Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 45
Capítulo 45




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No dia seguinte Maria despertou com Estrela na cama dela. Deitada toda encolhida a menina ainda dormia. Maria sorriu e acariciou os cabelos loiros dela e depois lhe beijou na cabeça dizendo.

—Maria: Bom dia, meu amor.

Estrela se espreguiçou e levantou a cabeça para ver a mãe. Ela havia dormido como pedra a noite toda assim como Maria pensava que havia dormido e necessitado desse descanso.

Que assim, ela disse de cara.

—Estrela: Está bem hoje? Quis lembrá-la ontem que o dia da minha apresentação está chegando. Vai ir?

Maria suspirou. Nem lembrava mais daquele compromisso que teria. Estrela fazia aula em duas escolas e em uma tinha aulas de ginásticas olímpicas e claro que ela a prestigiaria como sempre fazia.

Que assim ela disse.

—Maria: Claro que vou, meu amor.

Ela a beijou na testa e Estrela disse.

—Estrela: Que bom. Acho que Luciano ainda vai estar aqui então vão os dois juntos.

A menina sorriu largamente e Maria suspirou.

Mais tarde as duas se levantou, Estrela para ir a aula e Maria pronta para fazer o que lhe foi impedida.

Ela então enquanto se preparava para deixar o apartamento. Ela olhou seu celular, havia mandando mensagens a Heitor e não tinha obtido resposta. Ela estranhou o fato por tê-lo tão preocupado com ela no dia anterior, mas também pensou que não podia ser o centro da atenção dele ainda mais, que Estevão seguia no hospital. Que pensar nele, ela pensava também em sua gravidez.

Seguiria como que se nada soubesse para não alertar ninguém de sua condição de gestante. Era melhor o silêncio para aquele momento.

Ela então jogou a bolsa sobre o ombro e abriu a porta para sair. Quando deu de cara com Luciano, que disse.

—Luciano: Precisamos conversar, Maria.

Maria em silêncio deixou Luciano entrar. Ele não trazia uma cara boa que por isso ela disse.

—Maria: O que aconteceu agora?

Luciano então ergueu a cabeça. Antes ligou para ela para contar que havia ocorrido, mas duas vezes não sendo atendido o fez entender que ela poderia estar descansando, o deixando para dizer o que tinha que dizer de frente a ela. Que por isso ele foi logo dizendo.

—Luciano: Fui ver Estevão ontem no hospital. Depois que a deixei aqui, não me aguentei e fui vê-lo Maria.

Maria abriu a boca e fechou. Temeu aquele encontro deles dois que Estevão em falar dele tinha tanto ódio e rancor que apesar de tê-lo em um hospital, o que conhecia e saberia que acabariam discutindo. Que então assim ela disse.

—Maria: Não entendo Luciano. Para que foi vê-lo?

Luciano passou a mão na cabeça. Não se arrependia de ter ido, mas se arrependia de Heitor ter pego ele no hospital visitando o pai dele, o que o fazia temer que Maria sofresse algum ataque vindo do filho por conta daquela visita.

—Luciano: Eu estava preocupada com você. Eu tinha que ir falar com ele sobre o acidente que sofreu e que está muito claro que foi provocado. Mas sabe como Estevão é, ele se alterou e Heitor nos surpreendeu e...

Maria sentou devagar no sofá acrescentando o que ele seguiria dizendo.

—Maria: E naturalmente ele não gostou nada do que viu.

Ela esfregou os dedos na testa. Agora entendia o silêncio do filho. Ele estava bravo e ela conseguia entender as razões dele. Que então ela disse.

—Maria: Não devia ter feito isso, Luciano. Agora entendo porque Heitor não está se comunicando comigo. Ele está bravo. É o pai dele e você é apenas um estranho que foi afronta-lo em um hospital.

Luciano levantou o dedo para mudar o final das palavras de Maria dizendo.

—Luciano: Não, Maria. Eu não fiz isso. Eu fui fazer que ele enxergue que você corre perigo! Eu não estarei aqui para te proteger se precisar. Então ele tem que fazer isso!

Maria bufou. Cansada de se ver nas mãos de Estevão e agora de Luciano, ela disse.

—Maria: Eu não preciso da sua proteção nem da dele, Luciano! Não deveria ter ido ao hospital. Para Heitor você pode ter sido mais um de meus amantes que o pai dele cansou de dizer. Heitor ainda tem desconfianças, que atitudes como as suas de ontem só alimenta elas!

