Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 74
Capítulo 74 - Penúltimo




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Um silêncio ensurdecedor se fez presente entre eles.

Maria sentia cada vez seu coração bater mais rápido enquanto tinha os olhos inexpressivos de Estevão, mirando-a. Nenhum tipo de reação vinha dele, até o piscar de seus olhos eram mínimos. Nada dava pista a ela do que ele pensava, ou que faria depois de sua confissão.

Até que ela conseguiu ouvir ele levar ar ao peito, de forma intensa. Depois ele se moveu, mas não em direção a ela, foi até o bar de bebida com seu copo na mão. Depois ela ouviu garrafas e copos se batendo levemente, em seguida o líquido da bebida sendo despejada no copo dele, e enfim, sua voz com ele ainda de costa para ela, ao dizer.

—Estevão: E como se sentiu ao fazer isso comigo? Porque eu me senti um infeliz ao ser atacado. Achei que ia verdadeiramente morrer naquela noite, Maria. Não teve medo que isso pudesse acontecer comigo?

Quando ele a questionou, já a mirava. De copo meio cheio na mão, olhos sérios ele a fitava, com ela ainda sentada no sofá permanecendo na mesma postura desde que iniciaram a conversa.

Maria então baixou a cabeça e olhou as mãos. Tinha o coração agora angustiado, enquanto se lembrava da madrugada terrível que havia tido, enquanto esperava notícias dele.

Assim então, ela por fim o respondeu, ao levantar a cabeça e mira-lo.

— Maria: Tive, Estevão. Tive medo de que tudo desse errado e te acontecesse o pior. Tive medo e não me reconhecia todo o tempo desde que aprovei Geraldo a ir adiante com nosso plano.

Quando ouviu o nome de Geraldo, Estevão riu, riu fazendo Maria se calar e ouvi-lo dizer em um tom nada contente.

—Estevão: Claro. Esse homem tinha que estar presente e certamente para ele seria muito melhor que eu morresse naquela noite. Claro que seria!

Ele bufou e em seguida bebeu como água toda sua bebida, depois de passos largos foi até à mesa e bateu o copo vazio nela, logo em seguida espalmou as mãos na madeira dando as costas à Maria e assim, ele não lhe mirou mais.

Maria então ficou de pé. Mirava as costas dele com seu respirar intenso e quase ofegante. Ela assim ergueu a cabeça outra vez. Sabia que ele não receberia sua confissão de sorriso no rosto, mas também gostaria que ele olhasse para o lado que a fez tomar tal decisão.

Assim então ela argumentou.

—Maria: Você estava dias demais preso. Não te concediam o habeas-corpus Estevão, e eu e Geraldo tivemos que agir. Sim, ele também, porque ele era seu advogado e ainda é. Deve saber que em nossa profissão muitas vezes temos que ignorar a ética em prol nossas causas. Não digo que cometemos crimes, mas há cartas que temos que jogar pensando friamente nelas. Com os negócios também é assim! Então não me julgue como uma vilã, apenas tente me entender! Eu não aguentava mais viver em uma liberdade sabendo que você estava privado da sua...

Ela em suas últimas palavras baixou a voz, e então Estevão se virou para ela. Ele riu novamente, mas de um modo mais contido e mirou o chão. Os ombros caíram como que tivessem um peso sobre eles, e ele então quando voltou a mira-la, a respondeu.

—Estevão: Aí que está o problema, eu não posso em nenhum momento julgá-la nem sequer se seus motivos foram bons ou não, Maria para fazer o que fez. Eu te feri, te feri muito no passado, eu não tenho argumentos que me inocente e te coloque como a vilã que diz que estou te pondo, ao cobrá-la pelo que fez comigo. Não tenho!

Ele andou agitado pelo escritório. Estava confuso. Não era capaz de jogar Maria em uma fogueira e condená-la. Ainda que fosse ele daquela vez a vítima de uma ação que havido sido apenas ele que tinha saído ferido fisicamente e até psicologicamente, e ainda assim depois de tantos dias passado, desconhecendo tal fato. Tal verdade que ela confessou a ele.

