happily ever after. escrita por unalternagi


Capítulo 22
É tão bom quanto eu sabia que seria


Notas iniciais do capítulo

Um capítulo para vermos o andar da vida pós sustos.

Para quem estava com saudades de momentos simples Beward... Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780926/chapter/22

Capítulo 22 – É tão bom quanto eu sabia que seria

|ISABELLA|

Os meses começaram a se apressar conforme as coisas tomavam forma para todos nós. Emmett começou a cursar a faculdade à noite e trabalhar a tarde, passava as manhãs no hospital com Rose e Henri.

Na metade de agosto Rosalie recebeu alta, mas Henri ainda não havia saído da incubadora, isso foi um golpe em Rose o qual ela não esperava e, por dias, eu via ela tendo insônias enquanto pensava em Henri sozinho no hospital. Por fim, ela aceitou que era a condição dela e não quis entregar menos do que cem por cento dela para o bebê, ela voltou a dormir a noite toda para ficar bem por ele.

Alice parecia estar ainda mais focada na faculdade nesse semestre, todos sabíamos que tinha a ver com a nossa falta de notícias de Jazz – que sim, continuávamos no escuro sobre –, ela ia cedo para lá, passava o dia, procurou cursos e estágios para tomar-lhe o tempo todo e ela estava sendo bem sucedida. Toda noite passava no hospital para ver Henri e continuava a entusiasta que amávamos, mesmo contra as olheiras e desânimos ocasionais.

Superei a rejeição da NYU para a aplicação que fiz no verão e, com determinação, voltei a estudar para aplicar no inverno para o mesmo programa e agora sentia-me mais preparada, agora que já sabia o que esperar e eu estava confiante que conseguiria o financiamento e a bolsa parcial. Edward era parceiro todos os dias, o dia todo, então eu passava boa parte da minha tarde com ele na livraria, eu estudando e ele trabalhando.

Nossos dias começavam juntos, saíamos Edward e eu para trabalhar, Lice para a faculdade e Rose e Emm para o hospital, no fim do dia, entre o trabalho e a faculdade de Emm, todos nos encontrávamos no hospital. Passávamos um tempo com Henri e Rose, jantávamos juntos e depois Emmett ia para a faculdade e nós para casa. 

Aquilo nos aproximou de forma boa e parecia bom ser nós seis – Jasper sempre sendo contado – e Henri contra todo o resto.

Os Hale ficaram possessos quando Rosalie não quis assinar a liberação da certidão de óbito de Jasper e ficaram ultrajados quando ela inferiu que eles estavam aceitando a morte de Jasper porque não o amavam como nós o amávamos. Foi um dia complexo no hospital que acabou com Emmett os mandando sair de lá. 

Antes de voltarem para Washington, entretanto, eles fizeram as pazes. Provavelmente querendo manter a boa relação com Rose e, assim, tio John prometeu que deixaria Alice e Rosalie lidarem com as coisas de Jasper, o que causou calmaria para nós também, ao saber que as procuras não acabariam.

Parei de divagar quando Edward sentou perto de mim deitando a cabeça na mesa.

—Que horas são? – perguntei surpresa olhando ao redor.

—Ainda está cedo, vida, termina o capítulo que estava lendo – ele murmurou fechando os olhos e eu sorri, beijando o rosto dele.

Comecei a acariciar a cabeça dele e fiz o que ele sugeriu, voltando minha atenção por completa para terminar o finzinho do capítulo que eu lia. Edward ficou quieto, apenas de olhos fechados esperando eu acabar e, quando o fiz, fechei o livro – animada de mais para me conter.

—Vamos, nosso afilhado não vai ser mimado sozinho – brinquei e ele sorriu amplamente. 

Guardamos o livro que eu usava e ele pegou minha mochila, guardando as coisas dele lá dentro, então seguimos caminhando para o hospital que não era tão longe assim da livraria. 

Chegamos e Alice ligou pedindo para esperarmos ela. 

