My Dear Secret Admirer escrita por KAT


Capítulo 7
Não se faz dezoito todo dia


Notas iniciais do capítulo

Feliz aniversário e boa sorte pra Malu, pois ela vai precisar.



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Aniversário são tão super estimados.

Quero dizer, não é como se a maioria das pessoas realmente se importasse com você, elas só te parabenizam por educação ou pra ir na sua festa.
E os presentes são sempre horríveis, afinal de contas, não é como se alguém virasse pra você e dissesse: "depositei um milhão de reais na sua conta" ou "toma aqui essa viajem gratuita pra disney" pelo menos, é meu aniversário de dezoito anos.
Não se faz dezoito todo dia.
Agora eu posso até entrar em uma boate(não que eu vá) em contrapartida, vou ter que pagar minhas contas, inferno!
dezoito anos é uma merda.
Abro meus olhos lentamente após pensar em todas essas coisas em uma espécie de sonho consciente, e a primeira coisa que vejo são dezoito velinhas acesas.
Minha mãe e Noah estão parados em frente á minha cama cantando "parabéns pra você" da forma mais animada possível, não consigo evitar que  meus olhos fossem direto para Noah. Ele estava bonito como sempre, apesar de parecer um pouco abatido, vestia uma blusa de frio preta meio larga, sem lesões e aparentemente sem ressaca pós drogas. Enquanto o dito cujo tocava seu violão feio, minha mãe segurava um bolo pequeno, só quando o parabéns cessou que notei que Redd não estava ali.

— Onde está a Redd? – indaguei, antes de mais nada.

— Já são quase onze horas, Maria Luiza minha mãe solta, como se fosse óbvio   Ela foi embora ás oito da manhã – completou, fazendo-me sentir mal por dormir demais. É o meu aniversário, porra. Eu devia poder dormir sem culpa. Aliás, que tipo de pessoa vai embora sem sequer se despedir? Ela que precisa sentir-se mal.

— Bem vinda ao clube da maior idade – Noah berrou, voltando ao tema dos meus dezoito anos.

— Parabéns meu amor – minha mãe emitiu, em tom carinhoso.

E então Noah aproximou-se, sentando-se ao meu lado e abraçando-me, retribui com força, ontem parecia muito mais legal a ideia de fazer dezoito, agora me sinto estranha. 

— Vocês são ótimos – soltei, finalmente dando importância para o que fizeram– do que é esse bolo, mãe? 

— É de chocolate com morango, eu mesma fiz! – gabou-se.

— parece ótimo – menti, tinha uma aparência péssima.

— espere – ela colocou o bolo na mesa – vou partir um pedaço pra você – finalizou, e partiu um pedaço considerável colocando-o em um prato e entregando-me em seguida, provei imediatamente uma garfada e realmente estava ótimo, apesar do aspecto. 

 – Está uma delícia – soltei.

— Deixa eu ver – Noah roubou meu prato, comendo um pedaço também – podia estar melhor – provocou. 

— Então pare de comer – minha mãe defendeu-se, ao notar que ele já estava na terceira garfada  e não fiz pra você!  balbuciou cruzando os braços, como uma criança mimada.

— Ai meu Deus – Noah falou, colocando a mão na garganta de forma dramática – acho que sua mãe me envenenou, Malu – ele jogou-se em meu colo, colocando a língua pra fora. 

— Você é tão infantil – a mulher retrucou.

— Ok, vou tomar um banho e me arrumar pra ser oficialmente uma garota de dezoito – soltei, apenas pra fazer minha mãe sair dali.

— Vou estar lá em baixo – ela soltou, correspondendo as minhas expectativas.

— Noah, não pense que eu esqueci de ontem – soltei, sentando-me ao seu lado. 

— Pensei que ia tomar banho – ironizou.

— Eu tô falando sério o fitei, com preocupação. 

— Não aconteceu nada, Malu – respondeu – Ele estava desmaiado quando cheguei – completou.

— Ele está muito mal?

— Nada que ele não mereça – deu de ombros.

— Ele foi mesmo demitido? continuei, como se fosse um interrogatório.

— É o seu aniversário, não vamos falar disso, ok? – eu estava prestes a negar, quando ele continuou – por favor – implorou, e então constatei o que já desconfiava: ele estava triste demais pra falar sobre aquilo. E eu não podia forçá-lo.

