Dois dias de fuga escrita por sam561


Capítulo 9
Última noite


Notas iniciais do capítulo

Estamos quase no fim...

Boa leitura ♥



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   Já de volta ao sítio, Magali e Mônica estavam na cozinha fazendo brigadeiro enquanto conversavam sobre a festa.      

“Magali, o que fez você beijar o menino? Atração ou ele tinha papo?” Mônica perguntou com os cotovelos escorados na mesa enquanto Magali mexia o doce na panela.              

“Foi assim, a Carmem, o DC e eu fizemos um trato: todo mundo beijaria alguém. Eu, no começo, nem queria e beijei esse menino na bochecha, eles aceitaram de boa, mas esse fim de semana tem sido tão cheio de descobertas que eu quis tentar ser alguém meio ousada pelo menos uma vez na vida, então fui lá e beijei um cara que era legal e talvez eu nem veja mais.” a Fernandes explicou desligando a panela.                   

 

“Nossa! E como você se sentiu?” a Sousa perguntou feliz pela amiga.     

“Diferente. Meio que senti meu coração batendo rápido pela adrenalina de estar indo completamente contra a maré, será que o DC sempre se sente assim?” ela perguntou após responder a amiga.                   

 

“Acho que no caso do DC seria o contrário, vê como ele parece estranho quando age como qualquer pessoa?” Mônica comentou.                   

 

“Ele me falou um pouco sobre isso, ele é bem mais complexo do que parece, sério.” a Fernandes disse pegando colheres.        

“Acho que todo mundo aqui. Mas o que me surpreendeu mais é essa sua aproximação com ele e a Carmem, vocês fizeram até joguinho.” Mônica disse sorrindo.                   

 

“Eles são legais, bem mais do que eu imaginava. E falando em Carmem, ela tem vivido novas experiências aqui...” a de cabelos longos começou.                   

 

“Lá vem você com o assunto da treta.” a Sousa disse revirando os olhos.     

“Mônica, pensa comigo, ela veio sem a Denise, mexeu com terra sem dar um chilique sequer, me emprestou esse vestido e usou uma roupa minha, se adequou a tudo, deu a ideia do jogo, me animou para me divertir, sugeriu dividirmos as roupas e a momento algum foi aquela esnobe que era. Mô, ela está diferente! Todo mundo julga todo mundo, mas você sempre foi contra isso.” Magali disse serena e Mônica suspirou.                   

 

“Você está certa, Magá, eu peguei pesado. Vou perder o orgulho e ir pedir desculpas, vê se deixa brigadeiro para mim.” a de cabelos curtos disse se levantando e a amiga sorriu orgulhosa.           

“Aproveita e chama ela pra comer brigadeiro com a gente, eu espero.” a Fernandes respondeu.  

 

                                                                               X

   Mônica foi até o quarto e não achou a Frufru lá, ia para outro cômodo quando viu pela janela a loira conversando com Cebola na varanda, os dois estavam sentados no chão de costas para a janela.                   

 

“Nem tudo é eterno, Cebola, mas se vocês decidiram que enquanto for rolar que role, segue o combinado.” a moça falou ao rapaz.   

“Mas e se no meio do caminho ela não quiser mais e eu ainda a querer? E se ela, na faculdade, achar coisa melhor?” Cebola falou parecendo estar inseguro.       

“Olha, Cebola, qualquer um seria melhor para ela levando em conta tudo que você já fez. Mas ela quis ficar com você mesmo assim, então não será de uma hora pra outra que ela vai te trocar. E nem tudo é eterno, então aproveita igual na festa, naquele momento que vocês estavam dançando o que passou pela sua cabeça?” ela perguntou.                 

“Que eu estava amando estar com ela, meus problemas sumiram e nem pensava em nada além de dançar com ela.” ele respondeu sorrindo apaixonado.                   

 

“Então faça isso, tenha mais momentos legais com ela porque se acabar, é isso que fica.” a loira disse e Cebola sorriu para ela.                   

 

“Obrigado, Carminha. Vou ir falar pra ela agora.” o Menezes saiu correndo e Mônica saiu do quarto para falar com a loira que sentia o vento da noite.             

“Oi, Carmem.” ela cumprimentou e a outra olhou.                   

 

“Cebola está te procurando.” falou e a outra assentiu.             

“Eu sei, mas tenho algo pra fazer antes. Desculpe por ter te julgado, estamos todos vivendo coisas novas e eu agi como se com você fosse diferente.” ela disse e Carmem riu.                   

 

“Novamente, Mônica, você não foi a primeira e nem será a última a me dizer aquilo. Mas fico feliz que tenha reconhecido que errou.” a loira disse.                   

 

“Magali fez brigadeiro, vem comer com a gente.” ela chamou e Carmem sorriu.                 

“Claro!” a loira se levantou e Mônica sorriu.          

