Lumos Solem escrita por Noderah


Capítulo 3
Capítulo III




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— Eu disse! Eu disse que era real! - Disse Pasca chegando até a mesa da casa Sonserina, apesar dos olhares feios de alguns de seus frequentadores.

Seu rosto estava vermelho da corrida até o Salão Principal.

— Do que ela está falando? - Perguntou Rachel para Pyrites ainda olhando para Pasca, como se ela não pudesse ouvi-los ou entendê-los.

— Seria daquela alucinação no banheiro dos monitores? - Pyrites respondeu, sobrancelhas franzidas, como se estivesse pensando.

— Aaah, isso… - Os olhos verdes brilhantes de Rachel viraram-se para os caramelos suave de Pasca.

Pasca suspirou e explicou sobre como hoje procuraria a lista de animagos registrados, já que a pesquisa de ontem a ligara a isso.

— Se estiver registrado… - Torry murmurou.

— Claro que está. Essa é uma magia difícil. - Pasca disse recolhendo sua mochila de seus pés. - Tenho que ir para a aula. Até mais tarde!

Ela chegou atrasada na aula de Transfiguração. Os alunos já treinavam o feitiço que a própria Pasca havia performado na manhã anterior.

— Esse não é um feitiço fácil, crianças. Vai ser complicado mesmo. - Professora McGonagall disse enquanto consertava um estrago que um dos grifinórios havia feito no próprio cabelo.

— Camanar nix visibelis! - Sarah Paxton da Grifinória gritou perto da porta e ficou toda azul.

— Camanas nis visibelis! - O lufano Lêmis Crox exclamou, enquanto sua pele tomava uma tonalidade verde, como se ele fosse passar mal.

Professora Mcgonagall franziu o cenho para Lêmis e perguntou se ele estava sentindo-se bem.

Ao lado de Sirius, James tomou uma tonalidade arco-íris instantaneamente e logo depois era como se pudessem ver o que estava atrás dele só que com um plástico na frente, de modo que a ilusão não… iludia tanto assim. Através de Sirius também podiam ver, porém, era como se tivesse um vidro em sua frente, então os alunos viam um pouco de seus próprios reflexos nele.

Sirius e James acenaram, satisfeitos, com a cabeça um para o outro quando viram que não estava muito ruim.

— Bom, Black e Potter! - Mcgonagall disse para os dois.

— Srta. Viridiano, está atrasada. - A professora disse. - Estamos praticando o feitiço Camana nin visibelis, pode nos mostrar?

— CA-mana-nin-vi-Si-BE-Lis. - Recitou Pasca claramente.

Como naquela semana, Pasca sentiu uma clara de ovo espalhar-se por seu corpo e não precisou olhar para si mesma para perceber que não havia nada ali.

— Muito bem, Viridiano! Brilhante! - Mcgonagall disse.

Sirius encarou, impressionado, como não podia ver Pasca.



Depois de devorar um pedaço de lasanha, Pasca foi até a biblioteca e pediu pela lista de animagos registrados do século. A bibliotecária trouxe um pedaço de pergaminho antigo com nomes anotados e datas ao lado, provavelmente significando o dia, mês e ano que aquelas pessoas haviam transformado-se. A lista era bem curta. Haviam apenas 7 pessoas registradas. A única que ela conhecia era sua professora de Transfiguração.

Deveria ter passado pela cabeça de Pasca que se houvesse um animago na escola, ele seria ilegal, já que é um feitiço perigoso e difícil, logo, essa pessoa seria bem popular em Hogwarts devido a essa perspicácia.

Pasca era uma das únicas alunas de Hogwarts que dominava, secretamente, a arte da Legilimencia. Prática essa extremamente cansativa que levara muitos anos para ser apreendida. Desde seu terceiro ano em Hogwarts Pasca tentava aprender a arte. Sua família toda a dominava e ela estava disposta a não ficar para trás. Quem sabe ler a mente também sabe defendê-la.

