Legacies Season 2 escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 14
O outro lado




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P.O.V. Hope.

Estou numa caverna. E tem um totem igual ao do Damien, só que é branco.

—Oliver?

Eu vi a tatuagem na barriga dele. No abdome. Era japonês, eu acho. O totem brilhou e a tatuagem também.

E eu vi a Felicity vestida de noiva, segurando a mão dele. Mas, também vi todos os que partiram. O pai dele, a mãe, Laurel, Shado, todos os amigos dele.

—Luz vs Escuridão.

—Muito bom.

Disse a mulher com um sotaque carregado.

—Me pergunto, como passou pela minha proteção. Como está aqui?

—Não sou uma pessoa convencional, mas quero deter o Damien. E salvar meus amigos.

—Star City é um ponto de convergência. Fica encima de uma Linha de Ley.

—Linha de Ley? Como as dos Shadowhunters?

—Linhas de Ley são...

—Pontos de forte concentração de energia mística, como uma corrente telúrica, mas elas são também locais onde as fronteiras entre os mundos ficam turvas.

—Muito bom.

Era uma caverna, haviam velas, um altar, onde estava o totem.

—Ele é seu?

—É.

—Posso pegar emprestado?

—Não. Oliver Queen já tentou lutar contra a escuridão e perdeu. Se ele for contra Dahrk só vai torná-lo mais forte.

—Você o treinou.

—Pode se dizer isso. Se ele não pode combater sua própria escuridão, como vai combater a de Damien?

Ai ela me expulsou e eu cai na cama.

—O que aconteceu?

—Há um totem. Outro Totem. O oposto do Damien. É como a natureza funciona Yin e Yang. Mas, você já sabia disso né? Você viu a mulher da caverna, se não consegue combater sua própria escuridão... como vai derrotar o Damien? Precisa se perdoar. Precisa deixar a sua culpa partir, precisa deixá-los partir.

—O que?

—Sua mãe, seu pai, Laurel, Tommy, precisa deixá-los partir. Precisa se libertar das trevas e deixar a luz entrar.

P.O.V. Oliver.

Ela viu a Fortuna. 

—Então, fazer uma visitinha para a Fortuna é comungar com os ancestrais?

—Os ancestrais me levaram a ela.

Hope veio até mim e puxou a minha camisa pra cima e colocou a mão na tatuagem que o Constantine me deu.

—De que adianta este dom, se não é capaz de usá-lo? Vou fazer algo pouco ortodoxo agora. Como estou desesperada.

Ela acendeu um ramo duma erva.

—O que é isso?

—Sálvia. Fique parado. Eufue, eufue imo...

Ela estava com as mãos perto da minha cabeça uma de cada lado.

—Mete pue asse su.

Senti quando ela passou os dois dedões na base da minha nuca.

—Não sinto diferença nenhuma.

—Mas, eu sinto.

A Tribrida respirou fundo e olhou bem no fundo dos meus olhos.

—Seu tempo na ilha, toda a dor que sentiu lá... esqueça. Lembre-se dos ensinamentos, das técnicas de luta, mas a dor? A tortura? Esqueça. Todos os seus entes queridos que morreram, sua mãe, seu pai, Laurel, Tommy, não foi sua culpa. Esqueça. O voto de vingança que fez e honrou pelo seu pai... esqueça. Deixa pra lá.

Eu podia ver as minhas memórias de Lian Yu, meu pai se suicidando, minha mãe sendo assassinada por Slade Wilson, a morte de Shado, de Laurel...

—Deixa pra lá.

E de repente, eu...

—O que aconteceu?

—O que você fez com ele?

—O que era necessário. Ele lembra de tudo o que passou na ilha, mas agora não significa nada. Ele não se sente mais culpado.

—Porque eu me sentiria culpado?

—Por nada. Não foi sua culpa. A esperança sempre vence o medo.

Então voltamos para a rua. O povo nos apoiou.  Ela estava usando o vestido de casamento da mãe dela ainda.

—Não é uma roupa muito adequado para uma briga não acha?

—Para esta é. 

Ela subiu encima dum táxi. E começou a falar com a multidão de cidadãos apavorados.

—Um amigo uma vez me disse que é necessária uma certa tenacidade especial para viver em Star City. Eu sei que as coisas estão assustadoras agora. Primeiro o empreendimento, vários atentados terroristas, bombas. Mas, por Deus vocês sobreviveram! Sobreviveram porque lutaram! Lutaram pelo seu lar! Pelas suas famílias! Pelo futuro dos seus filhos! Ele quer que vocês temam! Eles querem que se desesperem e é compreensível depois de tudo o que passaram. Mas, vocês não estão sozinhos! Olhem em volta! Vejam quantas pessoas tem ao seu redor! Vocês tem o Arqueiro Verde! Damien Dahrk só pode prosperar no medo! Ele se alimenta de escuridão e medo! Mas, a esperança... sempre, sempre vence o medo! Então, aqui estou eu, Hope Mikaelson! Usando o vestido de noiva da minha mãe já falecida. Honrando o seu legado e pedindo... não desistam. Lutem. Porque se vocês acreditam que podem, se tem esperança... então Damien não pode quebrar vocês!

