Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 30
Capítulo 30




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Olá lindas. Eu tenho mais uns 3 capítulos pra revisar. Eu adiantei essa fic o suficiente para tirar ela daquele começo que eu nunca saia, que depois desses capítulos vou deixar ela em hiatus (pausar ela )pelas festas de fim de ano e ficar só com minhas outras duas fics que escrevo até as festas passarem. Então é isso, espero que sigam gostando dos capítulos. Bjs

 

 

 

 

Maria voltou para o escritório que trabalhava furiosa. Há mais de uma hora de volta ao trabalho, ela tentava focar em um novo caso que começaria trabalhar. Mas estava ali em sua mesa lendo e lendo, com nada entrando em sua cabeça. Estrela era o que estava tomando conta dos pensamentos dela. Maria sabia que era suficiente capaz de separar o pessoal do profissional para ter êxitos em ambas áreas, mas naquela tarde era impossível. O sorrisinho de Estevão quando ela o mirou depois de ler nas mãos dela as copias autenticadas dos exames de DNA não só dele, mas também dela, também não saia de sua mente, o que a causava mais raiva. Mas era Estrela que a deixava mais preocupada quando pensava nela. Ela só pensava quando voltasse para casa teria que ter uma longa conversa com sua menina. Estevão não tinha a guarda dela como ela temia, mas teria agora todo poder e autoridade de pai sobre ela. E Maria sabia que teria a missão de fazer Estrela entender que as coisas agora mudariam, que ter o pai por perto não seria mais uma questão de escolha. Tinha falhado com sua menina, ela só pensava assim.

Ela levou as mãos no rosto segurando uma caneta entre elas e gemeu frustrada.

Vivian apareceu e torceu o nariz, entrando na sala e sentando na mesa dela. Estava aplicando um gelo nela pela revelação que para ela, era bombástica demais para ter recebido daquela maneira. Maria agora era uma amiga que tinha dormido com o ex que ela odiava, uma dor de cabeça que como amiga dela, ela tinha vontade de protegê-la dele, mas também de grita-la. Mas Vivian tentava se controlar, pois sabia que Maria além de dona de seu próprio nariz, era mais velha que ela e o mais importante, como sua nova amiga, ela não queria perde-la. Ainda que estivesse chateada, preferia fazer aquilo, aplica-la a lei do silêncio.

Maria olhou de lado Vivian ignorando a existência dela e suspirou. Não tinha cabeça para se ver em uma briguinha boba com sua nova colega de trabalho que ela estava querendo cada vez mais como alguém confiável e que podia contar, que não queria também perder, afinal em poucos meses que já estava ali naquele escritório, Vivian além de sempre ter sido gentil com ela, já a tinha a ajudado em duas coisas que ela queria muito. Primeiro foi ter o contato de Heitor sem precisar implorar a Estevão, o que ela seria eternamente grata e o segundo, era o fato que se não esperava mais um filho, era graças ao socorro dela.

Que por isso querendo mudar a situação que estavam, ela disse.

— Maria: Não pode seguir me ignorando Vivian e eu nem tenho cabeça para isso. Por favor vamos voltar as boas, sim?

Vivian olhou pro lado sentadinha em sua mesa e disse, voltando mirar seu computador e digitando com raiva nele.

— Vivian: Você mentiu para mim, Maria. Achei que você estava saindo com Geraldo, mas não. Achei que me considerasse como amiga também pra me dizer a verdade. Além do mais quando eu falei para você fazer o que você sabe, não foi pra fazer com o imbecil do seu ex-marido. Eu não gosto nem um pouco dele.

Maria suspirou outra vez. Não precisava da aprovação de Vivian nem de dar justificativa, mas podia entende-la. Estavam se tornando cada vez mais amigas e intimas, que por isso Maria sabia que aquela cena que ela fazia era apenas preocupação com ela. Que então ela disse, se levantando e indo até a frente da mesa dela.

— Maria: Eu não menti pra você, Vivian eu só não desmenti a ilusão que você tinha. Eu omiti a verdade, isso que eu fiz. Omiti para não precisar lidar com seu julgamento porque já basta os meus ainda mais agora. Se arrependimento matasse eu cairia dura.

Ela sentou em uma cadeira na frente da mesa e tocou a testa fechando os olhos. De fato se arrependia, como ainda não havia conseguido se arrepender. Se arrependia da noite de sábado mais do que da primeira noite que teve com Estevão, que só pensava que naquele momento, enquanto esteve nos braços dele daquela forma, ele tinha já cravado nas costas dela aquele punhal. Já que ele escondeu sem ela saber quanto tempo, que ele já tinha a prova que era o pai de Estrela. Ela só pensava que havia gozado com o diabo, ele era seu diabo.

Vivian a mirou depois de suspirar e disse, vendo como ela estava.

— Vivian: Foi tão ruim assim para estar tão arrependida? Eu só estou brava. Porque tinha que ser logo com ele? Ele não te merece, Maria.

Maria quando a ouviu se levantou e a respondeu andando na sala delas.

— Maria: Sim, tem razão, ele não me merece, mas minha vagina não quis saber disso! O pior que eu sei que minha fraqueza faz parte do meu corpo, porque não foi ruim Vivian. Devia ter sido, eu devia ter tido nojo, qualquer sentimento para não querer voltar a ter sexo com ele. Mas em troca eu fiz, voltei a fazer e mais de uma vez! Eu fui tão tola!

Depois de seu desabafo, Maria passou as mãos nos cabelos irritada com ela mesma, enquanto Vivian que se ela tinha sido capaz de repetir como dizia o sexo com Estevão, só significava uma coisa. Que então ela disse.

— Vivian: Aí não Maria, você está perdida amiga, ele é bom de cama.

Maria deu de ombros, não seria capaz de confirmar aquilo e se sentir pior que estava. Que então ela só expôs o que fazia ela se sentir como estava.

— Maria: O pior é que agora, ele provou que é pai biológico de minha Estrela. Eu estive com ele há uma noite atrás, Vivian. Eu fiz de novo em quanto ele tramava isso tudo pelas minhas costas e agora eu tenho que lidar com o fato que ele terá contato com minha filha e que eu não poderei proibir porque ele tem agora a lei do lado dele. E onde ela estava quando ele me deixou na miséria grávida e me tirou um filho?

Depois de falar, ela voltou pra mesa, se sentou e pegou os documentos que lia nas mãos e foi Vivian que foi agora até a mesa dela, mexeu nos porta canetas e disse ali em pé, fazendo Maria levantar a cabeça para olha-la.

