Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 29
Capítulo 29




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Quando Maria chegou dentro do apartamento dela, ela fechou a porta e se encostou nela. De olhos fechados ela levou a mão no rosto tendo imagens do que ela e Estevão fizeram dentro do carro.


Estava perdida. Completamente fora de si. Tinha feito sexo com Estevão outra vez e ditado as regras, como exigir que ele fosse seguro. Não tinha como jogar a culpa só nele, ela também quis.

— Estrela: Mãe.


A assustando, Estrela apareceu na sala vendo como ela estava ainda parada próxima a porta.


Estrela sugou o refrigerante que trazia em uma caneca vermelha de tampa e canudo, encarando, Maria. Ela estava de pijama ali, ainda acordada só a esperando chegar, o que pra ela, Maria tinha demorado demais.

Maria então de bolsa na mão largou ela sobre o sofá e foi até sua filha lhe dando um beijo na testa e disse, tentando não deixar o nervosismo que tinha tão evidente entregá-la.

— Maria: Oi, meu amor. Acabei de chegar.


Estrela então ainda a encarando, perguntou novamente desconfiada com a saída repentina dela e aquele horário de sua volta.


— Estrela: Tem certeza que não foi namorar?

Maria se afastou dela piscando várias vezes nervosa e a respondeu, passando os cabelos de um lado de sua orelha.


— Maria: Não, meu amor. Eu não, não fui namorar. Está insistindo muito nisso, filha.


Ela então com pressa pegou a bolsa de volta toda nervosa com a intenção de ir ao quarto temendo qualquer outra pergunta de Estrela. Que percebendo como ela estava entregando que a desconfiança dela tinha algum fundamento, Estrela disse.

— Estrela: É que está agindo como que se tivesse feito algo, mamãe, toda nervosa assim. E sabe, eu não ligo que saia pra namorar, eu quero que namore, que dê uns beijos e faça coisinhas que só os casais fazem, por isso minha insistência.

Estrela sugou seu refrigerante outra vez depois de falar. Nos 15 anos que já tinha, ela só conseguia lembrar Maria se relacionando com um homem, o pouco tempo que a viu se relacionar com Luciano e com ela já crescida e depois mais nenhum, que por isso desejava vê-la com alguém, mas que esse alguém como a ciumenta que era, cumprisse os requisitos que ela tinha.

Enquanto Maria ali ainda nervosa com o assunto que sabia que ela tinha o apoio da filha para ter alguém, para encerra-lo de uma vez ela disse, certa por ter passado todos aqueles anos sozinha.

— Maria: Eu não preciso beijar e nem fazer essas coisinhas que diz, filha, pra ser feliz. E já disse que não fui namorar porquê não tenho namorado. Fui resolver uma questão importante que você não entenderia. E agora, vou ao meu quarto e você devia fazer o mesmo, meu amor e deixar de tomar refrigerante a essa hora que eu sei que é o que tem aí nesse copo. Boa noite, querida.


Depois de falar, Maria beijou a testa de Estrela outra vez e dessa vez a menina aguçou seu faro pra cheira-la como se pudesse encontrar outro cheiro nela e depois teve ela deixando a sala. E Estrela então a vendo de costa caminhar, disse de som suficiente alto pra ela ouvir já chegando no quarto dela.


— Estrela: Se resolver namorar, eu permito, mas quero conhecer pra ver se eu aprovo! Se eu não gostar dele, nada feito senhora Fernandez da Cunha!

Maria já no quarto, largou a bolsa dela na cama e correu para o espelho tirando o terninho com pressa e jogando na cama, sabendo que nada que disse a Estrela a deixou menos desconfiada pelo que tinha escutado ela falar.

Ela então esticou o pescoço olhando seu reflexo e o tateou procurando qualquer marca que Estevão pudesse ter deixado ali e Estrela visto que por isso seguia falando daquele modo. Mas nada viu, então ela baixou os olhos pra risca dos seus seios nada visível ali também, mas ela sabia que aonde o pano cobria teria, que então ela baixou as alcinhas da blusa e tinha lá marcas deixada por ele. Ela então subiu a blusa e sentou na cama se jogando pra trás.

Agora não tinha lágrimas pra chorar, nem mesmo ainda o sentimento de culpa, estava fria, mas sem saber o que realmente pensar. Sua razão dizia pra ficar longe de Estevão que não podiam seguir com aquilo, enquanto seu lado irracional pedia pra desfrutar de todo sexo que estava descobrindo que poderia voltar a ter.


Ela então cobriu os olhos com as mãos. Redescobria todo prazer que ainda era capaz de ter e dar, mas tinha que ser justo com Estevão? Justo com o homem que não acreditou nela? Que a feriu? Ela virou de lado na cama tirando os sapatos, esfregando um pé no outro. O que tinha feito para seguir sentindo ainda atraída por Estevão? Ela se perguntou também. Parecia um castigo. E ela gemeu frustrada e sentou na cama olhando um ponto fixo na parede. Listava agora em sua mente do porquê não podia seguir tendo sexo com Estevão e então teve vontade de chorar, mas não de tristeza e sim de raiva dela mesma.

Havia deixado que ele despertasse o corpo dela e gostou, gostou tanto que havia perdido o controle dentro do carro dele e ela então se fez mais uma pergunta, se de fato só ele teria esse poder sobre ela. Talvez agora que via que não era a frigida que pensou que havia se tornado, poderia ser capaz de seguir o conselho de sua filha, de voltar a namorar e fazer coisinhas, que voltou a fazer com Estevão. Vivian primeiro a incentivou agora até Estrela. E por que não ouvi-las?

Ela então olhou a bolsa dela e pensou no celular dela, que estava dentro. Ela então a pegou com pressa, procurou o celular e depois que achou e olhou o número de Luciano, ligou.


Chamou mais de uma vez até que ela disse rápido, quando percebeu que foi atendida.

— Maria: Quando você vem, Luciano? Eu quero fazer amor com você. Acho que agora eu consigo.

Luciano tomava café quando a ouviu e acabou cuspindo ele. Já tinha desistido de ligar pra ela quando viu suas ligações voltarem ser ignoradas. O que era esse fator que o fazia adiantar tudo em seu trabalho pra passar uns dias no México. Queria saber o que estava acontecendo com Maria já que deduzia que tinha haver com Estevão. Tinha quase certeza que ele tinha conseguido tê-la nas mãos de alguma forma que ela escondia ou tinha pudor de assumir, o que pensar nessa hipótese só o tinha de cabeça quente por ela. Que por isso para esclarecer o que de verdade acontecia com Maria, ele seguia com a ideia de querer ir ao México pra mostrar que ela nem Estrela estavam sozinhas para Estevão e qualquer pessoa. Ele havia visto Estrela nascer e crescer, Maria se superar e construir uma nova vida, por isso se sentia no direito de protegê-las e cuidá-las, que se não fosse sócio de um escritório de advogados que já estava sem um deles, ele já tinha pego um avião e estado a mais tempo com elas.