Luciano respirou fundo e viu ela pegar a bolsa dela.

—Luciano: Tem razão, mas eu só fiz isso pensando no seu bem, Maria. Terá inimigos naquela empresa e claramente não será só um.

Maria ergueu a cabeça e disse.

—Maria: E eu saberei lidar com eles. O que eu não posso é seguir fazendo com que meu filho siga tendo desconfianças de mim sem essas malditas provas que preciso para limpar meu nome! Feche a porta quando sair.

Ela se virou irritada e saiu pela porta. Luciano passou a mão no rosto e depois sentou onde ela esteve.

Estevão no hospital finalmente tinha o que queria. A alta. Estava sendo liberado para voltar para casa, mas sobre prescrições médicas e remédios.

Heitor enquanto no meio do quarto via o médico falar com o pai, olhou seu celular vendo Maria ligando. Estava irritado ainda pelo fato de ter surpreendido Luciano no quarto de seu pai. Algo que ele não queria que voltasse a se repetir. Desde do início havia dito que não estava escolhendo um lado e sim tirando deles o que não teve, que era os pais presente. Apoiaria ambos estaria com eles quando sempre tivessem atitudes corretas e aquela de ver Luciano ali, para ele não havia sido. Estevão se recuperava de uma cirurgia feita ás pressas, ele precisava de cuidados e ele como filho garantiria isso a ele.

Que então assim ele desviou a chamada deixando para outro momento falar o que se passava.

Maria dentro de um carro de táxi torceu os lábios. Se tinha um ponto fraco que mais doía nela, esse era os filhos dela.

Ela então respirou fundo. Heitor não poderia fugir dela se era o que ele queria fazer.

Logo depois o carro parou na frente das empresas San Roman. Ela desceu dele pondo um pé com salto primeiro para fora e olhou quando ficou de pé, o prédio alto e bonito e que sempre trazia lembranças a ela.

Que assim ela andou a frente. Tomaria aquele dia mesmo o seu lugar ou não chamaria Maria.

Bruno sabia que o tiro que tinham dado saiu pela culatra. Resultou que Maria era uma mulher de sorte que havia saído de um acidente de carro sem nenhum arranhão. E ele então se virou na cadeira de sua mesa. Que a guerra começasse.

Maria dentro do elevador arrumou seu crachá por cima do terninho roxo que usava. Ele tinha uma foto dela com nome. Estava realmente de volta àquele lugar.

O elevador então se abriu e ela de cara no andar da presidência mirou com a mesa de Lupita, que sorriu para ela se levantando da mesa.

Ela sabia que naquela semana Maria tomaria sua sala como nova sócia da empresa.

Que então ela disse.

—Lupita: Bom dia senhora, Maria. Posso levá-la a sua sala?

Maria deu um sorriso leve e disse.

—Maria: Claro que sim. Mas antes quero saber se posso comunicar que quero uma reunião para hoje mesmo.

Lupita pensou e a respondeu.

—Lupita: Pode, mas como é uma reunião sem prévio aviso poderá faltar alguém, como o senhor San Roman que ainda está no hospital.

Maria então disse.

—Maria: A presença dele não será necessário. Na verdade, eu quero que esteja presente o diretor financeiro e Bruno, apenas.

Lupita assentiu e disse.

—Lupita: Se é assim, poderei avisá-los.

—Maria: Obrigada.

Elas caminharam até a sala que seria de Maria.

Que quando ela chegou, olhando tudo, Lupita disse por trás dela.

—Lupita: O RH já está providenciando sua secretária, Maria, enquanto ela não chega aqui estarei para o que precisar.

Maria rodou nos saltos para olha-la e disse.

—Maria: Por enquanto só quero o que pedi. Convoque Bruno e o diretor financeiro da empresa. E por curiosidade, quantos anos o diretor financeiro trabalha aqui?

Lupita por saber dar aquela informação disse.

—Lupita: Sei que ele tem mais de 10 anos na empresa, senhora.

Maria pensou que mais de 10 anos seria suficiente para cobrir qualquer sujeira que aconteceria ali, ainda mais se esses mais de 10 anos fossem 15.

Que então ela disse, olhando no seu relógio de pulso.

—Maria: Ótimo o convoque para as 11:00 horas porque ás 12:00 e ponto tenho outro compromisso. Obrigada Lupita.

