Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 31
Capítulo 31




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Olá lindas. Aqui está mais um capítulo, espero que gostem!!!!

 

 

 

 

Maria passou o resto da manhã pensando na ligação de Estevão. Sua memória ficou buscando cada momento que teve com Evandro antes de morrer. Ele havia repetido tantas vezes que a morte dele a ajudaria, que agora ela se perguntava como. Como? Ela pensou naquela reunião que foi convocada pelo tabelião dele e pensou também nas palavras de Estevão. Evandro havia deixado pra ela algo que realmente a ajudaria provar sua inocência em tudo que foi acusada? Ela pensou no que poderia ser para que fosse chegado até ela por um tabelião e não vinha nada em sua mente, a não ser... Ela sacudiu a cabeça pra não pensar no que sua mente trazia. Não aceitaria um centavo de Evandro se fosse aquilo que ele havia deixado pra ela. Qualquer valor que fosse, não seria capaz de aceitar, além do mais, dinheiro não era mais um problema que ela tinha. Não era milionária como Estevão nem como Evandro foi, mas já tinha dinheiro suficiente para viver bem o resto de sua vida e também, não era dele, do dinheiro que ela precisava pra desmascarar todos que tramaram contra ela. Ela sabia que a lista de nomes que Evandro havia dado pra ela, ela só derrubaria com provas, não com dinheiro, que se não fosse nada concreto pra provar sua inocência que Evandro poderia ter deixado a ela depois de sua morte, não serviria pra nada e também não seria capaz de aceitar.

Evandro foi mais um que ajudou destruírem ela, além de ter sido um velho asqueroso que sempre a assediou desde que ela o conheceu. Por isso, não passaria por cima de sua dignidade pra receber nada dele.

Deu a hora dela estar na mansão San Román e então ela deixou o escritório que trabalhava.

Enquanto dirigia, outro clarão veio na mente de Maria.

Orgulho. Evandro tinha falado que ela teria que deixar o orgulho de lado pra chegar na verdade com a ajuda que ele prometia depois da morte dele. Que depois de um suspiro, Maria pensou que a vida não poderia ser capaz de prova-la daquela maneira.

 

Maggie e Estrela desceram do táxi a frente de um prédio alto.

 

As duas olharam pra cima de boca aberta e Maggie disse.

 

— Maggie: Estamos no endereço certo amiga?

Estrela conferiu seu celular e disse olhando o prédio mais uma vez, mas cobrindo os olhos do sol.

— Estrela: Aqui na internet diz que é.

Maggie admirou a estrutura do prédio que via e sabendo de quem pertencia a empresa que tinha nele, ela disse por conhecer a história que Estrela tinha com o pai por ela mesma.

— Maggie: Puts. Seu pai é muito rico mesmo hein. Nossa, tem certeza que não quer ele como seu pai, Estrela?

Estrela assentiu com a cabeça, acreditando que não tinha dinheiro no mundo que a faria gostar do pai que tinha. Que por isso ela disse.

— Estrela: Minha mãe me ensinou que dinheiro não é tudo nessa vida. Que ele pode facilitar nossas vidas sim, mas não compra bom caráter nem dignidade, Maggie. E esse homem que infelizmente é meu pai, foi mal com ela, ele não teve piedade dela, nem a dignidade de ajuda-la, como Luciano fez. Ele sim, quero como pai, Estevão, não.

Maggie deu um sorrisinho tocando na mão dela e depois disse.

— Maggie: Bom, eu posso entender sua mágoa. Ele feriu sua mãe. Acho que se meu pai fizesse isso com a minha, eu agiria igual.

Estrela deu outro sorrisinho, guardando seu celular no bolso da calça jeans que usava e disse.

— Estrela: Então vamos entrar de uma vez?

— Maggie: Vamos amiga.

As duas deram a mão pra entrarem juntas e quando entraram, viram funcionários entrando e saindo, passando cartão para saída de almoço e voltando dele. As duas olhavam tudo com olhos curiosos, tinha seguranças uniformizados ao lado das catracas, perto da porta de entrada de que elas acabavam de passar e ao lado da recepção que elas avistaram.

Que Maggie então cutucou Estrela e disse depois de ter observado o território que estavam.

— Maggie: Como vamos passar por esses seguranças grandalhões, amiga? Eles não tem cara que vão nos deixar passar por eles.

Estrela ergueu a cabeça querendo usar o passe livre que podia ter ali para entrar, que por isso ela disse.

— Estrela: Não, eles não tem. Mas eu sou a filha do dono daqui, não sou? Se eu disser isso, vão nos deixar passar!

Maggie sorriu e incentivando a amiga usar o plano que tinha pra elas conseguirem o que queriam, disse.

— Maggie: É assim que fala. Vai lá e diz que é filha do dono daqui! Tenho certeza que eles vão morrer de medo da gente e vão deixar nós subir.

E confiante Estrela disse também.

— Estrela: Sim eles vão morrer de medo da gente!

Elas caminharam e desviaram da recepção indo direto a um segurança moreno alto e com de cara de poucos amigos. Que depois de arranhar a garganta, Estrela disse.

— Estrela: Boa tarde, moço. Eu quero que deixe eu e minha amiga passarmos para vermos o dono dessa empresa, aqui, seu chefe. Porque eu sou a filha dele, não gosto muito disso, mas é isso!

Ela cruzou os braços depois de falar e Maggie fez o mesmo, acrescentando.

— Maggie: É isso mesmo, moço. E é melhor que faça isso logo porquê o pai dela pode demitir você. Então é melhor que tenha medo da gente!

Segundos depois um segurança pegando no braço de Estrela e outro no braço de Maggie as acompanhavam até saída.

Os funcionários da empresa sabiam que o presidente dela só tinha um filho, que então, jamais levariam a sério as palavras das duas meninas, a não ser que recebessem ordem direta de Estevão ou da secretaria dele que era como sua segunda voz ali dentro.

A luz do sol junto ao mormaço dele, recebeu as duas meninas assim que seus pés estavam fora do prédio e Estrela bufou de cara feia para os seguranças e um deles disse.

— X: Vão pra casa mocinhas, aqui não é lugar de crianças!

E Maggie esfregando os braços depois de ser solta, disse.

— Maggie: Não somos crianças seus grossos!

