Lembranças Cinzentas escrita por J S Dumont


Capítulo 2
2 - Edward


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, voltei com um novo cap. agora a fic começará a ser att normalmente já terminei as duas fics que estavam faltando finalizar e agora me dedicarei mais a essa, espero que gostem do cap. e não deixem de comentar!!! *-* e favoritar também...



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DOIS

Edward

ANTES

— Edward, para esse carro! – Grace pediu para mim, num tom de desespero, mas aquele pedido dela me fez pisar mais fundo no acelerador.

Eu não conseguia olhá-la, sentia um ódio dentro de mim tão grande que subia pelo meu corpo, até chegar ao meu cérebro. As lágrimas desciam dos meus olhos sem controle algum, minhas mãos tremiam, eu não estava com condição alguma para dirigir, eu sabia disso, tinha total consciência, mas mesmo assim eu o fazia, não conseguiria parar, não até chegar ao meu destino e resolver tudo aquilo.

— Como você pode fazer isso? Como você me enganou dessa forma Grace! Você destruiu nossa família, nossa vida... – eu falava, enquanto mais lágrimas escorriam dos meus olhos.

— Eu sinto muito Edward, eu sei que temos que conversar, mas não nessa condição, não dessa forma, para esse carro para gente conversar, por favor! – ela implorou, pelo tom de voz parecia que ela chorava também, ao mesmo tempo estava assustada, muito assustada.

— Vamos conversar sim, na presença dele! – eu disse aos gritos, vi que ela se assustou.

— Edward não... Você está nervoso! Vamos se acalmar primeiro...

— Não, eu quero olhar na cara dele...

— Não Edward!

— Você está o defendendo é isso? – eu perguntei, olhando rapidamente para ela. – Por que não se casou com ele então? Por que me fez de palhaço todos esses anos?

— Não foi essa minha intenção! – ela disse.

— Foi sim! – respondi aos gritos, apertando mais forte o volante do carro, depois de uma rápida olhada na estrada, voltei a olhá-la.

— Me perdoa Edward! – ela pediu.

— Eu te odeio Grace, eu nunca, na minha vida, irei te perdoar! – e essas foram as ultimas palavras minhas para ela, enquanto a olhava.

— Edward, por favor, EDWARD CUIDADO! – ela gritou, olhei novamente para estrada, para então ver uma forte luz de farol se aproximando, tentei desviar daquele carro, virando o volante com tudo, e até consegui, porém, a alta velocidade fez com que eu perdesse o controle dele, e então ele capotou, saindo da estrada e caindo morro abaixo. Senti um forte impacto e tudo ficara escuro, eu havia perdido a consciência.

~*~

AGORA

Ás vezes eu olhava para ela pelo espelho do carro, ela estava sentada no banco de trás, bem no meio, não se dirigia para nenhuma das janelas, parecia querer evitá-las. Ela estava abraçada ao urso que ela chamava de Ted, sempre está com ele, fora o ultimo presente que sua mãe deu para ela, acho que por isso ela gosta tanto dele, não posso negar que á medida que ela cresce, acaba se parecendo cada vez mais com a mãe. E isso me fazia ter cada vez mais dificuldade de encará-la.

Emma possui os mesmos cabelos loiros e os olhos azuis, o mesmo rosto dócil e os lábios finos. Até a forma em que ela me olha ou como sorri. Um meio sorriso de canto de lábios, idênticos ao dela. Eu cheguei a ver umas fotos de Grace quando era criança, e realmente era quase idêntica a Emma, fico me perguntando como será quando ela ficar mais velha? Será que Emma cometerá os mesmos erros da mãe? Será que isso está em seu sangue? Faz parte de sua genética? Como se fosse um ciclo do mal? Se isso acontecesse, eu preferia estar muito longe.

— Estamos chegando? – ela perguntou parecia ansiosa. Também fora longas horas de viagem, como sempre trocamos poucas palavras, que se resumia “estou com sede” ou “preciso ir ao banheiro” falados por Emma, então no meio do trajeto parei no posto de gasolina, para ela usar o banheiro e comer um lanche.

