— O Natsu está escondendo algo, Happy?

— Por que acha isso?

— Não sei explicar, eu só sinto que ele está nos escondendo alguma coisa. Ele não te disse nada?

— Não... Só achei diferente ele dormir e não acordar, foi assustador...

— Será que ele está sendo controlado?

— Tipo um personagem de jogo?

— É, mais ou menos.

— Parece divertido.

— Eu diria que parece assustador.

— Oh! Agora que eu me lembrei. Ontem fomos pescar e o Natsu ficou um bom tempo olhando para o nada, parecia estar pensando em algo.

— Sério?

— Sim. Ele deve ter comido algo estragado...

— Deve ser... O que acha dessa missão? — Lucy apontou para o quadro de missões.

— Peixe da neve — Happy leu. — Será que é gostoso? — perguntou com os olhos brilhando.

— Vamos descobrir quando pegarmos alguns. O que acha?

— Aye, sir!

— Ótimo, então vamos nessa!

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— Vocês demoraram, achei que tivesse saído sem mim — Natsu sorriu, vendo Lucy e Happy se aproximarem da estação.

— Natsu! Pegamos a missão mais deliciosa possível! — Happy voou até o amigo, sorrindo animado.

— Qual?

— Temos que pegar alguns Peixes da Neve — explicou Lucy.

— Nenhuma luta? — perguntou decepcionado.

— Nunca se sabe. Somos um pouco azarados nesse quesito...

— Para onde vamos?

— Três Montanhas.

Natsu não soube como reagir, lembrou-se de seu primeiro sonho, onde foi levado justamente para três montanhas. Quais as chances de ser o mesmo lugar?

— Natsu?

— Hã?

— O trem já vai sair.

— Ah! Então vamos logo — começou a andar, deixando os dois para trás.

— Luxy, o Natsu entrou no trem por conta própria — disse Happy assustado.

— Eu vi.

— Será que ele foi abduzido por Ets e esse é o clone malvado dele?

— Happy...

— E se você também for um clone e vocês estiverem tramando me sequestrar para fazer experiências malucas?

— Happy...

— E se eu também for um clone e não souber?

— HAPPY!

— O que foi?

— O trem vai partir sem a gente!

— Corre, Lucy. Vamos nos atrasar por sua culpa — pousou na cabeça da loira.

— Gatinho folgado...

O trem começou a se mover pouco tempo depois de encontrarem a cabine onde o rosado estava. Natsu não disse nada quando entraram, apenas continuou deitado, esperando o enjoo que não demorou a vir.

A viagem foi tranquila na medida do possível. Três Montanhas não ficava muito longe de Magnólia, chegariam em pouco mais de vinte minutos.

Entediado, Happy passava o tempo olhando para fora, através da janela. Os trilhos estavam acima da água, mas ela brilhava em alguns pontos, como se pedras preciosas flutuassem por sua superfície, isso chamou a atenção do exceed.

— Lucy, olha! — apontou admirado para baixo.

— Hum? Ah! Esses são Peixes Luminosos. São muito comuns em determinadas épocas do ano.

— Qual será o gosto deles? Parecem deliciosos — disse com os olhos brilhando e água na boca.

— Não faço ideia, ouvi dizer que é muito difícil agarrar um peixe assim. Ele consegue se camuflar por entre as pedras, e nunca se aproximam de pescadores.

— Lucy...

— O que foi, Happy?

— Estou triste. Quero comer um Peixe Luminoso — resmungou com os olhos cheios de lágrimas.

— Nós podemos pesquisar onde tem para vender, o que acha? — sorriu carinhosa, acariciando a cabeça do gatinho.

— Lucy, eu já disse o quanto te amo?

— Só agora, né? — perguntou com uma gota.

— Óbvio — sorriu sapeca.

— ...

— Ei! Lucy?

— Hum?

— Aquilo ali não parece um Peixe Luminoso — arregalou os olhos, olhando para a água.

— Onde?

— Ali!

Lucy olho com atenção para onde Happy apontava. A água borbulhava, assustando os pobres peixes que nadaram para longe em busca de segurança.

— Será que é uma panela gigante submersa? — perguntou curioso.

— Definitivamente não é uma panela, mas quem chegar ali certamente se queimará.

O barulho vindo daquela região fez o trem tremer, algo começou a sair da água e o trem parou.

— O que está acontecendo? — Happy abraçou a loira. — Vamos ser cozidos igual sardinhas dentro de latas?

— Senhores passageiros, segurem-se firme. Estamos prestes a testemunhar o salto da Baleia Luminosa — disse o maquinista, através das caixas de som da cabine.

— Então essa é a Baleia Luminosa — Lucy respirou tranquila, olhando admirada para a baleia, pulando para fora da água.

— Uma Baleia, é tipo um peixe crescido e delicioso — Happy grudou no vidro como se sua vida dependesse disso.

— Você só pensa em comida?

— Comida faz eu esquecer meus problemas....

— Acho que preciso comer mais, a preocupação não sai de mim...

— Tchau! Lucy submarina — Happy balançou a patinha, despedindo-se da baleia.

— O QUE DISSE? — virou-se com uma aura maligna.

— O trem voltou a andar — mudou de assunto, assustado.

— Oh! É verdade.

O resto do caminho foi tranquilo e não demorou para chegarem em Três Montanhas, deixando o rosado feliz.

— FINALMENTE ESSE TRECO PAROU — Natsu levantou-se animado, pegando as mochilas e saindo correndo.

— Por que aqui se chama Três Montanhas? — perguntou Happy.

— Olha ali em cima — Lucy apontou.

— Mais óbvio, impossível — sussurrou Happy com uma gota.

— Por qual você quer começar?

— Nenhuma.

— Happy!

— Eu não quero ir em nenhuma

— E o Peixe da Neve?

— VAMOS NAS TRÊS!

— Onde mora a pessoa que fez o pedido? — pergunto Natsu, querendo livrar-se logo daquela missão.

— Foi a Prefeita da cidade quem nos chamou, então acho que na Prefeitura.

— Ótimo, eu vou até lá e vocês pegam os peixes — disse, já começando a andar.

— Natsu! Espera a gente... — pediu, sem sucesso. — O que deu nele?

— Quem liga, vamos para as montanhas — Happy voava animado.

— Ok! Vamos — deu-se por vencida.

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— Procurando a Prefeitura, garoto?

— Essa voz... — Natsu virou-se para encarar a pessoa.

A mulher era alta e tinha longos cabelos pretos. Vestia um vestido roxo que ia até seus pés. Seu sorriso demonstrava diversão, como se achasse engraçado a expressão de surpresa do Dragon Slayer.

— Você é a mulher que fala comigo nos meus sonhos.

— Sim! Sou eu mesma. Meu nome é Cassandra e estou aqui para te guiar pelo caminho certo.

— Vai me levar até a Prefeitura?

— Quem liga para a Prefeitura?

— A missão...

— Esqueça a missão, temos coisa mais importante para resolver. Venha comigo.

— Espera. Que tipo de coisas temos para resolver?

— A caixa cinza, o motivo dos sonhos e porque estou te ajudando.

— E se eu não aceitar?

— Não acontece nada, por enquanto. O seu futuro depende de suas escolhas, negar saber o que tenho para te dizer só vai trazer sofrimento e caos desnecessários.

— Ok. Você me convenceu — aceitou, pois não tinha nada a perder.

— Ótima escola, Natsu Dragneel. Ótima escolha!