My Dear Secret Admirer escrita por KAT


Capítulo 9
Obcecada por Noah Adams


Notas iniciais do capítulo

olá pessoas, peço desculpas por quase um mês sem postar. Vou voltar a atualizar rápido agora, até porque sinto muita falta. Boa leitura!



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Quando acordei após toda aquela confusão da noite anterior, minha cabeça latejava de dor. Não lembrava-me de muitos detalhes, alguns garotos da festa separaram os dois, dando fim a briga, em seguida, minha mãe expulsou todas aquelas pessoas de nossa casa, eu por minha vez, passei grande parte da noite chorando, enquanto Harry me mandava um milhão de mensagens, ignorei cada uma delas.
 E agora estou acordada as seis da manhã pra ir pra maldita escola, cogitei faltar mas lembrei-me que tinha atividade avaliativa, sem contar que já faltei no minímo três vezes essa semana,  não posso arriscar repetir no último ano. Me arrumei mais rápido que o costume, sequer penteei o cabelo.
Assim que minha mãe me viu descer as escadas já começou com as perguntas:
— Você está melhor? – balancei a cabeça em concordância – por que eles estavam brigando?
— não quero falar sobre isso – dei de ombros.
— aposto que foi culpa do noah, sempre te disse que ele era um problema – continuou a dizer, irritando-me.
— você entendeu que não quero falar sobre? – meu tom de voz saiu mais elevado que imaginei, fazendo-a ficar em silêncio enquanto me observava com aqueles olhos de "você não está bem" – eu já vou, não quero me atrasar.
Sem esperar sua resposta sai pela porta de casa e para minha surpresa: dei de cara com Harry.
Ele estava parado lá, feito um idiota, com uma caixa de chocolate nas mãos. Pelo menos não eram flores dessa vez. 
— Sério? – soltei, passando direto por ele sem o olhar diretamente.
— Eu sinto muito, sinto tanto que nem sei explicar – começou a dizer, andando atrás de mim em passos rápidos – você pode parar de andar e me ouvir, Malu? – pediu, então parei.
São seis horas da manhã, terei mesmo que fazer isso agora? que se dane.
— Só vou falar uma vez – andei em direção a ele – você nunca mais encosta no Noah, entendeu? Nunca mais pense em chegar perto dele.
— Está vendo como você age por ele? por isso eu fiquei com ciúmes, álias foi ele quem me bateu primeiro – defendeu-se, irritando-me ainda mais.
— não ouse tentar se justificar – gritei dessa vez, apontando o dedo em sua cara. E de repente parecíamos um desses casais histéricos que brigam no meio da rua.
— você já pensou no motivo de nunca ter notado que eu observava você durante tanto tempo? – ele berrou também – Por que você nunca me notou, não de verdade. Sempre esteve ocupada demais sendo obcecada por Noah Adams, e como não queria admitir isso, fingiu pra si mesma que sentia alguma coisa por mim.
— isso é loucura – coloquei a mão na cabeça, não acreditando em suas palavras, apesar de fazer sentido.  Você não quer ouvir  que é obcecada por alguém, mesmo que seja verdade – não coloque a culpa disso em mim – senti meus olhos se encherem de lágrimas.
— malu – sua voz era calma dessa vez, provavelmente percebeu o quanto estou instável emocionalmente.
 Nunca pensei que teriam garotos brigando logo por mim, e definitivamente não foi uma sensação boa. 
— eu não sou apaixonada pelo Noah, nem ele por mim – soltei tais palavras com o máximo de verdade que consegui –  mas nós somos estranhamente dependentes um do outro e isso não vai mudar. Se você não consegue lidar com isso talvez não devia estar em minha vida.
— você tem razão – ele respirou fundo – eu agi feito um completo imbecil e estou mesmo muito inseguro sobre o Noah, provavelmente por ele ser dez vezes mais bonito que eu – não consegui evitar sorrir, enquanto revirava os olhos – eu só queria ser essa pessoa que você quer ligar, quer ter sempre por perto, que você é tão dependente, sabe?  – balancei a cabeça em concordância, finalmente o fitando – mas sei que nosso relacionamento é novo e ainda não posso ser esse alguém. Eu preciso que você saiba que eu confio em você e respeito sua amizade estranhamente dependente com o Noah, está bem? prometo não fazer algo assim outra vez se você me der outra chance. – ele finalizou com aquela cara de cachorro sem dono, e então apontou a caixa de chocolate para mim.
— Saiba que não pode comprar meu perdão, garotinho-rico-mimado – soltei, puxando a caixa de suas mãos, fazendo-o rir – eu perdoo você – nesse momento, ele segurou minha cintura, puxando-me para um beijo.
— foi um início de namoro conturbado, não? – brincou, então gargalhei e nos beijamos outra vez no meio da rua onde brigávamos minutos atrás.
— não posso me atrasar pro primeiro horário.
— maldita escola – praguejou, tentando beijar-me outra vez, mas dessa vez, desviei.
— não posso mesmo me atrasar – falei, e então andamos em direção a escola.
Quando cheguei na sala de aula notei que Noah não estava sentado em seu lugar de costume, e só então lembrei-me que o pai dele ainda estava no hospital, por um momento durante toda essa confusão eu havia esquecido.
 E de repente senti aquele peso terrível no coração que só o Noah me causa, essa sensação de ser responsável por ele é sufocante. E saber que ele estava sozinho com o pai louco e machucado (por minha culpa) me incomovada tanto que chegava a doer fisicamente.