E eles nos apoiaram. 

—Que lindo. Vão fazer o que, se dar as mãos e cantar?

—Se for necessário.

P.O.V. Hope.

Eu desci do teto do táxi e Oliver me ajudou. Quando ele segurou minha mão eu senti.

—Arqueiro, a sua tatuagem.

—É, eu to sentindo.

—Acho que está cifando diretamente de mim. Foque na energia. E enfia um flecha cheia de esperança naquele bastardo.

—Como suas amigas bruxas? Não sou bruxo.

—Não, mas a sua tatuagem te torna um sifão.

Ele e o Damien lutaram. A cavaleria chegou e depois de um confronto violento que uniu todas as pessoas da cidade, Oliver enfiou uma de suas flechas em Damien. Oliver foi só o conduíte.

A morte de Damien Dahrk foi memorável. Ele queimou de dentro pra fora.

P.O.V. Oliver.

Quando eu liguei a TV o discurso de esperança e união dela estava passando, mas ela não. Eu estava discursando. E não, eu não dizia que o meu nome era Hope Mikaelson.

—Porque eu estou na TV? Não é assim que eu me lembro.

—Eu sei, mas o seu universo não está preparado para uma Hope Mikaelson, além do mais... eu não sirvo pra ser prefeito. E eu sinto muitíssimo, mas isso vai doer.

—É? Ai!

A dor era insuportável, mas eu voltei a sentir...

—Culpa. 

—Não foi sua culpa. Nada foi sua culpa. O Doutor Ivo era doido. A morte da Shado foi coisa dele. O Slade estava com o Mirakuru no corpo, a droga deixou ele doente. Não você. A sua mãe, seu pai, Malcolm eles foram responsáveis pelo empreendimento, não você.

—Fez aquele vodu de vampiro em mim.

—Fiz. Como eu disse, foi o desespero e não é vodu. Vodu é coisa de bruxa. Foi um feitiço e uma compulsão.

Ainda não acredito que a nossa cidade foi salva por uma garota de dezesseis anos vestida de noiva.

—Você salvou centenas de milhares de vidas e não levou nenhum crédito por isso.

—Eu não fiz pelo crédito. Seja um bom prefeito. 

Ela pegou a pequena Mia no colo.

—Oi garotinha. Você tem sorte. Os seus pais são demais. Sua mãe é um gênio da computação para dizer o mínimo e o seu pai... ele é a fera no arco!

Disse balançando a Mia que deu risada.

—Cuidado ein, se o meu pai arrancaria a espinha de um cara que partisse o meu coração e usaria como colar, o seu... faria muito pior.

—E o que pode ser pior que isso?

—Dar uma flechada no piu-piu do cara e transformar ele num eunuco!

Todo mundo riu.

—Acho que vocês precisam de um tempo. Precisam duma vida. Depois do que aconteceu.

—Ela tem razão, eu preciso dar um tempo de ser o Spartan.

—E eu quero ser mãe. Se importa?

—Não. Ela é toda sua.

Depois de Hope devolver Mia a Felicity, ela caiu no chão tendo convulsões.

—Hope! Hope!

Durou apenas alguns momentos.

—O que foi isso?

—O menino. Seu filho, William. A mãe dele não é mais a mãe dele.

—O que? O que isso significa?

—Maldito! Damien libertou ela. Foi sem querer, com todos esses massacres... ela saiu livre e se enfiou no corpo da primeira mulher que morreu recentemente.

—Samantha.

—Não é mais ela lá dentro Oliver. É a Lilith. Você tem que tirar o seu filho de perto dela. O que não vai ser muito fácil.

—E porque não?

Hope respirou fundo e começou a contar.

—Lilith é a primeira verdadeira mulher do mundo, mas também é a mãe de todos os Demônios. Depois que ela se corrompeu, para impedir que a praga dela se espalhasse por sob a terra, Deus... a esterilizou. 

—E porque Lilith iria querer ferir o meu filho?

—Ela é um demônio Oliver!

—Eu não disse que ela queria ferir o menino. Afinal, como eu já disse, Deus a esterilizou a milhares de anos atrás. E o que, eu vos pergunto uma mulher incapaz de conceber e que tem todo o poder do mundo... poderia querer? Lilith é a mãe de todos os demônios, de todas as dimensões que existem. Ela é Deus versão feminina e virada do avesso. Mas, sempre tem aquela única coisa que ela quer mais do que tudo. A única coisa que nunca pôde ter.

—Um filho.

—Exato. Mas, ela não vai querer um filho qualquer. Como um ser sobrenatural muito antigo cujo poder eu não consigo nem começar a compreender. Isso torna o sangue dela um ingrediente muito potente. Extra-forte. E como o primeiro demônio do mundo, ela vai querer um filho igual a ela.

—Ela vai injetar o próprio sangue no meu filho.

—Isso. Então, temos que correr.

Só senti quando fui tirado do chão e num piscar de olhos estava onde William estava.

—Ai o arco. E a aljava.

—Essas não são as minhas flechas.

—Eu sei. Suas flechas seriam inúteis. Essas tem cinza de fênix. Boa sorte.

Disse pouco antes de sumir.

 


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