Com um radio parecido com um telefone, um dos seguranças disse, quando ouviu uma voz por ele.

— X: A situação já está controlada.

Estrela que estava vermelha depois de ouvir o homem, disse indignada.

— Estrela: Que situação? Vocês acham que somos terroristas? Eu vou contar como nos tratou para o presidente da empresa! Que é meu pai sim, seu imbecil!

E Maggie chorosa também disse indignada.

— Maggie: É! Ela vai contar seus tontos. E vocês vão perder o emprego de vocês!

Ela chorou e Estrela levou a mão no rosto dela pra limpar as lágrimas dela, dizendo.

— Estrela: Não chora, amiga.

Maggie fungou e a respondeu ainda chorosa.

— Maggie: Eu nunca fui tão humilhada nessa vida, amiga por isso choro!

Estrela olhou com raiva para os seguranças e abraçou Maggie, enquanto os dois olhando toda aquela cena ficaram intrigados e um deles disse, pelo rádio que tinha na mão.

— X: Me passa pra secretária do senhor San Román. Precisamos tirar uma dúvida.

O que acabou de falar olhou para o outro e se afastou entrando de volta pra empresa, enquanto o que ficou de braços cruzados disse diante das meninas.

— X: Vamos ver se o que dizem é verdade. Fiquem aqui.

E Maggie então disse se afastando do abraço que levava da amiga.

— Maggie: Ficaram com medo né!

E Estrela depois de revirar os olhos e cruzar os braços outra vez também disse.

— Estrela: É incrível como vocês adultos não levam a sério o que dizemos.

Elas então esperaram mais alguns minutos ali fora, até que o segurança moreno voltando branco como um papel, disse.

— X: A secretária do senhor San Román irá receber vocês duas, porquê ele não está, mas podem espera-lo no andar da presidência.

As duas sorriram uma pra outra e entraram, com uma moça sorrindo demais que deixava a recepção indo em direção delas duas.

Ninguém queria problema com o presidente das empresas por conta de sua filha adolescente que eles descobriram por Lupita agora a existência dela.

 

Longe dali na mansão San Román, Maria passava pela porta. Alba estava ali só a esperando que então, pegou no braço dela assim que ela cruzou a porta e disse entre os dentes.

— Alba: O que fez pra conseguir ser a herdeira de Evandro, Maria? O que disse a ele pra conseguir isso!

Maria torceu os lábios e olhando a mão dela no braço dela, ela disse brava e a fulminando com seu olhar.

— Maria: Primeiramente me solte Alba! E segundo, não sei do que fala e nem porquê estou aqui e que ainda que soubesse, não lhe devo explicações nenhuma!

Ela puxou o braço com força e Estevão apareceu, vindo do escritório dele por ouvir a voz dela.

— Estevão: Finalmente chegou. Venha até meu escritório Maria, vamos esperar o tabelião nele.

Maria ergueu a cabeça deixando Alba pra trás e seguiu Estevão. Ele então abriu a porta a esperando passar, que quando fez, ela disse logo.

— Maria: Deixe a porta aberta enquanto o esperamos. E espero que isso não demore, porquê se estou aqui, é pra não precisar vê-lo aonde trabalho.

Estevão encostou a porta atrás dele ignorando o pedido dela e disse adentrando mais dentro do escritório.

— Estevão: Não quer que seu chefe me veja? A propósito, fico feliz que tenha deixado de vê-lo fora do seu local de trabalho. É assim mesmo que tem que ser o relacionamento de chefe com seus funcionários.

Maria quando o ouviu, riu de lado e disse com os braços cruzado com a bolsa entre eles e ainda em pé.

— Maria: Que hipocrisia é o que acaba de dizer Estevão. Quando me conheceu certamente não pensava assim.

Ele olhou a imagem dela, a medindo de cima a abaixo, que caminhando até o lado da mesa dele, ele a respondeu.

— Estevão: As vezes o diabo passa dos limites quando nos oferece bandejas tão atrativas e não tem ser que resista, Maria. Isso foi o que aconteceu comigo quando a vi.

Ele deu a volta na mesa dele que antes de sentar ele apontou pra uma cadeira a frente da mesa dele e voltou a dizer com ela em silêncio.

— Estevão: Sente-se, Maria. Não vou morde-la.

Ela o olhou sentar e passou uns segundos para fazer o mesmo na cadeira em sua frente, sentando nela de pernas cruzadas.

Ficaram em silêncio por tempo suficiente até que Maria cansou e buscou os olhos de Estevão que a olhava todo aquele tempo e disse, irritada.

— Maria: Pare de me olhar assim, Estevão.

Estevão deu um sorriso de lado, sabendo como a olhava que mesmo assim, ele perguntou.

— Estevão: E como a olho?

Maria então revirou os olhos e o respondeu.

— Maria: Como alguém que me viu nua ou quer! Então pare de me olhar assim!

O sorriso que Estevão tinha se abriu mais ao ouvi-la e disse.

— Estevão: Então sou os dois. Já te vi e quero voltar a ver.

Maria ergueu a cabeça deu um sorrisinho e depois disse.

— Maria: Vai ficar querendo. Depois de ontem Estevão, tenho medo de ser apunhalada pelas costas por você enquanto eu, eu...

Maria parou de falar, quando viu Estevão rir, que ele então ainda com um riso sacana nos lábios arqueou uma sobrancelha dizendo.

— Estevão: Você? Continue...

Alguém bateu na porta e Maria ficou de pé dando graças a Deus pela intromissão que então, depois da empregada anunciar a chegada do tabelião ele cruzou a porta.

O senhor de mais 60 anos, deu a mão pra os dois e depois sentou ao lado da cadeira que antes Maria estava.

Que então com todos sentados, ele disse.

— X: Evandro foi rápido com suas ordens e a maior beneficiada com seus bens está aqui, então já podemos começar.

Estevão olhou para Maria enquanto ela sentiu seu coração vindo a boca vendo o tabelião mexer em sua maleta que tinha de mão. Ele então tirou um documento que do lado dele, ela pôde ler que era o testamento dele e também tirou uma carta. Que ele disse.

— X: Essa carta Evandro deixou a você, senhora Maria. Ele pediu que lesse em um momento que tivesse a sós pra que refletisse ao lê-la em qual decisão tomar.