Lupita deixou Maria na sala sozinha e ela quando viu que estava sozinha largou a bolsa na mesa e estendeu as mãos sobre elas. Estava de volta as empresas San Roman. Como a tinha deixado de um dia para o outro e com a fama de ladra, agora estava de volta, dando ordens e com ações que só perdiam para as de Estevão que era o dono de tudo aquilo.

Ela puxou o ar do peito ainda daquela maneira que estava. Agora seria o momento de ser forte de ser inteligente, não agiria pela emoção e sim pela razão. Não era a primeira vez que lidaria com aquele ramo de negócios e agora estava mais velha, com mais experiência e conseguiria.

Ela ergueu a cabeça meditando como um mantra, que seria capaz de fazer o que deveria ser feito naquela empresa, que era desmascarar a quadrilha que agia por baixo do nome dela.

Na mansão San Roman.

Estevão chegava de volta ao seu lar. Ele respirou o cheiro diferencial que uma casa tinha de um hospital e sentiu paz, mas apenas por um segundo quando ele se virou para Heitor que estava do lado dele e disse.

—Estevão: Avise a sua mãe que já estou em casa e espero a visita dela ou farei a minha a ela, Heitor.

Heitor respirou fundo e disse.

—Heitor: Pai não é hora para brigas. Saiu do hospital mas se não ter o repouso que deve poderá voltar para ele.

Alba que o ouviu também disse.

—Alba: Heitor tem razão, Estevão. Quer que aquela mulher te mande ao hospital outra vez?

Estevão bufou e disse aos dois.

—Estevão: Eu e ela temos pendências. Ela vem aqui ou vou onde ela mora. Simples assim.

Heitor por pensar que Luciano ainda estava no apartamento de Maria, não queria que ele fosse até lá que então assim, não muito contente em ter que ceder as claras chantagens do pai, ele disse.

—Heitor: Hoje mesmo falarei com ela. Não é preciso que vá.

Estevão assentiu com a cabeça e começou subir as escadas com a ajuda do filho, enquanto o motorista apareceu com as malas dele. Alba indicou para que ele subisse ao quarto também e ficou aflita sozinha enquanto pensava.

Nada tinha acontecido a Maria por isso ela ainda seguiria sendo uma ameaça a todos eles.

Nas empresas San Roman.

Maria viu a porta da sala ser escancarada por Bruno que entrou com um papel na mão. Ela se levantou rápido da mesa com aquela entrada dele e disse.

—Maria: O que quer entrando em minha sala dessa maneira, Bruno?

Ela deu volta na mesa e Bruno, todo vermelho disse.

—Bruno: Não me convocará a nenhuma reunião que pretende fazer sem prévio aviso, Maria! Estevão me deixou á frente da empresa e eu decido até que ele volte como vamos fazer qualquer coisa aqui dentro!

Ele entregou o papel a ela, Maria pegou e passou o olho no que tinha no documento. E ela fez um gesto negativo com a cabeça. Estevão de fato tinha assinado aquele documento deliberando a Bruno a qualquer decisão na ausência dele nas empresas. De contrato á investida de dinheiro e saída deles, Bruno apenas com aquele papel ele tinha o aval de decidir o que fazer. Ela torceu os lábios descontente agora o olhando e rasgou o papel e disse.

—Maria: Na ausência de Estevão, por lei assumirá se não tiver nomeação jurídica por ele de um novo presidente, o que tiver mais ações na empresa, ou seja, eu, Bruno. Então esse papel para mim, é apenas isso, um papel!

Ela andou para jogar o papel todo picado no cesto de lixo que tinha ao lado da mesa dela enquanto os olhos de Bruno sobre ela parecia que pularia do seu globo ocular. Que então ele disse alto.

—Bruno: Como se atreve!

Maria então aumentando a voz também o respondeu.

—Maria: Como se atreve você, ao entrar na minha sala dessa maneira achando que um papel me afastará do meu posto, Bruno! Porque não vai! Eu regressei e vou desmascarar todos que estão por trás do que me fizeram dentro dessa empresa! Porque eu não a roubei como fizeram Estevão acreditar!

Bruno respirou fundo e disse de olhos frios.

—Bruno: Você não sabe no que vai se meter!

Maria ergueu a cabeça e disse.

—Maria: Sim eu sei, e sei que o que se passa aqui é muito maior do que você ou qualquer acionista Bruno. Mas não vou recuar. Não tenho medo de você nem de ninguém aqui dentro!