Subimos os três juntos enquanto Alice tagarelava sem parar sobre o seu dia e nós ríamos da empolgação infundada dela até mesmo às pequenas coisas que tinha feito naquele dia. 

—Eu amo uma família – Alice disse docemente e eu sorri ao ver, pelo vidro da UTI, Emm com Henri no peito, enquanto Rose abraçava um braço dele encarando o bebê.

Tiramos umas fotos dos três antes de entrarmos e nos higienizarmos. 

Originalmente, a liberação era de quatro visitas por recém-nascido, mas como éramos em cinco, as enfermeiras faziam vista grossa para nossas visitas que sempre eram mais rápidas.

—Oi titia e padrinhos – Rose disse docemente e eu sorri para a mulher em minha frente.

Quando toda a concepção de Rosalie ser mãe se originou, eu pensei em como aquilo aconteceria. Porque é claro que ela era zelosa e sempre tomou cuidado para fazer as coisas, mas ao mesmo tempo ela era uma filha muito boa. Como, era boa em ser filha. Em meio a todo zelo e amor que tia Anne e tio John sempre disponibilizaram a ela, Rosalie poderia ser considerada a mais mimada entre nós seis, mesmo assim, não havia uma só fagulha daquela menina na mulher que abraçava meu irmão. Ela era mãe-leoa, lutou por Henri com todas as suas forças e ainda o fazia. Era forte, determinada, não deixava o pessimismo a tomar e quis aquela criança mais do que tudo em sua vida.

Eu tinha orgulho da pessoa em minha frente.

—E ai? Como foi o dia do nosso amorzão? – perguntei indo para o lado de Emm acariciando com calma as costinhas de Henri.

Nunca tocávamos na cabeça ou mãozinha dele, mesmo completamente esterilizados. 

—Foi calmo, eles tiraram o tubo da respiração e parece que não precisaremos voltar com ele, – Rose disse animada ainda sem tirar os olhos de Henri – não é mesmo, amor da mamãe? Você aprendeu a respirar sozinho já, meu pequeno gênio.

Emm sorriu beijando a cabeça dela e então uma enfermeira veio para o nosso lado avisando que teria que voltar com o bebê para a incubadora. 

Tínhamos pego Henri, cada um, uma vez no colo. Normalmente deixávamos Rosalie e Emmett ficarem com ele no colo porque, com certeza eles eram os mais ansiosos para o fazer.

—Ai, ainda bem que tiraram esse peso dos meus braços – Emm brincou quando a enfermeira fechou a caixa de Henri.

—E então? Terei o meu presente de aniversário? – perguntei curiosa. 

—Ainda não sabemos, ele está com um quilo e novecentas gramas – Emm contou.

—Só mais cem gramas – Rose completou esperançosa.

Edward começou a cantar para o nosso afilhado, então Alice contou alguma história para ele e nós cinco ficamos conversando entre nós e Henri, até que tivemos que ir embora para Emmett não se atrasar e também porque já batia doze horas que Rosalie estava ali.

—Queria passar a noite aqui de novo – Rose reclamou, mas Emm fez careta.

Se pudesse, naturalmente, Rosalie passaria todas as noites lá, mas ela tinha que descansar porque ela não aceitava sair daquele lugar de dia, ou seja, tinha que haver certo equilíbrio, sem contar que ela ainda tinha feito uma cirurgia somente há um mês e meio atrás.

—Pensei em irmos naquele japonês – Alice comentou e concordamos. 

Em meio a risadas e coisas bobas, nosso jantar passou rápido e nós nos despedimos de Emm indo para casa.

O quarto de Henri estava quase pronto. Alice desenhou montanhas na parede para nos remeter à nossa cidade natal onde crescemos e amávamos, o berço tinha chegado e Emm e Edward tinham o montado sobre o olhar crítico da mãe do bebê que não aceitava menos que o perfeito. Alice e eu montamos a cômoda e, depois, Ali e Edward montaram o armário do neném. Tudo com certa calma para ficar perfeito mas, por fim, tudo o que faltava ali eram alguns adornos que Emmett colocaria no final de semana, as roupinhas que Rose iria lavar também no fim de semana e, então, finalmente, o neném que ficaria pequeno no berço, mas que já tinha seu lugar pronto.