Maria olhou a carta sem o tabelião ainda entrega-la com todo momento Estevão atento aos dois, até que ele disse irritado.

—Estevão: Será que podemos pular pra parte que ele deixou escrito que me devolveria todas minhas ações assim como foi nosso acordo?

O tabelião suspirou sem pressa alguma e disse calmo.

— X : Eu vou começar ler o testamento agora mesmo, senhor San Román.

Ele então começou a ler o testamento de Evandro.

Estimado Estevão San Román, começo falando de você em meu testamento que sabe mais do que ninguém, que vivi para adquirir minha fortuna que ao seu lado nas empresas San Román, ela só cresceu. Sei que está nesse momento ansiando por ter em suas mãos de volta as ações que juntos, mais que qualquer outro sócio que tem, fizemos ela crescer, mas sinto em dizer que passarei elas para outra pessoa que estimo mais que a você. Maria Fernandez da Cunha, a você deixo todas as porcentagens de ações que tenho nas empresas San Román podendo usufruir delas como quiser, assim que esse documento estiver sendo lido a você, mas não só deixo elas como também toda minha fortuna que equivale a tudo que tenho e que sou consciente que muitos estavam de olhos nela, mas pedirei que antes de qualquer coisa, assegure que minha serva fiel que cuidou de mim todos esses anos fique com a casa que vivi até minha morte e tenha uma renda que não a deixe precisar trabalhar mais, o resto é tudo seu, com todo meu amor, Evandro Maldonado.

Maria estava muda, gelada, nervosa, depois de ouvir a leitura do testamento feita pelo tabelião, enquanto Estevão vermelho e ofegante, se levantou possesso e falou alto.

— Estevão: Isso é um cúmulo! Esse testamento tem que ser anulado! Maria não pode aceitar as ações de minha empresa!

Quando terminou de falar, ele mirou Maria e ela também ficou de pé, ergueu a cabeça empinando o nariz e disse no mesmo tom que ele, cheia de sua dignidade e orgulho.

— Maria: Mas é claro que não aceitarei, Estevão! Não aceitarei elas muito menos qualquer centavo vindo de Evandro! Eu não aceitarei!

Os dois olharam em seguida o tabelião que se levantou tranquilo e depois disse.

— X: Não pode recusar o que já está sendo seu por lei, senhora Maria. Pela lei, você já é a dona das ações das empresas San Román como da fortuna deixada por Evandro. Então nesse momento está milionária com ela.

Maria apoiou as mãos na mesa sentindo as pernas moles e se sentou, enquanto Estevão disse ainda nervoso.

— Estevão: Mas por que ela, hum? Evandro não disse? Porque ela é a herdeira dele!

Maria fechou os olhos. Dentro de si só passava um medo de ter mais um motivo para colocarem em prova sua índole com o que Evandro havia feito. Era uma trampa, um plano que ele tinha feito para compromete-la com ele, ela só pensava assim. Ele em vida ela nunca foi capaz de aceitar nada dele e morto que não faria. Que então, ela se levantou de novo, pegou sua bolsa e disse.

— Maria: Eu não sei qual era o plano de Evandro com isso tudo, mas não quero estar nele e não quero nada que está escrito nesse papel!

O tabelião mexeu em sua maleta outra vez e tirou a carta que Evandro havia escrito e deixado claro a ele, que nela havia palavras que esclareceria tudo que sua herdeira, Maria precisava saber. Que então, entregando a ela, ele voltou dizer isso a ela.

— X: A resposta do porquê você senhora Maria é a herdeira de Evandro Maldonado, está nessa carta. Leia e entenderá tudo.

Maria olhou a carta na mão dele que agora sim ele a entregava e Estevão também, que antes dela dizer algo ele disse interessado no conteúdo daquela carta também.

— Estevão: Me deixe ver essa carta, Maria. Quero saber também o porquê de tudo isso!

Maria então quando ouviu Estevão, puxou rápido a carta e disse agora o mirando com raiva da maneira que ele seguia falando e acreditando agora que naquela carta sim podia ter algo útil a ela.

— Maria: Não! Ela é minha, Estevão! Não quero as ações de sua empresa muito menos essa maldita herança! Mas essa carta, eu fico com ela!

Estevão fechou a cara e bufou. Sentia raiva por não ter Evandro cumprindo o trato deles, mas também sentia ciúmes, sentia por ver que Maria era a herdeira dele ainda mais pelo final das palavras dele deixada naquele testamento. Que então ele disse, tomado pelo que sentia.

— Estevão: O que está escrito nela, hum? Tem segredos que juntos compartilharam? Declarações de amor? Como essa que ele fez no testamento! Se vendeu pra ele, Maria? Se vendeu pra Evandro também?

Quando Maria ouviu Estevão, o acertou com um tapa no rosto. O esbofeteou o deixando calado logo em seguida e a olhando todo vermelho, que então ela disse ofegante pra ele, enquanto o senhor presente entre eles estava com os olhos arregalados com a cena.

— Maria: Já disse que não vou ficar com suas malditas ações, fique com elas, Estevão! Enquanto o dinheiro, eu não quero! Não vou aceitar um centavo de um homem que sempre me assediou em vida e que você nunca foi capaz de enxergar o que se passava e me defender com tanta garra como faz quando me dá amantes!

Ela quando terminou de falar, puxou o ar do peito, pegou a bolsa dela abriu ela e tirou um cartão dizendo, agora ao senhor tabelião.

— Maria : Sei que por lei já sou dona de tudo que Evandro me deixou, mas sei também que por ela eu posso renuncia-las, então me procure, senhor que estou disposta a assinar qualquer maldito documento que me fará livre dessa trampa que Evandro me colocou mais uma vez!

Momentos depois, Maria deixava a mansão San Roman, Estevão fez menção de ir atrás dela, mas desistiu, ficando assim com o tabelião. De início ele só queria o que mais o interessava que era as ações que antes de sua morte, Evandro havia prometido que devolveria a ele, não se interessando em nenhum momento do que seria a fortuna dele até ali, até ter certeza que suas dúvidas estavam certas, que ele havia deixado tudo que tinha a Maria. Mas por que? Ele bufou se perguntando de novo. Estava claro que ela dizia a verdade aquele tempo todo, Evandro nutria algo por ela, um sentimento tão oculto que ele nunca havia se dado conta e agora não podia nem cobrar as vezes que o chamou de amigo, com ele a desejando quando ainda eram casados.