Bruno sorriu de lábios fechados e disse.

—Bruno: Então o que eu te desejo é sorte, minha querida Maria.

Ela ficou calada vendo ele ir até a porta, até que ela disse

—Maria: Ás 11:00 te quero na reunião que convoquei. Ás 11:00, Bruno. Até lá.

Bruno então saiu pela porta e ela respirou melhor indo até o lugar dela. Era o primeiro enfrentamento de muitos que ela teria ali, ela sabia.

Estevão se aconchegava na sua cama. Grande avanço que tinha. Tinha saído de uma cama para estar em outra, mas pelo menos estava em casa. Ele mirou seu lado um copo de água e alguns remédios e o pegou, destacou um comprimido e bebeu com a água.

Paciência era isso que ele tinha que ter.

Maria nas empresas San Roman, em silêncio acessava o sistema da empresa pelo seu novo computador de trabalho. Tinha senha e dados que a partir daquele momento ela passaria acessar. Mas tinha desconfiança que tudo ali de alguma forma havia sido adulterado, inclusive os computadores. Por isso ela pegou um papel e anotou os dados sem ao menos querer abrir sua caixa de e-mails ali. Não confiaria outra vez todos seus dados aquela empresa. Lembrava muito bem da conta que fizeram em nome dela. E claro que haviam conseguido seus dados da própria empresa, em seus sistemas digitais. Agora não permitiria ser vítima de quem fosse que tivesse por trás do que no passado fizeram com ela.

Ela então ouviu batidas na porta fazendo ela responder a entrada e então ela viu Heitor o que fez ela sorrir.

—Maria: Querido.

Ela se levantou rápido e ele então depois de olhar como tinha ficado bonita a sala que agora ela ocuparia, disse.

—Heitor: Agora já está de volta entre nós.

Maria olhou em volta como ele fazia e depois voltou olha-lo e disse.

—Maria: Te desagrada me ver aqui?

Rapidamente Heitor negou com a cabeça e disse.

—Heitor: Não. A senhora aqui fará com que juntos possamos chegar na verdade.

Maria assentiu com a cabeça em silêncio. Aquele juntos para ela, tinha virgula, não queria Heitor mais envolvido do que já estava em tudo que acontecia e o que iam começar a fazer. Temia pela segurança dele. Por isso era ciente que só permitiria que ele soubesse do que não o botaria em perigo. Que então assim ela disse.

—Maria: Sim filho, o que mais quero é que deixe qualquer desconfiança que digo sim a verdade a você e que se regressei e estou aqui dentro outra vez é para recuperá-lo e limpar meu nome. O dinheiro não me interessa.

Heitor suspirou e depois disse.

—Heitor: Luciano esteve com meu pai e eu não quero que isso volte acontecer, senhora. Sei que meu pai não é nenhum santo, mas nesse momento ele precisa de repouso para se recuperar. E além do mais, entre um desconhecido e meu pai, claro que estarei ao lado do meu pai.

Maria suspirou podendo outra vez entende-lo e disse.

—Maria: Eu sei querido e não tiro sua razão. Eu não sabia dessa visita. Luciano disse que temia por minha segurança e foi falar com ele. Mas já o adverti. Isso não se repetirá.

Heitor a olhou intrigado e disse.

—Heitor: Sua segurança? O que houve? Não vai dize que...

Ele se calou unindo as peças com o que pensava e Maria desejou morder a língua quando o viu ir até a cadeira a frente de sua mesa e apertar ela. Agora Heitor começava pensar que a falta de freio no carro de Maria não podia ser simplesmente uma falha mecânica.

Ela então o tocou no braço e disse.

—Maria: Tudo vai ficar bem, filho. Não vou parar. Não vamos até acharmos os culpados de nossa separação.

Ele a olhou e a puxou para um abraço.

Maria mergulhou naquele abraço cheia de amor e necessitada dele.

Ás 11: 03 na sala de reunião, Maria ao lado de Heitor esperava Bruno, o diretor financeiro e Demétrio que já estava na empresa.

Ela folheava documentos que Heitor deu a ela. Até que a porta se abriu e ela disse vendo os três chegar.

—Maria: Estão atrasados. Mas serei breve.

