, idiota, deixa ela aproveitar esse momento – mandei e ele deu um soco no meu braço.

Nós dois voltamos a olhar para Bella que sorria emocionada.

—Eu entrei, amor, eu consegui – ela disse feliz, percebi que ela ignorou tudo o que eu e Aidan havíamos dito até aquele momento.

—Você merece o mundo – falei a abraçando novamente.

—Eu vou entrar nesse abraço – Aidan avisou antes de nos abraçar e Bella começou a rir.

Fomos com Dan até o metrô enquanto ele e Bella combinavam como fariam tudo, com certeza virariam os melhores amigos que Aidan disse e eu avisei a ele que ele ia quebrar a perna de tanta inveja que eu estava sentindo dele no momento.

—Cala a boca, imbecil – ele riu me empurrando.

—Eu ainda estou sendo legal de te avisar, porque, meu querido, você vai passar o dia quase todo com a mulher mais maravilhosa do mundo, só não sinto mais inveja porque o coração dela bate junto com o meu – contei a abraçando novamente e ela sorriu.

Aidan fez barulho de vômitos.

—Vocês me dão náuseas – ele avisou – A gente se fala depois – disse correndo para o metrô.

—Ele é doido – Bella falou e eu ri.

—Nunca neguei.

Fomos para casa lado a lado conversando sobre como tudo iria funcionar agora. Eu a levaria todos os dias para o metrô de manhã, então ela me encontraria na livraria depois do expediente e iríamos para casa juntos, as coisas funcionariam apenas bem demais.

Em casa, Rosalie comemorou conosco por tudo aquilo, tão orgulhosa de Bella como eu mesmo estava. Emmett estava na faculdade. Jantamos nós três, como era sempre agora, e, mais tarde, me despedi das duas e do meu pacotinho antes de ir para casa dormir.

Os dias que precederam nossa viagem para Forks correram de um jeito bom e natural. Falávamos com Alice, ficamos tontos com qualquer meio sorriso que Henri dava e assim a vida acontecia ao nosso redor.

Embarcamos no dia vinte e dois de manhã cedo para Forks para aproveitar as duas semanas que se seguiriam e, ainda antes do almoço, desembarcamos em Port Angeles encontrando tio Charlie e tio John a nossa espera. Poderia ser exagero meu, mas sentia como se eu não mais tivesse visto meu afilhado depois do momento que Rosalie entregou ele para o meu sogro, os avós tinham muitos mimos para dar a ele e, até quando chegamos a casa, nós perdemos a atenção e o afilhado para os cinco babões que ele chamaria de avós.

Tia Anne era mais reticente, não parecia tão conectada ao bebê e eu reparei que ela parecia mais magra do que o normal, mas ninguém comentou nada.

A casa dos Swan foi a escolhida para nos abrigar. Fiquei no quarto de Bella com ela, minha mãe até pediu para eu ficar em casa, mas fui sincero em dizer que eu ia pular a janela de Bella todas as noites se ela me obrigasse. Tia Renée comprou um berço dobrável para deixar no quarto de Emmett e, com aquele mimo, ela ganhou a oportunidade de ter Henri dormindo sob seu teto e os papais de Henri ficaram animados e gratos pelo carinho e cuidado que ela teve em arrumar o quarto para eles.

Todas as refeições foram animadas e a casa central do nosso imenso jardim era a mais feliz e amada, mas foi na casa dos meus pais que tivemos a ceia de natal. Foi estranho olhar para as duas cadeiras vazias que Alice e Jasper costumavam preencher e, durante a reza que precedia a ceia, orei silenciosamente para que os dois pudessem estar ali no natal seguinte.

.

|NARRADOR|

Em um deserto não nomeado do Sudão, três soldados se abrigavam dentro de uma caverna inabitada, a quantidade de tempo em que se mantinham ali era incalculável, com a vigilância alta e muita determinação em cuidar do único que estava desacordado, Peter e Maria se revezavam para saírem a noite em busca de alimentos e ficar dentro da caverna cuidando dos ferimentos e a hidratação do companheiro.