— Vivian: Eu não sei o que dizer com tudo que você disse, Maria. De um lado você tem a lei a favor de seu ex-marido e do outro, tem sua vagina contra você. Eu não posso julgá-la pra te deixar pior. Mas posso aconselha-la a beber, não servirá pra nada esse meu conselho apenas te dará uma ressaca no dia seguinte, mas te fará esquecer enquanto bebe dos seus problemas e desse seu dia ruim.

Maria levou as mãos em suas têmporas e esfregou com os dedos. Beber um pouco de vinho ou mais do que um pouco quando chegasse em casa não parecia ruim, mas também não era uma boa ideia. Agora Maria sabia que como mãe solteira de um filho com um homem como Estevão que agora com a lei garantindo seus direitos de pai, que teria que ser mais ainda a mãe exemplar que sempre foi durante aquela briga pra não tê-lo usando nada contra ela como mãe nos tribunais, ela disse.

— Maria: Nem ficar bêbada posso, Vivian. Creio que logo terei uma assistente social no meu pé que eu sei que qualquer deslize meu servirá para Estevão usar contra mim. Então agora tenho que me concentrar em ser mãe novamente Vivian. Só mãe como fui durante esses 15 anos. Só mãe.

Já era noite

Na mansão San Roman

Estevão estava na sala de estar de portas fechadas. Ele tinha na mão, um copo grosso de bebida com gelo. De pernas cruzadas, totalmente a vontade ele bebia com um sorriso no rosto enquanto ouvia música clássica. De olhos fechados ele apreciava o som que ouvia da música que soava naquela sala e a bebida forte que bebia. Tinha o gostinho de sua primeira vitória depois de ter tido Maria passar na frente dele e chegar até Heitor e ainda tê-lo também ao lado dela. Ela havia passado a perna nele e agora ele tinha feito o mesmo. Ele riu de lado e bebeu mais de sua bebida, pensando que pra melhorar sua noite ele só gostaria de fechar ela fazendo sexo. Mas ele sabia que não era qualquer sexo que ele queria, ou melhor não era com qualquer mulher. Queria com ela, com Maria, mas ele pelas palavras dela sabia que depois do que tinha feito não a teria de novo tão cedo, o que não significava que iria facilitar que essa condição seguisse.

Ele fechou os olhos a imaginando ali com ele e pensou que daria tudo para aquela imaginação ser real. Estavam em uma guerra, cobrando pendências do passado que tinham, que eram os filhos que se não fosse, tudo seria mais fácil. Mais fácil serem aquele par que se desejavam ainda que os ressentimentos seguiam vivos. Já que o amor ele não acreditava que um dia teve vindo de Maria por isso não procuraria busca-lo, mas o prazer, o prazer queria e estava querendo todo tempo ter com ela que ele sabia mais ainda que ela não era indiferente.

Podia ainda amá-la, mas nunca deixaria que ela soubesse dessa triste verdade que ele ainda carregava. O desejo tinha que seguir evidente e os ressentimentos abafando o amor. Tinha que ser assim. Não sofreria mais por ela como pensava que já tinha sofrido, como sofreu depois que voltaram ter sexo com 15 anos de separação, ainda sentia o gosto amargo de lembrar das palavras dela. Ela amava outro e era um fato. Um fato que ele poderia aprender lidar como não soube quando descobriu que estava sendo traído. Já pensava em como lidar e já agia e ele pensava que seu primeiro triunfo era ter Estrela com ele ali pelo menos duas vezes na semana. Aquilo era mais que um triunfo era uma carta contra ela. Ele as queria e não negava, queria a filha, mas também queria a mãe. Queria também Maria e teria.

Alba apareceu o vendo olhando um ponto fixo qualquer de copo na mão e música alta.

Ela tinha um telefone na mão. Uma ligação importante que era para ele. Ela então procurou o controle pra baixar aquela música alta e quando fez, foi que Estevão percebeu que não estava mais sozinho saindo de seus pensamentos e a ouvindo em seguida.

— Alba: É o tabelião de Evandro na linha, Estevão!

Estevão deixou o copo a frente dele em uma mesinha e ficou de pé. Esperava por aquela ligação, porque estava preocupado se Evandro tinha mantido o trato que tinham que em sua morte, ele devolveria as ações que ele tinha para as empresas, que eram então por direito dele como presidente delas. Que então ele disse.

— Estevão: Finalmente. Obrigado, tia.

Estevão pegou o telefone e Alba se manteve na sala. Estava também querendo saber o que seria da fortuna de Evandro, enquanto Estevão só se preocupava com as ações de sua empresa, ela como os demais, só queriam saber qual final levaria a fortuna dele.

E passou alguns segundos com Estevão na linha sério, sua expressão mudando sua cor também e ele bufou no final dela, dizendo com uma raiva evidente.

— Estevão: Se é assim que tem que ser, ela estará presente. Amanhã estaremos a sua espera.

A ligação então foi desligada e Estevão puxou o ar de seu peito pegou o copo de sua bebida nervoso e foi encher de mais quando ouviu Alba que não se aguentava mais perguntar.

— Alba: Do que falava com o tabelião de Evandro, Estevão? Ela quem estará presente?

Ele se virou de copo cheio na mão dele e cuspiu com raiva.

— Estevão: Maria, tia! Ela estará presente por exigência de Evandro antes de morrer. E isso não sei porque, mas não está me cheirando bem! Por que, hum? Porque Evandro exigiria que ela estivesse presente na leitura de seu testamento? Porquê!

Ele virou o copo bebendo boa parte da bebida pensando na confissão que Maria tinha feito que Evandro sempre teve interesse nela. E não podia ser o que ele pensava. Maria não podia ser herdeira da fortuna dele. Só explicaria isso a exigência feita por Evandro antes de morrer e o tabelião o notificando sobre aquilo.

Enquanto Alba segurou nas costas do sofá cravando suas unhas nela. Quando ouviu Estevão pensou o mesmo que ele. Ela sabia daquela obsessão de Evandro por Maria, todos sabiam, mas ela acreditava que Estevão ainda não, então para ela era mais claro como água que Maria seria a herdeira de toda fortuna dele.

Longe dali.

Depois de cozinhar com suas próprias mãos uma gostosa macarronada depois que dispensou Marta, Maria limpava a mesa depois de ter jantado com Estrela. Tinha feito a macarronada do jeitinho que ela gostava com almôndegas e bastante molho. Ainda não tinha conversado com ela, mas daquela noite Maria sabia que não poderia passar, que por isso tinha feito o prato preferido dela, já que depois daquela conversa ela conhecendo a filha que tinha, a noite delas não seguiria tão tranquila como estava.

