Paixão á primeira vista escrita por May


Capítulo 2
Novos começos.


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais um capítulo hihi



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Não me lembro muito sobre a noite de ontem... a não ser que bebi muito e me diverti ainda mais. A nossa salvação de ontem foi o Dylan, o único responsável que estava sóbrio o suficiente para nos levar todos a casa. Olho para o relógio que marca o 12.00. Sorte a minha que só entro daqui a duas horas para a escola. Levanto-me da cama e dirijo-me á casa de banho. Lavo a cara e olho para a cara de quem apanhou um ganda bebedeira a noite passada. Desço as escadas onde encontro toda a minha família já acordada. O meu irmão e a minha irmã a ver uma série que desconheço, o meu pai sentado na mesa a tratar de papelada pela qual não me interesso e a minha mãe, a tratar das suas plantas, como sempre.

— Bom dia! - digo e logo ouço as mesmas palavras de volta e vejo todos a voltarem ao que estão a fazer.

— Como correu a festa ontem? - Pergunta a minha mãe. - Não te ouvi a chegar...

— Foi boa. Cheguei tarde a casa e não vos queria acordar. O Dylan veio trazer todo o mundo. - digo dando-lhe um beijinho de bom dia e dirijo-me á cozinha para preparar um copo de água e um comprimido para as dores de cabeça.

— Com que então a festa foi boa? - o meu pai aparece atrás de mim. - Estás cá com uma ressaca... eu estava acordado quando chegaste. 6 da manhã... - repreende

— Pai, fui a uma festa da qual vocês tomaram conhecimento e bebi obviamente, mas não fiz nenhuma loucura, por isso não é preciso te preocupares ou lançar o sermão.

— Hoje é o teu primeiro dia de aulas, e é um ano decisivo para saber se vais entrar na faculdade...

— Eu sei... o objectivo da festa era despedir-me do verão... e agora que já o fiz, vou concentrar-me na escola e nos estudos. - digo tentando me safar do raspanete – tu devias compreender... - digo sorrindo. Sim... o meu pai era um rebelde e festas eram a especialidade dele. Mas um rebelde que se conseguiu formar em engenharia eletrónica... eu não sou esse tipo de génio. No entanto a média de 17 é o suficiente para ter a confiança deles em termos académicos.

— Eu sabia melhor o que queria... e sabia escolher melhor o que queria... - eu sei onde ele quer chegar... - eu sempre te avisei... - o meu pai percebeu logo a razão do meu break up e como qualquer pai... não ficou feliz.

— Pai, é passado... nem toda a gente acerta á primeira... e quanto á escola, deixa de ser um velhote e confia em mim – dou-lhe um beijo na bochecha.

— Sabes que confio... só quero que tenhas juízo... - diz e eu aceno que sim como quem diz “ sabes que tenho” e sorrio 

— Querida, eu vou ver se arranjo algo pra comeres. - diz a minha mãe entrando na divisão.

— Obrigada mãe. Eu vou estar no quarto a arrumar as coisas. - dou um beijinho nos dois e saio.

(...)

A minha mãe e o meu pai têm a história perfeita. Desde o secundário que estão juntos e são como almas gémeas. Eram os dois rebeldes e melhores amigos que gostavam de fazer apostas. A minha mãe é mais descontraída e solta com quem posso sempre desabafar porque diz sempre a cena certa.

 

Recebo uma chamada enquanto arrumo a mala para hoje á tarde. Baby Lil. Atendo.

— Bom dia, amorzinho. Com muitas dores? - Lily

— Bom dia. Acho que o comprimido deu conta disso... mas e tu? A tua noite deve ter sido boa. Tentámos encontrar-te ontem, mas desistimos.

— E ainda bem que desistiram, eu estava ocupada ahah.

— Vou morder o isco... conta-me tudo!!

— Conto tudo na escola. Mas vou te tar um teaser, foi uma noite em grande. Já agora, o que vamos ter hoje? - Lily

— Huuu! Biologia, Inglês e Português i think. Estás em condições para conduzir ou posso esquecer a boleia? - pergunto

— Achas? Eu nasci para noite destas. Não me afetam. Estou aí daqui a 15 minutos. Bye lindona. - Lily desliga.

Ouço bater á porta.

Patrick, entra. - digo. O meu irmão gémeo. Embora eu ache que somos um pouco diferentes. E não é só fisicamente. Se me perguntassem, eu diria que sou uma boa mistura dos meus pais. Tenho a intensidade e a sassy personality da minha mãe, e a astúcia e humor do meu pai, embora este tenha mudado ao longo dos anos. O meu irmão é mais calmo e reservado. Muito inteligente, mas demasiado humilde para o consegue admitir. Tentei convencê-lo a vir comigo ontem, mas ele não quis. Ficou em casa com a nossa irmã, mais nova um ano, Selena, que não foi apenas por não a terem deixado.

— Como foi a festa?

— Uma das melhores a que já fui... uma das que podia ter ido... - digo tristonha – não sabes o que perdeste.

— Bebida e confusão? Eu fiquei bem...

