I Don't Even Know Your Name escrita por mars


Capítulo 7
Chapter SIX




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/780240/chapter/7

— Me conta de novo o que ele disse — pediu Marlene, com os olhos fechados e se abanando com as mãos. — Detalhe. Por. Detalhe.

Lily revirou os olhos, rindo.

— "Digam a Marlene que eu mandei um oi." — Repetiu Emmeline, engrossando a voz afim de imitar o guitarrista da The Marauders.

Marlene soltou um gritinho e se jogou na cama.

— Eu vou morrer.

Fazia alguns minutos que Lily havia chegado em casa, e encontrou as amigas na cama de Marlene, conversando empolgadas sobre o que tinha acontecido mais cedo na livraria. Ela logo se juntou às amigas, roubando um pouco do chocolate quente que Emmeline tinha feito.

— Vocês têm noção de que Remus Lupin sabe meu nome? E ele me mandou um oi? — A loira quase gritou a ultima palavra.

— Sim, Lene. Estávamos lá. — Provocou Lily, e Marlene mostrou a língua em resposta.

— Não esqueça do fato de que eu tenho o número dele salvo no meu celular — lembrou Emmeline, apontando para o aparelho que estava em sua mão.

Marlene se esticou para pegar o celular das mãos da garota, mas no mesmo momento uma música soou do dispositivo. Marlene arregalou os olhos, e Emmeline soltou o celular na cama, gritando.

As três garotas encararam o nome estampado na tela. Remus Lupin estava ligando para elas.

.•♪°♩•♫•♩°♪•.

Uma hora antes.

James, Sirius, Peter e Arthur estavam sentados na sala de estar da casa de James, onde os mesmos haviam se reunido algumas horas antes. Os quatro olhavam para Remus, que tentava conectar o celular á televisão.

Meia hora atrás, Remus havia mandado uma mensagem no grupo da banda, dizendo que precisava mostrar algo a eles e pedindo para que todos voltassem para a casa de James. Então eles o fizeram, e esperaram Remus chegar. Nenhum deles tinha a menor idéia sobre o que o amigo queria mostrar, ainda mais algo supostamente urgente.

Então Remus chegou, e não explicou nada. Ele apenas ligou a televisão e disse que precisava conectar seu celular a ela.

— Consegui! — Comemorou Remus quando um vídeo pausado apareceu na tela da TV.

— Vai nos explicar o que é isso ou...? — Sirius pergunta, curioso.

Remus fez sinal para que Sirius ficasse quieto, e apertou um botão no celular. Então, o vídeo começou e James reconheceu os acordes iniciais de Youngblood, o novo single da banda deles.

Ele ouviu Sirius começar a falar algo, mas deu um tapa na cabeça do amigo, impedindo-o.

O vídeo mostrava uma garota de cabeça baixa, como se esperasse por algo. Ao fundo, as luzes da London Eye brilhavam, iluminando-a. James observou. Então, ouviu sua própria voz cantando a primeira frase da música, e a garota se moveu.

Ela levantou a cabeça, e começou a dançar. James engasgou. Não era possível. A garota ruiva dançava no ritmo da música, ficando nas pontas das sapatilhas e elaborando giros perfeitos, sem perder o equilíbrio.

James encarou o seu rosto, sem ser capaz de desviar o olhar. Não era possível. Ele observou enquanto a garota saltava, caindo com graciosidade no chão. Era muita coincidência. Então, de repente, o cenário mudou e ela estava na frente do Big Ben, o grande e iluminado relógio de Londres.

Os cabelos alaranjados da garota se moviam com ela, indo para lá e para cá conforme ela dançava. Ela sorria, com os olhos fechados, e James respirou fundo. Era o mesmo sorriso que ele vira anos atrás. A garota havia acabado de se levantar do chão em que havia se ajoelhado com delicadeza surpreendente, quando o cenário mudou mais uma vez.

Agora ela estava na Tower Bridge, dançando na parte em que os pedestres andavam, enquanto carros passavam atrás dela. Ela dançava, iluminada pelas luzes da ponte e dos carros, mas James sentiu que ela era o ponto mais brilhante daquele cenário.

