Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 36
Uma garota no bar




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P.O.V. Kelly.

Eu tenho nome de menina. Meu pai é o Nick Burkhart e minha mãe era Adalind Scheade. Sou meio Grimm, meio Hexenbiest.

Meu nome é Kelly por causa da minha vó. Kelly Burkhart, ela morreu antes de eu nascer. Eu acabo de terminar com a minha namorada, estávamos juntos desde o colégio e agora meus amigos me convenceram a sair para curtir um pouco.

Então, uma garota entrou no bar, usando um vestido preto, meia calça preta e jaqueta de couro. Brincos enormes e longos prateados nas orelhas, o cabelo que era num tom de ruivo estranho estava preso num rabo de cavalo médio, mas tinha um topete não muito alto para enfeitar.

—Aquele é gostosa. Tem cara de encrenca, mas seria boa por uma noite.

—Qual é cara, isso é desrespeitoso.

—Não é como se ela pudesse ouvir.

P.O.V. Hope.

Idiotas. Eu pedi uma cerveja, não queria uísque, uísque me lembrava do meu pai. Ele não bebia, ele colecionava. Não me pergunte porque.

—Olá para você também.

—Uau! Olha, eu não quero ser desrespeitoso, mas meus amigos me desafiaram a vir aqui falar com você.

—Quantos anos você tem? Dez? Desculpe, eu não quis ser rude. Eu só... estou cheia de escuridão agora. Muitas coisas ruins aconteceram, mas você não quer saber.

—Na verdade, eu quero.

—Não. Não quer. Mas, vamos fazer um acordo. Eu te ajudo com os seus amigos idiotas e você fica me devendo uma. Fechado?

—Só me disser o seu nome.

—Hope.

—Kelly.

—Kelly?

—Minha vó chamava Kelly ai como ela morreu, me batizaram em homenagem a ela.

—Legal. Minha vó era doida. Ela era... bem, nem sempre ela era. Ah, para Hope. Não quero pensar em barraco de família agora. Então, um acordo é um acordo.

Eu dei um beijo na bochecha dele.

—Gostei. Posso ter o seu telefone?

—Não abusa.

—Tudo bem.

—Tchau, Kelly foi um prazer conhecer você.

P.O.V. Kelly.

Ela saiu e quando passou pela nossa mesa a cerveja do Vince explodiu. Eu vi a mão dela se mexer.

Segui-a até um outro bar, um bem mais barra pesada.

—É. Ela é mesmo encrenca.

Eu não consegui passar da porta. Porque, de repente todas as portas se trancaram sozinhas.

—O que é isso?

P.O.V. Hope.

Só os piores entre os piores, membros de gangues, assassinos de aluguel, estupradores. Eles se reúnem aqui e a polícia deixa. O lugar perfeito para matar a minha sede. E liberar toda essa escuridão.

Não me julguem. Ser apagada da memória de todos que você ama, estar presa no vazio muda você. Para sempre.

Eu ouvi os gritos deles, ouvi eles implorarem. Os mais durões supostamente, chorando como bebês. E duma forma, isso me fez sentir melhor por um tempo. Não só porque eu me alimentei do sangue deles, mas porque eu transferi a minha raiva, a minha solidão, a minha dor para eles. Por um tempo.

 


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