Estevão andou no escritório todo nervoso. Maria em alguma vez teria correspondido ele? Ele pensou nas palavras de Heitor e esfregou a mão no rosto. O tabelião arrumava as coisas dele e depois foi dar a mão para se despedir, que quando deu Estevão perguntou interessado.

— Estevão: Se Maria de fato não aceitar nada do que herdou de Evandro, o que será da fortuna dele e das ações de minha empresa?

E o senhor o respondeu.

— X: Se ele não tiver nenhum herdeiro que prove parentesco com ele, a fortuna terá um caminho certo, que será aos bancos de nosso país, enquanto as ações, você terá que brigar por elas, se não elas poderão ser leiloadas para os primeiros interessados nelas possam comprar, senhor San Román.

Estevão bufou mais. Não aceitaria nenhum estranho dentro de sua empresa tendo o poder e autoridade nela que o valor das ações que foram de Evandro daria ainda mais ver elas sendo vendidas em um leilão.

E longe dali.

Nas empresas San Roman. Lupita pediu almoço em um restaurante para as meninas, que já almoçavam dentro da sala de reunião que ela optou em deixa-las em um lugar com portas para não perder elas de vista. Que enquanto as meninas almoçavam, ela tentava entrar em contato com Estevão totalmente em vão por não estar sendo atendida por ele. Lupita ficava nervosa em só pensar na possibilidade que as meninas poderiam deixar as empresas sem que Estevão ainda chegasse, ou pior que a menina contasse como havia sido tratada pelos seguranças. Lupita conhecia o chefe que tinha e suas mudanças constante de humor, que por isso não esperava elogios vindo dele aos pobres seguranças. E depois de desligar o telefone outra vez de sua mesa e deixado um recado a Estevão, ela viu o elevador abrir e sair dele Heitor e Leonel que chegavam do almoço, ela então se levantou apressada pra ir até eles.

Lupita sabia de tudo sobre Estevão ter mais uma filha por já conhecer Maria, saber quem era ela e por Socorro ter esclarecido algumas coisas a ela que ela já ouvia Estevão falar com Demétrio ou manda-la entrar em contato com ele com assuntos que traziam o tema de DNA e tribunais entre reuniões de portas fechadas que eles faziam na empresa que ela sabia que tinha nada a haver com os negócios que tinham, assim, ficava fácil pra ela saber da vida pessoal de seu chefe mesmo não querendo ser uma intrometida.

E assim, ofegante ela chegou diante dos rapazes, dizendo.

— Lupita: Com licença, Leonel, Heitor. Eu estou com um probleminha na sala de reunião, bom um não, dois e seu pai não me atende Heitor!

Heitor a olhou junto com Leonel e disse atento ao nervosismo dela.

— Heitor: Que tipo de problema, Lupita? Se acha que posso ajuda-la, diga.

Momentos depois Heitor entrava na sala de reunião vendo os dois probleminhas que Lupita tinha.

Maggie estava em uma cadeira com rodinhas sentada, enquanto Estrela empurrava ela por toda sala, que quando ela viu seu irmão mais velho, ela soltou a cadeira que foi parar diante de Heitor.

A Maggie sentada ainda na cadeira, levantou a cabeça sentindo suas bochechas corando ao ver pela primeira vez o irmão mais velho de sua melhor amiga, enquanto Estrela cruzou os braços a frente do peito ao lado da mesa que tinha as sobras da refeição que elas tinham feito nela.

Que então Heitor depois de tirar os olhos de Maggie que se levantou da cadeira, disse mirando sua irmã mais nova.

— Heitor: O que faz aqui, Estrela? Sua mãe sabe que está aqui?

Estrela negou com cabeça e rapidamente andou pra se aproximar dele, dizendo.

— Estrela: Não, ela não sabe. E eu vim ver Estevão. Então vou pedir que não conte pra ela que estou aqui, por favor.

Heitor suspirou pensando que não era certo ela estar ali sem Maria saber, que por isso sem saber também onde andava o pai deles, ele disse.

— Heitor: Nosso pai, não está e não sei que horas ele volta, muito menos a secretária dele. Então se não quer que ela saiba, me deixe levar vocês duas pra casa.

Estrela estufou o peito, erguendo a cabeça e cruzando os braços. Estava decidida não sair dali sem fazer o que queria, que por isso ela disse, com Maggie ao lado dela.

— Estrela: Não. Não irei sair daqui até falar com Estevão. Minha mãe não está bem e é tudo culpa dele! E não vou permitir que ele siga fazendo mal a ela!

Heitor pensou em Maria e na ligação que tiveram pela noite e ele não precisava perguntar pra Estrela para saber o que tinha acontecido para ela querer tomar as dores dela. Que então ele disse preocupado.

— Heitor: Eles são adultos não devia se intrometer nas questões deles. Isso só vai te machucar, Estrela.

E Estrela suspirou pensando no que também a tinha levado ali sem Maria saber, que por isso, ela o respondeu.

— Estrela: Não é só sobre eles, estou no meio dessas questões e vim dizer na cara do seu pai, que não o quero como o meu pai também! Vamos ver se assim ele me escuta e deixa minha mãe e eu em paz!

Heitor então balançou a cabeça vendo que não poderia fazer Estrela mudar de ideia de fazer o que queria, que por isso, ele disse não querendo impedi-la, mas querendo ficar responsável por ela ali e a amiga dela que ele via, até Estevão chegar dando assim descanso a Lupita.

— Heitor: As coisas não são assim, tão fácil como pensa em fazer Estrela, mas não vou impedir você de fazer o que quer. Mas agora venham comigo, vou mostrar pra vocês a empresa enquanto esperam. Devem ter ficado tempo suficiente aqui dentro.

Ele abriu a porta para elas saírem e Lupita entrou com uma mocinha para limpar a mesa de reunião que tinha os pratos que elas haviam almoçado.

Enquanto dirigia pensando que teria que fazer uma reunião urgente na empresa para falar do futuro incerto das ações de Evandro, Estevão ouviu um dos recados de Lupita e acelerou o carro quando escutou que Estrela junto a uma amiga estava na empresa a espera dele.