E assim depois que se recompôs do que ouviu Maria falar e se limpou com um guardanapo andando por seu apartamento, ele disse não entendendo aquela fala dela ainda mais depois dela ter ignorado tantas ligações dele.


— Luciano: Estava bebendo, Maria? Está bêbada?

Maria então ficou de pé ao ouvi-lo. No fundo gostaria de estar bêbada e por a culpa na bebida do que antes tinha feito com Estevão, mas como não estava, ela o respondeu.

— Maria: Eu não estou bêbada, Luciano. Será que não posso falar que quero fazer amor com você, estando totalmente sóbria?

Ela suspirou e ele pigarreou nervoso. Se não a tinha bêbada, ele tinha certeza que algo tinha acontecido para ter aquela ligação dela. Já que o tema que falavam, havia se tornado delicado de ser tocado quando haviam terminado o relacionamento que no passado tiveram.

Que assim ele disse, cuidadoso com o que ainda tinham.

— Luciano: Não sei o que aconteceu para me falar algo que por ligação é fácil falar, Maria. Porquê pessoalmente, foi difícil pra nós quando tentamos e você quis terminar comigo depois. Desde então voltamos ser bons amigos. E sinceramente não quero que aquele momento se repita. Eu não quero te perder ainda que siga a vida toda sendo minha amiga.


Maria quando o ouviu sentiu seus olhos umedecer. Estava errada em tocar naquele tema com ele que foi dramático e constrangedor, estava errada decidir tentar tê-lo outra vez por sentir raiva de si mesma arriscando perder Luciano, porque ela também pensava que não podia perde-lo. Que então ela disse, com voz de choro.

— Maria: Eu falei bobagens, esqueça o que eu falei, Luciano. Tem razão no que diz, me perdoe por favor. Eu não posso arriscar também perdê-lo.


Luciano deu um leve sorriso, pela voz dela, ele percebeu que ela não estava bem. Que por isso ele disse.


— Luciano: Não vai, Maria. Não desisto fácil de quem amo. Enquanto o dia que vou, até o final da semana que vem estarei aí. Se cuide até lá, por favor porque você não me parece bem.

Maria deu um sorriso limpando uma lágrima que acabou descendo dos seus olhos e o respondeu.

— Maria: Vou me cuidar, Luciano. E estaremos te esperando.

Ele sorriu sabendo que o estaremos era Estrela incluída na conversa. E para se despedir naquela ligação que ele só teve certeza que algo passava com Maria, ele disse.

— Luciano: Boa noite, Maria. Vai agora dormir para não correr o risco de ligar pra outra pessoa e dizer o mesmo que acaba de me dizer.

Maria ficou nervosa ao ouvi-lo e disse rápido.

— Maria: Eu, não, não faria isso. Boa noite, Luciano.

Era uma tarde de domingo. Evandro havia sido cremado e Estevão como, Bruno, Demétrio, Alba, Patrícia e Daniela estiveram no funeral dele.

Que pela tarde, reunidos na sala da mansão San Román, Daniela fez um comentário, que fez todos pensar.


— Daniela: O acontecerá com toda fortuna que Evandro tinha?


Estevão bebia pensativo. Esteve no funeral só em matéria porque sua mente esteve longe todo o momento e seguia igual. Que assim tocando nos ombros dele, com ele sentado em um sofá, Patrícia disse.


— Patrícia: Acho que ficará toda pra Estevão, assim como ele deixará as ações, devolvendo para quem as pertence, não é querido?


Ela passou a frente dele, sentando no colo dele. Estevão suspirou. Nem sabia o que Patrícia fazia ali, mas ela estava presente como todos depois do funeral de Evandro. Que sem dizer nada, Alba resolveu dizer.

— Alba: Isso é o certo. De todos aqui, Evandro parecia ser mais amigo de Estevão e aquele dinheiro todo tem que chegar nas mãos de alguém.

Daniela suspirou sonhadora e disse com pesar.

— Daniela: Pena que não vai ser na minha nem na de Demétrio.


Estevão se levantou tirando a Patrícia do colo dele e disse, mostrando sua irritabilidade que tinha todo aquele tempo desde do funeral.


— Estevão: Já não sei mais como era essa amizade que Evandro dizia ter por mim. Só espero que ele tenha passado ao menos as ações para meu nome, pelo bem das empresas San Román.


Ele foi até as bebidas que ele tinha na sala e encheu um copo dele, enquanto os presentes se olharam em silêncio, imaginando que ele falava daquela forma por algum motivo especial que atendia por Maria.

E ele bebeu pensando em exatamente nela e na noite de sábado. Com eles ali, Heitor apareceu parando na escada por estar deixando a casa. Ele não tinha comparecido ao funeral de Evandro e havia ficado aborrecido por saber que Estevão iria depois do que ele havia contado. Que então quando viu a sala cheia, ele olhou todos desconfiando de cada um e saiu em direção a porta sem cumprimenta-los nem mesmo Estevão.


E ao ver a ação dele, Alba disse.


— Alba: A presença de Maria está nos tirando Heitor, Estevão e você não faz nada!


Estevão bufou girando o corpo para vê-la em pé na sala. Ele também tinha visto a atitude de Heitor e lembrou da pequena discussão que tiveram mais cedo, que ao ouvir Alba ele disse.


— Estevão: Eu já estou fazendo algo, tia. Que a propósito não interessa a nenhum de vocês.

Bruno tirou um cigarro do bolso e o respondeu, querendo lembra-lo dos favores que como amigos fizeram para ele.

— Bruno: É sempre assim, quando não se precisa mais dos amigos somos dispensados. Vimos Heitor crescer sem Maria e demos total apoio a você, Estevão, em tudo, meu querido.

Patrícia que tinha se encolhido com a rejeição evidente de Estevão a todos ali em relação a ela, disse.

— Patrícia: Bruno tem razão, Estevão. Ficamos ao seu lado querido e agora parece que está virando as costas pra todos nós depois que Maria voltou.

Ela levou as mãos no peito dele e Estevão segurou ela pelos braços tirando as mãos dela dali e suspirou de rosto tenso para depois que a soltou, olhando em direção a todos que estavam ali, ele dizer.


— Estevão: Demétrio é o único aqui nessa sala que sabe do que pretendo fazer e o único que não me cobra nada nem me joga o que já me fez como que se eu não tivesse feito nada a vocês um dia também. O que me lembra que eu e ele temos que ter uma conversa. Então vem comigo até meu escritório Demétrio quero esclarecer algumas questões sobre amanhã.