Mas também ignorando todo seu ego, sua dor e trauma, Estevão sabia que o que tinha passado poderia servir-lhe de um bom castigo. Uma vingança tardia talvez. Algo que ele sentia o peso da culpa lhe pesar nos ombros e consciência. Com isso, ele só tinha aquilo a falar.

Maria por sua vez, desconfiada do que ele pensava, ergueu a cabeça, cruzou os braços e disse séria.

—Maria: Se pensa que agi por vingança está enganado, Estevão!

Estevão parou, virou para o lado dela e a mirou sério. Passou a mão na cabeça e então disse.

—Estevão: E se fosse? Se fosse, eu ainda assim, não teria a consciência tranquila em condena-la.

Ele deixou de falar e andou em direção ao sofá. Sentou enquanto frouxava a gravata e seguiu com suas palavras, sabendo que tinha toda a atenção de Maria.

—Estevão: Estive em uma situação totalmente indefeso naquela noite. Fui jogado ao chão como um ser digno de pena, sem dignidade alguma enquanto eu era agredido por homens como aqueles. Homens delinquentes, uns criminosos e por que não assassinos?

Maria se abraçou alisando seus próprios braços com as mãos e não pôde evitar falar quando o viu em silêncio.

—Maria: Eu me arrependi assim que disse sim para esse maldito plano. A ideia que esses homens poderiam feri-lo mais do que o esperado, me corroía por dentro Estevão. Você só não era o homem que amo naquele momento, mas também o pai dos meus filhos. Se te passasse algo pior, eu não me perdoaria nunca. Deve ser consciente disso também antes que me absolva apenas por culpa. Eu também sofri com minha decisão e me culpei porque sabia que eu tinha passado todos os limites.

Ela respirou fundo, olhou depois o chão enquanto começava a vê-lo nublado e isso era porque seus olhos tomavam por grossas lágrimas. Ela piscou e deixou elas caírem dos olhos. Ouviu então depois passos que iam até ela. Era Estevão que se aproximava dela.

Já diante dela, ele a tocou nos braços. Alisou-os, depois com uma mão, ergueu pelo queixo dela sua cabeça. Maria o olhou. Seus olhos já desciam lágrimas que corriam pelas bochechas. Estevão então suspirou e disse a mirando nos olhos.

—Estevão: Pare de sofrer pelo que fez e se culpar, Maria. Eu fui todos esses homens em sua vida. Eu te agredi sem tocá-la, te tirei nosso filho, tentei fazer o mesmo com Estrela. Bela lição a vida nos deu. Á você, a oportunidade de devolver em minha carne a covardia que te fiz, a mim, ao me sentir tão indefeso e humilhado quanto te fiz sentir no passado.

Maria suspirou com pesar. O afastou com uma mão, enquanto a outra ela limpou um lado de seu rosto, dizendo.

—Maria: As feridas de nosso passado sempre estarão presente entre nós, e essa foi mais uma, Estevão.

Ela caminhou dando as costas para ele. Estevão então sentindo a necessidade de outra vez estar perto dela como antes, a seguiu e parou quando agora por trás dela a tocou nos braços. E assim então ele a beijou entre os cabelos. Aspirou eles em seguida e depois, disse calmo demais, mas muito consciente do que queria e sentia.

—Estevão: Concordo com o que você diz. Estamos marcados, Maria. Em nosso amor existe muitas marcas dolorosas. Mas ainda assim eu quero estar aqui, eu quero vivê-lo.

De coração já acelerado desde que o ouviu concordar com ela, Maria se virou rápido demais quando ele terminou de falar.

—Maria: O quê?

Com incredulidade, ela soou e piscou inúmeras vezes. Estevão apenas a puxou devagar para ele e reforçou suas palavras.

—Estevão: Eu te amo, minha vida e nada vai mudar isso. Também acredito que ainda podemos refazer nossa história, e não apagando nosso passado, seria inútil decidir isso. Mas tentarmos viver um futuro melhor, um amor mais maduro e consciente, sei que seremos capazes. E não digo que dessa vez viveremos um amor perfeito. Julguei assim nosso amor quando nos conhecemos, mas os contos de fadas não existem, Maria. Vivemos uma vida real.

