Falso amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 12
Capítulo 12




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Olha eu aqui vindo com um novo capítulo, que vou começar uma maratona depois desse pra vocês. Acho que eu não cheguei avisar aqui, mas minhas atualizações são assim, eu pego uma fanfic por vez das que escrevo e vou fazendo os capítulos até eu achar que está bom, ai fica mais de um capítulo pra vocês postado sem muita demora. E agora é a vez de falso amor. Então eu espero que gostem!!!

Maria passou pela sala da mansão San Roman quase correndo, sem olhar para o lado nem para trás. Tinha a mão na boca, o coração aos pulos e tremia nervosa. O que acabava de viver com Estevão dentro do escritório dele, era mais que o esperado mais de que o permitido por ela. Esteve a ponto de se entregar. Havia conseguido ser forte de uma maneira que não tinha sido há 15 anos atrás, mas ainda assim Maria havia deixado Estevão mexer com o corpo dela daquela forma mais uma vez. Parecia uma maldição jogada por ele mesmo, em só ele ter poder de colocar o corpo dela que se encontrava frigido todo aquele tempo, em quente como ela sentiu que havia ficado. Mas não mais que ele. Maria tinha pelo menos ele consolo.  

E assim que respirou o ar fora daquela casa, Maria chegou até o carro dela abriu e arrancou dali cantando pneu. Estava decidida não regressar mais na mansão San Román. Pois buscaria Heitor ela mesma sozinha aonde fosse, mas longe do teto que vivia Estevão e das empresas San Roman que ambos lugares lhe traziam tanto desgosto em estar.

Leonel viu quando Maria entrou no carro, mas ela não o viu. Que parado ao lado do seu carro com uma pasta de documento na mão que levava para Estevão aquela noite que Heitor não quis regressar para casa e ele sabia o porquê, agora ele tinha certeza que a Maria que tinha visto nas empresas era a mesma Maria mãe de seu melhor amigo.

Momentos depois, Alba depois de receber os tais documentos da mão de  Leonel, batia na porta agora trancada do escritório de Estevão para lhe entregar os documentos. Antes de estar ali, Maria havia passado por ela tão nervosa que não pôde nem notar que aquele momento ao lado da escada, ela estava ao telefone falando com Patrícia. Já que tinha Maria na mansão San Román e todos tinham que se preocupar com esse fato e ficar atentos a cada passo de Estevão com a presença dela.

E dentro do escritório.

Estevão tinha tirado fora sua gravata e largado na mesa, havia arregaçado a manga da sua blusa e desabotoado alguns botões no meio de seu peito dela. Ele suava, ainda estava ofegante, nervoso e a ereção que ter Maria como teve naquele momento nos braços dele causou nele, ainda estava lá, sustentada pelo ódio e o desejo que ele cria sentir por ela, enquanto as palavras dela corroía em sua mente e o deixava como estava.

Qualquer homem poderia dar prazer a ele. Qualquer um, menos ele e porque ela não queria. Maria o havia desprezado e ele se sentia humilhado por isso, pois lembrava da traição dela. Lembrava o pouco homem que foi para ela ter escolhido outros. Que mesmo lembrando, ele sentia que ainda a queria. A queria desesperadamente. A queria debaixo do corpo dele, gemendo e suada enquanto ele fazia ela engolir daquela forma suas palavras que havia dito antes dela deixá-lo no escritório.

Ela podia ter o desprezado, mas ele havia sentido entre seus dedos que o desejo dele era correspondido, ainda que o dele fosse claramente mil vezes maior. Como sua droga por estar desejando Maria daquela forma, Estevão se sentia como um viciado em abstinência e fraco por ela ser sua debilidade como sua kryptonita que podia colocá-lo daquela forma, que podia tocá-lo e deixá-lo fora de si.

 Maria era o alvo dos maiores desejos dele como era também, o alvo de seus maiores rancores.