Depois de falar, ele deixou o copo dele na mesinha e caminhou na frente de Demétrio que se levantou logo em seguida. Bruno os observou sério e Patrícia o mirou, pensando que não era só ela que estava sendo jogada pelo escanteio por Estevão.

O dia passou e já era finalmente segunda – feira.

Bem cedo Maria levantou pronta para duas coisas importantes que teria em seu dia. Primeiro no seu trabalho e ás 11 da manhã em um tribunal de frente pra um juiz e Estevão.


Ela vestiu sua melhor roupa na cor preto, passou sombra nos olhos e batom com um brilho nos lábios, o salto foi o mais alto que viu e o perfume o mais cheiroso. O domingo havia servido para ela deixar de pensar mais uma vez no seu deslize pra pensar no que realmente importava, que era o triunfo em parte ganha no seu trabalho no caso de Cecília e depois com Estevão, que por ela, aquela seria apenas a primeira audiência pra ele conseguir os direitos de pai. Que ela para parar de martirizar, tentou pensar o que tinha mais importância a ela, e era que ele poderia ser o homem que ainda fazia ela perder a cabeça como havia feito de novo na noite de sábado, mas era também o homem que lhe tinha tirado um filho que por isso, ele teria que sofrer pra ter os direitos de pai de Estrela, enquanto o amor, ela tinha certeza que sua menina cuidaria desse sofrimento quando ele começasse buscá-lo como ela fazia com Heitor. O que ela não estava disposta a intervir sobre isso, não poderia e nem queria, já que não tinha ajuda dele para reconquistar Heitor então ela não o ajudaria em nada em relação a Estrela aprender quere-lo como pai.

E assim de bolsa na mão, ela desceu de elevador até o estacionamento do condomínio que morava e entrou em seu carro em seguida.

Estevão acordou ansioso e cheio de expectativas com aquela manhã. Que por isso, em seu café da manhã com Alba e Heitor presente na mesa, ele pediu mirando Alba.


— Estevão: Tia, preciso de um favor. Minha filha logo começará frequentar essa casa. Preciso que ela tenha seu próprio espaço, um quarto com tudo que ela precisar nele. Mas sabe que não saberei fazer isso sozinho.

Alba deu de ombros já esperando ser solicitada por ele com aquele favor, mas que antes de dizer sim, ela disse apenas pra provocar.

— Alba: Primeiro tem que ter certeza se essa menina é sua filha, Estevão.


Estevão deu um sorrisinho deixando sua xícara de café na mesa e mirando em seguida Heitor, que lia um jornal e pensou que não poderia dizer nada ali da carta que ele tinha em mãos, não porquê Heitor para ele, já estava nas mãos de Maria.

Que então ele disse.


— Estevão: Só faça isso para mim tia. Peça que arrumem o melhor quarto da casa para ela, enquanto tudo que ela precisar eu vou contar com você pra isso. Será que posso?

Alba revirou os olhos e depois deu um sorriso, iria fazer compras com aquele favor que ela não negaria a ele, que por isso ela disse.

— Alba :Claro que sim, Estevão.


Heitor então depois de suspirar ao ter baixado o jornal quando percebeu que falavam de sua irmã mais nova, ele disse.


— Heitor: Espero que lembre que minha irmã, não é um objeto que disputará, papai. Ela é uma menina de 15 anos que agora tem um pai, que tem que saber que ela não te tem ainda afeto algum.

Estevão fechou a cara lembrando daquela verdade que era como um banho de água fria nele. Que por isso ele disse.

— Estevão: Se sua irmã ainda não me tem apreço como pai é culpa de Maria que cultivou ressentimentos nela, Heitor.

Heitor soltou um riso ao ouvir aquela queixa vindo de Estevão que o tinha feito o mesmo com ele quando criança, que por isso ele o lembrou.

— Heitor: Como fez comigo ainda criança em relação a ela, papai.

Alba buscou sua xícara de chá a frente dela, bebeu um pouco mirando Estevão ficando vermelho e em seguida viu ele responder Heitor mais irritado.

— Estevão: Tudo que eu disse foi a verdade que você começou entender a gravidade de tudo, enquanto crescia, Heitor. Os ressentimentos em você foram consequências do que ela nos fez!

E Heitor então se levantado o respondeu.

— Heitor: Então lembre disso também quando Estela mostrar seus ressentimentos, que como contou sua versão, minha mãe contou pra ela a dela, papai.

E Estevão de coração palpitando se levantou também dizendo bravo.

— Estevão: Minha mãe! Cada vez vejo intimidade e apreço quando fala dela. Maria já te tem nas mãos, filho! Só basta que vire as costas pra mim! Porque tudo que faço ou falo, é motivo que fique contra mim!

Heitor suspirou. Sabia que Estevão falava daquela forma também pela pequena discussão que tiveram no dia anterior, que então por isso ele disse.

— Heitor: Eu só quero poder ter meus pais ao meu lado como não pude ter! Não estou contra o senhor, papai, eu só quero agora poder ter o que eu não tive todos esses anos por escolhas que não foram minhas! Bom dia!

Ele então depois de falar, saiu da mesa nervoso e Estevão o seguiu até a escada e disse, rebatendo as palavras dele que ele muito bem havia entendido que ele falava da separação dele de Maria.


— Estevão: Hoje julga o que fiz, mas não me arrependo! Eu não podia aceitar que fosse criado com um dos amantes de sua mãe, que ela lhe desse um desconhecido como padrasto, filho!

Heitor o ouviu ainda de costa e se virou. Estava cada vez mais em contato com Maria, ia conhecendo ela melhor e aonde vivia com Estrela em um lar que ele desde que havia pisado a primeira vez, viu que era só delas, só de duas mulheres, mãe e filha e também amigas, o que ele pensou que ela poderia ser incapaz de fazer o que Estevão dizia, poderia estar enganado, mas assim ele pensava que sua infância talvez não seria como Estevão pintou todos aqueles anos, com ela e seus supostos amantes presente na vida deles. Que então olhando nos olhos dele, ele o questionou.

— Heitor: Acredita mesmo que ela seria capaz disso, papai? Eu vejo o lar que ela vive com minha irmã e não vi nenhum homem. É tudo tão elas e só delas.

Estevão ficou calado. Não tinha resposta, já que sua mente trouxe todas as informações que tinha ainda de cada passo de Maria dado por Arnaldo que nesses passos não havia nenhum homem. Que por isso ele apenas disse.

— Estevão: Já não posso dizer nada de Maria que será contra e não acreditará. Como é a vida. Eu que me garantia tanto que se manteria apenas do meu lado, agora estou te perdendo, filho. Estou te perdendo.


