Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 33
Meus filhos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780698/chapter/33

P.O.V. Doutora Carslile.

Estou tratando a paciente Genevieve Levesque á quase um ano agora. E vamos fazer uma sessão com ela e seus filhos.

Me lembro de quando ela me pediu para trazer os filhos.

Flashback On.

—Quer me dizer alguma coisa?

—Eu me pergunto se... é permitido que eu traga os meus filhos para falar. Porque eu... eu desejo falar coisas, mas eu não sei como. Então, talvez você pudesse me ajudar.

—Claro. Na próxima sessão você pode trazê-los.

Flashback Off.

Aquela a primeira vez em um ano que Genevieve já pediu ajuda diretamente.

P.O.V. Alec.

Eu vou á terapia com a minha mãe e a minha irmã. Hope me convenceu.

—Então, vocês devem ser o Alec e a Jane.

—Somos.

—Eu vejo a semelhança entre vocês e a sua mãe.

P.O.V. Doutora Carslile.

Os dois entraram na sala com a sua cara neutra e a roupa impecável. Eles se sentaram os três no sofá.

—Então... o que você queria dizer, Genevieve?

—Eu... eu queria dizer... quero dizer que... sinto muito.

Começou a ventar dentro da minha sala e não era um vento normal. Então, notei que Genevieve estava se segurando para não chorar.

—Chore. Só... deixe sair, do jeito normal.

E ela começou a chorar como uma catarata.

—Eu falhei com vocês. Talvez, se eu tivesse lhes ensinado o que Dafne me ensinou... as coisas teriam sido diferentes.

—Quem é Dafne? E que coisas?

—Minha tia. 

Ela não conseguia falar de tão engasgada que ela estava. No choro.

—Ela está falando de magia.

—Oh!

—Eu... me lembro do dia que ele apareceu em nossa casa. Eu estava estendendo os lençóis no varal. E Jane estava correndo atrás... duma borboleta. Vocês, começaram a correr no meio dos lençóis. Então, eu o vi. No momento em que pus meus olhos nele, eu soube o que ele era. Quando o vi, ele estava perto demais de vocês.

—Ele quem, Genevieve?

—O vampiro. Aro. Eles eram crianças, Jane estava sem os dentes da frente e... Por Deus, eles eram filhos de Percival. Pensei que a criatura queria vingança, então eu os afastei. Mas, ele sumiu.

P.O.V. Alec.

Nossa mãe tinha conhecido Aro?!

—Os anos se passaram e vocês cresceram. Eu nunca lhes ensinei magia porque... eu só queria que tivessem uma vida melhor. Mas, não importava. Porque mesmo em tenra idade vocês já faziam magia instintivamente. Vocês eram tão unidos, mas o povo... eles eram cruéis, eles eram maus. Então, um dia... naquele dia terrível... vocês estavam voltando pra casa pela floresta. Eu ainda me lembro das flores. Flores do campo amarelas. Vocês as colheram para mim, mas quando eu cheguei... Jane estava inconsciente. Você chegou em casa, Alexander, mas a Jane não. Aqueles vermes covardes! Aquelas proles nojentas! Eles a haviam atacado. Batido nela com paus, mas eu percebi que ela tinha feito magia. Porque seu nariz estava sangrando.

Ela esta chorando um rio.

—Então, eles vieram. Todos eles. Arrastando você, ainda posso ouvir os seus gritos. Chamando por mim. E eles levaram vocês. Eu lutei até o fim, por vocês. Posso ainda ouvir a multidão furiosa berrando e ver a fogueira sendo acesa.

Nós não nos lembramos disso, mas ela lembra.

—Eu sei o que fizeram com o vilarejo. E não foi sua culpa. Foi minha. Eu sou sua mãe, eu os perdoaria por qualquer coisa que fizessem. Mas, devo dizer que ter que assistir enquanto o meu filho corajoso e nobre era lentamente transformado num... ser sanguinário e minha filhinha que me colhia flores transformando-se numa torturadora... isso doeu.

—E porque não nos ensinou magia?

—Porque eu só queria lhes dar uma vida melhor. Sem medo da perseguição. E vocês nem fazem ideia do quanto é fácil... deixar-se levar pela escuridão, pela ira. E como vocês tem o temperamento do seu pai... seria ainda mais fácil.

Ela sabia sobre a maldição do lobisomem?

—Você sabia sobre a maldição do lobisomem?

—É claro que eu sabia. Não sobrou um. Nenhum vivo. Vocês mataram todos eles. Quando vocês mataram pela primeira vez...

—Nos transformamos.

—Sim. O vampiro ficou horrorizado com o que tinha criado e bem, sabem o que aconteceu depois, certo?

—Sim. E não foi sua culpa. Nada daquilo. E eu entendo, mãe. 

—Nós entendemos. Nós te amamos. 

—Amo vocês também. Com todo o meu coração e mais do que qualquer coisa.

Nos abraçamos.

Isso explica os terrores noturnos da nossa mãe. Ela acidentalmente tinha botado fogo no quarto enquanto dormia e quando acordou no meio do fogo ela entrou em pânico e berrou. E isso fez estourar uma janela.

—E quanto ao Castelo?

—Que Castelo meu filho?

—Aquele onde levou o Henry.

Ela respirou fundo.

—Eu não nasci no vilarejo. Eu nasci nobre. Dentro do Castelo. O Castelo era nosso, mas... fomos traídas. Os soldados não eram apenas soldados. Eles tinham caçadores. Invadiram nosso lar, massacraram meu primeiro Coven. Assassinaram a minha tia Dafne. Eu aconteci ao Castelo. Após o falecimento de minha tia... eu estava tão triste, tão furiosa e eu descontei toda a minha fúria neles. Eu me entreguei completamente á escuridão. Então, eu tive vocês. E eu queria ser alguém melhor, alguém digna de ser sua mãe.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Deep End" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.