— Então porque me estás a perguntar como foi a festa? - digo sorrindo irónica

— Curioso... não posso?- diz levantando a sobracelha.

— Claro que podes... só estava a pensar se talvez não quisesses saber quem foi... - lanço o isco á espera que ele morda.

— Porque haveria de querer saber?

— Não sei... a Lucy também estava lá sabes? - finalmente deixei-me de enigmas e vou direta ao assunto. Ele baixa a cabeça envergonhado – sabes, desde o ano passado que vejo como olhas pra ela e aquela canção... achavas que eu não ia perceber que falavas da minha amiga? - refiro-me a uma letra linda que o meu irmão cantou numa noite de verão. Ainda me lembro... Ele é tímido demais para dizer o que sente á minha amiga Lucy, mas já estou farta de o ver a passar os melhores anos da vida dele sem os aproveitar.

— Não lhe contes nada Dany... - pede nervoso -  ela nunca se interessaria por mim...

— Porque não?

— Porque eu não sou o tipo de rapaz com que vocês se dão... eu sou um dos invisiveis por quem as raparigas passam e riem...

— Estás a gozar? Tu és um pão! Se não fosses meu irmão, já estavas ali - aponto para a minha cama e ele faz uma carinha de nojo fazendo me rir -  E se elas riem, ou são cegas ou parvas. A Lucy não é assim. E olha, eu estou farta de te ver tardes fechado no quarto com a tua guitarra a escrever sobre sentimentos que não tens coragem de demonstrar. Aproveita mais, sai, vai a festas. Descontrai. A vida só se vive uma vez Pat.

 

Ouço uma bozina. A minha melhor amiga marcou presença.

— A minha boleia chegou. - pego na minha mala - Queres vir comigo?

— Está bem... dá-me dois minutos.

 

(... na sala ...)

— E tu pirralha, não devias estar nas aulas? - pergunto vendo a minha irmã no telemóvel.

— A pirralha recebeu uma msg a dizer que o professor ia faltar á aula. - diz o meu pai parando o que está a fazer.

— Exato, vemo-nos depois losers! - ela rebate e deita a língua de fora subindo as escadas. Pat revira os olhos e abre-me a porta como um cavalheiro que é. Lá fora, já avisto o bmw da minha loira e ela lá dentro um arraso como sempre.

Get in Losers! -  diz tirando os seus óculos de sol revelando os seus olhos azuis como o mar.

— Porque será que todos me chamam loser hoje – digo rindo adentrando o veículo, ocupando o lugar ao lado do da garota.

— Não é algo a que eu não esteja habituado a ser... - diz Pat sentando-se a trás.

Patrick... - repreendo-o e ele dá de ombros.

Pat, eu não te vi ontem na festa... - diz Lily. - E olha que bem procurei pelo seu olho azul e cara de inocente. - diz maliciosa. Sempre tentou se atirar a ele, mas o meu irmão nunca fez grande caso, se é que notou...

— Não me apeteceu...mas ouvi dizer que foi de arromba...

— E foi. - responde a loira.

— E por falar nisso, não há nada que me queiras contar? - digo e ela sorri maliciosamente, mas volta a concentrar-se no volante.

 

 

Cá estamos. L.A high school, um sítio ao qual já não vinha á muitos meses, mas agora que penso, passou tão rápido que parece que foram duas semanas. Adentramos e já se vê a confusão. Patricinhas a maquilharem-se no meio dos corredores, cacifos a abrir e a fechar, garotos a falar dos corpos das caloiras e garotas a falar dos seniors. É oficial, voltei ao secundário, mas desta vez é o primeiro dia do último ano. Um ano que, pelo que estou a ver, vai ser longo e inesquecível...

Lily, Pat e eu vamos ver as nossas salas. Eu e a Lily, teremos biologia na sala A2 enquanto Patrick vai fazer química na B3. Despedimo-nos e dirije-se cada um para a sua sala. Assim que eu e Lily entramos na sala avistamos o nosso grupo. Hora de apresentar todos de uma vez. Os melhores amigos que alguém pode ter.

Lily Bailey... nada a falar dela a não ser que é a minha loira louca e solta. O Luke Benson, o garoto de todas, o joker do grupo que já está sentado lá atrás na última mesa juntamente com Dylan Posey, o amigo sarcástico e inteligente. Duas mesas á frente,  está Lydia Collins, linda, mas tão inteligente ou ainda mais que o Dylan. A Lydia só se juntou verdadeiramente a nós no 9º ano, porque até lá, ele meio que nos ignorava devido á popularidade. Uma Lydia vazia e mesquinha que não iriam querer conhecer. Ao lado da ruiva está uma morena: Lucy Evans, a crush do meu irmão, uma miúda super doce e amigável, no entanto também é um pouco tímida e quieta tal como Pat. Solta-se bastante quando está, ou muito contente ou muito zangada. Em tempos antigos, o grupo era este: eu, a Lily, o Luke, o Dylan, a Lucy e o... Rafael... depois veio a Lydia.