Que assim Estrela apareceu com um bilhete de sua segunda escola e disse.

— Estrela: Tem uma nova apresentação de ginastica chegando. É a primeira nessa nova escola. Vai, não é?

Maria enxugou as mãos no avental que usava depois de ter lavado as louças da noite, o tirou pondo no balcão da cozinha, pegou o bilhete e em seguida disse.

— Maria: E quando foi que deixei de ir em alguma apresentação sua, meu amor? Claro que vou.

Ela olhou o bilhete e levou até a geladeira o grudando ali com um ima de formato de um morango feito de massa de argila. Assim não esqueceria daquele compromisso que ela veria toda a vez que abrisse a geladeira.

E quando fez ela finalmente disse o que queria falar a noite toda.

— Maria: Agora vamos até a sala conversar? Precisamos falar de algo muito sério, querida.

Estrela suspirou, tinha sentido que algo passava. Maria tinha feito o prato preferido dela em uma segunda-feira que normalmente ela não tinha muito tempo para aquilo e ainda tinha dispensado Marta depois de chegar em casa cedo demais. De coração agora acelerado ela só temia que aquela conversa tivesse algo a ver com a audiência que ela sabia que a mãe teria com Estevão. Que então ela disse logo.

— Estrela: Tem algo a ver com essa manhã essa conversa?

Maria assentiu em silêncio. E Estrela já sentiu um temor percorrer sua espinha e os olhos molharem. O que tinha a ver com Estevão para ela significava uma ameaça ao convívio dela com a mãe, por isso tanto temor.

Que então ela foi na frente e Maria foi atrás.

No sofá Estrela sentou e Maria sentou ao lado dela. De pernas juntas e mãos, Estrela estralou os dedos nervosa e Maria começou.

— Maria: Lembra de nossa conversa na sexta – feira a noite? Que eu faria de tudo para que Estevão não tivesse como ele queria tão rápido os direitos dele de pai sobre você?

Estrela assentiu ficando vermelha e disse já chorosa.

— Estrela: Ele conseguiu, não é? É isso que vai me dizer?

Maria assentiu agora quase chorando vendo que as lágrimas de Estrela desceram. E a respondeu levando uma mão ao lado do rosto dela.

— Maria: Sim, filha. Eu ainda não sei como. Mas ele conseguiu provar que é seu pai por um exame de DNA que dependeria só da minha autorização para ser feito, que por isso eu estava tão segura que isso iria demorar.

Estrela ficou de pé em um pulo quando ouviu Maria e disse chorando desesperada.

— Estrela: Mas como assim, mamãe? Como deixou que isso acontecesse? Me garantiu que tardaria isso ao máximo! E agora? O que vai acontecer comigo? Ele vai me tirar da senhora, como fez com Heitor?

Ela levou as mãos nos olhos e Maria que ficou em pé com ela, a abraçou com força a sentindo tremer nos braços dela que antes de responde-la, ela alisou as costas dela depois os cabelos e fez olha-la para dizer.

— Maria: Não, meu amor! Ele não vai fazer isso! Não vai! Ele agora só vai ser por lei reconhecido por um documento que é seu pai biológico! Apenas isso!

Estrela soluçou e afastou Maria, levou as mãos nos olhos os limpando e disse toda vermelha com seu choro.

— Estrela: Como posso confiar agora no que diz, mamãe? Falhou comigo! Disse que isso não iria acontecer tão fácil! Eu não quero que saibam que ele é meu pai, eu não quero que ele seja meu pai!

Estrela chorou mais e fez Maria chorar com ela. Não podendo mais segurar as lágrimas, Maria chorou quando a ouviu dizer que ela tinha falhado e era o que ela exatamente sentia que tinha feito. Naquela manhã havia sido Estevão que tinha saído vitorioso, não ela.

Que então agora as duas chorando, Maria buscou o rosto de Estrela para tocar e fazer ela olha-la como ela viu que a menina não queria fazer e disse, querendo se justificar pelo o que tinha acontecido.

— Maria: Filha, eu conversei com você que mesmo que eu conseguisse tardar, uma hora eu teria que me render pela lei. Você é filha dele e é um fato que não podemos mudar!

Estrela fechou os olhos se deixando chorar e disse.

— Estrela: Que inferno, mãe! Porque ele tinha que ser meu pai! Porquê!

Maria arrumou os cabelos dela que caíam no rosto dela com carinho querendo ver ela parar de chorar, querendo deixar de chorar também para estarem calmas. Que assim tocando ela, ela disse.

— Maria: Vamos se acalmar, meu amor. Como está não conseguiremos conversar. Porque ainda tem mais.

Estrela arregalou os olhos e disse quase gritando.

— Estrela: Mais?

Maria assentiu agora ela se afastando da filha e disse, limpando os olhos.

— Maria: Sim, filha. Com a prova de paternidade entregue ao juiz passará ter o San Roman em seu nome, mas não só isso, você terá que fazer visitas a seu pai que começará no fim dessa semana. Eu sinto muito filha, mas você é menor ainda, então mesmo que diga que não quer ir, terá que ir, porque se não vai poderá me trazer problemas como sua mãe.

Estrela quando ouviu Maria se sentiu mais que desesperada que por isso, ela gritou voltando a chorar.

— Estrela: Não! Isso é um pesadelo! Eu não quero ir! Mãe, não deixa! Nunca dormimos separadas, eu não posso ir!

Ela agarrou Maria pela cintura implorando com aquele gesto que não fosse obrigada a fazer o que acabava de ouvir. Maria a abraçou outra vez se sentindo impotente por não poder dar o que Estrela pedia. Não podia impedir nem fazer as vontades dela. Maria conhecia as leis e sabia se fosse conivente, deixando Estrela não ir, não aconteceria nada com ela como filha, mas com ela como mãe sim, que poderia ser acusada de coloca-la contra o pai, o que não podia acontecer.

Que então ali tentando acalma-la, ainda que da sua boca não sairia nada bom, ela disse.

— Maria: Eu sei, meu anjo que não ficamos separadas nunca. Mas vai além do meu querer. Se impeço que vá, posso receber visitas de um oficial de justiça. É tudo tão complicado filha que a partir desse momento eu tenho que fazer o certo, se não posso realmente perde-la pra ele.

Estrela ergueu a cabeça vendo uma lágrima correr dos olhos de Maria e se afastou chorosa e também decepcionada, que por isso ela disse com o que tinha escutado.

— Estrela: Disse que as chances disso acontecer eram quase 0! Mentia para mim esse tempo todo, mãe!