E apesar de ser muito inteligente, a intensidade a qual ela buscava as coisas a cegava às vezes. Agora, com as coisas mais claras, ela percebia que isso tudo poderia ser perigoso. “Existe um animago nessa escola que não é registrado”, pensou ela, “isso pode ser arriscado… Essa pessoa é claramente poderosa se consegue performar um feitiço desses.” A professora Mcgonagall já havia falado sobre animagos na sala. Pasca só precisava lembrar exatamente o que...

Enquanto isso Sirius pensava que tinha vantagem em cima de Pasca, já que sabia quem era a menina que tinha visto o animago, enquanto ela não sabia quem era o animago. E claro que Pasca achava que era ela quem tinha a vantagem. Mas Sirius ganhava em desparada se o quesito era quem-liga-menos. 

No final da semana, Pasca, Torry, Rachel e Pyrites marcaram de se encontrarem no lugar de sempre: uma larga e alta árvore que dava frutos cujo gosto era a sua refeição favorita. Eles haviam passado no salão principal e surrupiado café da manhã.

Pyrites e Torry, vestindo roupas comuns e não as vestes da escola, forraram o chão com uma enorme toalha emprestada dos elfos mágicos e as meninas colocaram pedras pesadas nas pontas. Eles distribuíram travessas com pãezinhos, ovos, bacon, salsichas e dois bules com leite quente e chá preto.

Pyrites era a pessoas mais brincalhona que Pasca já conhecera. Ele sempre tinha uma piada para contar e alguém para zoar. Seu cabelo platinado e rosto angelical também o ajudavam na hora de conhecer meninas. Já Torry era séria e concentrada. Era uma pessoa com objetivos na vida, porém, ainda gentil e companheira. Rachel combinava mais com Pyrites. Ela poderia até ser má para defender seu amigos ou mostrar que estava certa, porém, era muito engraçada, mas nem sempre bem-humorada.

— Como vai a pesquisa? - Rachel perguntou enquanto comia um pãozinho. Seus braços descobertos no verão.

— Sobre o animago? - Pasca suspirou. - Meio empacada. Procurei por todos os animagos registrados do século e são muito poucos, na verdade. Professora Mcgonagall é a única que conhecemos.

Os outros não estavam tão animados quanto Pasca com essa pesquisa, eles estavam pensando em Hogsmeade no próximo final de semana.

— Ele pode muito bem ser um animago ilegal que usa seus poderes para… as Artes das Trevas. - Pyrites disse, claramente fantasiosamente, fazendo os outros rirem.

Apenas Pasca permaneceu séria.

— Mas… e se ele realmente estiver do lado de Você-Sabe-Quem? - Indagou Pasca.

— Do lado de Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado? - Rachel perguntou.

— Você quer dizer Aquele-Cujo-Nome-Não-Deve-Ser-Pronunciado? - Continuou Pyrites.

— Claramente o Quem-Nós-Sabemos? - Rachel disse, os olhos arregalados.

Todos desistiram de tentar não rir, inclusive Pasca, enquanto Torry dizia “Mas quem é que foi que inventou esses nomes?”.

— Agora sério, gente. Qual seria o motivo de se transformar em um animago e não se registrar? - Pasca perguntou retoricamente. - Essa pessoa deve estar cometendo ilegalidades por aí! Por que não ser aliado de... 

— Lord Sudeb Voldemort? - Perguntou Pyrites com um sotaque forte.

— O que?

— … É em russo. - Pyrites respondeu, arrancando risos.

— Não, escuta! - Pasca pediu, ainda rindo. - Faz sentido, não faz?

— Acho que sim, até que faz. - Torry disse. - Atualmente não dá para confiar na maior parte das coisas que as pessoas fazem.

— Certeza de várias pessoas que estão torcendo por ele aqui dentro de Hogwarts. - Rachel disse.

Naquela noite, Pasca se acomodou na cama ao lado de Theo, a gata branca. O bichano ronronou, a patinha apoiada no colo da menina. Nessa hora da noite o gato estava mais desperto; enquanto Pasca dormia, Theo permanecia acordada. Às vezes ela rodeava a cama, caminhando de um lado ao outro; outros dias, ela deitava na cama de Pasca e brincava com a cortina; mas na maior parte das noites, Theo sentava perto da cama, os olhos na porta, nos outros alunos e nas janelas.

