Deep End escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 26
Deep End




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P.O.V. MacGyver.

Deus me perdoe, estou desconfiado do meu pai biológico espião que pensei que tava morto. Ele perdeu dois almoços semanais que ele nunca perde e não fala quase nada.

E pra fechar com chave de ouro estou preocupado com a Hope. Ela está muito cheia de coisa na cabeça. A guerra civil no submundo, a constante ameaça de humanos ignorantes que fazem atentados contra os lobos, os vampiros, as bruxas. E ela está nessa sozinha.

Fez um feitiço de ocultação para esconder os pais. Porque ela é uma figura importante e os pais podem ser usados como moeda de troca. Hope está chorando e nunca em anos de relacionamento a vi chorar. Ela é durona como a mãe dela.

Mas, acho que é muito para lidar. Ser representante das facções, a única de sua espécie, ter que lidar com a magia negra, com a sede de sangue, com o preconceito da humanidade, os ataques aos cultos das bruxas, os bombardeiros suicidas que vez por outra explodem o acampamento dos lobisomens. E sobra pra ela apagar o incêndio. Socorrer os feridos, impedir mais matança.

Acho que ela tá sobrecarregada. 

—Vai me dizer o que tá acontecendo?

—Só... é só problema. Eu só levo bordoada de todos os lados. Isso está alimentando a minha raiva e consequentemente...

—A magia negra.

—É. Por séculos o sobrenome Volturi foi sinônimo de medo, dor e devastação. Eu não quero continuar este legado. Quero ser boa, mas ninguém parece querer colaborar comigo. Estou dando tudo o que eu tenho, tudo que eu sou para tentar impedir uma guerra sangrenta e selvagem. Mas, parece que o povo só quer brigar. Ninguém quer compreender, pobre, rico, crente, cachaceiro, humano, vampiro, lobo, lobisomem, bruxa, feiticeiro. Todo mundo só pensa em si. Ta nem ai para os outros.

Disse Hope chorando compulsivamente. Ela chorava de soluçar.

—A gente quer falar, mas ninguém quer escutar. O povo só quer saber de brigar e de festejar. Quando a coisa aperta mesmo estou sozinha.

Simplesmente a abracei e deixei ela chorar.

—Você não está sozinha.

—Sinto tanto a falta da minha mãe, do meu pai. Os malucos mataram minha tia, estragaram o casamento da mãe do Henry, atacaram o acampamento e eu realmente não sei mais... o que... fazer. E depois do que aconteceu na missão hoje... eu provavelmente... virei a vilã da sua história também.

O que?! Olhei bem no fundo daqueles olhos azuis encharcados de lágrimas.

—Não. Não é. Você é uma das melhores pessoas que eu já conheci. Sei que não faria aquilo se não precisasse. O mal é relativo. Se não tivesse feito aquilo, nós provavelmente estaríamos todos mortos.

 


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