—Se ele estiver morto... – a mulher dissera num dia muito ensolarado que eles evitaram de sair do local.

—Ele não está, sabe disso, está ficando mais corado, a batida foi forte – Peter falou cuidando do corte na testa pálida do amigo.

—Não digo que devemos o deixar aqui, mas e se tivermos perdendo tempo? E se nossa chance de sobrevivência for deixá-lo para trás?

—Maria! Ele não faria isso conosco – Peter falou sério.

A mulher ia falar algo, mas percebeu no homem que começava a se remexer, parecia desconfortável, quase como se vivesse um pesadelo. Os dois trocaram um olhar contente antes de voltar a atenção para o companheiro de viagem.

Maria não era uma mulher má, apenas tinha medo de morrer ali e sabia que estava em território inimigo, ficar parados em um local só os tornava vulneráveis a possíveis ataques surpresa. Por outro lado, Peter sabia que sua melhor chance de sair de lá seria quando o amigo acordasse, ele era um dos melhores estrategistas que já conhecera, pensava muito mais a frente que qualquer superior.

—Me passe a garrafa, por favor – Peter pediu a Maria que deu a garrafa de metal para Peter.

Havia sido uma sorte inenarrável terem encontrado água quando escavaram o chão do local onde se encontravam. Sempre tomavam o cuidado de ferver a água antes de bebê-la e, até o momento, sobreviviam muito bem com aquilo.

O homem desacordado voltou a se mexer, os olhos tremeram e, tão baixo como uma brisa do começo da manhã, uma palavra saiu por entre seus lábios.

—Alice.

Os olhos verde água se abriram cansados para verificar onde estava. Olhou ao redor por entre paredes rochosas e sentiu na pele o calor irritante, queria tomar um banho, tirar toda a roupa que usava e se refrescar de alguma forma, qualquer forma, foi quando percebeu os dois desconhecidos que o encarava, parecendo tão emocionados quanto esperançosos, mas, para o desacordado, apenas medo aquilo causou.

Sentou-se com pressa, sentiu a cabeça pesar, mas ignorou a dor.

Peter colocou os braços no ombro dele, tentando o fazer se abaixar, deitar novamente, eles tinham que tomar cuidado.

—Quem são vocês? – o homem perguntou desgostoso, irritado com a falta de lembranças em sua mente, não se lembrava daqueles rostos.

Maria revirou os olhos enquanto Peter franziu o cenho, amedrontado com a possibilidade dele realmente ter perdido todas as lembranças.

—Vamos, não seja bobo, finalmente acordou e nós precisamos... – foi inibida ao olhar para o rosto dele novamente.

A feição do soldado não melhorou, ele posicionou sua mão na cabeça, exatamente no ponto que doía tanto, o mesmo lugar que ele batera antes de desmaiar.

—Não sei quem são – ele falou sério.

—Calma, você bateu a cabeça com força e podemos responder todos os seus questionamentos sem problema nenhum – o homem disse – Meu nome é Peter, essa é Maria, estávamos juntos no avião e...

Enquanto pensava se acreditava ou não no que o desconhecido o falava, no mesmo momento que percebeu que não tinha muitas alternativas que não confiar nele cegamente, algo ocorreu no soldado recém-acordado, ouvindo a enxurrada de coisas que o homem dizia, apenas um pensamento rodou em sua mente.

—Quem sou eu? – perguntou em voz alta.

E os meses todos foram comprimidos naquele momento enquanto Maria e Peter repararam que, mesmo com tudo o que tinham passado para acordá-lo, não muito tinha mudado agora que ele estava os encarando demandando respostas.


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Notas finais do capítulo

E ai, gentes?

Alice partindo, Bella aceita na NYU, os quatro (cinco com Henri) chegando em Forks, e o final... Quem acham que é o desacordado? É meio óbvio né, mas a minha ideia original mesmo (bem no começo de tudo, antes de postar a outra fanfic) era causar um certo desconforto com essa história, realmente matar o Jasper... Ainda estou pensando em tudo, digam o que acham.

Espero que tenham gostado e aguardo os reviews com as suas apostas



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