Ela reclamou da sujeira do banheiro, mas conseguiu usá-lo, depois nós sentamos a mesa de uma lanchonete e ela comeu seu lanche e eu bebi apenas uma xícara de café, novamente ficamos em silencio, ela olhava para baixo, também não gostava muito de me encarar, ás vezes olhava para seu urso Ted que ela o colocou sentado em cima da mesa, ás vezes eu a pegava conversando com ele, como se ele fosse uma pessoa e pudesse lhe fazer companhia.

Acho que Emma desistiu de mim, eu não a julgo, não sou um bom pai, não que eu a culpe por algo ou não goste dela, é só uma criança, é o que sempre penso. Mas ser um completo idiota se tornou algo mais forte do que eu. Eu simplesmente sinto como se as palavras faltassem em minha boca, é como se o ar pesasse quando ela está por perto, é como se não vivêssemos juntos, ou compartilhássemos os a mesma casa. É como estar perto e ao mesmo tempo longe. Ela não merece, eu sei, mas também eu não mereço, tudo que acontecera era um peso difícil de carregar.

Quando voltamos para estrada e vi passar a placa Green Ville senti um alivio, a longa viagem estava acabando, não que eu estivesse esperançoso de que ali as coisas seriam diferentes. Simplesmente eu queria ter algo diferente para pensar, queria ter outro afazer, decidi ir para uma cidadezinha pacata do interior para mudar o ritmo da minha vida, ali tinhas boas fazendas em sua parte rural, comprei uma que estava sendo vendida pela metade do preço, o dono estava desesperado para voltar para a vida da cidade grande.

Fiz um bom negocio, embora soubesse que ali iria precisar de muitas reformas pela casa sede não estar nas suas melhores condições, teria que pintá-la, trocar o piso, fazer uma reforma na cozinha e quebrar um dos quartos para torná-lo maior, o estábulo também precisaria de reforma, mas em compensação, eu já teria alguns cavalos e alguns gados, e pelo que me pareceu o dono sempre cuidou muito bem deles.

Emma parecia animada com a ideia de ter cavalos, não que ela tenha mostrado essa empolgação para mim, simplesmente eu a ouvi falando para o seu urso Ted, ás vezes paro atrás da porta do quarto dela e a escuto falar, ás vezes é a única parte do dia que escuto mais a voz dela. Com o urso ela conversa, conta os seus receios, seus medos, suas aflições, somente assim eu soube que ela tem medo de trocar de escola, está com receio de não conseguir fazer novos amigos, ela ainda se pergunta se irá gostar de viver em uma fazenda, mas por outro lado, vai ter animais que farão companhia para ela, os cavalos, talvez até cachorros, ela começara a criar nomes para eles sem nem mesmo conhecê-los. Só a ouvindo falar ali com o urso, que me fez se dá conta de que simplesmente ela é uma criança normal, só não é normal quando está perto de mim, mas eu nunca fiz questão de fazer algo para mudar isso.

Quando cheguei á fazenda, logo vejo um carro parado em frente ao portão de entrada, parecendo estar esperando algo, o reconheci de imediato, me dando conta de que aquele carro estava esperando por mim, estaciono atrás dele.

— Tia Alice! –eu escuto a voz de Emma falar.

Desço do carro, e fico surpreso, quando vejo minha irmã Alice descer também do seu carro, acompanhado de seu marido Jasper e de nossa mãe Esme.

— O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei a eles, peguei o controle do portão no meu bolso, o aperto para fazê-lo abrir.

— Viemos ajudá-lo na organização, sabemos o quanto mudança é complicado, então, de nada... –Alice disse de uma forma irônica. Ela sempre fora assim, é a caçula de três irmãos, a única garota, fora mimada como tal. Acha que sempre sabe de tudo, faz tudo que quer, ela é a alegria em pessoa, mas ás vezes me deixa irritado, quando se intromete na onde não deve.

— Oi tia Alice, tio Jasper, vó Esme! – escuto Emma gritar do carro, me viro e vejo ela com a cabeça para fora da janela, acenando para eles.