Estrela ficou mais vermelha agora deixando que sua tristeza e desespero se transformasse em raiva. Que então Maria a respondeu para que ela entendesse de uma vez o que passaria se ela fizesse as vontades dela.

— Maria: E são! Eu já te expliquei. Mas eu não posso deixar entender a um juiz que impeço que seu pai tenha seus direitos já garantidos, de vê-la e que faça visitas a ele. Filha deve conhecer algum amigo da sua idade que tem pais separados em sua escola que passam por isso. Vai ser totalmente igual, meu amor.

Estrela bufou e olhou Maria de cara feia e disse o que veio primeiro em sua mente.

— Estrela: Eu não acredito em mais nada do que diz! Parece que quer que ele me tire daqui para ficar só com Heitor!

Maria então também ficou nervosa, não podia ouvir Estrela falar daquela forma tão tola que a feriria pensar aquilo que então ela disse, agora mais séria.

— Maria: Não diga essa besteira, filha! Não acha que sofro com isso também? Vou ter que dividi-la com ele! Nunca passou uma noite longe de mim e terá que passar! Estou desesperada, filha! E sim, sinto que falhei com você, me perdoe. Mas tem coisas que não dependem só de mim. Além do mais me recordo como quis saber quem era seu pai, aí está, já sabe.

Estrela fez um bico, não mais chorando, mas furiosa e a respondeu.

— Estrela: Eu gostaria de nunca ter descoberto! Na verdade, eu gostaria de nunca ter saído de Londres! Eu não aguento mais viver aqui. Quero ir embora, quero nossa vida de volta quando éramos só nós duas!

Maria suspirou vendo Estrela expressar sem se importar o que realmente desejava, o que ela também não podia dar aquilo a ela, não podia voltar viver tranquilamente como antes viviam, não podia reverter também a tristeza que ela tinha, que por isso ela apenas disse.

— Maria: O que me pede, eu não posso te dar filha. Eu sinto muito, meu amor.

Estrela então correu para o quarto dela em prantos outra vez e Maria foi atrás, mas o que recebeu foi a porta fechada com chave. Que então ela disse, depois de bater.

— Maria: Me deixe ficar com você, filha. Me deixe entrar.

Estrela tinha se jogado no meio da cama dela e se agarrado nos travesseiros. Que então ela disse alto para ser ouvida.

— Estrela: Não! Não quero vê-la mais hoje! Vai permitir que Estevão me leve daqui! Falhou, comigo!

Maria levou a mão na boca deixando lágrimas escaparem dos seus olhos. Ter sentido que tinha falhado todo o dia, não tinha doído tanto nela como estava sentindo que doía com Estrela repetindo aquilo. Que assim depois de suspirar engolindo o choro, ela disse, tentando ver Estrela menos desesperada.

— Maria: Eu não vou permitir isso, filha. Só vai ser nos sábados, nos domingos estará de volta. Você pode negar, mas como eu disse, não seria bom para nós duas, não seria bom pra mim meu anjo. É menor de idade então tudo que faz recai sobre mim. Por favor entenda.

Estrela gritou contra os travesseiros dela, socando a cama. Gritou deixando Maria ouvir os ruídos do som que a boca dela fazia, que depois que se viu cansada e sem ar ela disse.

— Estrela: Eu odeio ele! Eu odeio esse homem que me deu como pai!

Maria fechou os olhos ao ouvir. Tinha absoluta certeza que se tudo fosse diferente, Estevão não teria o ódio de sua menina. Lembrava como ele quis tanto ter uma filha. Aquele ódio não devia existir, mas existia, porque Estevão tinha feito uma escolha e com ela perdido uma filha que nem sabia que iria ter.

Que então, ela apenas conseguiu voltar a pedir.

— Maria: Abre a porta, Estrela. Me deixe ficar com você, filha.

Estrela olhou pra porta deitada de lado agora e se sentiu tentada a abrir, mas ainda estava sentindo raiva de Estevão e do mundo, que a fez dizer coisas que agora ela revia que poderia não ter falado, que então chorando agora sem fazer ruído, ela disse.

— Estrela: Quero ficar sozinha. Vai embora se não vou te machucar, mamãe.

Maria suspirou se afastando da porta. Se renderia naquele momento para não agravar a discussão entre elas, que então ela disse, depois que passou a mão em um lado do seu rosto.

— Maria: Me perdoe, meu anjo pelo que está acontecendo. Vou te deixar, mas quando se acalmar sabe aonde pode me achar.

Ela então saiu dali e voltou pra sala, sentou no sofá e levou a mão nos cabelos, baixando cabeça e apoiando os cotovelos nas pernas. Desse modo ela tentava se acalmar também, até que o telefone tocou ao lado dela a assustando e ela então pigarreou antes de atender o telefone e depois ouviu.

— Heitor: Não atendia o celular senhora, tive que ligar por aqui. Já sei o que houve. Como está minha irmã? Não deve ter agradado nada a ela o fato que terá contato com o pai.

Heitor sabia que de alguma forma aquilo aconteceria pelas palavras de Estevão e que para ele era inevitável, que ainda que visse que ele agia de forma errada, como filho e irmão, desejava vê-los serem pai e filha, pra que Estrela na idade que tinha tivesse os pais pendente a ela como ele não teve. Que por isso ligava aquele momento preocupado.

Enquanto Maria depois de ouvi-lo ela o respondeu chorosa.

— Maria: Ela está péssima, filho e é tudo culpa minha. Eu não sabia que Estevão já tinha a prova de paternidade, nem sei como ele conseguiu. Agora me vejo em um beco sem saída. Não posso impedir que ela vá ficar com vocês nos dias que cabem a ele, mas depois de vê-la como ela está sei que não fará bem a ela e seu pai não liga para isso, ele só quer que seja feita a vontade dele, só quer me ferir sem pensar nos sentimentos da filha dele!

Heitor pensou na conversa que teve com Estevão depois de ouvi-la que por isso querendo alerta-la, ele disse.

— Heitor: Eu falei com ele sobre o que diz. Mas ele está disposto senhora a ter ela aqui também. E eu acho que se impede será pior. Demétrio pode usar isso contra a senhora e tirar realmente ela.

Maria suspirou. Heitor não falava nada do que ela já sabia, que então repudiando a existência do homem que tinha dado a ela dois filhos, ela disse com raiva.

— Maria: Vê como seu pai é cruel, filho? Vê, porque fui embora grávida! Agora estou correndo o risco de fato de perde-la pra ele, como te perdi e eu não posso perder mais um filho, Heitor, não posso!

Heitor respirou fundo, agora se sentindo culpado pelo que estava acontecendo ainda por ter escutado Maria mostrar que chorava no final de suas palavras, que por isso ele disse.

