Dois dias de fuga escrita por sam561


Capítulo 8
A festa


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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O quarto feminino tinha uma mistura de aromas variados: cremes de cabelos, hidratantes corporais e perfumes, as três garotas usavam apenas toalhas e roupas de baixo. Magali tinha uma toalha na cabeça enquanto fazia uma trança embutida em Carmem que terminava de lixar as unhas das mãos pintadas de preto; já Mônica, olhava suas roupas espalhadas em cima da cama achando que nenhuma serviria para a festa. Todas decidiram usarem pouca maquiagem já que nem sabiam quem estaria na festa.   

“Eu tô’ sem roupa pra ir! O que você vai usar, Magá?” a Sousa se lamentou. 

 

 “Um vestido preto que eu trouxe com a sapatilha que vim. Eu só tenho ele de decente para uma festa, senão eu te emprestava, ele é soltinho, então além de ser fresco se encaixa em qualquer corpo.” a Fernandes respondeu terminando a trança da Frufru e Mônica suspirou.

“Magá, você veste o mesmo número que eu, ainda tenho um vestido rosa e um short jeans. Você empresta seu vestido à Mônica, usa o meu e empresta aquele seu cropped bonito.” Carmem sugeriu apontando para um cropped preto com uma melancia dourada no meio, Magali a olhou incrédula.             

 

 “Carmem, minhas roupas não são de marcas. E seu status?” ela perguntou e a loira riu.      

 “Sabe... a vida é mais que um status.” a Frufru respondeu e as duas sorriram, até Mônica esboçou um sorriso.     

 “Vamos nos aprontar então?” a Sousa disse colocando o cabelo para trás e pegando o vestido da amiga.      

As garotas não demoraram para colocarem suas roupas, quando enfim terminaram cada uma se admirou no espelho: o vestido preto que Mônica usava era inteiro preto e de fato se encaixara bem ao seu corpo, usava junto dele uma rasteirinha dourada, cabelos jogados para o lado direito e, nos olhos, uma sombra clara e lápis de olho, os lábios estavam rosados; Carmem adereçou a trança embutida que a Fernandes fizera com um laço azul, o cropped, junto de seu short jeans azul-marinho com pedrinhas, combinava muito bem com sua rasteirinha preta, amarrou também sua jaqueta jeans na cintura para caso o frio viesse, seus olhos claros estavam realçados com um lápis de olho preto, delineador e sombra escura, mas não muito forte, seus lábios, em compensação, estavam com uma cor de batom vermelho vivo; Magali estava com seus longos cabelos soltos , o vestido curto de Carmem era rosa com alças fininhas e sua sapatilha preta completava o visual, em seus olhos havia passado apenas um lápis de olho preto e nos lábios um batom vinho.     

 “Acham que estou muito vulgar? Seu vestido é muito curto, Carmem!” Magali disse tentando ajeitar o vestido.    

 “Magali, acorda! Você está linda, quem sabe não consegue até ficar com alguém?” Mônica falou cutucando a amiga. 

 “Duvido que vá ter alguém novo.” a Fernandes disse.          

 

 “Não acho que minha tia chamaria a gente pra uma festa só com adultos. E a esperança tem que ser a última a morrer.” Mônica riu.                  

 

  “Vamos esperar na sala? Nenhum dos meninos está lá ainda, podemos jogar na cara deles que nós nos arrumamos antes.” Carmem disse e as outras duas a acompanharam até a sala.                     

                                                 *              

 No quarto dos meninos, os três davam seus últimos retoques. Cebola e DC ainda não estavam totalmente vestidos, o primeiro faltava as calças e o segundo os sapatos e ajeitar seu topete que insistia em cair, apenas Cascão estava pronto.              

“Gente, bora!” Cascão disse borrifando seu perfume.    

 

 “Calma, vai ver ainda vamos ter que esperar uma eternidade, você sabe que garotas demoram para se arrumar.” Cebola respondeu passando no rosto uma loção pós-barba, o Araújo olhou para o amigo de cenho franzido, assim como DC.  

“Careca...você sabe que não tem barba, né?” Cascão comentou.       

  “É pra crescer mais depressa que passo.” ele respondeu.                   

 

“Mas o nome não é pós-barba? Geralmente é usado depois de fazer a barba.” o Araújo disse pensativo.

 “Sim, mas vai que na fórmula tem algo que pode ajudar a crescer?” ele comentou e DC não conseguiu segurar a risada.           

“Cara, isso é estranho até pra mim, mas tenho que assumir, curti a lógica.” o Takeda disse ainda rindo finalmente conseguindo deixar seu topete do jeito que queria.                   