— Oi princesinha da tia! – Alice disse, logo a vejo se aproximar de Emma, para conversar com ela. – A tia Alice comprou um presente para você!

— O que é? O que é? – ela perguntou, toda ansiosa.

— Logo você vai ficar sabendo, assim que entrarmos na sua nova casa! – ela falou.

Confesso que preferia que eles não tivessem vindo a fazenda neste momento, eles ainda não tinham a conhecido, com certeza vou ouvir sermões de Esme, pelo fato de ter comprado uma fazenda que não está em tão boas condições, ela sempre reclamou de reformas, diz que é cansativa e trabalhosa, gosta de coisas práticas, comprar a casa dos sonhos, mais pronta, mesmo que gastasse muito dinheiro a mais.

— Bom, vamos entrar então? – sugeriu Jasper, ele e Alice eram recém casados, os dois namoraram três anos antes de decidirem se casar, Jasper sempre fora  um homem quieto, mais na dele, e eu adorava essa sua qualidade.

 Logo concordamos com ele e voltamos para o carro, o carro de Alice e Jasper entraram primeiro na fazenda, sendo seguido pelo meu.

Nas ultimas semanas muitas coisas eu já havia resolvido, já havia comprado moveis novos para fazenda, mobiliei cada cômodo, a reforma eu iria fazendo aos poucos, eu teria tempo, já que me mudando para Green Ville, eu deixaria minha vida de empresário parada por um tempo.

Antes eu era presidente da Cullen´s Company, uma construtora fundada pelo meu pai, agora quem era o novo presidente é meu irmão Emmett, eu já estava cansado da papelada, da vida agitada de empresário, de ter que lidar com reuniões, clientes chatos, tudo era motivo de me irritar, eu sabia que isso era devido os meus próprios problemas, o meu mundo fora da construtora. Antes que eu cometesse merdas que não desse para solucionar, dei uma mudada de vida, já tinha dinheiro suficiente para ficar anos sem trabalhar, mas eu estava querendo investir na fazenda, na venda de animais, e ver se suporto a vida rural por alguns anos.

Eu olhava aquela fazenda como um paraíso, pelo menos um paraíso de distração, mas logo percebi que minha mãe, minha irmã e meu cunhado não tinham o mesmo olhar, assim que chegamos á sede, notei os olhares estranhos deles, enquanto olhavam a sua volta, como se estivessem num lugar bem esquisito, desagradável, sujo, tudo bem... Estava com cheiro de casa fechada, mas também pensei que era um exagero da parte deles. Não era para tanto.

Emma animada por estar em uma fazenda, já foi pedindo para Alice e Jasper levá-los até onde ficam os cavalos, expliquei o caminho a eles, e eles foram acompanhá-la, Jasper gostava de cavalos e também queria vê-los, já Esme preferiu ficar, com certeza para começar o sermão.

Abri o armário da cozinha e peguei uma garrafa de whisky que havia trazido para fazenda no dia em que vim receber os moveis, a abri e despejei um pouco no copo, antes de me virar e olhar para ela, que olhava para mim, com um olhar esquisito, de repreensão vamos se dizer.

— Você emagreceu e essa sua barba está horrível! – ela falou. Já fazia alguma semanas que ela não me via, normal tomar esse susto.

Pois realmente depois que sai da empresa não me preocupava tanto em ficar fazendo a barba, e nem arrumar o cabelo. Eu havia largado o vicio do cigarro há um ano, porém acabei aumentando as doses de café principalmente quando estou nervoso, a cafeína estava me tirando á fome e fez com que eu emagrecesse uns três quilos, além da fome ela também estava me tirando o sono, eu já estava com olheiras profundas e vivia irritado, resultado da insônia.

— Você é um homem tão bonito Edward, é jovem, deveria estar se cuidando mais... –ela falou. Realmente eu era mesmo, sempre chamei atenção das mulheres, sou alto, musculoso, isso sem muita necessidade de fazer exercícios físicos, era genético, sempre tive ombros largos, nunca engordei. Eu sou branco e os são olhos esverdeados, cabelos castanhos claros, sempre foram bem arrumados, porém agora estava precisando ser cortados. Eu estava desleixado, sem paciência para nada.