— Heitor: Não devia ter voltado, senhora. Devia ter ficado com sua filha longe dele.

Quando o ouviu reconhecendo na voz de Heitor um tom de tristeza, Maria limpou rápido suas lágrimas e disse quase desesperada para corrigir o que fosse que suas palavras naquele desabafo, tinha causado nele.

— Maria: Não, filho! Eu devia sim voltar, eu tinha que voltar, Heitor, eu tinha que voltar por você, filho. Por Deus, não entenda que me arrependi! Eu só estou aflita demais!

Sem poder mais escuta-la, Heitor só queria encerrar aquela ligação, que então ele disse depois de ouvi-la e se sentir ainda pior.

— Heitor: Eu sinto muito por se sentir obrigada a voltar arriscando sua filha. Cuide dela. Boa noite senhora.

Ele desligou o telefone e Maria gritou por ele, agora chorando por saber que tinha seus dois filhos sofrendo aquela noite.

— Maria: Heitor! Filho!

Quando viu que a ligação tinha sido encerrada, Maria largou o telefone e gritou ficando vermelha contra uma almofada do sofá e em seguida a esmurrou da maneira que ela sabia que Estrela fazia e tinha feito aquela noite. Ela tinha agora os dois filhos sofrendo e tudo por culpa de Estevão. Ele era culpado dela se ver encurralada como estava, entre a cruz a espada. Tinha sacrificado Estrela sua vida calma e segura que viviam longe de onde agora estavam, porque havia deixado para trás outra parte dela, alguém tão importante que não poderia ser feliz sem ele. Heitor era esse alguém que ela estava ganhando ele, sem perceber que Estevão dava passos em direção a Estrela que poderia fazer ela perdê-la. E ela agora lembrava das palavras dele no sábado, quando ele havia dito o que adiantaria ela ganhar um filho e perder outro. Ele tinha entregado ali que tinha cartas contra ela e ela não havia entendido.

Realmente ela tinha confiado demais e perdido aquela primeira batalha e por isso se sentia agora que tinha falhado não só com Estrela, mas também com Heitor.

Com alguns minutos passados, com Maria olhando o nada, se arrependendo e se martirizando em silêncio com o que acontecia, ela se levantou do sofá com raiva e buscou uma garrafa de vinho em seu armário. Ela tirou a rolha dela entre lágrimas e pegou uma taça e caminhou de volta até o sofá, nele, ela encheu a taça e bebeu como água um bom gole dele e depois encheu mais.

Pensava que odiava mais Estevão, mas se odiava também. Tudo estava acontecendo depois dela ter se entregado a ele outra vez e mais de uma. Ela então fechou os olhos lembrando da última vez que tinha feito aquilo, uma última vez tão recente que ela podia reviver as sensações. Pensava agora que esteve fora de si, cega pelo desejo em cima dele e com ele com a faca nas costas dela outra vez sem ela saber, apenas ali afiada e pronta para cravar nela.

— Maria: Eu te abomino, Estevão.

Ela esfregou um pé no outro tirando os sapatos deles e depois abriu os botões da blusa que usava depois de cuspir suas palavras com raiva. Não restava nada a fazer a não ser seguir o conselho que Vivian havia dado, que era beber. Beber para esquecer os problemas que tinha.

Que depois de virar 3 taças cheias de vinho, Maria já bebia direto da garrafa.

Que se arrastando, ela foi sem largar a garrafa para o quarto. O celular dela estava no meio da cama e ela pegou meia zonza e viu chamadas perdidas que entre elas estavam de Estevão, que ela então com ódio retornou.

Estevão já não estava na mesma paz que antes. Estava perturbado depois da ligação do tabelião de Evandro, que bebendo ele ouviu seu celular tocar na sala que ficou depois que Alba o deixou e que quando ele viu que era Maria por ter tentado entrar em contato com ela mais de uma vez, ele atendeu rápido dizendo.

— Estevão: Posso saber porque o tabelião de Evandro exige que esteja amanhã na leitura do testamento dele, Maria? O que significa isso, hum? Não deve ser o que estou pensando!

Como que Estevão tivesse falado em grego, Maria não se importou com as palavras dele e disse, alterada pelo álcool.

— Maria: Maldito, desgraço, infeliz, covarde, traidor, me apunhalou pelas costas! Fizemos sexo duas vezes enquanto tramava essa sujeira contra mim. Eu só queria dizer que você não ganhou Estevão e não terá nunca o amor da minha filha!!!! Nunca!!!!

Estevão bufou quando a ouviu e a respondeu falando grosso, por querer falar do que no momento o importava mais.

— Estevão: Deixe suas ofensas para depois Maria, o que temos que falar é sério, tem que estar amanhã em minha casa ás ...

Maria então impediu que ele seguisse e disse, histérica.

— Maria: Cale a boca! Eu que vou falar aqui e você vai me ouvir, Estevão! Eu errei confiando demais que não conseguiria o que pretendia tão fácil, mas esse erro não vai se repetir e nem o que me fez tirar minha roupa! Isso não irá se repetir porque eu posso fazer amor com outro homem sem ser você, eu posso!

Quando a ouviu Estevão ficou de pé e a divertiu pelo final das palavras dela não ter agradado ele.

— Estevão: Não siga, Maria. Não siga!

Com o copo em uma de suas mãos ele bebeu, enquanto Maria sem ele saber fazia o mesmo, mas levando a garrafa do vinho na boca. Que então ela seguiu dizendo, por achar que sofria de uma doença que estava no psicológico dela por não ter sido capaz de estar com outro homem em todos os anos passados e sem ele entender do que realmente ela falava.

— Maria: O que eu tive todos esses anos foi psicológico! Eu posso ter orgasmos com qualquer homem, eu posso ser de qualquer homem e não só sua! Meu corpo, minhas regras!

Estevão ao termino das palavras dela, sentiu ela serem arrastadas por uma brisa que ele muito bem conhecia, que então ele disse.

— Estevão: Está bêbada? Está bebendo, Maria?

Maria então bufou, tinha outro homem perguntando para ela se ela estava bêbada quando ela sentia que estava falando a verdade e podia ser capaz de dizer o que queria, bêbada ou não, que no caso era fazer sexo. Que então ela disse, querendo odiar todos os homens da terra.

— Maria: Porque estou dizendo mais uma vez que quero fazer sexo, fazer amor e outro homem diz que estou bêbada! Só vocês que tem o direito de decidir quando querem fazer sexo e com quem? Eu odeio todos vocês!