Maria assentiu com a cabeça concordando com ele. Enquanto tinha as mãos dele tocando-lhe a cintura e a aproximando mais, ela meditava. Lembrava como havia sido tão apaixonada e ao mesmo tempo iludida em relação ao que era o amor. Estevão havia sido seu primeiro amor, sua primeira experiência. Com isso pouco sabia do amor e também da vida.

Ela então suspirou. Buscou olhar nos olhos dele, depois lhe tocou em um lado do rosto e o respondeu.

—Maria: Eu julguei o mesmo. Me ilusionava com um amor de filme do mais romântico que poderia existir, Estevão. Te endeusei, você e nosso amor. E então a vida real que nos cercava nos separou. Porque o amor é isso, bonito em palavras e descrições, mas difícil de vivê-lo no seu real.

Estevão a beijou na mão que lhe tocava o rosto e depois de um leve sorriso dado a ela, ele declarou mais uma vez.

—Estevão: E eu quero viver essa vida real, esse amor real contigo Maria. Quero viver prometendo não ser mais o mesmo que te feriu tanto. Prometendo procurar dar sempre meu melhor a você e a nossa família. Prometendo não ser o protagonista do seu conto de fadas, mas seu marido, seu homem de nosso amor real, até o final de nossa existência, minha Maria. Você aceita isso? Me aceita nessas condições?

Maria sorriu emocionada e não se conteve quando deu um beijo nele, antes de dizer.

—Maria: Eu aceito. Aceito tudo que você é agora e o que seremos a partir daqui, Estevão. Sem mentiras, sem segredos e rancores do passado. E sabe, o que mais?

Ela sorriu e mordeu em seguida seu lábio inferior. Estevão arqueou uma sobrancelha e depois de sorrir também, ele a tocou com o dedão, o lábio que ele a viu brincar.

Maria baixou o olhar mirando o gesto dele. Depois ele que também não tirava o olhar dos lábios dela enquanto tocava, a olhou nos olhos e disse.

—Estevão: O que querida? O que mais pode sair de sua boca para me deixar levar em mais alguns extremos.

Ele riu quando terminou de falar, ao notar que o amor deles não era mais tranquilo, não era o amor que juntos se ilusionaram. Era tudo mais intenso para o bem ou para o mal também. Maria o virava de ponta cabeça, bagunçava seu mundo, sua mente, o estremecia por dentro e também por fora. Por fim, era uma adrenalina ama-la.

Maria assim, o tirou de seus devaneios quando o respondeu.

—Maria: O que me ofereceu quando cheguei. Quero ficar bêbada contigo essa noite. Quero fazer o que temos direito. Quero viver tudo com você Estevão, até o mal-estar depois de uns copos a mais.

Estevão deu um largo sorriso. Suas mãos a acariciou subindo e descendo nas costas dela, e assim ele sugeriu com gosto de desejo vindo aos lábios.

—Estevão: E podemos ficar bêbados e depois nus? Hum?

Ele a beijou depois que falou. Maria riu no beijo e se desvencilhou dele para responder.

—Maria: Isso é o que mais me interessa, meu amor.

Estevão então não demorou para beijá-la outra vez. Dessa vez levou as mãos na nuca dela, agarrou-lhes os cabelos e a apertou com a outra mão, envolvendo todo seu corpo. Andaram assim aos beijos até chegarem ao sofá do escritório.

Maria quando sentiu ele descer os beijos para seu pescoço, mirou a porta que não estava trancada. Assim então ela tentou dizer, já ofegante.

— Maria: A porta, a porta Estevão.

Ela sabia que por Heitor, ele não abriria a porta sem bater antes, nem sem anunciar sua chegada, agora Estrela já era diferente. Acostumando-se com o novo lar, sentia dona de tudo e por vezes esquecia os bons modos quando chegava em qualquer parte da casa.