.

Na sexta-feira que precedia o meu aniversário nós começamos a combinar o fim de semana já que já tínhamos a certeza que ainda não teríamos Henri conosco em casa. 

—Podemos passar o dia no hospital, eu não me importo – falei sincera, mas Rose negou devagar a cabeça.

—É o seu aniversário, Bella – ela falou desgostosa.

—Sim, Rose, e Henri é meu afilhado.

—Podemos ver o pub que Adrian sugeriu – Alice falou calçando os sapatos para que pudéssemos sair.

Dei de ombros, ainda sem certeza, mas fomos para a cozinha conversando sobre aquilo.

—Bom dia – Edward falou entrando em casa com Emm logo atrás, com o rosto concentrado em um livro. 

Ele estava adorando o curso escolhido e Rose tinha transformado o hospital em seu canto do estudo. Ela lia e fazia as aulas online todas lá, era provável que o notebook dela era mais limpo que a minha boca de tanto álcool em gel que ela usava nele.

—O que Adrian disse sobre o aniversário de Bella? – Alice perguntou colocando as torradas na torradeira.

—Nada ué, o que ele teria a ver? Já escolhi para onde vamos – Edward anunciou tirando o suco da geladeira.

Fiquei surpresa com a informação.

—Mesmo? – perguntei contente.

—Sim, claro. Meu dia favorito do ano é sempre comemorado e, como sei que nosso afilhado é parte primordial disso, pensei que poderíamos tomar café da manhã em casa, depois ir para o hospital, passamos o dia lá, almoçamos naquele vegano que tem perto, voltamos para casa umas cinco, nos arrumamos e vamos – ele sugeriu e eu sorri, animada.

—Parece perfeito para mim – falei animada.

Rose disse que ficaria em casa até a hora do almoço para terminar de lavar as coisas de Henri e Emm concordou falando sobre os adornos do quarto, mas não pareceu menos perfeito.

—Sabem que se não puderem ir... – comecei, mas Emm bufou.

—É o seu aniversário e nós vamos comemorar – ele falou e Rosalie concordou.

—Parece ótimo, eu sou a stylist, ninguém nem sonhe em pensar numa roupa. Eu vou vestir vocês – Alice anunciou depois de pegar as torradas. 

Comemos em meio a planos. Nossos amigos iam também, até Victoria, e, assim, começamos mais um dia na cidade que nunca para.

.

Toda quarta-feira e sexta-feira eu ia para o hospital de Anthony e, basicamente, meu voluntariado era dele. 

Eram os únicos dias da semana que eu não ia para a livraria para estudar, mas aquele lugar me fazia muito bem e eu não abdicaria do meu tempo com um dos meus melhores amigos. 

Cheguei no hospital, animada, e fui quase que imediatamente para o quarto de Tony, apenas passando para deixar Makenna saber que eu estava ali. 

Com o correr dos meses Anthony teve dias ótimos, bons, e péssimos. Eu estava com ele na maioria dos péssimos. Julia ligava quando ele acordava muito mal e, mesmo que não fosse o meu dia de voluntariado, eu tentava passar ali para vê-lo. Bati animadamente na porta e entrei encontrando meu anjinho deitado na cama com um sorriso fraco nos lábios e um bolinho da mesa ao lado. 

—O que é isso? – perguntei contente e ele riu abertamente começando a cantar “Parabéns para você”.

O soro em seu braço e o rosto pálido mostrava que aquele não era um dia ótimo, mas eu fingi não perceber enquanto pegava o bolinho e fechava os olhos assoprando a vela imaginária ali. O meu pedido foi de Anthony, que ele pudesse se curar.

—Mamãe disse que não poderia deixar a vela acesa para você – ele disse como quem se desculpa e eu bufei, dando de ombros.