— tudo bem – concordei – Vou sair com Harry um pouco, prometi pra ele ontem – continuei, já esperando as reclamações de Noah – mas volto rápido pra ficar contigo, está bem? em menos de duas horas – expliquei-me, como se devesse mesmo alguma satisfação a ele. 

— tranquilo – concordou, ligando meu vídeo game.
Era uma reação estranha, não foi o que imaginei. Em um dia comum ele berraria que aquilo era um absurdo, talvez esteja pegando leve e  sendo legal por ser meu aniversário, independente do motivo resolvo não questionar, pego um vestido que compramos no dia anterior e vou em direção ao banheiro.
Enquanto a água quente caía em meu corpo eu tentava fazer uma ficha de todos meus outros aniversários. Sempre foram comuns pra falar a verdade, entretanto esse parecia diferente, eu finalmente estava virando uma adulta de verdade. E isso me assusta pra ser sincera, colocam pressão demais no último ano do ensino médio, tem que decidir o resto da sua vida pra que os adultos ao seu redor não sintam que você vai ser um fracasso como eles, que só descobriram o que de verdade fazer depois dos trinta.

Saio do banheiro em mais ou menos uma hora, já com meu vestido vermelho extremamente exagerado e um pouco de maquiagem no rosto.

— Uau – Noah me olha da cabeça aos pés quando me vê, então dou uma voltinha sorrindo – acho que nunca vi nada no mundo mais perfeito, estou assustado.

— Ah, claro – ironizei ainda rindo.

— Você é perfeita –  o encarei, ele realmente não parecia estar brincando – Harry é um cara de sorte – completou enquanto eu ainda o encarava.

— Você é a única pessoa que acha isso de mim, sabia? – soltei, então o garoto levantou-se da cama ficando a um passo de distância de mim.

— Se isso for verdade, eu sou o único cara que te merece – deixou escapar com um sorriso fofo, fazendo-me gargalhar, quando acabei ele ainda me encarava como se eu fosse muito melhor do que realmente sou, é tão desconfortável quando ele me olha desse jeito por que minha pele queima e minha respiração fica acelerada, apesar disso não consigo desviar meus olhos do dele.

— Você sabe que eu te amo, não é?   – falo após uns segundos, então ele sorri colocando meu cabelo atrás da orelha, é algo que ele sempre faz, mas dessa vez estremeço mais que o costume.

— Eu amo você mais – solta –  eu acho que está arrumada demais pra sair com o sem graça do Harry.

— É o meu aniversário. Que data melhor pra usar esse vestido lindo? Quer dizer, nem em festas eu vou – expliquei, ele balançou a cabeça em concordância.

— Tenho uma coisa pra você – falou, tirando uma caixinha do bolso.

— O que é isso? indaguei.

— É seu presente de aniversário – retrucou, abrindo a caixa onde tinha um lindo colar de ouro em formato de coração, obviamente caro demais pra Noah poder pagar.

— É lindo – falei, impressionada – mas seu pai acabou de perder o emprego Noah, eu não posso aceitar isso, você tem que devolver.

— Meu Deus, você é tão chata, Cooper – o loiro revirou os olhos, rindo de forma divertida.

—  Eu tô falando sério –  cruzei os braços.

era da minha vó –  falou deixando-me surpresa, a vó de Noah havia morrido á três anos atrás pelo que ele me contou – Era muito importante pra ela. Foi o primeiro presente do meu vó, então um mês antes de morrer ela me entregou e me mandou dar pra mulher da minha vida.

— Uau, não sei se posso lidar com tanta pressão, não quer escolher outra pra ser a mulher da sua vida? – falei rindo e ele sorriu também – é sério, ela provavelmente quis dizer sua futura esposa ou sei lá – continuei, ainda relutante em aceitar o presente caro.

— Você acha que um dia vou me casar? – ele pergunta com ironia, e então gargalho. Definitivamente Noah não é esse tipo de cara.

— É tão lindo – fitei o colar, passando os dedos sobre sua borda – quer dizer, é perfeito. Obrigada – cedi por fim, então o garoto foi pra trás de mim, passando o colar por meu pescoço, senti todos meus pelos se arrepiarem quando senti seu toque em meu pescoço, sua respiração estava próxima demais também, fechei os olhos por uns instantes, não sei quando se tornou tão difícil estar ao lado meu melhor amigo, quer dizer, eu não posso sentir essas coisas, não é?