Ela os mirou cada um sentando em um lugar na mesa. O diretor financeiro, tinha cabelos brancos e barba também, de rosto redondo ele vestia um terno preto e uma gravata listrada, que ele pegou aparentemente nervoso ao sentar. Maria o mirou atenta e suspirou. Não o conhecia, a empresa havia trocado o antigo diretor. O que dava a ela a hipótese que ele cobria qualquer coisa que pudessem fazer com o dinheiro da empresa.

Parecia que Estevão tinha poucos quem podia confiar ali dentro.

Demétrio então sorrindo disse.

—Demétrio: Seja bem-vinda, Maria.

Maria o olhou séria. Limitaria seu sorriso a ele. Faria aquilo por ter ele outra vez ao lado de Estevão tentando tirar mais um filho dela.

Que então assim, ela disse fechando a pasta que tinha na mão.

—Maria: Como disse vou ser breve. Quero em minhas mãos todos balancetes de mais de 10 anos atrás, para ser mais exata, quero os dos primeiros anos que deixei a empresa e um do meu último ano que estive nela. Bruno deve recordar muito bem desse último.

Ela deu um sorriso fingido a Bruno que a olhou e a respondeu.

—Bruno: Está pedindo algo praticamente impossível, Maria. Como disse, quer balancetes de mais de 10 anos atrás. Eles podem nem se quer existir mais.

Maria girou a cadeira para olhar o diretor financeiro que suava fazendo assim ele levar o lenço em seu suor na testa e disse.

—Maria: Claro que não é impossível, essa empresa tem mais de 40 anos que foi fundada pela família San Roman e eu tenho certeza que ainda existe registros de seus primeiros lucros e eu só quero dos 15 anos até aqui, Bruno. Nada de mais.

Bruno então sabendo o que ela pretendia disse.

—Bruno: Estevão nos avisou o que pretendia. O que vai fazer pode botar a empresa em um terrível escândalo e afunda- la, Maria.

Demétrio frouxou a gravata e Maria respondeu Bruno.

—Maria: Não haverá nenhum escândalo se não houver realmente um acontecendo aqui, Bruno. Mas então, se apresente a mim diretor financeiro. Eu sou a única que não o conheço nesta sala.

Ela sorriu de lábios fechados e o homem buscou os olhos de Bruno. Como um cachorrinho mandado era ele para o homem que olhou. Que então assim, mirando agora Maria ele disse.

—X: Sou Javier. Diretor financeiro das empresas San Roman, há...

Maria torceu os lábios e acrescentou.

—Maria: Há 15 anos, sei. Me chamo Maria e já estive nessa empresa antes mesmo que estivesse.

Demétrio pigarreou e finalmente disse algo.

—Demétrio: O que pretende fazer com o que pediu, Maria? Ainda não explicou.

Maria o mirou, pensava que Demétrio fosse mais inteligente ou ele estava subestimando a Inteligência dela . Que então ela disse.

—Maria: Quero comparar o progresso da empresa, suas perdas, seus ganhos. Afinal tenho todo o direito ainda mais do que você, já que depois de Estevão minhas ações é as que mais valem aqui.

Bruno então disse nervoso.

—Bruno: O que nos faz pensar o que você fez para herda-las Maria. Evandro deveria ter muito apreço por você ou recebido algo em troca.

Heitor que só observava calado o domínio que Maria levava para lidar naquela reunião, quando ouviu Bruno falar, ele disse.

—Heitor: Não se atreva seguir com suas insinuações contra minha mãe, Bruno que não irei permitir.


Bruno engoliu seu orgulho e Maria pegou na mão de Heitor quando o viu tenso e disse.

—Maria: Como eu disse. Iria ser breve. Javier agora é com você. Quero tudo que pedi o quantos antes. Obrigada.

Ela se levantou da mesa pegando suas coisas, Heitor se levantou também e ambos saíram da sala.

Quando passaram pela porta, Bruno bateu na mesa. Maria iria cutucar até achar a verdade que eles escondiam.

Ela suspirou quando entrou na sala dela outra vez. De porta fechada ela mostrava ali suas inseguranças que não podia mostrar diante de seus inimigos.

Heitor a surpreendeu entrando em seguida atrás dela e disse.

—Heitor: Foi tão bem lá na reunião.

Ela que estava de costa se virou para ele e Heitor pôde ver que tinha lágrimas nos olhos dela e ela disse.

—Maria: O que está me dando força é o meu desejo de fazer justiça, porque eu estou outra vez neste lugar que me destruiu, que destruiu tudo que eu tinha, filho. Eu tinha uma família, um marido que me amava e juntos tínhamos um filho. Eu era feliz antes da ambição tomar esse lugar e me fazer vitima dela.