Maria chegou totalmente aérea no escritório que trabalhava. Pensava que se Evandro com aquilo que fazia prometeu ajuda-la, ele pelo contrario estava trazendo mais problemas a ela. Era algo sem cabimento dele ter feito dela sua herdeira. Já tinha tantos problemas com as dúvidas que uma das pessoas que ela mais amava na vida junto com sua menina, ainda tinha sobre sua índole como mulher e mãe durantes 15 anos, que não sabia o que diria a Heitor quando pensava nele para explicar aquela ação de Evandro pois temia que a reação dele fosse a mesma de Estevão.

Ela alisou as têmporas totalmente tensa. Como explicar que recebeu uma fortuna como herança vinda de um homem que não tinha parentesco nenhum, a não ser sua doentia e asquerosa adoração que ele titulava como amor? Não foi um gesto de caridade o que Evandro fez, Estevão não veria nunca como aquilo muito menos Heitor. Talvez a ação de Evandro colocasse a prova mais uma vez quem ela realmente era e suas palavras de nunca ter correspondido qualquer investida dele que ela disse a Heitor que nunca correspondeu. Sem ainda abrir a carta dele, sem cabeça para isso, Maria só pensava no pior e nos mais problemas que poderia ter sendo herdeira dele. Definitivamente, ela só via os problemas que ser herdeira de Evandro lhe trazia, mas não a solução, a ajuda que ele havia prometido dar.

Estevão chegou nas empresas San Roman ofegante e de coração acelerado com um sorriso que insistia querer aparecer nos lábios dele em só imaginar que Estrela estava ali a espera dele. Ele já se ilusionava mostrando a empresa San Román toda pra ela depois de uma conversa que ele tentaria ter de pai pra filha com ela. Desde que havia descoberto que Maria também tinha uma filha com ele, não havia tido aquela oportunidade que ele pensou que agora com os direitos dele de pai assegurado pela lei, ele teria de conversar com sua menina.

E o elevador abriu e ele andou rapidamente até a mesa de Lupita que se levantou quando o viu e ele disse.

— Estevão: Cadê ela? Cadê minha filha?

Lupita ia responder, mas ela olhou em direção que agora Estevão também olhou onde Estrela vinha com Heitor e Maggie.

Estevão sorriu, enquanto Estrela ficou tensa sentindo que sua coragem toda ia embora que por isso, ela buscou os olhos de Heitor que levou levemente a mão nas costas dela por perceber o jeito que ela havia ficado. O corpo rígido os olhos brilhantes e medrosos o mirando, o fez perceber que ela temia Estevão.

E Estrela tinha motivos suficientes para também ter medo de Estevão, desde que havia voltado com Maria a cidade do México já sabendo quem era ele, ela só o viu descontrolado além de saber da história toda que ele havia conseguido tirar Heitor dela. Então como não temer que ele fizesse o mesmo com ela? E depois do medo, ela também tinha ressentimentos, além de uma fortíssima decepção quando depois de tanto querer saber quem era seu pai ter descoberto quem ele era e o que tinha feito com a mulher que para ela era tudo. E por isso, Estrela só pensava que não tinha como ama-lo, não tinha como querê-lo como pai.

Já próximo a ele, Estevão mexeu uma de suas mãos agoniadas para toca-la e disse, deixando evidente sua ansiedade com um sorriso nervoso.

— Estevão: Filha. Veio me ver?

Ele sorriu de lábios mais abertos. E Estrela respirou fundo. Com a forma mansa que ele falava, a imagem por um momento de um pai descontrolado que ela viu mais de uma vez, ficava de lado o que a enchia de coragem. Que então ela assentiu com a cabeça e disse.

—Estrela: Vim, vim e quero ser breve.

Estevão então assentiu ainda nervoso e a respondeu.

— Estevão: Como quiser. Vamos em minha sala filha, hum.

Estrela buscou os olhos de Heitor de novo quando o ouviu e Estevão observou o receio que ela mostrou do simples mencionar que ela ficaria sozinha com ele em uma sala, que então ele disse.

— Estevão: Pode levar sua amiga se quiser. Não vou te fazer mal algum, sou seu pai Estrela.

E Maggie que tinha escutado os desabafos de sua amiga sobre o pai que tinha, respondeu logo quando o ouviu.

— Maggie: Eu prefiro ficar aqui com seu irmão, Estrela. Vá lá que espero você voltar.

Maggie olhou pro rosto de Heitor sorrindo demais e Estrela assentiu, com agora Estevão estendendo o braço em direção a sala dele indicando para ela seguir na frente, que enquanto ela seguia em uma linha reta até a porta que viu fechada, Heitor disse.

— Heitor: Papai não assuste ela, vai com calma.

Estevão respirou fundo, sabia do porquê Heitor falava daquela forma por conhecê-lo e saber que ele não era um poço de paciência há muito tempo, que então ele o respondeu.

— Estevão: Eu não vou fazer isso, hum, vou ter uma conversa de pai e filha com sua irmã que até agora não tivemos. Não se preocupe! E Maria sabe que ela está aqui?

Heitor negou com a cabeça e disse.

— Heitor: Não, mas posso avisa-la ou leva-la quando acabarem de conversar.

E Estevão decidido que faria o que Heitor oferecia, disse.

— Estevão: Não, não avise ainda. E deixe que eu a levo pra casa.

Ele então deixou Heitor ali com Maggie e foi em direção a sua sala com Estevão com Estrela já dentro dela.

Entrando nela nervoso ele fechou a porta devagar atrás dele. Parecia ridículo ele estar como estava todo nervoso diante de uma menina de 15 anos, mas estava. Estrela de costa pra ele, olhava a sala ampla e elegante que Estevão tinha, a janela atrás da mesa dele dava pra ver outros prédios tão altos como o que eles estavam e ela gostou daquela visão privilegiada.

Mas então percebendo que não estava mais sozinha, ela torceu o lábio de lado quando virou vendo Estevão já na sala com ela e repetiu o que antes disse o chamando pelo nome.

— Estrela: Vou ser breve, Estevão.

Ela foi séria, não deu um sorriso como ele dava novamente quando ela o olhou e ainda cruzou os braços em sinal de defesa. Estevão então deixou de sorrir e disse.

— Estevão: Você já disse isso filha, mas essa seria nossa primeira conversa de pai e filha, não precisamos ter pressa, hum. Porque não senta?