                                                  *                   

   Cascão e DC, por acaso, foram à cozinha ao mesmo tempo, o Takeda até então arrumava suas coisas e o Araújo havia acabado de desligar a televisão. Lá, encontraram Magali sozinha com um sorriso no rosto sentada em frente um prato de brigadeiro.      

“Nossa, olha como esse doce deixa nossa amiga. Carinha de felicidade.” Cascão sorriu e Magali também.          

“Tava pensando na festa e também em como esse brigadeiro deve estar ótimo.” ela disse.                   

 

“E por que ele ainda está aqui e não aí na sua barriga?” DC perguntou pegando água.                   

 

“Porque estou esperando a Mônica e a Carmem. Mas fiquem para comer com a gente, o Cebola aparece depois, certeza.” Magali respondeu.      

“Que festa, hein? Nem imaginava que iria em uma.” Cascão disse sorridente.      

“DC, o que virou aquela menina que Carmem e eu vimos você beijando?” Magali perguntou curiosa e o outro terminou a água e foi se sentar com eles.                   

 

“Ela voltou depois, mas eu acho que estraguei tudo sendo eu mesmo. Vocês tinham que ter visto, primeiro eu pisquei um olho de um jeito sedutor quando ela pediu pra ficar comigo de novo e eu disse não, mas era meu não de sim.” ele começou sorridente.          

“Nisso ela me olhou tipo ‘o quê?’ e eu, envolvido com minha mania de contrariar, disse ‘é claro que não, gata!’ mas com voz de quem paquera a pessoa, então ela se irritou, me olhou como se eu fosse doido e ainda me chamou de idiota quando saiu. Eu perdi um beijo, mas eu ri.” DC contou e os outros dois riram.                   

 

"Você é maluco, DC. A menina deve ter bugado.” Magali respondeu apertando a bochecha do Takeda que riu.      

“Não mais que o moleque que você beijou.” Cascão falou e ela riu.                   

 

“Ficou com ciúmes, né, Cabeção? E a garota agiu certo em correr.” Cebola falou entrando na cozinha e os três pararam de rir, na mesma hora as duas meninas chegaram.                   

 

“Credo, que clima estranho.” Mônica disse ao lado de Carmem.                   

 

“Seu namorado tem esse dom.” DC comentou.    

“Eu tive um fim de semana muito legal pra acabar assim. Antes de comer esse brigadeiro, que parece delicioso, todo mundo vai ficar em um clima bom com todo mundo. Pra ontem!” Magali disse séria.          

“Mônica e eu já nos resolvemos.” Carmem disse estendendo a mão para um high-five e Mônica bateu na palma da mão da loira com força.                   

 

“Ai! Devagar. Vai, Cebola, você é o criador de atritos.” a Frufru disse assoprando a mão.              

“Vocês não sabem brincar? Coisa chata.” o Menezes disse.                

“Cê, você 'tá implicando com os três faz tempo. Vai ser bom até pra você.” Mônica disse.      

“Tá. DC, foi mal ter te tratado daquele jeito. Cascão e Magali, vou parar de shippar vocês.” Cebola disse após suspirar. 

“Não 'tá sendo de coração.” Cascão disse e o Menezes fuzilou o amigo com o olhar.          

“Cascão, você namora, então vou respeitar seu namoro parando de insinuar as coisas; Magali e Cascão, vou parar de deixar vocês desconfortáveis; e DC, tem de fato um dedo seu em meu namoro com Mônica.” Cebola falou tentando ser o mais sincero possível.      

“Isso aí. Agora, vem pra mamãe.” Magali disse pegando uma colherada generosa de brigadeiro.           

“Deixa pra gente.” Cascão disse rindo.                                                                                

                                                    *                   

   Os seis adolescentes já haviam acabado de comer, após lavarem a louça, foram se sentar na varanda para sentir o ar gélido da noite no sítio por uma última vez, ninguém conversava, apenas sentiam o ambiente. Magali estava entre DC e Cascão; Carmem entre Cascão e Magali e Cebola e Mônica estavam abraçados ao lado de Carmem e DC.             

“Gente, como vocês acham que vai ser depois daqui? Quando voltarmos para nossas vidas normais?” Magali perguntou pensativa.                   

 

   Todos parecerem estar sem resposta, apenas o vento fazia barulhos.           

“Comigo, eu acho, que vou enfim começar a olhar para os lados, sabe? Novas pessoas, no próprio Limoeiro tem. Eu pensei muito sobre o que o DC disse para mim ontem, preciso enfim seguir em frente. Quim seguiu há muito tempo e não é justo eu não fazer o mesmo.” a Fernandes disse ajeitando os fios negros que voavam em seu rosto. 

    DC sorriu para Magali apoiando a cabeça no ombro dela.         