— Está tudo bem mãe, é a correria da mudança, vou fazer a barba hoje á noite... – falei, mas para ela parar de falar um pouco.

— Por que aqui? –ela perguntou, olhando a sua volta. – Parece um lugar de empresário falido, coisa que você não é!

Engoli a dose de whisky, soltei um suspiro, antes de respondê-la:

— É a mais próxima da cidade, aqui ainda vem correios, não precisarei muito para ir ao centro, e terei algo para fazer, reformas... – falei, percebi que ela me olhava com um olhar preocupado. - Para de me olhar assim! – reclamei.

— Você quer o que Edward? Do dia para noite você decide se mudar para esse fim de mundo, você sabe que tem problemas com Emma, aqui você está longe da gente, ela é pequena, uma mudança já é algo muito pesado para ela, agora ficar aqui sozinha... Sem a gente! – ela me repreendeu, suspirou e discordou com a cabeça. – Acho que vou ficar aqui com você, vou cuidar dela...

— Não precisa parar sua vida por mim, se to aqui é porque preciso de um tempo, fazer outra coisa, esfriar a cabeça...

— Você precisa pensar mais na Emma, tem que deixar de ser tão egoísta! – ela me interrompeu.

— Ela gostou da ideia, eu a ouvi falar para Ted, aquele urso velho dela, que agora ela terá cavalos e gostou disso! – retruquei, sentando a mesa, na frente de minha mãe.

— Um urso ou um cavalo não vai substituir um pai, ela é uma criança muito solitária Edward, já não tem mais mãe, e ainda ela faz amigos imaginários para substituir pessoas, isso não está fazendo bem a ela... – minha mãe também retrucou.

            - Eu vou arrumar uma babá... – falei, como se isso fosse á solução para todo esse problema. Vi que minha mãe queria continuar com aquela discussão, mas confesso que eu não estava a fim de ouvir tudo de novo, sempre era mesma história, a mesma discussão, esses quatro últimos anos, desde que Grace partiu era assim. Assuntos que nunca chegavam ou irão chegar a lugar algum.

Segundo minha mãe a minha vida ainda estava paralisada naquele acidente, ela dizia que eu tinha grandes dificuldades de seguir em frente, mas não sei se concordava com isso. Sinceramente é muito fácil diagnosticar alguém quando você não passa pela situação, você vai e julga, fala um monte de abobrinhas, como se ficar criando teorias resolverá toda a merda, mas no final das contas, esses diagnósticos intuitivos não adianta de nada, só te confunde, te faz ficar horas da madrugada pensando naquilo, e fazendo a mesma pergunta para si mesmo: Quais são os meus erros para me tornar a pessoa que me tornei?

Tinha como eu agir diferente? Ser alguém diferente? Retroagir quatro anos atrás, e não pegar o carro naquele dia? Não discutir naquele dia? Não ficar nervoso naquele dia? Não precisaria de muito para chegar á conclusão de que o que aconteceria é que Emma ainda teria uma mãe, Grace e eu estaríamos divorciados, ela iria embora com Emma, e eu ficaria amargurado, sofrendo com a verdade, mas pelo menos estaria na merda sozinho, não estaria carregando uma criança de oito anos comigo.

— Só não se esqueça de uma coisa, Emma não tem culpa de nada! – Esme repetira isso para mim, como costumava fazer com certa frequência.