E então, ele sacudiu a cabeça e depois virou o novo copo de bebida que tinha enchido depois da saída de Maria. Se sentia um louco por ainda querer Maria daquela forma, era um louco por ainda amá-la.

 Amava e ao mesmo tempo odiava, uma das piores mulheres da terra. Que para ele, as piores mulheres, era como Maria que usava toda a beleza que tinha para seduzir os homens e colocá-los sobre seu domínio. E ele bufou pela milésima vez como um animal enjaulado dentro daquele escritório. E ouvindo Alba bater na porta e chamá-lo, ele apenas disse de voz grossa.

— Estevão: Me deixe em paz, tia! Me deixe em paz!

Alba o ouviu do outro lado da porta e recuo a mão para não tocar mais uma vez. Estevão estava possesso, só pela voz dele ela havia entendido, o que para ela significava que a guerra entre ele e Maria seguia. E ela só queria ficar pendente aquela guerra que por isso havia escutado parte da conversa deles. Tinha que saber a que rios estariam, para ela saber qual carta usar para se salvar quando fosse pular do barco que sentia que poderia naufragar a qualquer momento.  E o lado que fosse conveniente a ela, ela ficaria.

Longe dali.

Maria dirigia em lágrimas. Seu celular tocando ao lado no banco com uma chamada vinda de Luciano fez ela desejar ter ele ali com ela. Por muito tempo teve só ele, por só depois fazer amigos em Londres, que aumentaram quando ela cursou advocacia e depois se associou ao escritório que ele lhe deu emprego. E assim seu mundo começou a girar novamente, ela começou a viver, a andar com suas próprias pernas e agora era a mulher que era. Forte, decidida e que sabia o que queria. Mas agora de volta a capital do México ainda que previa que sua volta não seria fácil, Maria via que estava sendo mais difícil que imaginou. Seus rancores que sentia por Estevão e por tudo que havia sofrido estavam todos vindo átona e ela tinha que ser forte para saber lidar com eles, tão presentes, tão mais vivos que antes, até o desejo que ele estava começando despertar nela.

Luciano de Londres, sentia que algo passava. Maria estava há poucas semanas longe dele e ele sentia que algo estava errado, ainda que conversassem, ele começava temer que ela desse poder a Estevão sobre ela outra vez. Como ela havia dado em ceder em ver Heitor como ele queria. Estevão sabia aonde jogar e pondo só aquela condição a ela dela ver Heitor na mansão, Luciano tinha certeza que ele sabia como jogar com ela sendo a mãe que buscava recuperar o filho. E depois da chamada cair novamente na caixa postal. Luciano sentou na ponta de sua cama e começou tirar a gravata. Amava Maria ainda que não fosse correspondido e por isso não ia permitir que Estevão a ferisse, igual havia feito no passado.

No apartamento de Maria. Estrela acabava de deixar mais uma mensagem de voz para mãe que não era ouvida nem respondida. Cuidada por Marta, que via televisão com ela, a menina andou e foi até a janela para ver se conseguia ver o carro da mãe, mas não via.

Até que ela ouviu a porta se abrir e Maria finalmente passar por ela. Ela então saiu de perto da janela e foi o mais rápido que pôde para o meio da sala e disse.

— Estrela: Mãe.

Maria parada a frente da porta depois de fechá-la respirou fundo e tentou sorrir, dizendo.

— Maria: Filha, meu amor.

Estrela analisou a expressão da mãe. Seu rosto dizia que não estava feliz, ainda que ela se forçava a sorrir, Estrela conseguia ver claramente as linhas deixada das lágrimas que Maria tinha limpado ao subir além de ver os olhos dela levemente vermelhos. E então ela correu para os braços dela.

Maria abraçou sua filha. Era daquele abraço que precisava. Era de Estrela ali aonde ela estava que Maria sabia que iria conseguir forças para seguir naquela guerra que só começava com Estevão. E ela agradecia que dentro daqueles 15 anos teve seu anjo como filha todo o tempo lhe dando a força que precisou e sempre precisaria para seguir vivendo.