A gata era adorada pelas outras colegas de quarto de Pasca, que se sentiam mais protegidas nesses tempos complicados. Eram outras 4 garotas que compartilhavam o quarto com Pasca. Todas elas eram muito gentis ou tentavam ser; Felitchi não apoiava Pasca e seu círculo de amigos da Sonserina. Apesar de muito alunos terem amigos de outras casas, confiar em Sonserinos não era um bom cartão de visita.

Apesar de Theo patrulhar o quarto sozinha, nessa noite, Pasca acompanhou a gata por bastante tempo. Seus olhos estavam fixos no teto enquanto ela pensava sobre o animago.

Sirius não tinha muitos motivos para desconfiar de Pasca. Tirando sua família muito suspeita e seus amigos da Sonserina, sua magia bem desenvolvida, como comprovado por Sirius na aula de Transformação… tirando tudo isso, ela era apenas mais uma jovem em Hogwarts.

Duas tardes sentado tranquilamente nas arquibancadas do campo de Quadribol foi como ele passou seu final de semana. Ele havia sido convencido por Lily - ou coagido - a se abster por um tempo de suas atividades intensas, tentar passar naturalmente, sem atrair atenção para si mesmo. Lily Evans, a namorada de James, estava sentada ao seu lado, lendo um livro sobre algo que Sirius não possuía nenhum interesse. Ela tinha uma áurea calma que o deixava tranquilo. Poucas pessoas deixavam Sirius tranquilo. Seus amigos, por exemplo, tinham papel oposto o da tranquilidade. Juntos eles estavam sempre rindo alto e inventando confusões.

James estava dando giros no ar, distraído, enquanto o resto do time treinava marcar pontos ao redor dos aros. Sirius não sabia como James tivera tamanha sorte. Ele mesmo nunca havia namorado ninguém. Havia interessado-se por algumas meninas, mas esse interesse não durava muito tempo, logo algo mais urgente acontecia em sua vida. Normalmente essa urgência vinha de seus pais.

Sirius saira de casa no ano passado e havia ficado um tempo abrigado na casa dos Potter, até seu tio se compadecer de sua situação e lhe arranjar um lugar para morar. A família Black era uma longa linhagem das mais poderosas e antigas que se multiplicava praticamente entre si para, segundo sua mãe, manter a pureza. No dia em que ele saiu de casa, sua mãe cortara-lhe da árvore genealógica da família, pelo menos foi isso que seu tio Alphard lhe dissera.

Poucas meninas haviam tirado sua cabeça por tempo suficiente de dentro de sua família para que ele continuasse com elas. A pessoa que mais parecia entender o garoto era Lupin. Desde seus quatro anos que Remo era um lobisomem e apesar de ser gentil com todos e muito inteligente, durante as luas cheias ele se transformava em um ser sanguinário e sem razão. Durante bastante tempo ele escondeu essa parte de seus amigos, James, Sirius e Peter, mas quando eles descobriram, agiram da forma oposta a qual Remo achava que eles agiriam. Demorou muito tempo para que descobrissem como se transformar em animagos, mas sendo inteligentes como eram…




Na segunda-feira de manhã James e Peter combinavam alguma travessura (desculpe a narradora que está com poucos sinônimos para brincadeiras-que-dão-errado) e Lupin tentava ignorar os amigos, já que era monitor e, logo, o responsável por impedir coisas como essa que planejavam. James tentava Sirius a participar, dando cutucadas em seu braço e murmurando sobre coisas que Sirius gostaria de participar, enquanto isso Sirius se ocupava em remexer seu mingau que estava extremamente inapropriado para aquele dia quente de verão. Tudo calmo, quando...