No fim das contas, Harry estava certo. Sou obecedada por Noah Adams.

A aula passou dolorosamente devagar, fiz a atividade avaliativa em duas folhas, e em uma delas coloquei o nome de Noah, apesar de saber que aquilo era errado. Não podia deixá-lo  repetir de ano por uma atividade boba quando ele tinha tantos problemas maiores.
Toda esse papo da minha codependência com meu melhor amigo, fez-me viajar no tempo, meus pensamentos de repente estavam a cinco meses atrás, quando meu cachorro de três anos havia acabado de morrer.
Minha irmã estava em casa, visitando-me por algum milagre, mas lembro-me de só parar de chorar quando Noah chegou.
— Quando finalmente posso passar um tempo contigo vai passar o tempo todo chorando? – minha irmã perguntou, enquanto me olhava com seus olhos grandes e pretos, de forma pretensiosa.
Desde que tenho seis anos lembro-me dela assim: durona, dona da verdade, e seca ao extremo. Apesar de todo esse temperamento, ela se permitia viver sob ás regras de um homem machista que a destruía mentalmente e fisicamente constantemente, é assustador o que um relacionamento tóxico faz com seu bom senso.
— O batata morreu, você não entendeu? – eu soluçava enquanto dizia.
Nesse momento, Penelope gargalhou alto, colocando a mão sobre a boca em seguida, como se estivesse sentindo-se culpada por rir nesse momento.
— me desculpe – ela notou meu olhar ameaçador – é um péssimo nome pra um cachorro.
— eu gosto muito de batata, mas agora nunca mais vou comer uma sem chorar – soltei, feito uma criança.
E isso é verdade, desses cinco meses pra cá nunca mais toquei em uma batata, e bastava ver uma para chorar. Regra número um do clube da luta: nunca coloque no seu bichinho de estimação um nome de comida.
— eu sinto muito – Penelope deitou-se ao meu lado, abraçando-me – ele era um bom cachorro.
— o cara que o atropelou não se importou com o fato dele ser um bom cachorro – reclamei, empurrando minha irmã para longe de mim, fazendo-a cair no chão, em cima do tapete que ela mesma havia me dado.
— Você está mesmo azeda – Penelope reclamou – Boa sorte com ela, Noah.
— Noah? – sentei-me na cama, e então o vi entrando pela porta – você soube? – ele balançou a cabeça em concordância, então estiquei os braços para ele, feito uma criança mimada.
— eu sinto muito, malu – ele enfiou-se em meus braços, abraçando-me com força – ele era um bom cachorro.
— não fala isso, ou ela vai empurrar você pro chão também – Penelope ironizou, rindo. Então joguei uma almofada na mesma que saiu correndo do meu quarto.
— Eu odeio ela – reclamei, deitando-me no peito de Noah.
— Devíamos fazer um enterro pro Batata –  soltou como se fosse a melhor ideia de todas.
— mandei o veterinário levar o corpo embora, não queria vê-lo morto – expliquei.
— Ah, só queria que você tivesse uma despedida, uma conclusão com ele, sei lá – falou, dando de ombros.
— já dizia klaus mikaelson: conclusão é um mito – soltei dramaticamente, fazendo-o gargalhar.
— não cite the originals na morte do seu cachorro –  pediu, tentando segurar o riso ao notar meu olhar de ódio.
— eu nunca estive tão triste – falei, sentindo aquelas lágrimas descendo por meu rosto sem parar.