Ele apontou para sofá que tinha na sala e foi na frente para ver se sentando, ela faria o mesmo, mas Estrela o fez parar no caminho com sua resposta.

— Estrela: Não tenho muito o que falar, a não ser que queira dizer, como humilhou minha mãe e tirou meu irmão dela. Se quer falar sobre como a machucou e a deixou sozinha, a conversa pode demorar, mas não será muito agradável, Estevão.

Estevão a olhou. Estrela não tinha tamanho suficiente nem idade para enfrenta-lo ou cobra-lo por um passado que pra ele só tinha um culpado e que não era ele, mas que ainda assim ela parecia querer fazer aquilo com o que ela acabava de dizer. Que por isso, depois de uma longa puxada de ar lembrando das palavras de Heitor, ele disse.

— Estevão: Vejo que já tem seu lado e não julgo filha. Ela é sua mãe, mas existem coisas que com sua idade ainda não pode entender. Além do mais deve saber que quando tudo aconteceu eu não sabia que ela estava grávida de você, se eu soubesse, eu,

Estrela então completou as palavras dele dizendo o que ela tinha certeza que aconteceria.

— Estrela: Teria me tirado dela como fez com Heitor? Teria me tirado a melhor mãe do mundo que eu poderia ter, era isso que faria senhor Estevão!

Estevão ficou nervoso. Naquela altura ele não podia negar que era aquilo mesmo que faria, que por isso ele disse se aproximando mais dela.

— Estevão: Sim, eu faria isso sim, não vou negar isso a você, filha. Eu faria porque estava cheio de ódio e rancor. Sua mãe me traiu, eu a amava, a amava com todas minhas forças e ela me traiu então não seria capaz de deixa-la com meus filhos e seus, seus...

Estevão não conseguiu concluir suas palavras que ele percebeu que saíram pesadas demais para Estrela de 15 anos escutar. Ele ficava sempre daquela forma quando falava do passado expondo seus ressentimentos, mas daquela vez ele falava com sua menina que por isso a razão o tomou e ele se calou e ela sabendo o que ele iria dizer, disse em defesa da mãe que amava.

— Estrela: Ela diz que seu amor sempre foi falso e eu acredito nela! Acredito na minha mãe e também acredito que ela é inocente! O senhor nunca foi digno de uma mulher como ela, Estevão! Porque ela não é essa mulher que pensa!

Estrela tocou os olhos com a mão, sua pele se avermelhando mostrava que as lágrimas queriam vim que assim Estevão depois de ouvi-la e ver que ela se abalava, a tocou em um braço com ela se afastando dele e ele recolhendo sua mão e disse.

— Estevão: Não chore na minha frente, filha. Não quero te ver chorar, mas não sabe nada de como é a vida. Ainda tem só 15 anos, é uma menina. Entendo que quer defender sua mãe, mas ela como mulher errou, errou como minha esposa, errou com nossa família! Ela errou ainda que não seja capaz de entender o erro dela!

Estevão afirmou aquilo sentindo seu peito doer e as lágrimas vindo agora nos olhos dele. Estrela o mirou, deixando a lágrima que segurou cair no seu rosto já rosado pelo choro. Não estava gostando de ver ele seguir falando daquele jeito de Maria, se doía pensar em tudo que ele já tinha feito, constar pelas palavras dele que era mais que real que ele acreditava que de fato a mãe que tanto admirava era culpada de tudo que foi acusada, doía mais. Que então ela disse alto, mais disposta ainda defendê-la.

— Estrela: Eu acredito que ela não errou e não preciso ser uma velha como o senhor é um velho, pra ver verdade nela. Minha mãe é inocente e o senhor o culpado dela agora estar sofrendo! E é por isso que estou aqui, Estevão. Quero exigir que deixe ela em paz! Deixe minha mãe e eu também em paz, porque não o quero como pai, não quero!

Estevão olhou agora Estrela com um olhar que ainda não tinha dado a ela. Um olhar bravo, de repreensão pelo modo que ela tinha falado com ele como pai, que por isso ele disse de voz mais firme.

— Estevão: Não preciso que seja porta voz da sua mãe. As questões que temos só nós vamos resolver. Enquanto você, no seu sangue corre o mesmo que o meu, é uma San Román querendo ou não, Estrela! É minha filha e ao final dessa semana, terá que se acostumar em me ver e estar comigo, porque sou seu pai e isso não pode ser mudado só porque você sente que pode fazer! Mas não pode!

Estrela soluçou com a forma que ele havia falado e o gritou chorando.

— Estrela: O senhor é mal! É cruel! Eu te odeio, não te quero como pai!

Estevão a mirou perecia estar firme, forte por fora, mas as palavras de Estrela estava o quebrando. Que por isso, ele apenas disse.

— Estevão: Tem uma imagem errada de mim, filha. Mas se seguir dessa maneira comigo, é ela que vai acabar tendo. Somos pai e filha e para nosso bem seria melhor tentarmos nos dar bem.

Estrela limpou os olhos com as costas de sua mão e balançou a cabeça em negação para depois responde-lo.

— Estrela: Eu não quero! Não vamos nos dar bem, nunca! Pode me obrigar vê-lo, mas não vou pode me obrigar ama-lo ou querê-lo como pai. Porque pai é quem ama, cuida e protege os filhos e o senhor nunca fez isso comigo!

Ela soluçou de novo cheia de medo por lembrar que ela seria obrigada a visita-lo. Enquanto Estevão depois que a ouviu teve raiva, ficou mais nervoso que se tinha negligenciado ela como pai, a única culpada daquilo para ele era Maria e que ele ainda mais naquele momento pensava que jamais a perdoaria por aquilo. Que então ele a respondeu.

— Estevão: Não fiz isso porque sua mãe me escondeu que estava grávida de você e escondeu sua existência todo esse tempo! Eu sempre quis ter uma filha como você e ela sabia! Sabia e ainda assim, ela me escondeu você filha e isso eu não vou perdoa-la jamais! Jamais!

A voz dele embargou e então ele se afastou virou de costa e andou até a janela para tentar se acalmar enquanto respirava e ouvia o fungar dela chorando. Que então ele disse sem olha-la.

— Estevão: Tem uma caixa de lenço em cima da minha mesa. Pegue. Não sei porque chora tanto. Qualquer menina de sua idade gostaria de ter um pai como eu.