—Gostei da minha velinha que tinha um fogo verde – brinquei e ele gargalhou de mim.

Ele era uma criança muito criativa então éramos sempre muito lúdicos em nossas conversas, sempre inventando amigos e lugares, personagens, tudo. 

—Vamos sair hoje ou não? – ele perguntou animado quando terminamos de comer, cada um, sua metade do muffin, eu sorri de canto por sua animação.

Nas primeiras semanas ele odiava sair do quarto. Odiava a falta de cabelo e a boca ressecada, as olheiras, dizia que as pessoas iam rir dele, mas depois da primeira vez que participou de uma aula de pintura, começou a ficar mais maleável e agora eu quem tinha que conter as passeadas que dávamos. 

—Se sentirá melhor se eu pegar a cadeira? – perguntei e ele assentiu rapidamente.

Corri para fora atrás de uma cadeira de rodas e então voltei ao quarto.

—Onde está sua mãe?

—Reunião – ele contou distraído – Jess e Greg vêm hoje com o meu pai, gostaria que você ficasse para que possam se conhecer – Tony disse e eu concordei na mesma hora, curiosa para conhecer a família dele.

Falei que adoraria aquilo e então o ajudei a ir para a cadeira e fomos passear. Conversamos um pouco com Makenna então fomos para a pediatria onde ela prometeu que teria um show de fantoches. Sentei com Tony no tapete felpudo e fiquei super consciente da respiração e qualquer careta dele, mas ele parecia tranquilo e ficou rindo até o fim do show. 

Meu fim de tarde foi de Anthony, Edward avisou que estava passando aqui para irmos ver Henri antes de jantar, mas Tony parecia tão animado, que pedi a Edward para subir porque eu estava esperando os irmãos dele chegarem. 

Edward tinha visto Tony duas vezes, eles se adoravam.

—Minha vez de dar uma surpresa a você – falei e ele pareceu curioso, até que Edward bateu na porta e entrou com um balão em formato de jacaré.

—Isso estava na sua porta, sem razão alguma, pode dizer quem no mundo gosta de répteis nesse tanto? – Edward entrou brincalhão e eu ri.

—Eddie, é para mim? Porque o aniversário é da Bella, mas sabe que ela não gosta tanto assim de jacarés, ela diz que são feios – Tony dizia animado, até mais corado e eu sorri para meu namorado.

—Que rude maldizer de jacarés, dona Bella – Ed brincou beijando meu rosto.

Foi para o lado de Anthony entregando-lhe o presente e então começou a conversar com ele que ficou encarregado de contar-lhe sobre todo o nosso dia, entre as brincadeiras e a surpresa que ele fez.

—Bella, desculpe o atraso – Julia disse abrindo a porta com pressa e uma garotinha adorável no colo dela. 

Sorri docemente para minha amiga. 

—Não tem problema algum, Tony me prendeu aqui para conhecer os irmãos e pai dele – contei e ela assentiu – Imagino que essa seja Jess – falei e a garota se escondeu no cabelo da mãe.

—Nossa pequena e tímida Jess, a famosa e única – Julia disse sorridente.

Cumprimentei-a e então entrou um homem alto e lindo, com um garoto logo atrás. Eles pareceram surpresos com Edward e eu ali, mas foram simpáticos o bastante para esperar que as apresentações fossem feitas.

—Papai! Papai! – Tony dizia animado – Estou contente que tenha chegado mais cedo hoje.

Eu sabia por fatos que Nick, o pai de Anthony, dormia com ele quase todos os dias, enquanto Julia fazia seu melhor para passar as tardes e/ou manhãs.

—Estou feliz que esteja contente, campeão – o pai disse amorosamente e Edward levantou da poltrona em que conversava com Tony agora mesmo.

—Esses são Bella e Eddie, pai, meus amigos – ele disse orgulhoso e eu sorri – Bells, Ed, esses são meu pai e meu irmão – ele falou e eu ri.