 

“E você, DC, já tá pronto?” Cascão perguntou vendo o outro se sentando para colocar seus coturnos.       

“Não.” ele respondeu sem olhar pro outro, estava concentrado em seus cadarços.              

“É não de não ou não de sim?” Cascão perguntou confuso e DC enfim o olhou e sorriu, nem havia notado que respondera não para dizer sim.         

“Não de sim.” ele respondeu se levantando.                   

 

“Acabei também, Cabeção, agora iremos esperar horas até elas ficarem prontas.” Cebola disse.                  

 

“A gente 'tá bonito, hein? Será que Cascuda vai dar piti?” Cascão perguntou.      

“Você nem 'tá tão arrumado assim, Cascão, segura a onda.” o Menezes respondeu.        

   Cássio era o que parecia mais confortável, usava uma camiseta vermelha, bermuda jeans e chinelos; Maurício estava com sua roupa habitual: camiseta preta, calça jeans e coturnos marrons; já Cebola, era o mais extravagante, vestia uma camisa preta com flores laranjas, calça caqui e, nos pés, um mocassim de couro falso. Todos estavam perfumados, Cebola parecia bem mais graças ao pós-barba.    

“Tem razão, eu estou ótimo. Vamos.” Cascão disse e os três saíram e tiveram uma surpresa: as garotas já estavam prontas os esperando e estavam lindas, exceto Magali que não estava ali.                

“Nossa, vocês demoraram, depois dizem que mulheres que demoram.” Carmem comentou.      

“E estão super perfumados! Nossa, Cebola, misturou dois frascos?” Mônica perguntou.

 

“É pós-barba, perfume e desodorante. Você está incrível!” Cebola disse dando um beijo na bochecha da namorada.             

“Achei incrível a diferença dos visuais de vocês. Cascão 'tá indo de chinelos e Cebola super na moda e DC...como DC.” a loira comentou sorrindo.                   

 

“Eu não imaginava que iria em uma festa, né? Cadê a Magá?” o Araújo perguntou.       

“Foi comer alguma coisa.” Mônica respondeu e Cebola riu.                   

 

“Não estou surpreso.” ele comentou.           

“Foi só uma maçã, ok?” a Fernandes disse atrás deles.            

Os três garotos encararam Magali boquiabertos, era a primeira vez que a viam com um vestido tão diferente de seu estilo habitual.          

“O quê?” ela questionou ao ver eles a encarando.

 

“Esse vestido é seu?” Cascão perguntou, olhando-a da cabeça aos pés.         

“É da Carmem, fizemos uma troca de roupas. Mônica está com meu vestido e Carmem com meu cropped. O que acharam de nós?” ela perguntou fazendo uma dancinha ao lado das meninas que fizeram o mesmo.            

“Eu adorei.” Cebola disse piscando para a namorada.            

“Vocês vestem números parecidos.” Cascão falou alternando os olhares entre todas.          

“Eu acho que duas solteiras vão fazer muito sucesso se tiver gente mais nova, a não ser que curtam um mais velho.” DC falou sincero.                   

 

“Os três, querido, você se olha no espelho? Mas, então, hoje a noite é nossa e tomara que tenham mais jovens.” Carmem disse e DC levantou as duas mãos e as cruzou para as duas fazerem um high-five com ele e elas fizeram.         

“Acho que sobrei hoje.” Cascão balbuciou.                 

“Não se preocupe, Cascãozinho, volta e meia a gente te dá atenção.” Magali disse e a tia de Mônica apareceu com um vestido simples azul e sandálias.                   

 

“Como eu adoro arrumação de jovens.  A festa terá comemoração dupla, além do bom ano, o filho dele tem a idade de vocês e também formou com ótimas notas e chamou muitos amigos dessa faixa de idade, então acho que terão mais jovens que velhos, enfim. Vamos lá.” Luciana disse animada. 

 

                                            *                 

 Na festa do vizinho de Luciana havia muitas pessoas, luzes, comidas e bebidas. A tia de Mônica disse que quando fosse embora avisaria e os deixou se divertirem. Os mais velhos que queriam sossego, foram para uma parte mais distante e os mais jovens, convidados do filho do dono do lugar, colocaram vários tipos de músicas que variavam.                  

 

“Essa festa caiu como uma luva. Precisávamos disso, não acha?” Cebola falou baixo no ouvido de Mônica, que nem respondeu e começou a gritar.          

“ADORO ESSA MÚSICA! VEM DANÇAR COMIGO, CÊ!” ela gritou animada, ninguém lá a conhecia, então podia curtir à vontade.             