Estevão quando a ouviu e a soltou com ela já deitada no sofá e ele por cima, saiu de sua posição, e começando a tirar a gravata ele disse entre eufórico e excitado.

—Estevão: Então feche a porta, que vou servindo de mais bebida para nós. Ou quer algo mais doce? Hum?

Maria começou a arrumar os cabelos, e saiu andando até a porta, enquanto dizia.

—Maria: Eu vou buscar uma garrafa de vinho, não sai daí.

—Estevão: Com certeza não irei, não assim, querida.

Quando Maria voltou olha-lo, soltou o ar pela boca e depois mordiscou os lábios.

Assim então ao invés de sair do escritório, ela apenas girou a chave na fechadura da porta.

—Maria: Pensando bem, não precisamos de bebida alguma e poderíamos pular para a próxima parte, querido.

Ela sorriu voltando a olhar para onde antes ela mirou. A ereção de Estevão marcava bem á frente de sua calça.

Estevão sorriu de volta, dizendo.

—Estevão: Eu acho uma excelente ideia.

Momento depois o chão virou um ninho de amor. Entre almofadas sob um tapete, os corpos estavam nus e se preparando para serem um só.

Estevão beijava todo o corpo de Maria, ela abaixo dele, levou uma mão nos cabelos dele e tentou mira-lo. Antes de chegar até a intimidade dela, Estevão olhou a pequena cicatriz que ela tinha no ventre.

Ele beijou delicadamente como começou a fazer toda vez que seus olhos a viam. E dessa vez, Maria suspirou e olhou o teto, e depois disse.

—Maria: Quando tudo isso passar e o tempo que o médico nos deu também, eu quero tentar ter outro filho, Estevão.

Estevão imediatamente a olhou. Ele suspirou ficando em silêncio por um momento. Recordou imediatamente tudo que ela tinha passado, e depois disse a olhando ali, de seios nus e cabelos esparramados pelo tapete.

—Estevão: Podemos conversar sobre isso, em outro momento, hum?

Ela assentiu e depois teve as pernas mais afastadas uma da outra por ele, e em seguida a boca dele encontrando sua vagina, não dando a ela mais nenhuma capacidade de um raciocínio lógico.

Ela então gemeu e levou as mãos nos ombros dele, agarrando-os ali, cheia de desejo. Estevão gemeu com ela sentindo suas unhas em sua pele, enquanto saboreava seu divino gosto.

Ele seguiu assim até tê-la gritando o nome dele em um gozo, e subiu segundos depois seu corpo até encontra-la em um beijo molhado, compartilhando com ela seu próprio gosto.

Maria então o abraçou gemendo no beijo, tocando sua pele quente e ombros largos, o apertando com desejo e paixão. E desse modo, ela sentiu ele penetrá-la, iniciando movimentos em um ritmo lento.

Os olhos se encontraram podendo ser um espelho do outro enquanto começavam a fazer amor. E Estevão depois de sussurrar um te amo, fechou os olhos e começou a se mover com mais intensidade.

Maria fechou os olhos também, os apertou forte ao mesmo tempo que passava a língua nos próprios lábios. Depois quis olhá-lo com ele permanecendo no ritmo que iniciara, e gemeu, tomando em suas mãos a cabeça dele.

—Maria: Oh, Estevão.

Estevão a olhou a ouvi-la, ofegante, ele teve a boca tomada pela dela, e então se beijaram enquanto os corpos se fundiam um no outro.

Permaneceram assim, até que Maria ficou de bruços e teve Estevão atrás dela.

Sentindo ele em todas as partes de seu corpo ela começou a gemer com mais intensidade. Gritava insana, enquanto tinha Estevão mordiscando um de seus ombros, fazendo ela sentir seus dentes e lábios, o peso dele dominando-a junto de suas mãos em seu quadril e por fim, seu membro deixando-a e tomando-a com rapidez em seus movimentos.

Ela assim gozou. Gozou buscando uma das almofadas e gritou nela. Estevão não parou. Seguiu penetrando-a. Ele vermelho, já suado e ofegante, mirava o corpo dela á mercê dele. Seus cabelos negros caindo entre as costas e ombros, sua pele também já brilhando em suor e bem desenhada em curvas. Ele então gozou assim, a admirando e sentindo todo prazer que o corpo dela lhe proporcionava.