Cada um se apresentou e eu e Edward fizemos o mesmo. Anthony fez todos me desejarem um feliz aniversário e ficamos conversando por um tempo, até que Alice ligou e tivemos que ir embora.

—Mande um beijo para Ali – Tony pediu.

Minha cunhada, em toda a sua procura por coisas a fazer, vinha eventualmente comigo para o voluntariado onde ela tentava visitar vários lugares, mas sempre acabava em Anthony que era o seu xodó.

—Pode deixar, lindo – sorri beijando sua cabeça ainda careca.

Do grupo todo, apenas Emmett e Rosalie não conheciam Anthony, mas não era por falta de vontade, apenas com Henri e tudo o mais eles queriam esperar e Anthony estava doido para conhecer meu afilhado.

Claro que o correto seria não se envolver por tanto com pacientes assim e eu consegui manter certa distância com muito dos que eu já tinha ficado, mas Anthony era diferente e ele tinha sido diferente desde o primeiro momento então eu não ligava para aquilo, nem os pais dele e nem mesmo Makenna então, não tínhamos grandes problemas com aquilo.

Corremos para Henri e trombamos com Emm na saída que avisou que não teria tempo para jantar hoje, mas nos fez prometer que tiraríamos Rose do hospital.

Alice e Rosalie estavam fazendo um dueto de Frozen para Henri quando chegamos.

.

Sábado, treze de setembro, foi tudo o que tínhamos combinado e eu amava aquela simplicidade que tinha nos atingido. Recebi inúmeras ligações e senti-me amada por todo o dia, somente uma ligação causou certo desequilíbrio, Lucca, mas Edward fez o seu melhor para esconder e eu falei com meu amigo sem esconder o carinho e adoração que nutria por ele.

O dia com Henri foi animado e feliz. Ele parecia mais reativo, sorria eventualmente e toda a vez que a mão de Rosalie chegava perto dele em adição a alguma cantiga ou qualquer coisa que ela dissesse, o rostinho dele tentava virar para ela e eu amei ver aquilo.

Emmett estava meio distraído lendo algo enquanto tentava estar presente. 

Passamos uma tarde boa e então fomos para casa já à noite. Alice foi para os meninos separar as roupas e então correu para a nossa casa colocando em nossa cama a combinação de cada uma, e eu agradecia pelo início do outono que nos acometia, porque eu nunca fui grande fã do calor. 

—Gostou da sua? – Alice perguntou e eu concordei.

Ela foi pulando para o banheiro. 

Não demoramos para terminar de nos arrumar, os meninos apareceram por ali muito bem vestidos e eu sorri, gostando do cuidado de Alice com tudo.

—Alice, essa jaqueta é demais para mim – Edward falou e eu revirei os olhos.

—Edward, você mais do que ninguém tem que estar bem vestido – Alice se defendeu rapidamente.

Fiquei alerta com aquela insinuação e Edward bufou jogando a cabeça para trás.

—Você vai escrever setenta vezes na sua testa o significado de “surpresa” – ele ridicularizou e Emm e Rose riram, mas eu ainda estava curiosa.

—Por quê? – perguntei curiosa olhando para cada um deles, vendo quem iria me responder.

—Ainda não, amor, você já vai descobrir – Edward disse e então saímos os cinco para o pub.

—Estava pensando seriamente em vender o volvo para comprarmos um carro aqui – Ed anunciou e Alice ficou surpresa.

—Seria uma ótima coisa – ela disse se animando.

—Sendo assim, eu vendo o nosso também – Rose disse se animando também – Podemos comprar dois mais baratinhos e ainda embolsamos uma grana – ela falou e ficamos cozinhando aquela conversa até chegar em um pub bem bonito e diferente.

Emmett ficou encarando o lugar, pensativo.

—BEM-VINDOS AO MEU REINO – escutei atrás de nós, levando um susto.

—Vai tomar no cu – irritei-me e Aidan riu.