Heitor suspirou. Ele queria Maria, queria seguir tendo agora a mãe por perto, mas também queria seguir tendo o pai, que ele lutava par fazer Estevão entender isso, que então ele o respondeu.

— Heitor: Eu já disse que quero poder estar do lado dos dois, eu quero os dois, pai! Mas parece que nessa história, nessa guerra de vocês, eu que tenho maturidade suficiente para pensar que com ela não chegarão a lugar nenhum e ferirão mais um filho como fizeram comigo, que é essa menina! Estrela que está no meio de vocês, papai!

Estevão ergueu a cabeça. Era tão teimoso que só o que ele queria bastava e tinha que ser feito como o desejado, que por isso ele disse, certo que Heitor falava preocupado com a irmã dele mas que pra ele, só bastava o que ele julgava que era o certo e mais ninguém que pudesse contraria-lo.

— Estevão: É melhor não se meter nisso, Heitor. Já quer bem sua irmã segue mostrando preocupação e isso me agrada, mas não vai me dizer como agir, filho. Eu sou o pai aqui e vou fazer de tudo para ter minha filha ao meu lado como te tive!

Heitor respirou com pesar e vendo que não tinha mais nada que ser discutido ali, ele disse.

— Heitor: Espero que entenda que não vai ser desse jeito que irá ter o afeto dela a tirando da mãe dela como pretende e que entenda isso antes seja tarde, papai.


E na firma de advogados que Maria trabalhava. Uma batalha estava ganha. Durante quase 1 mês vinha negociando as cláusulas do divórcio de sua cliente, Cecília com o senador sem escrúpulos, Manolo Canedo, Maria conseguiu chegar no acordo que ela desejou ter beneficiando sua cliente, o que a surpreendeu ter sido mais rápido que ela havia pensado.

Os benefícios como ex-mulher, divisão de bens, uma pensão e guarda garantida da filha, Maria tinha conseguido garantir como queria, Manolo tinha parecido querer fazer aquela briga fácil, o que de início a desconfiou mas depois, pensou que ele insistindo em ser o vilão da história só arruinaria mais sua reputação, como seguia sendo arruinada com o processo que Cecília ainda mantinha contra ele por ter a agredido covardemente, que por esses fatos ele havia optado dar o que a ex-mulher exigia.

Foram dias de lutas, respiração profundas, mas Maria com sua equipe tinha conseguido manter a cliente deles firme em suas decisões e agora resultava naquilo, mais uma vitória para o currículo de Maria.


Que então na sala de reuniões na mesa grande dela, tinha ali Maria ao lado de Cecília, Manolo a frente dela e do lado dele apenas um de seus advogados.

Que meia-hora depois, documentos foram assinados e todos se levantaram.


Manolo olhou Cecília com um largo sorriso abraçar Maria e mexeu em sua gravata. Fazia aquele sacrifício para limpar o que a mídia cada vez sujava enquanto o processo de seu divórcio com ela corria. Manolo havia sido aconselhado que ser um ex-marido bom e generoso, era essencial para colocar em questão que ele tinha sido capaz mesmo de colocá-la em um hospital. O que ele levava de consolo ali, era que ele sabia que o sorriso das duas mulheres em cima da derrota dele, tinha prazo de validade.


Que então em seguida, ele deixou o prédio ao lado do seu advogado desviando dos repórteres que estavam ali com câmeras e microfones evitando dar declarações e fotos.

Sozinhas, Cecília de frente pra Maria pegou nas mãos dela e disse grata.


— Cecília: Obrigada, Maria. Você foi mais que uma advogada pra mim. Tenho que agradecer a todos, mas mais a você.


Ela pegou a bolsa dela sobre a mesa. Tinha um cheque com o valor dos serviços prestado de Maria como advogada dentro da bolsa, mas que o valor não ia parar tudo na mão dela, já que ela prestava serviço para uma firma de advogados. Que então por isso, Cecília disse.


— Cecília: Essa firma e você, merecem cada centavo que aquele crápula está me devolvendo o que é por meu direito.

Ela deu na mão de Maria o cheque e ela colocou no meio da pasta dela na mesa e disse.


— Maria: Ficaria mais feliz se o visse sem um centavo, mas sem grande parte do que ele tem, já me satisfaz. Mas não esqueça Cecília, tem que manter a denúncia. Ele tem que pagar pelo que te fez também.

Maria tocou gentilmente na mão dela e Cecília a respondeu.

— Cecília: Claro eu juro que não vou tirar. E vou seguir contando com você como minha advogada também em relação a isso, não vou?

Maria suspirou, tinha sua causa ganha como advogada pelos serviços que Cecília a tinha contratado na firma em que trabalhava, que era brigar pelo divórcio dela garantido todos seus direitos e a guarda da filha que ela temia perder. E agora Maria não tinha muito o que fazer, já que a denúncia feita por Cecília estava em processo de investigação em uma delegacia que investigava violência contra a mulher, que então ela por ter tomado uma decisão com aquela causa ganha e tendo agora também as delas para lutar em frente a um juiz com Estevão, que era não ficar mais a frente do caso dela, mas não deixando de observar e ou opinar se fosse preciso, ela a respondeu.

— Maria: Com essa firma sim, você seguirá contando, Cecília. Aqui tem muitos advogados competentes, mas agora estou me retirando do caso. Garantimos que ficasse com sua filha, conseguindo por a capacidade dele de cuida-la pelo que te fez em questão ao juiz, está amparada financeiramente como devia ser, você e sua filha, então dou por terminado meu trabalho. Mas ficarei de olho, só não como antes.

Cecília suspirou não muito animada como antes ao ouvir Maria e perguntou.

— Cecília: Posso perguntar porque?

Maria deu um leve sorriso acenando com a cabeça e expos seus motivos a respondendo.

— Maria: Porquê também tenho questões pendentes com meu ex-marido Cecília que agora podem exigir mais tempo e atenção de mim. Mas ainda seguirei aqui se precisar de qualquer auxílio.

Cecília então revirou os olhos e disse.

— Cecília: Homens.

Maria riu e disse concordando com ela.

— Maria: Sim, homens.

Cecília então preparada pra ir disse, mostrando outra vez sua gratidão.

— Cecília: Bom agora vou. Vou pegar minha filha e vou começar preparar nossa mudança para Califórnia. A casa em frente ao mar que me garantiu era tudo que eu precisava para me recuperar de tudo isso ao lado dela, Maria.

Elas se abraçaram e depois Cecília foi embora.

E mais tarde, com Maria arrumando suas coisas na mesa dentro de sua sala pra deixar seu local de trabalho e só voltar depois, Geraldo bateu na porta aberta pra mostrar sua chegada.

Que então ele disse com um sorriso no rosto.