Pasca estava acabando de tomar seu suco, seus olhos fixos no drama repentino acontecendo na mesa da Grifinória. Lily Evans havia acabado de entornar boa parte de seu próprio suco na cabeça de um garoto da Sonserina, um tal de Rabastan Lestrange, que logo depois disso cuspira nela. James Potter, e seu 1,78m, estava sendo impedido de avançar sobre Rabastan por Lupin, e seu metro e 88 centímetros, enquanto Peter estava dando um lenço para que Lily pudesse limpar seu próprio rosto. Enquanto isso, Lily estava impassível, olhos no rosto de Lestrange enquanto ele olhava para as vestes e gritava coisas horrendas para Lily, assim como James gritava para Lestrange,

Os professores já haviam se retirado nesse momento, mas escutando o alvoroço do grupo, Mcgonagall pisa no salão no exato instante que o punho de Sirius adentra a área fofa do rosto de Lestrange, que cai para trás.

Quando Pasca se dá conta, Torry está puxando seus cotovelos e a retirando da mesa da Lufa-Lufa.

— Vamos, vamos para a aula. - Rachel diz, pegando a mochila de Pasca, seus olhos sob a confusão na mesa da Grifinória.

Atrás de Pasca e seu grupo, apenas os gritos de Mcgonagall e os xingamentos de Lestrange enquanto eles vão para as aulas.

— O que aconteceu?? Vocês escutaram? - Pergunta Pasca passando os braços pelas alças da mochila.

Eles ficam quietos por um tempo.

— Rabastan tropeçou nas veste da Lily… - Torry começou, vendo que os outros ficariam calados. - E aí a chamou de sangue-ruim…

Pasca arfou.

— Vocês acham que… acham que ele é um deles? - Pasca perguntou em meio a um murmúrio.

— É Lestrange, não é? - Rachel soltou, referindo-se à família dele.

— Coitada da Lily. Ela é tão gentil. - Disse Torry.

Eles continuaram a caminhada em silêncio.

— Bom, aqui sou eu. Até o almoço, gente. - Pasca disse parando em frente a sala de Herbologia.

— Até mais. - Torry disse.

Pasca entrou na sala junto com a professora de Herbologia, Pomona Sprout, que sorriu para ela e a conduziu até os armários, onde as duas pegaram luvas. Pasca continuou seu trabalho com ervas cujo o objetivo era consumi-las e conceder energia àquele que as bebesse em chá, ou morresse comendo-as. Só de manipulá-las ela se sentia mais acordada, sua cabeça trabalhando mais rápido e no meio da aula, ela já estava, sem intenção, lendo a mente dos alunos ao redor.

Legilimencia era algo difícil que exigia esforço, mas dessa forma ela concentrava-se tão rápido em tudo ao seu redor que impedir de acontecer era até um pouco difícil.

Foi mais ou menos nessa hora que Lily, James, Peter, Lupin e Sirius entraram na sala. Todos eles pareciam abatidos e com raiva. Ocuparam a mesa ao lado de Pasca e começaram a trabalhar. Seus pensamentos eram bem ativos, fazendo com que fosse mais difícil ainda para Pasca desligar-se deles.

Depois de mais uma aula, todos os alunos foram almoçar. Torry, Rachel e Pyrites sentaram-se ao redor de Pasca na mesa da Lufa-Lufa e estavam conversando calmamente sobre as aulas, o efeito da planta finalmente passando.

Sirius levantou-se da mesa da Grifinória antes de todos, lembrando-se que havia esquecido no dormitório um dos livros de uma das aulas de segunda-feira. Ele foi lentamente pegá-lo. Cautelosamente, tomou um atalho para a sala comunal da Grifinória.

Estava voltando, descendo as escadas e prestes a preparar-se para virar a esquerda no corredor largo quando tudo aconteceu muito rápido. Foi bem assim:

Sem notar o amigo, James passou a sua frente, saindo do salão principal. Peter e Lupin já estavam a frente de Potter. Logo atrás dele vinha Lily, mãos dentro dos bolsos das vestes. Os quatro estavam com caras piores ainda do que quando Sirius os havia deixado. Dessa vez, eles pareciam com mais raiva. E de repente, Rabastan sai de supetão de dentro do salão e começa a gritar.

— Avada!…

— Expelliarmus!

— Cistem Aperius!

— Confundus!


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Notas finais do capítulo

Eita, o que foi que aconteceu não é mesmo...? Vou deixar vocês com esse cliffhanger depois de um capítulo de 2446 palavras.
Por favor, me contem o que estão achando!
Até semana que vem!



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