Ela fala como se eu fosse um monstro e fosse descontar na garotinha todas minhas frustrações. Tudo bem, eu já tenho consciência de que não sou um bom pai, não temos uma relação favorável, não leio historias para ela dormir, não canto musicas ou fico perguntando sobre seu dia, não brinco com ela, e também não assistimos desenho juntos, simplesmente lhe dou comida, lhe compro roupas, a arrumo, a levo para escola, vou as suas reuniões e lhe dou algumas broncas quando ela não se comporta direito, compro presente nos seus aniversários, mas não ganho abraços apertados como os demais pais ganham, ela parara de me abraçar há dois anos, me chama ainda de pai, mas a voz sai meio entrecortada, como se a palavra a atingisse no fundo do peito, ela me respeita, acho que tem mais é receio, mais medo, como se nós dois fossemos dois estranhos e eu lhe pudesse fazer algum mal, ela não sorri para mim, mas também não chora, abaixa a cabeça e evita me olhar.

Confesso que assim como não sei o que me tornei, também não sei o que ela se tornou. Acho que estou meio perdido, meio desorientado no tempo. Mas isso não me torna um monstro, pelo menos é o que quero acreditar.

— Eu sei! – falei, batendo de leve o copo na mesa, e me levantando. Terminando aquele assunto.

~*~

Alice comprou para Emma uma boneca, vi Emma sorrir enquanto a tirava da caixa e depois a agradeceu com um abraço e com muitos sorrisos no rosto, ela ficara feliz quando soube que os tios e a avó iriam dormir na fazenda, iriam embora só no dia seguinte. Para assim fazerem uma limpeza já que eu ainda não havia contratado ninguém.

Eles ficaram nos quartos de hospedes, a casa tinha no total cinco quartos, três eram suítes, e tínhamos mais dois banheiros, além de um escritório, uma sala de jantar, uma de estar e a cozinha, eu teria que contratar uma empregada, pelo menos para passar o dia e limpar toda a bagunça, e claro, teria que ver a babá, eu sabia que precisaria de uma mulher para ajudar na educação de Emma.

Além disso, eu precisaria de muitos outros empregados, era muita coisa para pensar e organizar, e era o que minha mente trabalhava durante a madrugada, eu estava bebendo talvez a décima xícara de café daquele dia, enquanto andava pela sala de estar, deveria ser umas três horas da manhã, mas eu estava sem sono, o que não era uma novidade.

Em um momento depois de conviver com aquele silencio por quase uma hora, eu coloquei a xícara de café já vazia na mesa de centro, segui até o escritório, que já estava como resto da casa, todo mobiliado, fui até a escrivaninha, me sentei ali, abri a ultima gaveta, encontrando uma agenda velha que já nem usava mais, era da época da empresa, mas ali dentro havia uma coisa rara, algo que não tinha nem na minha antiga casa, e muito menos se encontraria na fazenda. Uma foto. Uma foto de Grace.

Era uma das poucas que havia me restado, que eu havia guardado, na verdade só existiam duas. Uma eu tinha deixado com Emma, pois ela tinha direito de se lembrar do rosto da mãe, a coloquei num porta retrato, era a foto de Grace a segurando quando ela ainda era muito pequena.

A outra, havia ficado comigo, uma maneira de eu perturbar a mim próprio com a desagradável lembrança dela, ás vezes eu ficava meses sem olhar para ela, já havia ficado quase um ano, mas de nada adiantava, eu nunca esquecia aquele rosto, que também cada vez ficava mais presente no rosto de Emma.

Tão dócil, tão frágil, tão bela, ela parecia ser a mulher perfeita, a mãe ideal, a esposa exemplar, quando peguei aquela foto e a olhei depois de tantos meses, toda aquela imagem voltou a minha mente, aquela noite em que Grace pediu para que eu parasse o carro, para eu me controlar e eu não a escutei.

 Eu estava com raiva, com ódio, possesso. E aquilo a matou, mas mesmo eu sendo o culpado de alguma forma, mesmo eu tendo sido imprudente e essa imprudência ter causado o acidente, não fez diminuir meu ódio por ela.

Após o episodio eu me desfiz de tudo que era dela, ficando só com essas duas fotos, por muito tempo não quis ouvir seu nome, ninguém podia pronunciá-lo, falar dela, nunca voltei em seu tumulo,  mas ainda, mesmo com todo o rancor, raiva, ódio que sua imagem ainda me desperta, eu preferiria que ela ainda estivesse viva.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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