Momentos depois, Maria fechou os olhos. Sorriu para o nada enquanto tinha o corpo satisfeito. E então se surpreendeu, na posição que ainda seguida de bruços, começou a beijá-la em todo seu corpo ainda nu. Depois ela o ouviu, dizer

—Estevão: Vamos ao quarto, meu amor te quero por toda á noite.

Ela não pôde não sorrir, nem sequer pensar em se negar áquela proposta. Assim não demorou muito para que voltassem a se vestir para deixarem o escritório.

Maria então deixou o escritório arrumando os cabelos, Estevão abotoando a blusa. Quando ambos ouviram passos na escada.

Eles olharam para cima, e ali Estrela se pendurou na escada mirando-os abaixo.

—Estrela: Onde estavam?

Maria olhou rápido Estevão e tentou dizer, quando voltou a olhar a filha deles.

—Maria: Bom nós...

Estevão então passou a mão na cintura dela, e então depois de beija-la na cabeça, ele disse.

—Estevão: Estávamos no escritório filha, conversando...

Estrela fixou seu olhar aos pais e então os respondeu.

—Estrela: Estranho. Heitor disse que vocês não estavam lá.

Logo depois ouviram mais passos que vinham por trás da menina, e Heitor apareceu de mãos dadas com Vivian.

—Heitor: Boa noite. Vivian e eu vamos levar Estrela, Maggi e Greco para uma festa. E vamos ficar lá até o final dela.

Maria sorriu para o filho mais velho, mas não só para ele, mas também para Vivian a vendo de mãos dadas ao filho dela. Quanto Estevão, notando que ele e Maria não era mais alvo de perguntas, disse.

—Estevão: Lembro desse rapazinho. Eu gostaria de conversar um dia com ele.

Maria rapidamente o olhou de lado, dizendo.

—Maria: Estevão...

Estrela começou a descer de onde estava e sendo seguida pelo irmão mais velho e Vivian. Que assim que ela esteve mais próxima dos pais, ela disse.

—Estrela: Conversar como?

Vivian riu, disse, enquanto tinha Heitor passando o braço em sua cintura

— Vivian: Claramente como um pai ciumento querendo saber das intenções dele, Estrela. Se acostume com isso.

Estrela olhou rápido o pai depois de ouvi-la e a questionou.

—Estrela: Vai tratar ele bem?

Estevão rápido assentiu, dizendo.

—Estevão: A primeira coisa que farei, será pedir desculpas a ela pelo nosso primeiro encontro. Posso ter um pouquinho de ciúmes confesso, mas vou fazer mais por cuidado independente de qualquer coisa, filha.

Estrela então sorriu, e disse contida.

—Estrela: Eu gosto. Gosto da ideia de ter um pai que também vai cuidar de mim assim.

Ela olhou o chão desenhando ele com a ponta dos pés, e quando percebeu teve Estevão trazendo ela para perto de seu peito, abraçando assim.

—Estevão: Eu te amo, minha filha.

Ele beijou a cabeça dela, fez uma carícia também enquanto sentia que seu abraço era bem recebido por o estar o envolvendo pela cintura também. Maria e dos demais, apenas os fitavam sem quererem falar nada, apenas observando como Estrela ficava cada vez mais e naturalmente receptiva as demonstrações de carinho com Estevão.

Depois então ela mesma saiu do abraço, se arrumando toda como se pudesse assim se recompor do que sentia por dentro, todo quebrantamento evidente em relação ao pai. E assim, indo para o lado de Heitor, ela disse.

— Estrela: Vamos?

Heitor assentiu.

—Heitor: Bom, até logo, mãe, pai.

Maria sorriu olhando os filhos e nora, e disse com carinho.

—Maria: Até, querido. Se cuidem e cuidem desses adolescentes que vão acompanhar .

Estevão se despediu deles também, e depois junto de Maria os dois ficaram olhando eles irem.