— A morena/ruiva e a loira mais lindas de L.A acabam de chegar! - anuncia o Dylan e não podia ter havido melhor elogio.

— Muito obrigado. - responde Lily – adoro que reforcem o que eu já sei – diz sorrindo gabando-se as always.

— Como correu a noite de ontem? - pergunta Luke suspirando pelo comentário de Bailey.

— Muito bem. Então e tu e a morena... divertiram-se a dançar?

— Devem se ter divertido tanto que fugiram do pessoal e só o voltamos a ver hoje de manhã aqui na sala – diz Lydia vendo - se no seu pequeno espelho antes que Luke pudesse responder.

— Eu ouvi um rumor de que ouviram-se alguns gemidos numa cabana atrás do bar... Luke, acusaste? - este apenas ri e todos perceberam que os rumores não eram apenas rumores hihih.

— Básico loirinho... - rebate a loira – ao menos eras um cavalheiro e podias levá-la para um sitio mais privado... - diz e agora literalmente o grupo está calado a olhar para ela.

— Pensava que gostavas do tipo selvagem – Luke acaba por responder e o silêncio é total.

Lydia sussura algo, mas ninguém chega a ouvir.

— Mais alguém teve um noite interessante que gostaria de partilhar? - Dylan quebra o silêncio, mas o constrangimento já está lá.

— Eu tive, mas não é como se vos fosse contar. - diz uma voz com a qual nós já estamos familiarizados... Amanda Steele, acompanhada de Sofia Melton a sua leal amiga que por sua vez traz um rapaz, que não conheço, de olhos verdes colado a si. Amanda e Sofia já nos conhecem desde pequenos, era com elas que a Lydia se dava antes de se juntar a nós. Ela é a tipica loira que pode ter o rapaz que quiser e é um bocado parva... mas um bocado a favor. Gosta de dizer mal de todos e virar as atenções para ela própria. Sempre teve uma rivalidade forte com a Lily, talvez porque ás vezes conseguem ser muito parecidas, embora me custe dizer isto.

— Não é como se nós quisessemos saber... - rebate Lily que deixa Amanda com um olhar furioso, mas que logo muda quando desvia os olhos para Luke.

— Luke... não me foste trazer aquela bebida... - Diz, ganhando a sua atenção.

— Não sabia que estavas com sede.

— O que significa que me deves algo...

— Anytime Steele – ele termina a conversa piscando o olho e olhando para a minha amiga loira de seguida que desvia o olhar. Aqueles dois chocam tanto um com outro, que ainda estou á espera do dia em que se declarem...

— E tu Dany... como estás? Espero que não estejas mal por causa do Rafa... eu sabia que iria acontecer assim que o vi mais afastado de ti... - Ela tinha mesmo que falar? De certa forma eu sabia que ela o ia fazer. Acho que ela tinha um fraquinho pelo Rafael,sempre comentou a minha relação com ele e agora que já não estou no seu caminho, ela já não se importa em atirar-se a ele, não que já não o tivesse feito.

— Para ti é Danielle, Amanda. - digo curta e grossa.

 

Acaba por chegar um homem de olhos azuis e cabelos negros á sala, um pão que teve a atenção de todas as meninas, e até de alguns meninos que se consideram muito machos. Lily já babava no meu colo, mas a baba acabou quando o homem se sentou á frente do quadro e percebemos que não era um aluno, e sim o professor de Inglês...

— Bom dia a todos, o meu nome é Ian Hale e vou ser o vosso professor de Inglês. Agora se fazem favor, peço-vos que se sentem nos vossos lugares e tirem os vossos livros.

— Que desilusão... acho que nunca desejei tanto um professor – diz a loira ao meu lado bastante tristonha. Sentamos-nos á frente dos nossos amigos e começamos a tirar tudo das malas. - Tenho um problema... - a loira olha pra mim – esqueci-me do meu livro.

— Me too – digo e vira-mo-nos as duas para a ruiva á nossa frente que olha para trás e revira os olhos.

— Vocês as duas não têm remédio...  -diz emprestando-nos um livro e a loira sorri divertida.

 

De repente adentra a sala quem eu não queria ver... Rafael Carter... depois de uma semana esta é a primeira vez que o vejo. Ele estava a sorrir como sorria dantes, completamente feliz da vida, mas quando me vê, o sorriso desaparece e uma cara séria aparece. Baixo a cabeça para não ter de olhar para a cara dele, e a loira ao meu lado tenta me confortar.

— A aula já começou rapaz. - diz o professor ian - Escolha um lugar onde se sentar. - Rafael assim faz pedindo desculpa pelo atraso, sem nunca tirar os olhos de mim. Mas o pior estava por vir, quando vejo a próxima pessoa a entrar na sala...

— Mas quantos atrasados vêm á minha aula? - o professor pergunta e o rapaz dos caracóis olha para ele com uma cara indignada e quando se vira, o seu olhar encontrou o meu e... bolas...

— O nome dele, professor, é Landon... - Dany Price


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Notas finais do capítulo

Agora é que vai começar... ♥



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