Estrela não se moveu, ficou em silêncio e ele então se virou temendo que ela fosse embora, que por isso ele mesmo tirou alguns lenços da caixinha em sua mesa e deu a ela.

Estrela foi puxar da mão dele fazendo os dedos se tocarem. Eles então se olharam um nos olhos do outro, encontrando semelhança e Estrela depois de limpar os olhos e o nariz, disse respondendo o que antes ele tinha dito.

— Estrela: Eu preferia que meu pai fosse qualquer outro, até um que não tivesse o que tem mas que não fosse como o senhor, porque para sua informação eu não sou uma menina como as outras de minha idade, Estevão. E que se minha mãe me escondeu, eu agradeço por isso, porque se não eu teria crescido com toda sua amargura. Então siga assim, siga longe de mim, eu não te quero como meu pai e vou repetir isso até eu cansar.

Estevão deu um sorriso de lábios fechados. Aquele rostinho de anjo que Estrela tinha de menininha com seus olhos tão verdes como dele, que o trazia recuerdos de alguém que ele amou, ela podia ser dura e ferir como uma adulta e não uma adolescente boba que poderia se encantar fácil com o que ele poderia dar a ela. Que então ele disse, ciente da luta que teria dali pra frente, mas não mudando o modo que falava com ela, mascarando assim sua dor e também seu medo de diferente de Maria que ele via que ela já tinha Heitor, ele não conseguir aquilo com ela.

— Estevão: Já deixei claro que não tem querer, filha. Eu já mostrei isso até sua mãe, é uma San Roman é minha filha e vou te ensinar a ter mais educação respeitando os mais velhos, eu que sou seu pai! Porque vai ter que mudar o modo que fala comigo.

Ele mexeu na gravata depois que falou e olhou sua mesa o telefone ali. Pelo andar da conversa que tinham, ele já estava ciente que tinha que ligar para Maria logo. E Estrela que ficou com raiva por ter entendido que tinha sido chamada de sem educação por ele, ela o respondeu.

— Estrela: Minha educação não serve para quem fere quem eu amo. Que é minha mãe! E como não o amo, eu não respeitarei como pai nunca!

Estevão riu sem vontade, puxou uma cadeira na frente da mesa dele e sentou dizendo.

— Estevão: Eu entendo que não me conhece e não teve uma figura paterna todo esse tempo e ainda teve sua mãe te envenenando contra mim filha, por isso estou disposto relevar suas palavras. Sente-se, acredito que deve ter mais coisas para me falar, não?

Ele puxou a outra cadeira tocando nela para ela sentar. Deixaria ela seguir falando até ele ver que já podia ligar para Maria e com ela sim cobrar aquela conversa que tinha com a filha deles. Estrela negou com a cabeça, não querendo sentar ao lado dele que então ela o respondeu, conhecendo uma pessoa sim que por muito tempo ela viu como pai.

— Estrela: Eu tive sim. Eu tive uma figura paterna que sempre desejei que fosse meu pai, ainda mais quando descobri que ele era o senhor!

Estevão sentiu seu corpo todo rígido, seus sentidos o alertando de quem ela poderia falar que por isso, ele disse se levantando.

— Estevão: Não continue! Vou ligar pra sua mãe para que a busque de uma vez.

Ele deu a volta na mesa dele pegando o telefone na mão, quando ouviu Estrela dizer.

— Estrela: Luciano foi como meu pai pra mim enquanto eu crescia sem saber quem era meu verdadeiro pai. Ele me cuidou, me protegeu e não só a mim como minha mãe, então sim eu tive uma figura paterna que preferiria mil vezes que ele fosse meu pai ao invés do senhor!

Estevão bateu com força o telefone de volta no lugar com o rosto todo tenso e corpo rígido olhando Estrela nos olhos e há alguns centímetros na frente dele. Havia conseguido identificar nela sua intenção de feri-lo com aquelas palavras, que por isso então ele disse saindo da onde estava e indo até ela, fazendo ela dar aluns passos para trás.

— Estevão: Estou realmente comovido por sua demonstração de afeto a esse homem. Posso fazer de suas palavras algo que me afete como sei que só as falou com esse intuito, ou usa-las como munição pra tirar o que sente por esse homem que não é seu pai e eu sim, minha filha. O que é a segunda opção que optarei é claro.

Ele levou a mão no rosto dela. Mas Estrela virou ele e disse o mirando com raiva o que pretendia fazer.

— Estrela: Vou fazer o senhor ter desejado nunca descobrir que tem uma filha. Vai cansar e vai desistir de mim e vai me deixar em paz minha mãe e eu!

Estevão pegou no braço dela e pegou no outro também e disse sério.

— Estevão: Não cheguei até aqui desistindo fácil do que quero. Você e sua mãe são minhas. Então não me desafie como sua mãe faz comigo, princesa porque não é só porquê é minha filha, que vou permitir que faça isso, hum.

Ele a soltou nos braços para toca-la no rosto com as duas mãos. E ele deu um pequeno sorriso, era a menina dele em sua frente e era tão bela e era sim, sua princesa, era como uma e agora tinha a filha também para tentar domar e não só Maria para ele ter o que queria delas.

Estrela tinha o coração acelerado com ele tocando ela daquela forma, deixando ela sem reação até que ele deixou de toca-la e ela disse.

— Estrela: Não me chame de princesa, também não devia seguir me chamando de filha, porque eu te odeio. Eu te odeio Estevão San Román!

Estevão riu outra vez tendo ela dizendo também que o odiava mais uma vez naquela sala e disse.

— Estevão: Já me disse isso querida e suas palavras não me surpreende. Tem mais de mim do que eu gostaria que tivesse. Agora fique aí que vou ligar para sua mãe para busca-la a não ser que queira que eu a leve embora.

Estrela negou rapidamente com a cabeça e disse.

— Estrela: Eu não vou a nenhum lugar com o senhor!

E Estevão já de volta com o telefone na mão a respondeu.

— Estevão: Foi o que pensei.

Estevão então discou o número. Maria no trabalho, atendeu aborrecida no primeiro toque quando viu que era ele ameaçando desligar, mas quando soube que Estrela estava com ele, ela se levantou com pressa pegando sua bolsa e saiu do escritório.