— Geraldo: O nome de nossa firma está a essa hora estampando mais uma vez os jornais e programas de fofocas Maria, sem dizer os sites. Com esse caso você trouxe mais visibilidade a nosso escritório. Tenho que te agradecer por isso e te dar os parabéns.


Maria parou o que fazia estando de pé ao lado de sua mesa e se virou pra ele sorrindo e o respondeu.


— Maria: Obrigada, Geraldo. Mas só fiz meu trabalho que confiou em mim ainda recém-chegada pegar esse caso que geraria tanta repercussão correndo o risco também que elas fossem negativas. Então obrigada pela confiança.

Geraldo sorriu mais, pensando no currículo dela mas também na recomendação especial que Luciano tinha feito para que ele a aceitasse de cara como uma mais nova advogada de sua firma, mas também pensou em quando seus olhos haviam cruzado com tamanha beleza que tudo foi um conjunto de fatores que se não a admitisse e entregasse a ela aquele caso, teria sido um grande tolo e não só como chefe. Que assim ele a respondeu ocultando a parte do que sentiu quando a viu.

— Geraldo: Luciano me garantiu sua competência, seu currículo muito mais, além disso vi nos seus olhos a sede que teve por defender os interesses de nossa cliente, Maria. Mas me diga quando vamos comemorar seu êxito? Está ainda devendo sua presença em uma de nossas confraternizações.

Maria sorriu sem jeito, tinha um segundo convite vindo dele para aquela “reuniãozinha”, mas teve também de alguns colegas, que então ela disse, não vendo necessidade de comemorar seu êxito com mais aquele convite.

— Maria: Ah, bom. Eu não penso em comemorar, só fiz meu dever.

Geraldo suspirou não sabendo mais que pretexto usar pra tê-la um pouco perto e longe do local que trabalhavam onde ele era o chefe dela, e a respondeu.

— Geraldo: Um dever que te dará mais um êxito para expor em seu currículo como advogada Maria e um bônus extra pela visibilidade dada para o nosso escritório.

Ele enfiou as mãos impaciente nos bolsos da calça e Maria fixou os olhos nele e perguntou desconfiada.

— Maria: Dá bônus a todos ou só fará comigo?

Geraldo a mirou de postura séria conseguindo entender a desconfiança dela que ele deduziu que ela poderia estar pensando que ganhava aquele bônus por favoritismo ou algo nada profissional da parte dele que era bem pior, que temendo deixar aquela imagem dele pra ela, ele a respondeu.

— Geraldo: Agora só a você, mas costumo fazer isso com quem se destaca nesse escritório, Maria.


Maria respirou aliviada e pensou que aquele bônus para ela não era tão preciso como ela sabia que eram para José e Vivian, que eram iniciantes que por isso tinham um salário mais baixo que ela. Que por isso ela disse.

— Maria: Então será que pode dividir esse bônus com Vivian e José? Eu não trabalhei sozinha.

Geraldo sorriu ainda mais encantado e a respondeu.

— Geraldo: Se assim quiser.

Maria então virou pra pegar sua bolsa sobre a mesa e ir ao seu segundo compromisso do dia e disse.

— Maria: Bom eu vou usar minhas horas extras para resolver uma questão, mas ainda nos vemos Geraldo.

Ela passou do lado dele e Geraldo não pôde se conter dizendo.

— Geraldo: Espero que volte com a resposta sim que nunca me dá para o convite que faço, Maria.

Maria parou se virando pra ele. O interesse dele em especial agora mais evidente a ela, a fez perguntar.

— Maria: Por que é tão importante que eu vá, Geraldo? Só tenho contatos com um ou dois advogados aqui dentro.

Geraldo andou alguns passos para estar perto dela a encarou deixando sua postura como chefe que estava lutando diante dela para sustentar de lado e a respondeu, sem deixar olha-la nos olhos.

— Geraldo: É porque estou interessado em você Maria, sei que não devo mas uso esse pretexto pra te chamar pra sair comigo, mesmo temendo que pense que estou sendo mais um chefe que não consegue separar o relacionamento que deve ter com seus funcionários ou pior que pense que estou cometendo o erro de assedia-la em seu lugar de trabalho.

Maria se afastou andando pra trás e cruzou os braços. Pensou da última vez que teve um chefe interessado nela como Geraldo havia confessado e não tinha lembranças boas de como tudo havia acabado, recordava até que o tinha revelado aquilo, havia falado de Estevão, mas sem cita-lo que por isso ela disse.

— Maria: Eu já ultrapassei esse limite de chefe e funcionário e não tive um final feliz. Já disse isso, não Geraldo?

Ela se virou pra ele e Geraldo assentiu se indignando ainda não compreendendo como o homem que ela falava que foi um chefe dela a tinha deixado escapar, já que Maria não tinha só aquela beleza que o atraia como homem, mas também tinha outras qualidades que ele via que ela tinha trabalhando para ele. Que então, ele a respondeu tornando a distância deles mínima de novo.

— Geraldo: Eu ainda não consigo entender como que esse seu antigo chefe ao ter conseguido conquista-la foi capaz de perdê-la, Maria. Se casou com ele e ele foi tão estúpido deixa-la, seja o que houve para isso acontecer. Porque penso que você valeria qualquer luta Maria, eu mesmo lutaria pra tê-la ao meu lado a qualquer custo se eu tivesse esse privilégio que ele teve.

Ele tocou em um braço dela, mas logo em seguida retirou a mão e fechou ela como que se a repreendesse pela ousadia. Maria suspirou tensa em ouvi-lo, pensou em Estevão no que ele tinha feito, no que foram vítimas e no final como ela havia escutado Geraldo falar, ele não tinha lutado por ela, pelo amor deles. Que então ela apenas disse com seu rancor estampado nos olhos.

— Maria: Ele foi muito mais que um estúpido, Geraldo. Tão estupido que não sei se serei capaz um dia de voltar amar alguém da maneira que o amei.

Maria virou o rosto, sentiu as lágrimas quererem descer, o que a fez suspirar lutando para impedir aquilo. Geraldo entendeu que aquele tema a feria pela maneira que ela tinha ficado expondo a ela mais do que ela parecia permitir. Que então, ele não conteve de novo sua mão e levou os dedos dele de leve abaixo do queixo dela fazendo ela virar o rosto para ele, o que ela fez e ele suspirou a mirando e vendo no olhar dela uma dor que não tinha conseguido ver até então.
E ele então abriu a boca para falar algo que pudesse tirar aquela dor dali, mas Vivian chegou os surpreendendo daquela forma, o que para ela só confirmava o que ela ainda pensava.

Que desejando não ter parecido naquele momento, ela disse.

— Vivian: Aí droga, desculpem! Eu atrapalhei vocês dois!