Ele desejou-me felicidades avisando que nossos amigos deveriam estar lá dentro, reparei no violão que ele carregava nas costas, mas não tive tempo de indaga-lo sobre. Vi Nora e Nate num vale-night já que os pais de Nora estavam com Charlie. Então Victoria, Tia, um pessoal da cafeteria e dois amigos da faculdade de Alice.

Começamos a beber, com exclusão de Rose e Emm – Rose amamentava, Emmett era parceiro dela e estava viciado em ler o cardápio e comentava coisas com Rosalie que eu não escutava, mas não liguei quando vi o moço que tocava no palco sair.

—Que isso? – perguntei.

—É um microfone aberto, são muito comuns por aqui, é como o pessoal faz para mostrar suas composições, ótimo para novos músicos – Tia contou-me e adorei aquela ideia, nunca tinha ido a nenhum antes.

—Agora... Edward Cullen – anunciaram e eu encarei meu namorado que tomou o resto de sua Heineken, nossos amigos aplaudiam muito então ele pegou o violão de Aidan e correu para o palco.

Ele ajeitou o microfone e sentou no banquinho que tinha ali depois de conectar o violão no amplificador.

—Boa noite, eu sou o Edward e hoje é aniversário do amor da minha vida, resolvi tocar para vocês três músicas inéditas que eu fiz para ela, ela também nunca ouviu, é como meu presente de aniversário já que as contas de casa não se pagam sozinhas – ele falou e o pessoal riu, inclusive eu – Espero que você goste, meu amor – ele falou sorrindo para mim, então começou a dedilhar.

A primeira música que ele tocou foi forte para mim, pesada em meu coração porque era sentida e ele cantava para mim, pensei que ele deveria ter escrito aquela música enquanto eu estava na Itália.

A segunda música foi mais leve e simples, ele anunciou que ela era antiga e ele nunca teve coragem de cantá-la para mim e eu sorri escutando ele cantar sobre quando descobriu que tinha se apaixonado por mim.

Estou me apaixonando pela última vez.

Novamente, uma tradução simples e objetiva do que eu sentia. Exatamente. Talvez minha primeira, mas com certeza minha última paixão, em cima daquele palco, cantando coisas que ele tinha composto para mim e eu o amava com todo o meu ser.

Por fim, ele anunciou que seria a última música.

—Eu tenho um repertório completo todo inspirado em você, mas é a última canção que tenho tempo de cantar – ele anunciou – Dá uma olhada em seu documento se ficar confusa sobre essa aqui – ele brincou antes de começar a dedilhar.

Fiquei encarando-o quando começou a cantar a música, primeiro percebendo que a introdução era limpa e tranquila, sorri quando ele olhou-me de relance antes de começar a cantar.

Lembro-me de quando eu notei pela primeira vez que você também gostava de mim. Estávamos sentados em um restaurante, esperando pela conta. Nós havíamos feito amor mais cedo naquele dia, sem compromisso— a cena era pintada em minha mente – Mas eu posso lhe dizer que algo havia mudado, o jeito que você me encarava. Kristen, volte logo. Eu tenho te esperado voltar para a cama depois de acender a vela. E então no Lower East Side, você está dançando comigo agora. E eu estou tirando fotos de você contra uma parede de flores. Acho que gosto mais de você quando está toda vestida de preto. Acho que gosto mais de você quando você está só comigo e ninguém mais. Kristen, volte logo. Eu estive esperando você voltar para a cama depois de acender a vela. Estou beijando você deitada no meu quarto, te abraçando até você cair no sono. E é tão bom quanto eu sabia que seria. Fique comigo, eu não quero que você vá embora. Kristen, volte logo, eu tenho te esperado voltar para a cama depois de acender a vela.

Entendi agora o que ele falou da primeira vez que me entregou a identidade falsa, que ele tinha escolhido o nome “Kristen” por um motivo e eu sorri antes dele voltar para a mesa e o beijei com a vontade que sentia. Nossos amigos fizeram barulho. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "happily ever after." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.