  A música era de funk e Cebola, para a surpresa da Sousa, conhecia muito bem aquela coreografia. Vira e mexe ele flertava com a namorada, que sorria retribuindo.               

Vamo’ dá’ uma aceleradinha... sentiu? Cheirinho de sucesso!” Cebola exclamou para a namorada antes de fazer o passinho que consistia em balançar os dois braços para o mesmo lado e em seguida para trás do corpo de maneira rápida, Mônica também sabia fazer o passinho. Os dois riam muito e ela se jogou no namorado lhe dando um beijo apaixonado.            

   Em uma mesa, Cascão estava com Magali observando o casal clássico com um sorriso, era bom vê-los animados. Procurou os demais com os olhos e não viu nenhum, apenas uma garota ruiva que claramente flertava consigo. A Fernandes comia um morango com chocolate na ponta, já havia recebido muitas cantadas e ignorado todas, nenhum era interessante. De repente, Cascão saiu da mesa para atender a um telefonema de sua mãe e Carmem apareceu dançando, era outro funk.            

Que eu vou jogar bem na sua cara! E ai, Magá? Arrasando corações?” a loira perguntou animada ainda dançando.       

“Não, todos esses meninos são superficiais.” ela respondeu desanimada.                 

“Você só vai beijar o cara, não vai casar com ele. Talvez nem ver mais você veja, aproveita.” a Frufru disse mexendo os quadris.                   

 

“Falar é fácil.” Magali disse.     

“Te falta coragem. E se jogarmos um jogo dos solteiros? Magali, o Quim 'tá lá com aquela garota e você aí esperando um Romeu. Pode até achar, mas pelo menos um beijo em alguém você precisa dar pra enfim começar a sentir outros sabores, você é linda e precisa ver isso.” Carmem disse e Magali suspirou.                   

 

“Tá, mas você e DC têm que fazer o mesmo.” ela cedeu e Carmem sorriu.    

Timber! Vamos achar o DC.” a outra exclamou o verso da música que tocava alto e puxou Magali para acharem DC.   

  O Takeda estava do lado de fora quando as meninas o acharam. As duas cobriram a boca e riram escondidas atrás de uma coluna quando viram que DC beijava um garota. Assim que eles terminaram o beijo e a moça saiu, ele olhou as horas no celular e as garotas foram até ele.                   

 

“Isso aí, DC!” Carmem deu um tapa no ombro do rapaz, que riu.            

“DC, Carmem sugeriu um jogo de solteiros.” Magali começou.     

“Pra ela ficar com alguém e seguir em frente de uma vez. DC, ela disse quando 'tava trançando meu cabelo que não ficou com ninguém desde que terminou com Quim e não foi por falta de oportunidade.” a loira disse e DC olhou para elas.   

“Como é o jogo? Não se preocupem com a menina de agora, ela só queria me beijar mesmo.” ele riu.              

“Não sei, tem que envolver beijo na boca. Não entre a gente, a não ser que você queira.” Carmem deu uma piscadela a DC que negou.            

“E o que sugerem?” Magali perguntou.         

“E se fizéssemos um trato? Todos iremos pegar alguém, Magali e eu estamos de batom que sai fácil e, DC, a maioria das garotas da festa estão de batom, acho que entenderam aonde quero chegar, apareçam ou sem batom ou com uma marca de batom super borrado.” Carmem sugeriu apontando para Magali e DC, respectivamente, ao fim.   

“Carmem, você é a luz desse fim de semana. Tudo bem pra você, Magá? Aliás, essa ideia de beijar sem compromisso 'tá ok pra você?” DC perguntou à amiga que sorriu.                   

 

“Eu 'tô com o vestido de outra pessoa e tem jovens bêbados aqui que podem nem lembrar da minha cara, então vou tentar ser ousada uma única vez na vida.” ela disse e DC a abraçou.                   

 

“É assim que se fala, Magricela!” o Takeda exclamou.    

“Vamos! Girls hit your hallelujah!” Carmem disse segurando nos ombros de DC entrando e Magali foi atrás com suspiro baixo.  

                                               * 

Cascão estava entediado na mesa, não tinha nada para fazer numa festa sozinho e já estava de estômago cheio para comer mais. As músicas não paravam, eram todas animadas, mas ele não queria dançar. De repente, seu celular tocou novamente e sorriu ao ler o nome de sua namorada.        

“Oi, gata.” ele cumprimentou.            

Que som alto é esse? Você está em uma festa, Cascão? E não ia me avisar? Aposto que tá se agarrando com alguma qualquer ou com alguma que já conheço!” Cascuda gritava e o namorado suspirou.               