Os dois se separaram rapidamente quando a ouviram. E Geraldo disse voltando no seu posto de chefe outra vez, enquanto Maria sem olha-lo tocava nos cabelos.


— Geraldo :Que você tenha o mesmo êxito que acaba de nos dar aqui Maria nesse seu compromisso, bom dia. Vivian, bom dia.

Ele cumprimentou Vivian antes de sair que sorrindo ela o respondeu.

— Vivian: Bom dia, chefinho.

Quando Geraldo saiu, Maria suspirou e olhou Vivian mirando a porta que ele saiu, que então depois a olhando, ela disse.

— Vivian: Ele está disfarçando cada vez menos o interesse que tem em você, Maria. Ainda mais agora que transaram. Eu acho que ele vai fazer de você a primeira dama desse escritório! Fica vendo!

Maria suspirou agora com a consciência pesando ao ouvi-la e resolveu tira-la da ilusão que ela estava com a verdade da forma que ela havia falado.
— Maria: Não foi com ele que eu transei, Vivian. É melhor não te deixar ilusionada mais.

Vivian a olhou confusa sem entender nada e disse.

— Vivian: Como assim? Não vai me dizer que encontrou alguém na internet e transou, Maria! Bom eu fiz isso com seu filho e sigo fazendo, mas você não tem cara disso.

Em outro momento Maria sabia que falaria algo com o comentário dela sobre o que ela seguia fazendo com Heitor, mas estava séria e que só importava para ela era expor que tinha deixado se entregar a Estevão mais de uma vez para tirá-la daquela ilusão. Que então ela disse rápido.

— Maria: Eu transei com o pai dos meus filhos e mais de uma vez. Até depois, Vivian.

Vivian quando a ouviu sentou devagar na cadeira encenando uma cena dramática, enquanto Maria saiu da sala sem mais dizer nada.


Eram quase 11 horas, a hora marcada para aquela audiência, que Maria subia um monte de degraus de uma escadas a frente de um fórum que representava a vara da família, com cartórios divididos em categorias de casos, que no caso de Maria, ela ia para uma primeira audiência de investigação de paternidade pedida por Estevão o que para ela renderia dias e até meses a investigação que ela estava disposta a dificultar. Ela estava tão segura na canseira que daria a Estevão, que chegava sozinha para aquela audiência que ela tinha certeza que ele chegaria ao lado de um advogado.


Dentro do prédio, em pé em uma sala de espera, nervoso, Estevão passou a mão no rosto, depois que desviou os olhos da televisão, presa na parede. Tinha aparecido notícias sobre o caso que ele sabia que Maria representava e que não o agradava, tanto que se surpreendeu pela notícia que davam no telejornal. Manolo estava ainda seguindo pra sua queda que uma, já tinha sido que era sua família perfeita que qualquer político como ele tinha que tê-la longe de polêmicas, completamente desfeita com o divórcio polêmico que teve. Ele pensou no homem que pareceu se entregar fácil e ainda com a investigação sobre ele ter agredido a ex agora esposa dele ainda em processo e desconfiou.


Enquanto pensava ali, Demétrio apareceu o chamando. Já iam entrar em uma sala a pouco metro deles que então ele disse, procurando Maria no local.

— Estevão: Maria ainda não chegou. Não podemos começar!

Demétrio que tinha em uma mão uma maleta que trazia documentos importante para aquela audiência, disse certo de suas palavras.

— Demétrio: Podemos sim e o atraso dela é ótimo pra nós, Estevão.


Maria então apareceu tocando nos cabelos em um lado e Estevão a mirou de cima a baixo. Ele bebeu da visão dela e sentiu um rápido tesão sem precisar ainda tocá-la nem ser tocado, em só lembrar da última vez que a viu e como teve aquele corpo delineado, em uma calça justa e terninho preto sobre ele. Os olhos dela encontrou os dele também e ela puxou o ar do peito tendo as mesmas lembranças dele na mente, o que ela pelo olhar que recebia sabia que ele tinha e ela então suspirou, ergueu a cabeça pisando mais firme no chão e acabou que entrou primeiro na sala que ele estava de frente com Demétrio, sem cumprimenta-los.


Assim que entrou, Maria viu uma mesa ao meio com 3 cadeiras pretas em ambos os lados e na ponta dela, como uma parede o lugar do juiz em uma mesa mais alta na visão deles com 3 lugares.


Maria sentou no meio de duas cadeiras e Estevão a encarando em silêncio, sentou do outro lado da mesma na reta dela com Demétrio sentando ao lado dele. Ele mexeu na gravata ainda a encarando e sendo ignorado, como há uma noite atrás não tivessem passado parte dela juntos se entregando no meio dela, ao desejo que sentiam.

Maria que evitava olha-lo, encarou Demétrio só então o reconhecendo naquele momento. Lembrou dele e do nome dele mesmo só tê-lo visto uma vez quando ela foi procurada por ele para assinar o divórcio e ser advertida mais uma vez para ficar longe de Heitor, amando de Estevão e então ela ali, entendeu quem era o tal Demétrio que Evandro antes de morrer havia listado junto com os demais.

Ela o encarou e Estevão olhou de lado para Demétrio e depois para ela de cara feia, até que disposto a quebrar aquele silêncio disciplinado por estarem a espera de um juiz, o tal chegou, um coroa de olhos azul cabelos grisalhos e barba e junto com ele um estagiário que mostraria tudo que o juiz precisava ver no caso ou rever já que, mesmo antes dele entrar em sua 3ª audiência como aquela, naquela manhã, ele estudava o caso dos pais com atenção antes de encontra-los.


Que então ele disse.


— Juiz: Bom dia, doutor Demétrio Rivero, senhora Fernandez, senhor San Román.

O juiz sentou ao seu lugar sendo acompanhado do estagiário mais jovem que o auxiliaria enquanto ouvia a resposta dos presentes, ao seu educado bom dia, que foi Maria que primeiro respondeu.

— Maria: Bom dia meritíssimo, juiz.

Abrindo sua maleta sobre a mesa Demétrio, também o respondeu.

— Demétrio: Bom dia, meritíssimo.

E Estevão foi o último a responder depois de puxar seu ar com força do peito e encarar mais uma vez Maria, que depois com todos postos aos seus lugares, o juiz começou.

— Juiz: Inicialmente foi pedido averiguação de paternidade da menor, Estrela Fernandez da Cunha, mas no meio desse processo houve uma mudança para o reconhecimento de imediato da paternidade da menor citada, cujo os pais estão presentes nessa sala. O que faz desse processo mais rápido que pensávamos.

O Juiz sorriu de lábios fechados recebendo nas mãos uma pasta que tinha as provas antes pedida, caso Maria negasse envolvimento com Estevão negando não terem concebido Estrela juntos, o que em uma investigação como essa na maioria das vezes era a mulher que necessitava das provas, necessitando até de testemunhas para provar que houve um relacionamento quando o suposto pai negasse a reconhecer o filho legalmente e também, entre as provas pedidas havia o exame original de DNA.