“Acho que vou me encontrar a partir de uma visão minha, sabe? Descobrir mais sobre mim sendo eu mesmo.” o Takeda disse tirando a cabeça do ombro da amiga e se espreguiçando.                 

“E eu vou me esforçar pra não mudar de OTP.” Carmem disse piscando para DC e Magali que não entenderam, assim como os demais.                 

“Eu vou fazer alguns vestibulares bem mais relaxado, falar pro meu pai umas coisas e ter mais tempo pra minha dentucinha.” Cebola disse dando um beijinho na namorada ao fim.     

“Eu vou, pela primeira vez, dizer aos meus pais que existem coisas além de medicina e engenharia. E depois, vou seguir o exemplo do DC e me encontrar.” Mônica sorriu a DC, que retribuiu.      

“E você, Carminha, o que mudou em você em dois dias? Porque a vida deles mudou muito.” Cascão perguntou.                   

 

“Mudar em dois dias é praticamente impossível para mim, Cascão, mas a gente pode criar novas experiências que podemos levar pra vida. Eu me diverti vivendo intensamente, sabe? Fugi super da rotina e achei legal.” ela disse sorrindo.

“E aqueles pepinos?” o Araújo perguntou e apenas os dois entenderam que se tratava de alguns problemas da loira.   

“Nem tudo a gente pode encontrar uma solução rápida assim, Cascãozinho, mas quem sabe?” ela respondeu meio triste.    

“E você, Cabeção?” Cebola perguntou ao amigo.                  

 

“Acho que vou fazer um pouco igual o DC, me encontrar.” ele falou.        

“E quanto aos seus pepinos, Cas?” Carmem perguntou e Cascão suspirou.       

“Concordo com você também, nem toda solução é instantânea assim. Mas tivemos dois dias de fuga, isso já é uma grande ajuda.” o Araújo disse sorridente.             

“Dois dias de fuga? Fuga de quê?” Magali perguntou sorrindo.                   

 

“Sei lá, acho que das coisas da vida. Nosso terceiro ano acabou com a gente e talvez tudo que precisávamos era um tempinho longe de tudo e...espera aí, olha ali! Vagalumes!” o Araújo mantinha um raciocínio até se distrair com as “luzinhas” dos vagalumes.    

“Cascão sempre se perde no personagem.” Cebola comentou e os demais riram.        

   Ficaram alguns minutos só observando os vagalumes.  

“Acham que vamos nos afastar?” Mônica comentou de repente.

“Você ainda tem alguma dúvida?” Carmem respondeu e os outros membros da turma clássica a olharam feio.              

“Desculpe, turma clássica, mas a vida é mais que um grupo de amigos de infância, 'tá?” a loira comentou.          

“Carmem, isso foi cruel!” Cascão exclamou.           

“Mas ela 'tá certa. Vocês vão se afastar um dia, mas não necessariamente perder a amizade. Vocês quatro têm uma amizade muito forte para acabar assim.” o Takeda falou.       

“Em outras palavras, não terão necessariamente essa proximidade, mas não significa que vão deixar de ser amigos. Relaxem.” a loira completou.                   

 

“Olha que nunca tinha pensado assim, só tinha colocado na cabeça que iríamos nos afastar e seria meio que um ponto final.” Magali disse.                   

 

“Comunicação hoje é muito fácil para chegar nesse ponto final. Vocês têm um laço muito forte para ser rompido assim. Não deixem isso acontecer.” DC disse.               

“Nem vocês se afastem, vocês são nossos amigos também.” Magali disse entrelaçando o braço no pescoço de DC e sorrindo para Carmem.                   

 

“Sim, tanto que podem contar com a gente pra qualquer coisa.” Cascão completou e o casal clássico assentiu.         

“Se forem voltar para cá, me convidem.” a loira disse.                   

 

“Claro.” Mônica sorriu para Carmem.                 

“Não me convidem.” o Takeda disse sorrindo deixando a resposta em aberto pela expressão de confusão.             

“Gente, eu sou quem mesmo?” o dono do topete perguntou revirando os olhos e na hora todos entenderam.     

“Ah, pode deixar, DC.” a Sousa disse se levantando em seguida.                

“Não sei vocês, mas eu estou morta de sono e amanhã acordamos cedo.” a dona dos cabelos curtos disse com um bocejo.    

“Hoje, na verdade.” Cebola disse mostrando seu celular que marcava meia noite e quarenta.      

“Melhor irmos dormir.” Cascão disse também se levantando e todos o acompanharam e entraram, exceto Dc.             

“Você não vem?” Mônica perguntou e ele sorriu.  

“Achou mesmo que eu ia entrar na mesma hora que todos? Termine de entrar, por favor?” ele disse e a ex-namorada riu e acenou indo para o quarto feminino. 

 

  Todos foram se aprontar para dormir se sentindo leves.


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