Estevão sentiu seu corpo rígido se perguntando quem seria o outro homem que Maria falava, que por isso, ele disse bravo e mais certo que ela bebia sim e não querendo seguir ouvindo ela falar que queria estar com outro homem que não fosse ele.

— Estevão: Aconselho que pare de beber Maria, tome um banho e durma e amanhã cedo entro em contato contigo. Chega dessa conversa!

E Maria então percebendo que ele tinha a intenção de encerrar a ligação, ela disse gritando.

— Maria: Não se atreva desligar, Estevão!

Estevão riu sem vontade, caminhou até uma garrafa de bebida que tinha ali para ele e começou encher seu copo, com o celular ali em seu ouvido, que fazendo isso ele disse, cheio de ciúmes.

— Estevão: O que quer seguir me dizendo, hum? Quer me provocar, quer me fazer imaginar como deixa outro homem que não é eu toca-la, ama-la é isso? Quer me torturar, Maria?

Ele depois de falar levou o copo na boca, enquanto Maria subia na cama sem largar a garrafa nem o celular. Que então depois que deitou, ela disse.

— Maria: Se isso te tortura, eu fico feliz, Estevão. Mas eu só estou te ligando para deixar claro que não voltarei a ser sua! Não voltarei porque eu posso ser de qualquer outro, basta eu querer! Eu sou linda!

Estevão bufou, deixou o copo na mesinha em sua frente e levou a mão na gravata que tinha em seu pescoço, frouxando ela nervoso. Que então sentindo seu sangue borbulhando com água fervendo, ele a respondeu.

— Estevão: Te tenho vigiada, Maria. Se sair com alguém, eu vou saber! Enquanto sobre ser minha, quando passar sua raiva ela vai dar lugar ao desejo e ao tesão que sentimos um pelo outro e você vai voltar ser minha, hum. Você ainda vai voltar a gozar comigo, como gozou no seu apartamento e no meu carro!

Maria largou a garrafa deitada em meio de seus travesseiros e tocou por cima da calça que usava o meio de suas pernas, tocou e depois juntou elas sentindo um traidor desejo fora de hora. Que por isso ela disse para rebater as palavras dele.

— Maria: Eu fingi que gozava! Fingi, Estevão!

Estevão riu ao ouvi-la, a conversa pra ele havia ficado interessante. Que então, ele sentou no sofá e disse com deboche por saber que ela mentia.

— Estevão: Hum, conte-me mais sobre isso, como consegue fingir orgasmos quando eu mesmo senti e te vi buscar seu gozo principalmente nessa noite de sábado em meu carro, Maria. Não minta tão descaradamente assim, que vou aí querida pedir provas dessa sua mentira.

Ela bebia do resto do vinho, então quando viu que a última gota se foi ela disse ela o respondeu, sentindo seu corpo querendo traí-la pelas palavras dele e sentindo raiva disso.

— Maria: Eu tive que fazer um esforço enorme para gozar com você.

Estevão suspirou agora ele com tesão ao lembrar de todo esforço dela feito dentro de um carro com ele disse, com um riso nos lábios.

— Estevão: Sim eu lembro do esforço que fez. Ainda não tivemos a oportunidade de termos um sexo que realmente valha apena e como gostávamos, Maria. Lembra, hum?

Maria fechou os olhos e suspirou depois que o ouviu, ficando em silêncio. Estevão sorriu. Ainda tinha o desejo de tê-la só pra ele por horas e para isso teria que leva-la aonde ele morria por levar, que assim ele disse expondo o que ainda desejava.

— Estevão: Levarei como um sim seu silêncio. Meu convite de passarmos um tempo em um hotel como fazíamos está ainda de pé, Maria, quando quiser estarei aqui, eu já disse isso, não?

Disposta a fazer com que suas palavras deixassem mais uma vez clara sua decisão, ela o respondeu querendo que elas realmente valessem e tirasse dela o que ela sentia.

— Maria: Eu não quero mais estar com você, Estevão. Posso passar um tempo de prazer com outro.

Estevão ficou de pé, não ia aceitar o que ela insistia em dizer, que então agora sem rir ele disse de corpo rígido outra vez e um terrível ciúme, que o faria tira-la de Luciano ou de qualquer outro.

— Estevão: Vamos nos casar novamente Maria e se não, de um jeito ou de outro estaremos juntos e você será só minha! O Estevão do passado que te deixou ir, não existe mais! Vai voltar estar ao meu lado mesmo não querendo!

Maria quando o ouviu sentou na cama. Não aceitaria nunca aquela condição dele, mesmo que não podia negar que temia ainda que falasse que não voltaria ser dele como mulher e voltar a ser, que só uma coisa que ela acreditava que garantia, ela expôs querendo feri-lo.

— Maria: Ter meu corpo não significa que vai ter meu amor, Estevão! O que vale, me ter só em alguns minutos de prazer? Porque é pelo sexo que me quer e eu desgraçadamente também, que por isso pode até voltar a conseguir, mas meu amor, não mais!

Estevão tinha parado em frente a janela, que olhando a rua ele tinha de novo o copo de bebida na mão e na outra o celular, que então ele disse frio.

— Estevão: E algum dia eu tive mais que seu prazer? Hum?

Maria sentiu lágrimas deixarem seus olhos que fora de si, alterada com a bebida e sem sua real razão, ela soltou mais explicitamente a verdade que escondia.

— Maria: Teve, Estevão! Teve, meu amor, minha entrega mais sincera que não era só na cama, mas que nela só fui capaz de me entregar a você!

Estevão ficou calado. Queria aquele amor dela, queria ser capaz de acreditar como um dia acreditou, queria aquela felicidade de ama-la e ser amado também de volta. Queria o amor dela sem duvidar dele, mas que com suas ilusões matadas com fotos delas na cama com outro, não era capaz de acreditar muito menos de entender que nas palavras dela, trazia uma confissão de amor.

Que então ele disse.

— Estevão: Eu queria ser capaz de acreditar nesse teu amor, Maria, eu queria ser capaz de acreditar que fui amado pela mulher que mais amei nessa vida e que desgraçadamente, eu ainda amo, porque eu ainda te tenho gravada em minha mente, em meu coração e na minha pele que por isso, com esse amor doentio que ainda sinto por você é que dessa vez não te deixarei ir da minha vida outra vez. Não deixarei, Maria.

Maria ficou muda quando o ouviu, piscou várias vezes de coração acelerado, enquanto Estevão com o silêncio dela seguiu.

— Estevão: Espero que não recorde dessa nossa conversa. Porque então me terá totalmente em suas mãos mais do que já me tem. Boa noite, Maria.