E Maria por ter entendido com as palavras do Juiz que pulariam para o reconhecimento de paternidade e não seguiriam para investigação que ela seria solicitada a autorizar o exame de DNA que lei nenhuma podia obriga-la, como não fazia com os homens apenas o pressionavam, ela disse.

— Maria: Meritíssimo, perdão, mas disse, reconhecimento de paternidade imediata? Eu não autorizei que fizessem nenhum exame na minha filha.

O primeiro sorriso daquela manhã, brindou os lábios de Estevão quando ouviu Maria e em seguida os olhos dela fulminar ele, mas nada ele disse já que estava ali sendo representado por Demétrio e como aconselhado, só falaria se fosse solicitado pelo Juiz. Que então, como seu dever ali, Demétrio disse, tirando duas cópias que uma era a prova de paternidade de Estevão, entre seus documentos que trazia em sua maleta, dizendo.

— Demétrio: Se me permitir meritíssimo, eu posso explicar para a senhora presente aqui, mãe da menor, que Estrela Fernandez da Cunha, é sim filha de meu cliente como consta nessas cópias.

O juiz assentiu fazendo um sinal com a mão e Demétrio estendeu os papéis em direção a Mara que o pegou rápido demais e quase sem respirar.

Maria com o exame nas mãos, começou correr seus olhos nervosa nas letras do papel vendo, atenta a cada detalhe que até tinha um exame dela provando que era também mãe biológica de Estrela, enquanto Demétrio seguiu com a explicação que daria a ela enquanto ela lia.

— Demétrio: Esse papel ainda que seja uma cópia, com o meritíssimo Juiz está em posse do original que não deixa dúvida que Estevão San Roman, meu cliente é sim pai da sua filha, o que não o faz mais precisar esperar a investigação se concretizar. Que com seus conhecimentos em direito, sabe muito bem disso, Maria.

Maria suspirou olhando Demétrio com ódio depois de ouvi-lo e mirando em seguida Estevão com o mesmo ódio. Sua vontade era de amassar aqueles papéis, ficar de pé e fazê-los engolir cada pedaço, mas ela sabia que se fizesse aquilo sairia como uma desequilibrada diante do juiz, que então ela ergueu a cabeça e disse os mirando e decidida fazer o que pensava que faria quando aquele momento chegasse.

— Maria: Diante das provas que ilicitamente, esses dois homens em minha frente de caráter igualmente duvidoso por terem conseguido ela sem meu conhecimento, não tenho o que me opor meritíssimo sobre o reconhecimento da paternidade de minha filha, a não ser que não aceitarei qualquer valor que agora o infeliz progenitor dela pense em dar.


Maria buscou os olhos de Estevão depois que falou com raiva suas palavras principalmente o final delas, que sem precisar aumentar a voz perceberam como ela estava, o que fez Estevão mexer na gravata já não sorrindo como antes mas vermelho de raiva pelo final das palavras dela o que ele não pensava em aceitar. Que assim o juiz mirando Maria, ele disse, sabendo que muitas mães abriam mão da pensão alimentícia para manter o filho afastado do pai, o que conseguiam se o pai aceitasse aquela condição, já que com seu auxilio ou não na criação da criança ele seguia tendo direitos pela lei sobre ela que poderia exigi-los ou não.


— Juiz: Deve saber que negando aceitar qualquer auxílio financeiro do pai da menor presente aqui, não tira nenhum direito dele como pai pela lei, Senhora Fernandez?

Maria assentiu e o respondeu séria.

— Maria: Infelizmente sei, senhor meritíssimo. Mas ainda assim, não aceito nenhum centavo desse homem que a negligenciou todos esses anos.

Estevão bufou com a fala de Maria e bateu na mesa vermelho, o que fez o juiz olha-lo, ela sorrir de lado por vê-lo perder ali o equilíbrio e Demétrio conte-lo de se levantar como ele mostrou que faria o tocando em um braço.

Que então entendendo que não podia se exaltar como ia fazer, ele apenas disse de voz grossa.

— Estevão: Eu nunca a negligenciei, Maria! Você me escondeu a existência dela, o que é bem diferente!

Maria torceu os lábios nervosa e como só tivesse os dois ali, ela disse.

— Maria: Sabe o porque fiz isso, meu querido e lei nenhuma vai me cobrar isso!

Estevão abriu a boca pronto para responde-la, que mais rápido Demétrio o conhecendo e temendo que ele botasse tudo a perder com sua falta de controle, ele disse, mirando o Juiz que os ouviu e riscava algo em uma folha, só colocando assim em questão quem era os pais da menor.

— Demétrio: Se me permite meritíssimo, posso mostrar ao senhor a quantia generosa que meu cliente está disposto a dar pra ajudar na criação da menor e verá quem está negligenciando o futuro dela aqui, meu cliente ou a mãe dela.


Maria viu Demétrio tirar um outro papel de sua maleta, o que ela via que ele como advogado estava disposto a fazer valer a vontade de Estevão ali, como ela faria no lugar dele. O que ela pensou que ele era bom, mas não bom o suficiente para controlar o cliente dele que ela via se segurando na cadeira e ela estava disposta perder aquela primeira audiência, mas sujar a boa pose de pai dele.

O juiz recebeu em mãos o documento, um valor alto estava ali e Maria recebeu outro por Demétrio constando aquilo.

Que então ela disse, decidida mesmo ao ter mirado o valor te se surpreendido.

— Maria: Minha filha não precisa de nada disso, ao meu lado ela já tem seu futuro e presente garantidos, senhor meritíssimo.

E o Juiz por ver que não entrariam em um acordo com aquele tema, ele disse.

— Juiz: Se não saírem em um acordo daqui, passarão por mais que uma audiência como essa. E acredite senhores, é desgastante e prejudicial a filha de vocês.


Estevão ao ouvi-lo se dirigiu a ele a primeira vez.

— Estevão: Não vou abrir mão, de poder ter minha filha nas melhores escolas do país ou fora dele, garantindo não só sua educação como seu bem-estar, só porque a mãe dela por orgulho não quer aceitar minha ajuda, meritíssimo.

Ele mirou nos olhos de Maria depois de falar e Demétrio aprovou sorrindo, enquanto Maria disse com ironia, mirando o juiz.

— Maria: Não é orgulho meritíssimo, há muitas crianças carentes nesse país, o senhor a minha frente poderia com toda sua generosidade, ajuda-las e não a minha filha que não precisa dele para nada!

Estevão com sua veia ao lado do pescoço já pulsando o deixando como antes a respondeu, a corrigindo.

