Na Torre Mais Alta escrita por Laurus Nobilis
Notas iniciais do capítulo
Ninguém sabe se a menina fantasma do Castelinho do Flamengo realmente existiu, embora ela tenha nome e sobrenome: Maria de Lourdes Feu Fernandes.
Dizem que ela aparece de madrugada em um vestido branco, caminhando tranquilamente pelo Castelinho. Depois de dar "boa noite" aos guardas noturnos, antes que eles possam processar o que aconteceu, desaparece.
Para um fantasma tão simpático, Maria de Lourdes tem uma história trágica. Quer conhecê-la?
Por que não ouvir de sua própria boca?
(Aqui está a segunda fic que escrevo com base em uma lenda urbana do Rio de Janeiro. A primeira foi sobre Bárbara dos Prazeres, a bruxa do Arco do Teles. Se eu descobrir mais alguma lenda que me pareça interessante, com certeza escreverei uma nova história. Bixxxxxxcoito)
Estou quase dormindo quando ouço um ranger de portas.
Quem está aí?!
Não é você, não é…?
Não. Não, ele não vem mais aqui.
É apenas uma garota. Uma jovem não muito mais velha do que eu, com uma câmera em mãos e olhar atento e curioso.
Arrancada de meu poeirento estupor, eu me lembro. Este não é mais o mesmo lugar onde um dia vivi. Graças a Deus, se Ele existe, é um simples ponto turístico agora.
Mas ninguém nunca vem até onde estou. A torre é interditada.
Você por acaso invadiu onde não deveria, menina?
Seus olhos se arregalam.
Talvez porque apareci para você. Estou nas partículas que permeiam o ar, no reflexo das velhas janelas e na lente da sua câmera.
Você quer fugir, mas sinto muito, não vou deixar. Tranquei a porta.
Fique um pouco por aqui. Converse comigo.
Estou tão sozinha…
Qual o seu nome?
O meu é Maria. Maria de Lourdes. E o Castelinho do Flamengo já foi meu lar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
A protagonista da história poderia muito bem ser eu. Sou louca para ver um fantasma e só não subi até a torre mais alta na minha última ida ao Castelinho porque estava interditada. Não sou de quebrar regras.
Já fiquei presa num banheiro antigo de lá, foi sinistro.