— é pra você nunca se esquecer de mim – falou baixo em meu ouvido, meu corpo treme outra vez, denunciando minhas sensações.

— eu não preciso de um colar pra isso – virei-me ficando de frente pra ele, o mesmo sorria deixando suas covinhas á mostra, enquanto mordia de leve o lábio inferior, enquanto me encarava.  Oh céus. Me afasto dele rapidamente antes que fizesse algo irracional.

— Obrigada outra vez – falei, baixando o rosto – É o melhor presente que já ganhei, não vou tirar nunca.

— É melhor tirar quando for tomar banho, se estragar minha vó vai voltar dos mortos – brincou fazendo-me gargalhar exageradamente, agradeci aos céus por ele contar uma piada e quebrar o desconfortável clima anterior.

— Vá logo sair com o babaca do Harry, antes que eu mude de ideia – completou, essa era reação que eu esperava antes.

— Eu volto rápido, não ouse sair daqui – falei, e então peguei minha mochila e sai do meu quarto. 
É normal sentir atração por amigos, não é?? Quer dizer, Noah é extremamente atraente isso é inegável, não quer dizer que eu esteja apaixonada ou coisa assim, apesar disso não consigo evitar pensar em como seria estar com ele. Dou o meu melhor pra expulsar esses pensamentos e quando finalmente saio de casa Harry me espera encostado em seu carro, com um buque de rosas enorme nas mãos. Eu realmente detesto ganhar flores, é mais uma invenção capitalista que destrói a natureza, mas não diria isso a Harry, apenas dou um sorriso amarelo educado e digo:
— Não precisava.
"não mesmo" penso. 

— Feliz aniversário! – ele sorri, e me dá um selinho.

— Um ano mais próxima da morte, uuuh – falo levantando a mão pra cima como se estivesse comemorando e ele fica calado me olhando como se eu fosse idiota, seria difícil me acostumar com o fato que Harry não se dá bem com humor.

— ela odeia ganhar flores, cara – Noah grita, aparecendo na janela do meu quarto.

— Toda garota gosta, Noah – ele grita de volta de forma prepotente, como se fosse óbvio.

— Vamos logo – sugiro sem graça, entrando no carro, Harry me segue.

— Seu quase namorado é um idiota, Cooper – Noah grita de volta, e então Harry liga o carro. Apesar de ser meu aniversário, o cara lá de cima não parecia que ia facilitar esse dia pra mim. 
Harry me leva em um restaurante elegante, fazendo com que meu vestido se tornasse apropriado.

— Olha como as pessoas ricas são insuportáveis – falei gargalhando quando nos sentamos em uma das mesas, observando um cara velho discutir fervorosamente com o garçom – ele está reclamando do vinho e pedindo para trocar – sussurrei pra Harry, e voltei a rir.

— Não generalize, nem todo rico é babaca – ele sorriu, sem jeito.

— Você é rico, não é? – o encarei e voltei a rir, seria o único motivo pra ele dizer algo assim. Eu devia mesmo ter notado, Harry faz o tipo mimado e Redd nem se fala.

— o suficiente pra comprar isso – ele riu enquanto falava, como se tivesse feito um trocadilho a nível friends, e então me entrega uma caixa.

— O  que é? – rasguei o papel que estava perfeitamente colado em volta do presente sem nenhuma consideração, embrulho de presente é um saco. E quando finalmente consigo abrir era uma maldita blusa do Stars Wars, ele estava mesmo me dando uma blusa do único filme que não gosto no meu aniversário?
 Fico o olhando confusa, até que ele finalmente se pronuncia:
— Não tem como ser minha namorada sem gostar de stars Wars, por isso lhe dei essa blusa, pra que passe a gostar. – solta tranquilamente, deixando escapar um detalhe.

— O que? – franzo o cenho – Como assim namorada?  – minha voz estava trêmula, e o garoto apenas sorri como se tivesse passado horas imaginando esse momento.
Não. Não.
Ele não pode fazer isso.

— Maria Luiza Cooper, aceita namorar comigo? – diz, por fim. Fazendo-me engolir em seco.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Qual será a reação dela? comentem.



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