Estevão desligou a chamada e Maria deitou de lado na cama, se encolhendo. Ela só pensava que Estevão não podia ainda amá-la. Não podia porque ele nunca tinha amado ela de verdade.

Amanheceu.

Estrela estranhou não ter a mãe de pé logo cedo a chamando, mas pensou que ela ainda estaria dando aquele espaço para ela. E então ela se arrumou para ir a aula enquanto pensava que Maria também se arrumava pra ir trabalhar, que quando saiu do quarto e não viu a mesa do café da manhã posta, ela foi no armário, pegou cereal, colocou em uma tigela e colocou leite frio como gostava junto ao cereal e depois sentou pra comer na mesa. O apartamento todo seguia em silêncio com ela olhando o corredor sem ver Maria passar por ele, enquanto comia.

E quando ela comeu e já de mochila nas costas ela resolveu ir até o quarto da mãe, ela então viu a porta escancarada, Maria deitada, dormindo com a roupa ainda da noite e a garrafa de vinho vazia ao lado dela na cama. Estrela suspirou entendendo que ela tinha bebido antes de dormir porque não estava bem e ela se sentiu culpada. Ela não era acostumada ver a Maria naquele estado, mas seria incapaz de fazer daquela cena algo pra julga-la como mãe. Ela então se aproximou, mesmo querendo deixa-la dormir, sabia que Maria tinha seus deveres do dia como ela tinha para ir a aula que então, ela mexeu nos cabelos dela e disse baixo.

— Estrela: Mamãe, perdeu hora, levanta.

Estrela beijou a cabeça dela e depois deitou ao lado dela de bolsa e tudo. Maria suspirou, mas não abriu os olhos e Estrela disse.

— Estrela: Não é acostumada beber e bebe uma garrafa toda de vinho. Não estava bem, não é? Acorda, mãe.

Maria suspirou outra vez agora abrindo os olhos e abraçou Estrela por lembrar de como tinham terminado a noite delas. Que então com a cabeça entre o peito dela, ela disse.

— Maria: Me perdoa por ter falhado com você, filha. Você é tudo pra mim. É tudo, meu amor.

Estrela suspirou. Já não estava como esteve pela noite e se arrependia de algumas coisas ditas, mas as que ela sabia que tinham levado Maria ficar triste, que então ela disse.

— Estrela: Não é culpa sua mamãe. Não se preocupe, quando estiver como agora está, eu vou te defender de Estevão. Porque tudo que está acontecendo é culpa dele! Agora, levanta que estou indo a aula e a senhora tem trabalho. Bom dia.

Estrela se levantou e Maria sentou na cama sentindo a cabeça pesando, o que a fez levar a mão na testa e dizer.

— Maria: Desculpe por não ter feito o café. Que tenha um bom dia, meu amor. Eu te amo.

Da porta, Estrela sorriu e disse.

— Estrela: Eu também senhora Fernandez.

Quando Estrela se foi, Maria se levantou sentindo que sua cabeça iria explodir e caminhou até o banheiro.

Longe dali nas empresas San Roman. Estevão chegava com uma maleta na mão e disse, sério assim que chegou na frente da mesa de Lupita.

— Estevão: Hoje não estou pra ninguém. Desmarque meus compromissos depois do almoço que eu teria essa tarde, porque tenho um que não posso adiar, Lupita e ligue para minha ex-mulher, ela tem que estar nesse meu compromisso.

Lupita então acostumada com os dias que não tinha nem o bom dia de seu chefe, ela disse, rápido.

— Lupita: Eu não tenho o número dela, senhor San Roman.

Estevão bufou e disse com pressa.

— Estevão: Vamos até minha sala que nela passo ele e o que tem que falar pra ela.

Lupita se levantou com um caderninho na mão e o seguiu para dentro da sala dele.

Enquanto longe dali.

Estrela na escola tendo aula de história, não prestava atenção no que o professor falava. Tinha outra coisa na cabeça que então quando finalmente o sinal da troca de aula tocou, ela se virou para trás aonde tinha Maggie estudando e disse.

— Estrela: Topa ir a um lugar comigo depois das aulas?

Maggie estranhou o convite por saber que ambas tinham compromissos depois das aulas, que por isso ela disse.

— Maggie: Mas depois da aula tenho natação. E você não tem ginástica?

Estrela deu de ombros, decidida que não iria em sua segunda escola aquele dia e a respondeu.

— Estrela: Hoje não terei, tenho um compromisso mais importante. Vai querer ir comigo nele ou não?

Maggie deu um sorriso de lado e disse.

— Maggie: Você está com cara que vai fazer algo escondido da sua mãe. Então claro que topo!

Estrela sorriu e a respondeu.

— Estrela: Ótimo! Depois da aula, vamos pra minha casa antes de irmos aonde vamos de verdade, ok?

Maggie assentiu animada e Estrela se virou para voltar estudar.

Maria chegava no escritório que trabalhava. De celular na mão ela via que tinha uma chamada de quase 1 hora com Estevão e não lembrava que tinha ligado para ele. Ela viu também chamadas perdidas dele horas antes da que ela supostamente havia ligado, mas não lembrava, lembrava da conversa com Estrela, depois com Heitor e de ter pegado uma garrafa de vinho, aberto ela e então ter amanhecido com ela ao lado e Estrela acordando.

O elevador abriu com ela intrigada e então ela de pasta na mão, bolsa no ombro e olhando o celular ela saiu do elevador e trombou em alguém.

— Maria: Aí desculpe.

Era Katherine quem ela havia tido o prazer de cruzar primeiramente assim que começou a trabalhar ali. A jovem moça a ajudou pegar as coisas e disse.

— Katherine: Bom dia, Maria.

Maria sorriu feliz, por conseguir sorrir sem demonstrar que havia dormido bêbada e tido que tomar duas aspirinas de uma vez antes de sair para o trabalho para não descontar o mal humor que as dores de cabeça poderiam dar nela.

Que sustentando aquele sorriso, ela disse.

— Maria: Bom dia, querida e obrigada pela ajuda.

Ela andou em direção a sala dela e José a vendo correu até ela e disse cheio de expectativas.

— José: Já temos outro caso? Estou torcendo que seja bombástico como de nossa última cliente. E bom dia, Maria.

Maria sorriu sendo seguida por José até a sala dela que Vivian ainda não estava e disse, colocando suas coisas sobre a mesa.

— Maria: Bom dia José. Sobre nosso novo caso, ainda estou estudando ele. Mas temo decepciona-lo. Diferente do que tínhamos, não seremos matéria nos jornais dessa vez.