Marta, a senhora as olhou. Não entendia muito bem o que acontecia, mas entendia que aquele abraço de mãe e filha era mais que um abraço e que algo passava ali. Mas não ia comentar apenas sentir aquele amor que a arrepiou com a cena. E então, Maria que deixou lágrimas caírem, enquanto abraçava a filha, se afastou limpando elas para olhar Marta.

Como Heitor não havia aparecido ela chegou mais cedo em casa, então a senhora poderia ir sem precisar dormir no apartamento. E assim ela disse.

— Maria: Vou pagar um táxi para que possa ir Marta. Obrigada pela noite e pelo jantar que fez para nós duas.

Estrela do lado de Maria apenas pegou no braço dela, deu um beijinho ali e disse quando a ouviu falar do jantar.

— Estrela: Tem que comer alguma coisa mamãe. Vou pegar algo para que possa comer.

Estrela deu um beijo no rosto dela e saiu e Maria meteu a mão dentro da bolsa que trazia no braço para pegar o dinheiro do táxi de Marta, e logo em seguida guiou a senhora até a portaria pedindo para o porteiro chamar um táxi.

Quando subiu de volta, Maria retirou os saltos, sentou no sofá, jogou a cabeça pra trás soltando um suspiro e fechou os olhos. Quando fez pensou em Heitor, e imaginou todo o ódio que ele sentia por ela por ele não querer vê-la nem para uma conversa. E assim ela ouviu Estrela dizendo mandona, ao chegar.

— Estrela: Vamos conversar enquanto come.

Maria abriu os olhos e se sentou direito no sofá e viu Estrela com um prato na mão e bolo nele e na outra um copo de suco. A menina sabia que um jantar como Marta tinha feito antes, não desceria pela cara que viu da mãe chegar e por isso só a serviu com aquele lanche. E Maria sorriu com aquele cuidado, que apesar de muitas coisas Estrela ainda parecer ser uma menininha, ela com seus cuidados de filha quando queria, era toda uma mulher madura que conseguia entendê-la.

E então ela disse pegando o prato dela e o suco.

— Maria: Obrigada meu amor.

Ela sorriu, colocou o prato no colo e o copo de suco foi logo na boca, percebendo só então a sede que tinha.

E então depois de um silêncio, Estrela depois de sentar ao chão, na frente de Maria com pernas de lado, ela disse direta.

— Estrela: O que Estevão e Heitor fez para que chegasse cedo e desse modo?

Maria tinha levado uma garfada do bolo na boca. Finalmente comia algo depois de horas não fazer aquilo e então depois dela engolir, ela disse.

— Maria: Achei que tinha conseguido fingir direito que tudo estava bem.

Maria então sorriu, mas Estrela não. Ela só tinha uma raiva que cada vez crescia pelo pai e pelo irmão que nem conhecia, mas que ela aquele momento tinha certeza que ele também era o culpado de ter Maria como estava abatida. E então ela disse.

— Estrela: Eu fingia melhor quando queria faltar a aula quando ainda morávamos em Londres e dizia que estava doente. Não sabe mentir mamãe.

Estrela então conseguiu tirar um verdadeiro riso de Maria com suas palavras, que disse depois de ouvi-la.

— Maria: Então me mentia quando dizia que estava doente, mocinha?

Estrela então deu de ombros e disse, rindo.

— Estrela: Só as vezes, não sempre.

Maria riu outra vez colocando o prato ao lado esquerdo dela e o copo em um móvel ao lado do sofá, e depois ela suspirou. Se contasse como tinha sido a noite para Estrela, ela teria mais raiva de Heitor o que era que Maria não queria, enquanto contar sobre o que houve com Estevão e ela, a história era para maiores e algo que ela tinha certeza que teria que guardar com ela, como também guardava de Luciano que Estevão havia a beijado quando voltaram a se ver, havia guardado como agora faria o mesmo por ele ter feito mais que isso, e pior de tudo ela ter correspondido outra vez. E então ela disse, tentando ser convincente.

