Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 30
Guerra Civil




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P.O.V. Henry.

As coisas estão ficando cada vez mais fora de controle. Os membros da Irmandade do Sol estão sendo caçados.

—Levaram mais um.

—É. E isso é esquisito. Elas levaram um membro, mas nem tocaram nos outros vinte e sete.

Estamos tentando rastrear os movimentos delas, estamos a meses sentados aqui na sala de computadores encarando as telas, tentando juntar as peças do quebra cabeça.

—Tem que haver alguma ligação entre as vítimas!

—Todas eram membros da Irmandade do Sol.

—Uma ligação além dessa. Porque, elas levaram Mary Clarkson, mas nem se deram ao trabalho de tocar nos outros presentes.

Estávamos olhando para o telão onde estavam todas as fotos e os perfis de todas as vítimas de Hope e da vó.

—Isso não faz sentido. Não parece haver um padrão. Elas já levaram homens, mulheres, asiáticos, negros, brancos, loiros, morenos, indígenas.

—Pelo menos eles não são racistas.

Disse o Bozer. E olhamos feio pra eles.

—Desculpem. 

—Tem que haver uma ligação. Algo que não estamos vendo.

—Analise de novo. Tudo pode ser uma pista.

Ficamos encarando o monitor por horas. Até desistirmos.

—Porque elas matariam alguém que faz trabalho humanitário e doa sangue?

—Discípulos virtuosos.

—O que?

—É isso! É isso! Hope e a vó estão matando os discípulos virtuosos! Essa é a conexão. 

As semanas se passaram e os corpos estavam se acumulando.

—Quantas pessoas elas já mataram?

—Trezentas e trinta e duas.

—Então só falta uma vítima.

Graças ao conhecimento que o meu irmão obteve sendo namorado da Tribrida conseguimos rastrear as duas.

—Um prédio duma indústria farmacêutica?

—O prédio fica encima de um ponto energético. Uma... linha de Ley.

—Como sabe disso?

—Hope me ensinou.

Quando entramos haviam guardas armados e uniformizados. Fomos rendidos, mas eles agiam como zumbis.

—Porque estão fazendo isso?

—Eu esperei por vocês a noite toda. Olá.

—O que vai fazer?

—Eu preciso de mais um. Mais um discípulo virtuoso.

—Não! Não você me prometeu!

—Desculpe querida, mas eles precisam sofrer como nós sofremos.

—Não! Eles são meus amigos! Você me prometeu que se eu te ajudasse no seu ritual maluco você ia deixar eles fora disso!

—Sinto muito, mas essa é uma promessa que eu nunca pretendi cumprir. Quando a plebe sofre os reais não se importam. Tem que ser o sangue deles!

—É mesmo?

Haviam dois caixões e o pai da Hope estava num deles. Então, a Hope colocou uma faca no próprio pescoço.

—O que está fazendo?

—Enquanto eu viver, a tia Jane também viverá.

—Você não faria isso...

Hope começou a abrir um talho na própria garganta. E quando a vó avançou ela fez algum tipo de encantamento que a fez voar longe.

—Sua criança tola!

—Simon agora!

Um vampiro passou zunindo por nós e começou a destruir o altar.

—Não! A Minha filha!

A bruxa foi com tudo pra cima do vampiro, foi um ataque físico e algo aconteceu. Uma luz azul!

—Tia Jane!

A bruxa começou a queimar.

—O que diabos...

—Corram!

Outra luz veio e de repente nós estávamos do lado de fora do prédio e vimos o último andar explodir.

—Onde está a Hope?

—Acho que ela ficou lá dentro. Acho que ela morreu.

P.O.V. Hope.

Deu certo. Deu certo. Eu completei o ritual e trouxe minha tia de volta. Matei minha vó psicopata e salvei minha família.

Eu sabia que a minha vó ia me trair. Não sou assim tão burra. Então, tramei um plano melhor, um plano de contingência secreto.

Um feitiço de transporte.

—Mãe! Pai. Tia Jane.

Nos abraçamos.

—Você está bem?

—Estou. Como estou aqui e onde é aqui, exatamente?

—Nem faço ideia. Mas, eu usei a vovó Genevieve para fazer um ritual e te trazer de volta.

—Espere, nossa mãe?

—É. Mas, ela morreu. Eu tive que acabar com ela.

—Onde estamos?

—Não sei. Mas, está nevando.