A garota dançava de maneira linda. James não entendia nada sobre dança, muito menos ballet, mas sabia disso: nunca havia visto ninguém dançar daquela forma. Nem na internet, nem nos musicais que ele já tinha assistido. Ela simplesmente dançava e transmitia emoção. Alegria. Paixão. Era visível que ela tinha paixão pela dança, seu sorriso a entregava. Ela se movimentava com tanta facilidade que James se perguntou se ela nascera dançando, assim como ele nascera respirando. Porque parecia que a dança era tão natural quanto respirar para ela.

Então a música acabou, e James não notou que segurava a respiração até a garota olhar para a câmera, ou para algum ponto atrás dela, e sorrir. E, por um momento, parecia que ela estava sorrindo para ele. Assim como havia feito quatro anos antes.

James sorriu quando ela correu para trás da câmera, que a acompanhou, e se jogou em um abraço com duas garotas. As três se abraçavam e riam quando o vídeo acabou.

— Uau. — Ele ouviu Sirius murmurar ao seu lado.

James piscou. Uma. Duas vezes. E respirou fundo, tentando absorver o que acabara de ver.

Era ela. A garota que ocupava seus pensamentos há anos, que fora a inspiração para várias de suas músicas, inclusive a que tinha acabado de compor. A garota dos cabelos ruivos e sorriso encantador, cujo nome ele desconhecia, e se arrependia de não ter descoberto no dia em que a viu.

Perdido em seus pensamentos, James não ouviu o que os amigos diziam, até que Peter gritou seu nome.

Ele olhou para eles, que o encaravam como se esperassem uma resposta para alguma pergunta que James não havia escutado.

— É ela. — Ele murmurou.

Os amigos o encararam confusos.

— O quê? — perguntou Sirius.

— É ela. — James disse, mais alto.

— Ela quem, Potter?

— A garota. Da cafeteria. É ela — James quase gritou, se colocando de pé.

Os garotos enfim entenderam, arregalando os olhos. Lupin, parecendo mais chocado do que os outros, perguntou:

— Tem certeza? James...

— Tenho, tenho certeza. — Ele sorriu. — É ela.

— Já entendemos, cabeção. Agora, quer ouvir o que Remus disse? — Sirius disse, apontando para o guitarrista.

James então olhou para o amigo, pedindo para que ele continuasse.

— Eu havia dito que deveríamos recompensa-las, pois foi culpa nossa — ele encarou Arthur, que se encolheu — que não vimos o vídeo. E, como todos já concordamos, elas teriam ganhado.

Sirius assentiu com a cabeça.

— Na verdade, a culpa não foi nada minha — interrompeu Peter. — Eu disse que faltava um vídeo, mas o James falou pra 'deixar pra lá'.

James quis socar a própria cara. Era verdade. Peter tinha avisado sobre o vídeo, e James escolheu não assistir. Idiota, pensou.

— A culpa foi toda do James, então — Sirius comentou, rindo. — Quase perdeu a oportunidade de conhecer o amor da sua vida, Potter.

— Podemos decidir o que fazer, por favor? — Disse Remus, chamando a atenção dos garotos.

— Na minha opinião — Arthur começou, se pronunciando — deveríamos oferecer alguns ingressos para elas. É justo, já que elas perderam por nossa irresponsabilidade.

— Cala a boca, Peter. — Sirius resmungou, antes que o baixista dissesse alguma coisa. — E como vamos falar com elas?

O coração de James estava acelerado, e ele não conseguia parar de pensar na garota. Ele estava tão perto de encontrá-la...

— Eu tenho o número de uma delas. — Anunciou Remus, e os olhos de James correram até o celular do amigo. — Não, James. Não é o da ruiva.

Ele suspirou. Não era tão sortudo assim.

— Então, é isso — disse Arthur, se levantando do sofá em que estava. — Vocês ligam para elas, e as convidam para o show.

— Poderiamos convidá-las para o backstage também... — Comentou Peter, e James quis abraça-lo.