Maria observava a cena com uma certa nostalgia. Tudo parecia tão familiar. Ela acompanhar os filhos deixando a casa, se despedindo deles e junto com os pedidos de cuidados que foram feitos. Essa era a família que ela tanto desejou ter.

Assim, de repente Estevão abraçou ela por trás, suspirou e disse.

—Estevão: Imagino que sei o que está pensando e sentindo, minha querida. É maravilhoso por fim estarmos todos juntos e vermos nossos filhos evoluindo e crescendo, como sempre deveria ter sido.

Maria suspirou, então se virou para ele, o tocou no peito e disse.

—Maria: Eu falei sério que quero voltar a tentar ter mais um filho com você Estevão. Eu quero que tenhamos dessa vez o privilégio de acompanhar desde do nascimento nosso bebê até a idade de nossos filhos, e depois cumprir a lei da vida, que será só nós dois.

Quando a ouviu, Estevão levou ar o peito e de uma forma profunda, depois beijou as mãos dela e disse, ao olhá-la nos olhos.

—Estevão: Se daqui há 1 ano tudo cooperar para que tenha uma gestação tranquila sob meus cuidados e de bons médicos, sim, tentaremos meu amor.

Maria deu um largo sorriso, levou as mãos ao redor do pescoço dele e disse, de rostos próximos.

—Maria: Eu te amo, querido.

Ela lhe deu um selinho depois de falar, e ele ao abraça-la pela cintura, disse.

—Estevão: E eu a você, minha Maria.

Eles se beijaram mais uma vez e agora aprofundando o beijo. Estevão então tirou Maria do chão. A pegou no colo e subiu com ela rindo, até o quarto deles.

Momentos depois, Estevão suspirou de peito cheio quando parou diante do quarto que voltaram a dividir.

Agora o closet dele voltava a ter pertences femininos, no banheiro, tinha shampoo para tipos de cabelos diferentes, também tinha sabonete íntimo, uma escova de dente rosa, escova de cabelo com longos fios negros nela, mais que uma toalha, um roupão de banho maior outro menor. Detalhes maravilhosos que agora ele voltava a ter em seu quarto e vindo da mulher que amava, não era outra. Era a única. Era Maria.

Assim não demorou muito para que estivessem nus outra vez, e fazendo assim amor na cama deles.

E quando outra vez terminaram, Maria usou o peito de Estevão como um aconchegante travesseiro. Ele dessa vez a abraçou, enquanto ela ouvia o coração dele ainda voltando ao ritmo normal depois do amor que haviam feito. Assim então, ele a beijou no topo da cabeça e disse.

—Estevão: Case comigo Maria.

Ela sorriu e buscou olha-lo e disse.

—Maria: Eu acho que já respondi a esse pedido Estevão.

Ela ficou ainda o olhando, e Estevão lhe sorriu mais, dizendo.

—Estevão: E meu erro foi não ter me casado contigo no dia seguinte. Mas agora vou consertar isso, hum. Me diga sim que no máximo 3 dias seremos casados outra vez.

Maria se ajeitou agora confusa, e o respondeu.

—Maria: Seu julgamento já é semana que vem. Não seria uma boa ideia nosso casamento agora, Estevão. Temos que nos concentrar nele.

Ela se sentou, Estevão fez o mesmo. Depois ele tomou as mãos dela, ás beijou e olhando-a nos olhos, ele disse.

—Estevão: Dá para passarmos pelas duas coisas. Nosso casamento pode ser em uma reunião íntima aqui mesmo em nossa casa. O que me diz, hum?

Estevão suspirou agora sentindo um frio na barriga, como que já não tivesse feito aquele pedido antes e muito ciente que sua situação não era tão boa como a atual, mas que ainda assim, o medo da rejeição de Maria sempre justa podendo vir dela, não deixava de ser real e presente em seu ser.

—Maria: Eu não sei.

Ela tocou nos cabelos avaliando a possibilidade daquela proposta, e Estevão reunindo mais uma vez sua força de vontade, argumentou.