Ela deixou as lágrimas caírem e seguiu.

—Maria: Eu pareço forte, mas só por fora porque na verdade eu queria estar muito longe desse lugar. Muito longe.

Abalada Maria fechou os olhos e sentiu Heitor abraça-la como fez momentos antes. Que então ele disse.

—Heitor: Não vou deixar que te façam mal outra vez aqui mãe. Não vou.

Maria o olhou e disse.

—Maria: Obrigada filho. Obrigada por estar ao meu lado.

Momentos depois, se afastou limpando o rosto e Heitor achando que aquele momento poderia passar o recado de Estevão, disse.

—Heitor: Sei que tem muita coisa que resolver. Mas meu pai já está em casa, mãe. E ele me pediu para vê-la. Você pode ir em nossa casa ou ele ir até a sua, mas acho que seria melhor que fosse na nossa.

Ela ficou séria e disse.

—Maria: Estevão segue decidido querer tirar sua irmã de mim, eu não quero vê-lo, Heitor.

Heitor ainda que entendesse Maria e não concordasse com que Estevão fazia, ele disse.

—Heitor: Em sua ida é bom que conversem sobre isso também. E eu disse, conversar não brigar. Poderia ficar para jantar conosco também. Jantei com a senhora, Estrela e Luciano, acho que me deve esse convite também.

As horas passou. Maria deixava Estrela na porta do condomínio que moravam depois de ter ido almoçar com ela e Luciano em um restaurante, agora ela deixava ela de novo nos cuidados de Marta até que ela retornasse.

Dentro do táxi, Maria suspirou e Luciano pegou a mão dela dizendo.

—Luciano: Sei que o dia não está fácil. Mas logo ele vai terminar, Maria.

Ela deitou a cabeça no ombro dele e disse o próximo endereço que iriam ao motorista.

Luciano havia pensando que a pequena discussão que tiveram faria que não se vissem aquele resto do dia, mas tinha sido o contrário, Maria havia ligado para ele o convidando para almoçar junto com Estrela que não teria aula em sua segunda escola. Era aquilo que ele falava, Maria confiava nele, o buscava como tinha feito e para ele isso bastava.

Momentos depois, desceram ao escritório de advogados de Geraldo Salgado.

Agora Maria terminaria sua tarde ali no segundo dever. Diferente da áurea toda pesada que sentiu todo o tempo nas empresas San Roman, Maria só sentiu naquele lugar o alivio de estar dentro de uma empresa que além dela estar fazendo o que amava, ela podia confiar nos funcionários dela e até em deixar seu notebook de trabalho sobre a mesa desde da última vez que havia ido trabalhar.

Que assim que ela entrou na sala e Luciano foi procurar Geraldo. Ela olhou Vivian ao lado da mesa dela e disse sorrindo.

—Maria: Olá Vivian.

Vivian ergueu a cabeça e logo se levantou da mesa querendo fofocar.

—Vivian: Meu Deus Maria, estava louca para te ver pessoalmente. Como está o bebê?

Ela tocou na barriga de Maria e Maria olhou a porta atrás dela se afastando rápido e disse.

—Maria: Ninguém sabe ainda que estou gravida, Vivian. Vamos ser discretas quando falarmos disso. E não sei ainda como ele está, preciso marcar uma consulta.

Ela foi até a mesa dela para sentar. E Vivian sentou na frente dela e disse.

—Vivian: Está bem, mas tenho algo que contar. Geraldo quer te dar uma sala só sua. Ouvi por aí. Acho mesmo que ele quer competir com seu novo chefe.

Maria ficou calada, mas muito interessada que parecia que seria promovida ao ter uma sala só para ela naquele escritório.

Luciano tomava café em pé em uma salinha para exatamente aquilo, que então Geraldo ali com ele, disse.

—Luciano: Volto para Londres depois de amanhã.

Ele tomou mais um gole do café. E Geraldo disse.

—Geraldo: Vou dar uma sala solo para Maria. Se quero conquista-la não posso perde-la aqui dentro.

Luciano então suspirou. Queria Maria feliz. Ele ainda que não tivesse encontrado outro alguém para amar, ele tinha encontros com mulheres e queria que Maria tivesse com outros homens, para fazer com que ela entendesse que não existia apenas Estevão que pudesse interessa-la. Que assim ele bateu devagar no ombro de Geraldo e disse.