Estrela já esperava com Maggie na sala de Leonel e Heitor, Maria chegar, enquanto Estevão estava sozinho em pé no meio da sala dele. Ele olhava a janela de braços cruzados e olhar vazio sentindo a necessidade de uma boa dose de uma forte bebida que não tinha ali.

Havia ido da euforia e ilusão, a desilusão e frustração com a visita de Estrela. Não esperava que ela corresse para os braços dele o chamando de pai ciente que ela já tinha seu lado naquela guerra dele com Maria, mas não esperava que ela fosse tão... fria.

Estrela só tinha 15 anos, era uma criança pra ele e o tinha desafiado como uma adulta. Ela era insolente, rancorosa e teimosa, mas também era valente, decidida e extremamente orgulhosa. Qualidades e defeitos que ele se viu nela.

Estrela sem dúvidas tinha mais dele enquanto Heitor era o que tinha mais de Maria. Conquista-lo, pela carência e seu coração nobre era fácil pra Maria, assim Estevão pensava por conhecer o filho muito bem, enquanto Estrela pouco que viu como ela realmente era, não conseguiu encontrar uma fraqueza nela, uma brecha pra entrar e ganha-la, a não ser um muro alto que por ser da idade que ainda tinha, se tornava mais alto ainda.

A porta da sala dele se abriu com ele quase 1 hora sozinho nela e uma Maria nervosa passou pela porta. Ela havia dirigido correndo até às empresas San Román, sem acreditar que Estrela tinha sido capaz de fazer o que fez.

Que assim que ela o viu, ela disse o pegando ainda de costa mirando a janela.

— Maria: Aonde está minha filha, Estevão?

Estevão então se virou pra ela e Maria viu os olhos dele vermelho, porque sim, ele sozinho havia se permitido chorar e a expressão dele não tão soberba que ele sustentava em uma briga com ela. E ela então suspirou deduzindo que aquele encontro de pai e filha, não havia sido como o dela foi com Heitor, que apesar de terem suas feridas cutucadas, foi regada de emoção. Que sem dizer nada, ele disse primeiro.

— Estevão: Temos uma filha aparentemente, sem coração que me chamou de cruel, jogou em minha cara que reconhece seu amante como pai e ainda me desafiou a não conseguir ter o afeto dela. Não sei se parabenizo a você, por tê-la criado com esse caráter tão forte, ou a odeio mais por ela usar esse mesmo caráter contra mim que sou o pai dela, o único, Maria!

Maria quando o ouviu, encostou a porta adentrando mais na sala e em seguida ergueu a cabeça disposta a defender a filha dela e o respondeu.

— Maria: Minha filha é uma menina doce, muitas das vezes ingênua, ama sem exigir nada em troca, é bondosa e inteligente. Essas são algumas das qualidades que ela tem, você só viu os defeitos como eu e você também temos e que ela só os usa quando se sente ameaçada como ela está se sentindo em relação a você Estevão!

Estevão então bufou, sentido ferido, desiludido e sentindo que não tinha de onde tirar forças para conseguir o amor de sua menina, ainda que não assumisse que estava daquele modo. Que nervoso ele disse indo mais perto dela.

— Estevão: Eu não sou qualquer pessoa para que ela ataque com as palavras que usou, eu sou o pai dela, Maria! E avisei que ela querendo ou não, seguirei sendo pai dela e irei reeduca-la, vou fazer o papel que não fez!

Maria riu sem vontade e o encarando ela o respondeu achando que ele agindo como iria agir, não tinha nada a ganhar a não ser perder com a filha deles que ela muito bem conhecia como ela sabia que ele conhecia Heitor mais do que ela.

— Maria: E pensa que será dessa forma, pela força que terá algum afeto dela? Porquê eu avisei Estevão, pode ter garantido seus direitos de pai, mas não o amor dela! Terá que conquista-la assim como faço com Heitor!

Estevão bufou e foi até a mesa dele. Ele ficou de costa com as mãos nela e puxou seu ar do peito sem querer olha-la, sem querer mostrar a ela como ele realmente estava abalado com aquele encontro que teve com a filha deles. Que então daquela forma, ele disse.

— Estevão: Estou sofrendo e você está adorando isso, não? Está adorando ver que a filha que eu tanto desejei, me odeia.

Ele então se virou pra ela e Maria de olhos frios sem deixar sua pose que sustentava cair, ela o respondeu de cabeça erguida ainda que apesar de ver que ele lutava para não mostrar como ele realmente estava, ela conseguia muito bem ver.

— Maria: Só está colhendo o que plantou, Estevão. Não tenho pena se é o que pensa que terei de você. Lutará se quiser conquistar o amor dela, como faço com meu filho Heitor. E sinto que a sua luta será mais árdua que a minha assim como eu pensei que seria quando pisei nessa sala a última vez que estive aqui e riu de mim quando mencionei ela.

Estevão lembrou de quando ela esteve ali com seu regresso e ele acreditou que ela não conseguiria fácil Heitor e expôs o que havia pensado, que então ele a respondeu, sabendo que como ele há um dia se sentia por cima e agora por baixo, o jogo que jogavam poderia virar novamente.

— Estevão: Quem rir por último ri melhor, Maria. E eu ainda vou ter as duas do meu lado. Porque vocês são minhas. E as duas vão ter que aceitar esse fato, querendo ou não!

Alguém bateu na porta fazendo eles olhar pra ela e Heitor apareceu. Estrela não estava com ele, já que ele não arriscaria levá-la junto pra conferir se Maria já estava presente, já que imaginava que os encontrariam brigando como havia escutado o final das palavras de Estevão.

Que assim ele disse.

— Heitor: Será que já podem parar de brigar e resolverem o que é mais importante, que é a filha de vocês.

Estevão e Maria olharam pra ele, até que Estevão por estar com raiva do sorriso de vitoriosa de Maria e de suas palavras ele disse.

— Estevão: Antes, vamos aproveitar que estamos aqui os três. E deixar que sua mãe explique a você filho o porquê ela é a única herdeira de Evandro Maldonado.

— Heitor: Como?

Heitor mirou os olhos de Maria sem entender o que Estevão falava e o ouviu repetir.

— Estevão: É o que ouviu, filho. Evandro deixou não só a fortuna que tinha para sua mãe, mas também as ações de minha empresa que foram dele. 

 


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