—Estevão: Prefere na igreja? Quer um vestido de noiva? Uma festa outra vez? Se quer assim, entenderei.

Ele suspirou depois de falar, Maria então viu os olhos dele desviarem do dela, assim então ela lhe tocou em um lado do rosto fazendo ele olhá-la outra vez, e disse.

—Maria: Não, querido. Já nos casamos assim e respeitando todas as tradições e de nada adiantou.

Estevão tocou agora na mão que ela o tocava, e disse depois que a uniu com as suas e a mirou nos olhos.

—Estevão: Sinto muito por essas desilusões.

Maria suspirou quando o ouviu, e o respondeu firma.

—Maria: Combinamos que dessa vez iremos viver nosso amor real, Estevão. E então aceito. Aceito me casar com você daqui há 3 dias.

Não houve mais motivos para lamentos, Estevão tocou no rosto dela ao mesmo tempo que foi beija-la, e depois disse.

—Estevão: Será a senhora San Román e eu o homem mais feliz do mundo outra vez.

Trocaram mais alguns beijos, e depois foram juntos tomar banho. Estevão encheu a banheira para os dois, e nela ficaram até os dedos enrugarem, enquanto conversavam e faziam planos para o futuro que os esperavam.

O dia do casamento havia chegado.

Maria decidiu convidar como sua testemunha, Vivian e Geraldo. Estevão teve Heitor como testemunha, e Fabíola. Fabíola era uma antiga amiga que Maria contatou em Londres quando esteve há um dia, para resolver suas pendências no escritório qual era sócia com Luciano. Assim descobrindo que ele estava em viagem desde de seu regresso ao país.

Na sala da mansão San Román, o juiz ao lado de uma mesa, esperava o casamento dar início.

Estrela estava presente, bem bonita e feliz testemunharia o segundo casamento dos pais. Alba tinha sido convidada também, diante de dúvidas, até que Heitor insistiu no convite da tia que demonstrava com sua decisão em ajudar no julgamento do pai, arrependimento. Só que ela ainda não havia aparecido.

Estevão assim, ansioso e como um bom noivo pontual, olhou o relógio que trazia no pulso. A hora marcada para o início da cerimônia naquela tarde bonita, já estava perto.

Assim então alguns minutos depois, ele viu Maria aparecer na escada. Ela estava linda. Vestia branco como qualquer noiva, mas vestia um conjunto de terninho e saia, tinha os cabelos presos elegantemente e uma maquiagem lhe destacando o verde dos olhos.

Na mão tinha um simples buquê de rosas amarelas e branca. Assim estava pronta para unir-se legalmente e mais uma vez à Estevão San Román.

Geraldo que propositadamente era sua testemunha, naquele convite aceito, firmava uma amizade e a sociedade que apenas teriam por todo o tempo que a vida lhes permitiriam. Assim tudo estava perfeitamente no seu devido lugar.

Com alguns passos, Maria chegou até Estevão que deu o braço todo orgulhoso para ela e beijou com adoração uma de suas mãos, depois sorriram ao juiz e um silêncio se fez ao começar de fato a cerimônia que iria uni-los em vida mais uma vez.

Momentos depois assinaram seus nomes, ás testemunhas fizeram o mesmo. E por fim eram marido e mulher.

Enquanto se beijavam, o celular de Heitor tocou. Imediatamente ele pediu desculpas ao perceber que seu aparelho tocava alto.

Assim então o jovem rapaz se afastou indo até a escada e falou baixo com quem lhe falava do outro lado da linha.

Alba sangrava ao chão do quarto do hotel que estava. Dois tiros haviam indo contra seu corpo.

Assim então ela teve dificuldade quando falou.

—Alba: Heitor, filho. Me, me ouça.

Heitor estranhou o tom de vez, e sentiu o corpo tenso quando disse.

—Heitor: Tia Alba?

Alba então seguiu falando.

—Alba: Luciano está armado e vai aí, ele vai, vai matar seu pai.