—Luciano: Se ela chegar contar de fato o que a traz a esse país outra vez, terá ganhado boa parte dela, Geraldo.

Era noite quando Maria se preparava para ir a mansão San Roman.

Estrela a olhava pela porta do quarto. E Maria depois de passar um batom claro nos lábios a olhou e disse.

—Maria: Não quer ir mesmo?

Estrela fez cara feia e disse.

—Estrela: Eu não vou jantar com aquele homem.

Maria suspirou largou o batom sobre as coisas dela e a chamou.

—Maria: Senta aqui, meu amor.

Ela sentou na cama e tocou no colchão para Estrela sentar ao lado dela. As coisas estavam saindo do controle das mãos de Maria, aquela gravidez que ela escondia era a prova e os sentimentos contrários que Estrela tinha contra o pai só cresciam. E não era como que se Maria quisesse que Estevão fosse perdoado pela filha, não. Não intercederia por ele como ele nunca tinha feito por ela em relação a Heitor, apenas temia por em nenhum momento ter visto sua menina mostrar ao menos um sentimento nobre em relação do pai quase ter morrido e agora já estar em casa. Que por isso ela disse.

—Maria: Filha, eu nunca quis semear o que sente em relação ao seu pai. Só contei a mais pura verdade e deixei que fizesse o que achava melhor. Mas me tem preocupada, meu amor. Há duas semanas ele passou por uma cirurgia e não vi nenhuma comoção, não que tivesse que ter, mas você ainda é minha criança de 15 anos para guardar tanto rancor assim. Temo que eu esteja falhando como em ter deixado que esse sentimento crescesse dentro de você, filha.

Ela tocou no rosto de sua menina e Estrela só pensou na verdade que escondia. Porque mascarava as dores que de verdade tinha. Tinha sido decepcionada quando soube quem era seu pai. Havia ansiado para descobrir quem era ele e tudo para levar uma grande decepção ao descobrir quanto mal ele havia feito a mulher que ela mais amava. Que por essa decepção queria fingir que nada sentia, que nada sentia ao descobrir que ele estava em um hospital. Não permitiria sentir coisas por um pai que depois de tudo ele ameaçava tirá-la da mãe dela. Que então ela disse.

—Estrela: Não está falhando, não pense isso mamãe. Ele que está e sempre falhou. E por isso que não quero saber nada dele e anseio que voltemos o quantos antes para Londres. Vamos voltar ainda, não vamos?

Maria gaguejou sem saber o que responder. Na mente dela passou futuro do filho que esperava. Que então Estrela estranhando o silencio dela, disse.

—Estrela: Não está optando em ficarmos? Não é? Mãe!

Maria se levantou rápido quando Estrela fez o mesmo e disse nervosa.

—Maria: Não, não é isso filha! É que há coisas acontecendo que pode atrasar nossa ida, querida.

Estrela então pondo a mão na cintura disse.

—Estrela: Que tipo de coisa?

Maria andou se afastando do olhar investigativo daquela adolescente e disse indo buscar seu casaco.

—Maria: Coisas, filha! Coisas em meu trabalho e agora nas empresas San Roman. Eu jurei limpar meu nome para seu irmão e é o que vou fazer!

Ela colocou o casaco e Estrela disse de braços cruzados.

—Estrela: Eu acredito na senhora de olhos fechados, Heitor devia fazer o mesmo!

Maria deu um leve sorriso sabia daquela verdade vindo de sua menina, mas ela também tinha que entender Heitor. Ele havia crescido longe dela achando que foi abandoando e alimentado pelos rancores do pai contra ela. Que então ela disse.

—Maria: E não sabe como me faz feliz que sempre acreditou em mim, minha filha. Mas devemos entender seu irmão, ele não cresceu ao meu lado. É como pedir para que você acreditasse em Estevão, no seu pai que não conviveu com você. Você acreditaria nele tão fácil?

Estrela deu de ombros e respondeu a mãe.

—Estrela: Não.

Maria então tocando no rosto dela outra vez disse.

—Maria: Então pronto, querida. O nome disso é empatia. Nos coloquemos no lugar do seu irmão e o entenderemos.

Ela a beijou no meio da testa e pegando a bolsa ela voltou a dizer.

—Maria: Eu volto cedo. Obedeça, Marta.

Estrela revirou os olhos por ver que sua vida na companhia da babá havia voltado.


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