— Estevão: Nossa filha, minha querida, eu já provei isso!

Ela ergueu a cabeça e rebateu com um riso.

— Maria: Ela é só minha filha meu querido, enquanto não constar seu maldito sobrenome na certidão dela, ela segue sendo filha de mãe solteira!

Passou uma hora depois, com o Juiz e Demétrio tendo que conter Estevão mais vezes que Maria quando pareciam que ia se atacar diante deles, que ainda sem encerrar aquela audiência, ela teve uma pausa de 15 minutos.


Fora da sala., Maria estava em um canto falando com Luciano ao celular. Estava nervosa e deixando evidente a ele seu real estado com a surpresa desagradável que teve ainda sem entender como, por Estevão. E ela sabia que quando voltassem para dentro da sala, Estevão teria o que queria e o que ela tinha prometido a Estrela tardar, que por isso pensando em sua menina e em como ela ficaria, ela só pensava que tinha falhado como mãe para ela, que por isso era incapaz de raciocinar mesmo com seus anos em direito, que parecia não servir pra nada naquele momento por ela ser apenas a mãe ali. Que sem poder dar o consolo que ela queria ouvir, Luciano apenas calmo como notava que ela não estava, confirmava que sairiam dali com Estevão tendo todos seus direitos de pai garantidos, o que incluía as visitas que Estrela teria que fazer a ele nos dias determinado pelo juiz, mesmo não terem entrado em um acordo referente a ajuda financeira dele.

Maria em um momento gemeu frustrada, tocando a testa, ouvindo Luciano com uma lucidez que ela não tinha a acalmando, o que a fez deseja-lo ali com ela, mas não só como amigo, mas também como advogado que ela previa que dali adiante precisaria, já que não poderia mais ser pega desprevenida por alguma jogada suja de Estevão como ela viu que tinha sido. Ela só pensava que havia confiado demais e tinha perdido aquela primeira batalha.

Eles então voltaram pra sala. E Maria entrou de cabeça erguida ainda que sua vontade era de mostrar totalmente o desequilíbrio que estava por dentro, atacando Estevão e não seria verbalmente. O que ela sabia que não podia fazer aquilo para sair como a desequilibrada na frente do juiz, que Estevão por 3 vezes mostrou ser.

Ao ter entrado preparada pra ouvir o Juiz dizer todos os direitos agora que Estevão teria como pai, ela suspirou certa que aquela só foi uma batalha que ele havia vencido, de muitas mais que teriam e não só naquele lugar.

E quando a audiência se deu por encerrada. Maria sabia que no próximo final de semana, Estevão teria Estrela em seu poder, finais de semana, férias escolares, datas especiais e feriados, o que a menina poderia dizer não em algumas dessas opções mas Maria tinha a absoluta certeza que Estevão não aceitaria fácil podendo usar o não da filha deles contra ela como mãe e leva-los de novo a frente de um juiz. Maria também estava ciente que receberia uma visita por semana de uma assistente social para ver como Estrela vivia, o que a deixou em alerta, já que sabia também que um relatório chegaria ao juiz e qualquer deslize daria a guarda de Estrela definitivamente a Estevão, que não foi questionada naquela audiência por ser apenas para o reconhecimento de paternidade mas ela sabia que em outra seria e ela queria estar preparada para isso.


E depois que o juiz deixou finalmente a sala, ela se levantou e Estevão fez o mesmo a olhando, que quando ele cruzou o caminho dela, ela o esbofeteou. Demétrio ao lado de Estevão arregalou os olhos e ouviu ela grita-lo.

— Maria: Isso é pela sujeira que fez pelas minhas costas, Estevão! Que conseguiu o queria, pela lei ter minha filha por algumas horas em alguns dias da semana, mas quero lembra-lo que lei nenhuma vai te dar o afeto dela! Nenhuma!

Estevão todo vermelho e de corpo rígido, levou a mão no rosto, que olhando para ela, ele disse para Demétrio que assistia a cena.


— Estevão: Vai na frente Demétrio que tenho que tratar algo com Maria.

E Demétrio acreditando que Maria queria desestabilizar Estevão como ela viu que ela havia feito durante a audiência, ele disse ao lado dele, mas a mirando antes de sair.

— Demétrio: Não entre no jogo dela, Estevão. Conseguimos e é isso que importa!

Ele então saiu com Maria o mirando com raiva, mas também desconfiada. Que Estevão notando que estavam sozinhos, ele finalmente disse.

— Estevão: Essa é a primeira audiência de muitas que teremos até eu realmente conseguir o que quero, Maria. E tem razão, eu não quero só o que comecei a garantir essa manhã, eu quero você também. Quero minha filha e você aonde deveriam sempre estar!

Maria riu, passou os dedos entre seus cabelos e o respondeu preparada para aquela guerra nos tribunais que antes só era citada.

— Maria: Não se veja vitorioso só por uma batalha ganha Estevão, que como mesmo disse, haverá muitas outras audiências como essa. Que no final delas, terá nem a mim e muito menos minha filha!

Ele riu também a mirando de cima a abaixo e depois que voltou olhar apenas no rosto dela, ele disse.

— Estevão: Eu vou pagar pra ver, Maria. Dinheiro é o que não me falta, que com ele ou sem ele, terei minha menina ao meu lado e a mãe dela.

Ele fez que ia tocar no rosto dela o que a fez desviar rápido do toque, que depois de bufar ele a puxou pela cintura com uma mão e outra agarrou nos cabelos dela e a beijou. Queria voltar a sentir a gosto dela e também calá-la, que por isso ele uniu as duas coisas, que no final não houve êxito, por ela lutar até se esquivar dele. Ele a viu passando a costa da mão nos lábios, mostrando que os limpava, que sorrindo pelo feito dela, tendo as imagens da noite de sábado vivíssima em sua mente, ele disse.


— Estevão: Então quer fingir que sente nojo de mim e já não me deu mais que esse beijo que me negou, Maria? Siga assim minha querida, siga até quando não resistir mais, já que nós dois sabemos que vou te ter mais vezes como já te tive e ainda não foi o suficiente.

Com ela arrumando os cabelos que ele tinha bagunçado ao toca-la, o respondeu ciente que pelo que ele falava, o dinheiro que tanto ele se vangloriava que tinha muito menos um juiz daria o que ele ainda seguia querendo, que era ela. Que então depois que sorriu de lado pronta pra deixar a sala, ela disse.


— Maria: O que ainda quer Estevão de mim, nenhum juiz muito menos seu maldito dinheiro irá garantir, a não ser eu mesma, que depois dessa tarde não voltará acontecer jamais!

Ela jogou com as mãos os cabelos para um lado e depois andou saindo da sala segurando sua bolsa na mão e o deixando pra trás.

 


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