Estávamos numa cabana. De madeira rústica, como uma cabana de inverno.

Começamos a tentar nos situar e descobrimos que estávamos na Sibéria.

—Como viemos parar aqui?

—Um feitiço de transporte super antigo. Eu fiz uma versão alternativa disso, mas esse é o feitiço original. Ele precisa de condições muito específicas para se manter. Um local que fique encima de um ponto energético. Uma corrente telúrica, uma linha de ley. Um local onde as fronteiras entre os mundos, as realidades, o tempo e o espaço fiquem turvas.

E passamos meses na Sibéria, na cabana. Tomando chocolate quente e fazendo a reunião de família que tínhamos direito. Bem, eu e a mamãe bebemos chocolate quente.

P.O.V. MacGyver.

Que merda. Nós pensamos que ela tinha mudado de lado, mas...

—E se a vó maluca a coagiu? Usou o vínculo entre nós e a Hope contra ela?

—É uma possibilidade. O estranho é que os peritos encontraram apenas um corpo no local da explosão. Sendo que haviam seis pessoas lá. 

—Seis pessoas? Hope, a vó dela Genevieve, seu pai Alec, sua mãe Renesmee, sua tia Jane e a vítima.

—Vítima?

—Mary Clarkson. A perícia examinou os restos e eles pertencem á Mary.

—Está dizendo que... acha que Hope e sua família ainda estão vivos?

Matty deu de ombros.

—Como eles poderiam ter sobrevivido? Se a própria Hope já disse que explosões matam vampiros?

Então eu reexaminei as plantas do lugar, as filmagens das câmeras de segurança do prédio pouco antes da explosão. Então eu notei uma coisa.

—Mas, ela não é só uma vampira. Ela é a Tribrida. Hope é... parte bruxa. O que significa que ela tem magia.

—MacGyver você não tá fazendo sentido.

Ela me falou uma vez dum feitiço de transporte. Uma espécie de encantamento que funciona como um portal e é usado em caso de emergência.

—As luzes azuis. Hope usou o feitiço de transporte para salvar a si mesma e a sua família. Talvez ela tenha acidentalmente salvado Genevieve também.

—Feitiço de transporte?

—Ela não estava lá dentro quando o prédio explodiu. Nenhum deles estava.

P.O.V. Hope.

Eu estalei os dedos e a cabana voltou a ser o apartamento que era antes.

—O que?! Como...

—Relocação.

P.O.V. MacGyver.

Não é possível!

—E se... a cratera que ficou no apartamento no prédio das indústrias farmacêuticas não foi causado por uma explosão?

—O que?!

—E se o apartamento inteiro... foi deslocado antes disso?

—MacGyver, você tá passando mau?

—Não! Hope me falou dum antigo e super raro tipo de feitiço de viagem inter-dimensional?

—Espera, o que?

—Pensem á respeito. Ela me falou desse feitiço um mês antes das mortes começarem, um mês antes dela "mudar de lado". E se existe alguém que conseguiria fazer um feitiço super-raro e super poderoso como esse... é ela. As luzes azuis. E á dois meses atrás no exato momento da explosão houve uma queda drástica de energia que ocorreu em um só quarteirão. Bem no edifício onde estávamos. Onde Hope e sua família estavam. E se... ela canalizou ou sifou essa energia para fazer o feitiço?

P.O.V. Riley.

Cara, isso é terrível, mas aconteceu.

—Eu acho que está em negação, MacGyver.

—Mesmo? Então, me diga onde estão os restos da Hope, da família dela.

—Não sabemos se eles queimam completamente. Se sobra alguma coisa depois deles morrerem. Eu nunca vi um vampiro morrer.

—Eu acho que ele tá certo.

—O que? Sério, Henry?

—Qual é? Pense á respeito. Á alguns anos atrás, tudo bem. Eu concordaria. O meu irmãozinho surtou. Mas, temos bruxas, vampiros e lobisomens vivendo entre nós, abertamente! E nós não sabemos quase nada sobre eles. Sobre como suas habilidades realmente funcionam! O quão longe pode ir.

E o meu irmão passou dias fazendo cálculos malucos que ninguém além dele conseguia entender. E por Deus, no fim ele tava certo.

—Seu filho da mãe! Nós encontramos eles!

—Eu os encontrei!

—Tá.

—E pra onde vamos?

—Sibéria.

—Sibéria?!


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