— eu percebi, você está encharcando minha camisa –  brincou, fazendo-me rir de leve.
— Droga Noah, não me faça rir. Não faz nem vinte e quatro horas que ele se foi – pedi, trocando o sorriso por mais lágrimas.
— Eu vou te dar outro cachorro, mesmo sabendo que nenhum vai superar o batata –  sugeriu, acariciando meu cabelo.
— Não quero mais ter um cachorro, nunca mais – afirmei, limpando as lágrimas.
— Vou te dar uma cabra então, você disse que sempre quis uma.
— pode ser – falei, dando de ombros.
—  só preciso arrumar uma, talvez demore um pouco – continuou a falar sobre a tal cabra, como se fosse algo importante.
—  cale a boca –  ordenei e então ficamos deitados ali em silêncio, até eu conseguir sair daquele quarto.
Quando voltei a realidade, notei que estava sorrindo sozinha por lembrar de tal momento, apesar de ser extremamente triste, era incrível como com Noah sempre tornava tudo mais fácil.
Algumas horas depois, o sinal bateu, levantei-me o mais rápido que pude saindo da classe, e dessa vez dei de cara com Redd.
— os Campbell precisam parar de me esperar em portas – ironizei.
— Harry foi um idiota ontem, não sou mais irmã dele – falou, enquanto andava ao meu lado para fora da escola.
— ele pediu desculpas – intervi.
— te deu a caixa de chocolates? 
— foi ideia sua? – parei de andar, fitando-a.
— e você não sabia? – sorrimos uma para a outra – Eu não fazia ideia que tinha algo entre você e o  Noah, se soubesse nunca teria tentado ficar com ele – continuou, fazendo-me revirar os olhos. Ter que explicar isso novamente era cansativo.
— Não tem nada  – continuei andando – Noah só queria irritar o Harry, por isso que disse aquilo.
— de qualquer forma vou ficar longe dele caso você mude ideia, ok – soltou, andando atrás de mim.
— é idiotice, eu nunca vou mudar de ideia – dei de ombros.
— Não vou arriscar perder sua amizade por um cara – falou.
— Pensando bem, eu não ia gostar mesmo do meu melhor amigo namorando minha melhor amiga – soltei.
— EU SOU SUA MELHOR AMIGA? – ela gritou, dando uns pulinhos.
— levando em conta que eu não tenho mais amigas – brinquei, fazendo-a revirar os olhos.
— tenho que ir pro ensaio das líderes agora, mas nos vemos depois – ela falou, obvio que Redd era líder: Rica, mimada, e entende tudo de moda. Como não percebi antes?
— tudo bem – concordei, vendo-a andar para longe.
— Ei malu – ela gritou a uns vinte passos de distância – você é minha melhor amiga também – e o sorriso que apareceu em meu rosto me acompanhou durante todo o resto do percurso, é bom finalmente ter uma melhor amiga.

 


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Notas finais do capítulo

eu gosto muito dessa ideia de flashback no meio dos capítulos. Então as vezes vou colocar uns bem aleatórios mesmo, é importante pra mim que vocês vejam como foi a relação do Noah e da Malu nesse tempo em que se conhecem, a personagem da Penelope é bem importante pra Malu, e era alguém que eu queria ter apresentado antes, mas acabei postergando isso, e saiu só agora e em flashback ainda haha mas enfim, espero que tenham gostado desse, comentem.



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