“Cascuda, eu 'tô sim em uma festa que é do vizinho da tia da Mô, eu nem sabia que teria. E eu não tô’ com ninguém!” ele respondeu.

Sabia sim! Aposto que neste exato momento estava com alguma garota, podia ter me ligado e dito que ia.” ela reclamou e Cascão bufou.             

“Olha, se não quer acreditar em mim, beleza, boa noite.” ele desligou, não só a ligação como o celular.     

Cascão gostava muito de Cascuda, mas ela era neurótica demais em alguns momentos. Em pouco tempo, Mônica e Cebola apareceram animados.                   

 

“O que faz aqui sozinho, Cas?” Mônica perguntou.       

“Os outros estão perdidos por aí e eu não quero segurar vela.” ele respondeu com o tom de voz ainda irritado.      

“Tudo bem? Parece estressado.” Cebola perguntou.                  

 

“Cascuda me ligou, ouviu a festa e julgou que eu 'tava pegando alguém.” o Araújo disse.             

“Por que até hoje ela não confia em você?” Mônica perguntou.     

“Eu até entendo ela no caso de hoje, Carmem e Magali estão aqui, e, bom, você já teve um lance com as duas.” Cebola comentou. 

 

 “Lance? Que lance? Eu nunca nem fiquei com nenhuma das duas! É algum crime eu ter amigas solteiras?” ele questionou.   

“Olha, hoje não é dia de ficar desanimado, 'tá rolando uma festona e vamos embora amanhã. Vem dançar com a gente!” a Sousa disse o puxando.                   

 

“Eu não sei dançar.” ele respondeu e Cebola o puxou também.             

“Nem a gente. Vem, Cabeção, você animou a gente o ano todo, hora da gente te animar também.” o Menezes disse e Cascão sorriu se deixando levar.       

 

                                               *                   

  Carmem já havia beijado alguns garotos, sua boca já estava completamente sem batom, então decidiu comer e dançar. Alguns rapazes foram dar em cima dela e ela negou, não queria mais nada, porém, um rapaz mais velho não aceitou muito bem o não.       

“Como assim não quer ficar comigo? 'Tá achando que é a mais gostosa daqui? Posso garantir que não.” o rapaz disse e ela deu de ombros e ia sair do lugar quando ele a pegou pelo braço.                   

 

“Me larga.” a disse e ele riu apertando o braço dela.             

Carmem virou para dar um tapa no rosto do rapaz que foi mais rápido e segurou sua mão com o braço livre e ela ficou sem reação.                   

 

“Larga ela!” era DC, com feição séria.              

“E o que o garotinho vai fazer?” ele perguntou debochado e Carmem aproveitou a distração para dar uma joelhada forte nas partes íntimas do rapaz, que se contorceu de dor. DC puxou Carmem para um canto e se sentou com ela.                

“Tudo bem?” ele perguntou olhando-a nos olhos e ela sorriu.              

“Tudo, estou bem agora. Sempre tem um cara desses pra acabar com a diversão dos outros.” Carmem respondeu.        

“Gostei do seu golpe.” ele disse e ela sorriu.             

“Obrigada. Mudando de assunto, será que Magali se deu bem?” a loira perguntou.    

“Eu estava de olho nela para garantir que nenhum brutamontes desses que não sabe ouvir um não fosse assediar ela, mas ela parecia bem. Mas o batom estava intacto.” ele disse rindo ao fim.                   

 

“Vamos dar mais um tempinho a ela e veja você...quantas beijou?” Carmem perguntou vendo as marcas de batom no rosto dele.                   

 

“As que deram em cima, nem perguntei o nome. Sou meio competitivo às vezes.” DC respondeu e Carmem riu.       

“Vamos comer então, estou faminta.” ela disse e os dois foram pegar comida.  

 

                                         *                  

Magali ainda não havia tido coragem de beijar ninguém, talvez fosse falta de vontade, mas não sabia. Sentou-se em uma cadeira ao lado de um rapaz que parecia estar desanimado enquanto comia uma fatia de melancia.                

“Como alguém fica tão pra baixo comendo melancia?” ela puxou assunto sem segundas intenções.                  

 

“Meu pai montou essa festa para mim e para comemorar um bom ano, eu chamei todo mundo de todos os terceiros anos da escola, eles toparam e eu, achando que eles tentariam ser meus amigos, fiquei completamente sozinho.” ele disse desanimado e Magali começou a reparar no garoto: ele era moreno, bem magro, cabelos cheios de cachos e óculos de grau, ele vestia uma camisa gola polo, calça jeans e tênis, era o oposto de Quim e até que o achara bonitinho.              