Heitor então olhou os pais ainda diante da mesa sorrindo e comemorando a felicidade conquistada. Um champanhe era aberto por Vivian. Ela em seguida serviu uma taça para noiva, e Maria deixou de sorrir quando mirou de repente o filho, e soube entender por sua expressão que algo não estava bem.

E não houve palavra trocada. Apenas gritos e som de tiros que vinham fora da casa.

Luciano atirou em Arnaldo e mais um segurança para entrar na casa. Quando entrou ele empurrou a porta com um chute, gritando.

—Luciano: Não vou permitir que se case com esse desgraçado, Maria!

Estrela reconheceu a voz de Luciano, e ficou pálida quando lembrou que havia sido ela ainda tendo contato com ele que avisou sobre o casamento. Estevão e Maria quando o viu de arma na mão e Heitor sendo sua primeira mira onde estava, foram até o filho.

—Estevão: Heitor saía daí!

Estevão gritou então de voz grossa, e já próximo ao filho.

E Heitor cambaleou, saindo de seu estado de choque e caiu para trás ao tropeçar em seus próprios pés.

—Maria: Baixe essa arma, por Deus, Luciano!

Maria então pediu vendo que agora Luciano apontava a arma diretamente para Estevão.

Luciano que estava fora de si, disse tremendo e chorando, visando o casal que estavam lado a lado e há alguns passos de distância dele.

—Luciano: Eu te amei tanto Maria, mas você sempre escolheu ele, sempre escolheu esse infeliz!

Ele moveu a arma mais de uma vez e os telespectadores da cena gritaram ao temer um tiro dado.

Estevão por instinto tinha as mãos em sinal de redenção.

Assim então ele disse, firme mas tentando acalmar o agressor armado que esteve entre e sua família.

—Estevão: Quer falar sobre eu ter sido a escolha de Maria? Vamos conversar, Luciano, mas lá fora. Aqui tem muitos inocentes. Têm meus filhos. Tem Estrela!

Luciano olhou Estrela. A menina chorava, e dessa vez sussurrou um por favor que ele conseguiu entender, e a respondeu.

—Luciano: Me desculpe querida. Eu te amei como um verdadeiro pai.

Depois de falar, Luciano mirou Estevão e pareceu ter mais ódio no olhar.

Assim então Estrela disse, temendo o pior.

—Estrela: Baixa essa arma, por favor, Luciano. Não, não atire em meu pai.

Luciano quando a ouviu fez um momento com a mão que tinha a arma que alarmou Maria e Estevão, fazendo eles juntos se moverem, ao temerem que agora o alvo dele seria Estrela.

—Luciano: Seu pai! Segue o chamando assim!

Quando falou, Luciano voltou a procurar com sua mira Estevão, que parou e colocou Maria atrás dele pegando-a pelo braço.

Assim Estevão olhou para filha, como ela fez com ele, e a ouviu dizer.

—Estrela: É porque ele é. Ele é meu pai, meu paizinho.

Luciano então não suportou e gritou Estevão.

—Luciano: Desgraçado infeliz, me tirou Estrela e Maria!

Ele avançou e os presentes na sala gritaram, Maria então passou a frente de Estevão, gritando Luciano que não baixava a arma em nenhum momento.

 

—Maria: Pare, Luciano! Estevão nunca fez isso que diz, porque eu e minha filha nunca fomos sua propriedade!

De repente Luciano tinha outro alvo e gritou também.

—Luciano: Cala-se, Maria! Voltou para cama desse homem na primeira oportunidade como uma vadia que é!

Apenas alguns segundos foram precisos para que mais que uma bala deixasse o revólver de Luciano. Segundos como um piscar de olhos e uma batida de coração, entre o movimento que Estevão fez ao passar na frente de Maria quando viu que Luciano havia atirado.

Assim no mesmo momento ele sentiu ser atingindo em algum lugar de seu corpo. Mas não só ele. Depois de um apagão repentino, Maria abriu os olhos se encontrando caída ao chão. Ela assim se olhou e viu que agora sua roupa branca tinha o tom de vermelho, e Estevão há alguns passos de distância dela também sangrava mas de bruços ao chão. 

 


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