Ela sentou na mesa dela e só foi ela sentar que ela viu o celular dela tocar. Ela olhou rápido pra tela na esperança de ser Heitor, mas não era, era um número comercial, que José dando espaço pra ela atender, saiu da sala dizendo baixo que depois voltava.

Que então depois ela atendeu dizendo.

— Maria: Alô, quem fala?

E Lupita que estava do outro lado da linha, disse.

— Lupita: Senhora, Maria, é Lupita a secretária do senhor San Roman. Ele me pediu pra lembra-la que hoje vocês dois tem uma reunião com o tabelião do senhor Evandro Maldonado. Depois do almoço ele irá com o motorista pega-la aonde a senhora trabalha.

Maria estranhou as palavras de Lupita começando com o que Estevão pedia para lembra-la, que por isso, ela disse logo.

— Maria: Eu não vou a lugar algum e não entendo porque preciso estar nessa reunião. Diga a ele que não vou Lupita e que não venha até onde eu trabalho! Obrigada.

Lupita suspirou já ciente que teria a recusa dela, que por isso disse.

— Lupita: Ele disse que recusaria senhora, então ele me deu a opção de passar a ligação pra sala dele para ele explicar do porque dessa reunião.

Maria suspirou e pensando que seria melhor falar diretamente com Estevão ao invés de tê-lo ali a buscando no trabalho, ela disse.

— Maria: Por favor Lupita me passe pra ele.

Lupita assentiu, mas antes se sentiu na obrigação de dizer.

— Lupita: Vou passar, mas antes, quero agradecer pelo que está fazendo pelo meu irmão Maria. Todos em casa já notamos a diferença dele. Ele está feliz nessa nova escola e graças a você.

Maria sorriu com o coração cheio de alegria e a respondeu.

— Maria: Fiz de coração Lupita.

— Lupita: Sei que sim por isso não podemos deixar de agradecer, obrigada senhora Maria.

Ela então passou a ligação e Estevão já atendeu dizendo.

— Estevão: Não tem querer, Maria! Vai ter que estar nessa reunião com o tabelião de Evandro porque sem você, ele não lerá aquele testamento e eu tenho meus interesses nele que é as ações de minha empresa.

Sem mais sentir a alegria que tinha no peito, apenas raiva e ainda aérea em relação ao que Estevão parecia exigir a presença dela, ela disse brava.

— Maria: Pois fique com seu interesse porque eu não tenho nenhum para estar nessa reunião, Estevão. Então não vou!

Estevão bufou saindo de sua mesa e andando na sala dele ele a respondeu desconfiado do que aconteceria.

— Estevão: Será que não tem, Maria? Em uma noite me revela que Evandro nutria uma obsessão por você e dois dias depois descubro que seu nome pode ser citado no testamento dele. É muita coincidência.

Maria não gostou do modo que Estevão falava, que por isso ela disse já entendendo do que falavam.

— Maria: Já disse que não tenho, o único interesse que eu tinha em Evandro era conseguir chegar na verdade que fui vítima, mas ele morreu, então mais nada que se refere a ele me desperta interesse, Estevão!

Estevão respirou fundo lembrando como ela tinha ficado na noite que foram na casa de Evandro, que por isso ele tentou controlar seus pensamentos e só focar no que realmente o interessava, que então ele disse.

— Estevão: Sinto muito então, Maria. Porque vou busca-la aonde trabalha depois do almoço, porque já disse, meu interesse e não vou deixar pra outro dia algo que põe minha empresa em risco só porque não quer estar presente! Você tem que estar, Maria, me faça esse favor, hum?

Maria suspirou ponderando ir e disse.

— Maria: Te darei a resposta se vou depois Estevão que se eu ir, não precisa vim me buscar porque eu sei o caminho. Mas que seja breve, porque eu também tenho meus deveres no meu trabalho, não só você.

Por entender que ela ia desligar a ligação, Estevão disse rápido.

— Estevão: Antes que desligue Maria. Existe alguma chance para que herde algum bem de Evandro Maldonado?

Ele perguntou aquilo tentando entender e buscar as respostas que amanheceu buscando, que Maria ao ouvi-lo o respondeu cheia de orgulho e dignidade.

— Maria: Claro que não, Estevão! Ainda que assim fosse, eu seria incapaz de aceitar qualquer coisa vindo dele! Incapaz!

Estevão suspirou, fechou os olhos e quando os abriu disse desconfiando outra vez.

— Estevão: Só quero ver, Maria. Porque deve saber o que tabeliões fazem, hum. Eles trabalham com testamentos!

Maria riu e respondeu irritada.

— Maria: Claro que sei Estevão! Não sou burra! Então, foi para isso que me ligou ontem a noite?

Estevão então por lembrar que ela não tinha deixado ele falar daquilo com ela quando ligou, ele disse.

— Estevão: Sim, só que você não me atendeu, mas retornou a ligação.

E Maria então querendo saber o que falaram por quase uma hora com ela alcoolizada, ela perguntou temendo a resposta.

— Maria: E o que falamos? Não consigo me lembrar.

Estevão riu de lado e disse, satisfeito por ela não lembrar e garantir o segredo do amor encubado dele por ela. Que por isso ele apenas disse por lembrar de tudo, principalmente da mentira dela.

— Estevão: Claro que não se lembra. Estava bêbada. Mas o que disse, teremos outras oportunidades pra falar e eu de provar que mentia.

E Maria nervosa disse cansada de ser sempre uma mentirosa pra ele.

— Maria: Que mentia? Porque nunca acredita em mim? Em nada que digo, acredita Estevão!

Estevão riu mais ainda, sabendo que ela não tinha ideia mesmo do que ele falava, que por isso, ele disse.

— Estevão: Quando estivermos provando de sua mentira, eu falarei dela. Até daqui a pouco Maria.

Estrela chegava em casa ao lado de Maggie. Marta não estava e era algo que ajudaria mais ainda Maria não descobrir o que ela faria. As duas adolescentes cheias de fome, o que fizeram primeiro foi assaltar a geladeira e depois se livraram dos uniformes escolares, com Estrela emprestando uma de suas blusas pra Maggie.

E momentos depois, com dinheiro e um cartão de crédito, Estrela estava dentro de um táxi matando suas aulas na ginástica como Maggie fazia com as delas de natação.

E assim, Maggie disse.

— Maggie: Está legal todo esse suspense de onde vamos Estrela, mas já pode dizer que endereço é que passou ao motorista.

Estrela a olhou tinha na mão o celular dela depois de ter navegado na internet pra conseguir o endereço de onde ia. Que então ela disse.

— Estrela: Vamos nas empresas San Román, Maggie. 

 


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