O garoto não sabia o que dizer diante aquela situação, então deixou que os amigos decidissem. Ele ainda não conseguia acreditar.

— É uma boa idéia. Poderíamos nos desculpar pessoalmente. — disse Sirius, e então olhou para James, que parecia prestar a ter um ataque cardíaco. — E James poderá finalmente conhecer a ruiva.

— Tudo bem. Façam isso. Eu tenho uma reunião em alguns minutos, então estou indo. — Arthur disse, indo até a porta. — Parabéns, James. — Ele deu um tapinha do ombro do garoto antes de sair da sala.

— Será que agora o James vai parar de chorar pelos cantos? — Perguntou Sirius, pensativo. James socou seu braço.

— Silêncio. Estou ligando para ela.

Os quatro encaravam o telefone de Remus, a chamada no viva-voz, e o nome Emmeline no visor. 

Então, após alguns segundos, ela atendeu.

"Alô?" A voz de uma garota disse, parecendo intrigada.

James sabia que o celular não era o da ruiva, mas sentiu o ar fugir de seus pulmões mesmo assim.

Foi Remus quem falou.

— Emmeline?

"Não." A garota riu. "É a Lily."

James olhou para Remus, com uma pergunta silenciosa nos olhos. O amigo assentiu. Era ela. Sua voz era linda, e James suspirou. Lily. Seu nome é Lily.

— Ah, olá Lily! Aqui é o Remus.

"Eu sei. Marlene está quase tendo um treco aqui..." Ela disse, e eles ouviram um barulho. "Ai!"

— Oi, Marlene. — Remus disse, e os garotos riram, esforçando-se para serem silenciosos.

"Oh, meu Merlin... Oi!" Uma voz diferente, que James deduziu ser a da tal Marlene, soou pelo alto falante do celular.

— Então... — Remus continuou — Tenho uma proposta para vocês.

"E qual seria?" Era a voz de Lily de novo. James fechou os olhos.

— Bem, eu mostrei o vídeo de vocês para o resto da banda e todos nós concordamos que fizeram um ótimo trabalho.

"Oh, obrigada."

— Então, para nos redimir por termos perdido o vídeo de vocês, queremos oferecer três ingressos para o show de amanhã. — Remus disse, e eles ouviram um gritinho, seguido por um "shiu, Marlene".

"Seria incrível, Remus! Fariam isso mesmo?" Lily perguntou, e sua voz parecia alegre.

— Com certeza. Vocês merecem.

"Nem sei como agradecer, Remus. Isso significa muito para nós." James sentiu vontade de abraçar a garota.

— Não precisa agradecer... E eu queria fazer um convite para vocês três. — acrescentou Remus.

"Estamos ouvindo."

— Vocês gostariam de nos encontrar no backstage após o show? — O guitarrista perguntou, e mais um gritinho pôde ser ouvido.

"Eu acho que o grito da Marlene respondeu a sua pergunta." Disse Lily, rindo.

James sentia que seu coração ia sair pela boca. Merda, até a risada é adorável. Sirius encarou o amigo, como se pudesse ler a mente dele, e riu.

— Então, nos vemos amanhã?

"Nos vemos amanhã!" A garota respondeu. "Obrigada, Remus. Obrigada a todos vocês."

— Nós que agradecemos, Lily. Tenham uma boa noite, garotas. — Remus se despediu, e Lily fez o mesmo antes de desligar.

Os três garotos encararam James.

Ele sorriu e se jogou no sofá. Ele iria conhecê-la amanhã. Ele agora sabia seu nome. Lily. Lírio. A música que escrevera alguma horas antes já não faria mais tanto sentido, mas ele não ligava. Iria conhecê-la.

Então, um pensamento invadiu sua mente, contra a sua vontade. O que ela acharia dele? James não sabia se conseguiria lidar com a rejeição se ela o odiasse.

James expulsou esses pensamentos. Se preocuparia com isso outra hora. Ele a tinha encontrado, e nada mais importava. Ele tinha encontrado a ruiva que dominara seus pensamentos por anos, e descobrira seu nome. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily. Lily.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Don't Even Know Your Name" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.