“Bom, se a festa é sua, vem dançar.” ela disse e ele olhou envergonhado.       

“Eu não sei dançar, ainda mais com uma moça tão bonita.” ele disse e ela sorriu o puxando com o pensamento que talvez ele não fosse tão diferente de Quim.                   

 

“Vem logo.” Magali o puxou de uma vez e começou a dançar com ele.                   

 

Naquele momento, um pseudo-amigo desse garoto apareceu praticamente comendo Magali com os olhos.     

“E ai, Jão.” o rapaz disse sem tirar os olhos de Magali.                 

“Meu nome é Bernardo.” o de óculos respondeu e o outro sorriu, para Magali.         

 

“Que seja, não vai apresentar sua amiga?” ele disse olhando-a da cabeça ao pés.  

“Bernardo, vamos comer algo que estou faminta.” ela disse o puxando para uma mesa distante, deixando o outro rapaz sozinho que deu de ombros.         

“Qual seu nome mesmo?” ele perguntou ao sentar.            

“Magali.” ela respondeu.                   

 

“Nunca te vi por aqui, Magali.” Bernardo comentou.         

“Estou na casa da sua vizinha com meus amigos. Mas, Bernardo, quantas pessoas daqui são seus amigos?” ela perguntou e o garoto suspirou.                   

 

“Nenhum, meus únicos amigos não gostam de festa e nem eu. Odeio fazer coisas que não quero só para agradar alguém.” ele disse e ela sorriu.                   

 

  Conversaram por alguns minutos, o rapaz era uma pessoa legal e interessante, o papo só parou quando o celular alertou uma mensagem de Mônica que a chamava para a pista de dança, só faltava ela. Magali olhou para Bernardo, que olhava para o lado, e pensou se beijava o rapaz ou não, para concluir o combinado.          

“Bernardo...” ela disse e ele se virou para ela que se inclinou no rosto dele e o beijou na bochecha, que logo esquentou.     

“Parabéns pelo fim do ensino médio, tudo de bom.” ela disse saindo e ele apenas acenou com um sorriso.           

    Magali foi direto para onde os amigos estavam dançando, DC e Carmem a olharam e ela foi até eles.           

“Eu beijei alguém, na bochecha, mas beijei.” ela falou sincera e os dois a abraçaram.       

“Vamos relevar porque é você. Mas ai de você se nas festas da faculdade ficar no beijo na bochecha!” Carmem exclamou e Magali sorriu indo até os outros amigos.                   

 

“Cas, vamos dançar.” ela se aproximou do melhor amigo que dançava mais solto com ela.       

 

  Mônica parou de dançar um momento para ver os amigos: Cebola dançava animado, ele amava dançar, mas nunca dizia a ninguém; Cascão e Magali dançavam em uma perfeita sincronia; Carmem dançava com DC uma dança muito embaraçosa que o Takeda inventara de fazer e a loira ria acompanhando. Naquele momento, sorrindo e vendo os amigos sorrirem, sentiu que ter ido àquela festa havia compensado todas as infelicidades que tivera ao longo do ano.        

Já eram dez da noite quando Luciana foi chamar a sobrinha e os amigos para voltarem ao sítio já que ainda tinham que arrumar suas coisas para voltarem para casa e iriam pela manhã. Magali viu Bernardo e foi se despedir dele.          

“Já vou indo, parabéns pela festa.” ela disse e o rapaz sorriu abertamente para ela que o olhou bem, o sorriso era bonito.    

“Tchau, Magali, adorei te conhecer.” ele falou e ela lambeu os lábios e se virou para os amigos que a esperavam.              

“Quer saber? As novas experiências ainda estão rolando.” Magali falou mais para si do que para Bernardo e, de súbito, puxou o rapaz pela gola da camisa e o beijou nos lábios.                   

 

  Quando parou, olhou para o menino estático, que tinha um meio sorriso surpreso, e deu uma piscadela indo até os demais que também olhavam surpresos.          

“Isso, garota!” Carmem e DC falaram ao mesmo tempo.       

“Magá, me conta tudo!” Mônica exclamou sorridente.         

“O guri até bugou.” Cebola riu cutucando Cascão que riu.          

“Vamos? Amanhã será um longo dia.” Luciana disse e eles a acompanharam animados, haviam se divertido muito.


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Notas finais do capítulo

Adorei escrever esse capítulo kkkkk

Músicas que eles cantarolaram/dançaram:
Fuleragem - MC WM

Na sua Cara- Anitta feat. Pablo Vittar

Timber- Pitbull feat. Kesha

Uptown Funk- Mark Ronson feat. Bruno Mars



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