— Maria: Houve um imprevisto e Heitor não pôde ir, enquanto com Estevão acabamos discutindo. Isso que passou. Pensei que veria seu irmão, mas como não consegui me vê assim, filha.

Ao final das palavras Maria deu um sorriso desanimado, tocando no rosto de Estrela que analisava as palavras dela em silêncio. Até que ela disse ainda não contente.

— Estrela: Que imprevisto Heitor teve? Ele sabia que iria vê-lo! E Estevão foi grosso com a senhora como foi naquelas mensagens, não foi?

Estrela se levantou nervosa. Morria de raiva em só pensar que sua mãe estava sendo maltratada ou qualquer outra coisa que havia deixado como ela estava claramente desanimada.

E Maria se levantou também. Estrela era explosiva, era um amor de filha, mas também podia ser um reloginho que explodia de repente em meio aos seus surtos da idade que tinha, mas também como naquele momento, que só queria brigar para defender a mãe que tanto amava.

E então Maria pegou nos braços dela e disse para tranquiliza-la.

— Maria: Lembra que te disse que não precisava se preocupar comigo? Eu sei o que estou fazendo, meu amor. Confie em mim e só fique do meu lado como ficou essa noite.

Estrela virou o rosto por ter Maria olhando nos olhos. Ela confiava e sabia que aquele assunto a mãe dela nunca a deixaria tomar partido, mas não adiantava, ela queria entrar naquela briga para mostrar que sua mãe não estava sozinha. Heitor e Estevão tinha que saber daquilo.

E então ela disse bicuda depois de resolver olhá-la.

— Estrela: Vai voltar sempre assim para casa quando for vê-lo? Vou ter que te ver assim até que consiga o que quer?

Maria suspirou tentando segurar as lágrimas que vinha nos olhos. Mas como não conseguiu ela se afastou de Estrela e foi ela que virou o rosto para limpar os olhos e dizer, de voz embargada.

— Maria: Eu não sei filha. Heitor acredita que eu o abandonei para fugir com meu suposto amante, não vai ser fácil conquistar o perdão dele. Não vai.

Ela então sentou no sofá outra vez, dessa vez ela baixou a cabeça apoiando os cotovelos nas pernas e passou a mão entre os cabelos.

E Estrela então sentou ao lado dela e a abraçou, dizendo cheia de convicção.

— Estrela: Se ele seguir acreditando nisso, deixa ele. A senhora tem a mim, mamãe. Não precisa dele.

Sendo abraçada por ela, Maria só virou o corpo de lado para retribuir aquele abraço. Se fosse fácil o que Estrela dizia, se fosse fácil esquecer um filho e deixar de buscar o amor dele. Tinha feito aquilo todos aqueles anos e sempre sentiu um vazio no peito que ela sabia, que 10 filhos não iria cobrir nunca aquele vazio que a ausência de Heitor havia deixado nela.

Mais tarde na mansão San Roman.

Estevão subia bêbado para o quarto enquanto ele cantava uma de suas canções preferidas que quando ouvia, ele bebia como tinha feito enquanto só pensava em Maria.

Então ele com a voz que detonava sua embriaguez e a música em sua mente, ele andava cantando.

— Estevão: Me voy, pero me llevo todo lo te ofrecí. Si un día dije que te amaba, no lo vuelvo a repetir…

Estevão riu segurando no corrimão da escada, baixou a cabeça se sentindo zonzo e depois ergueu ela olhando os degraus que ia subir os vendo como um grande obstáculo. Era mais das três da manhã e ali embriagado e cantando.

E assim ele cantou outra parte da música que mais lhe tocava.

—Estevão: Si me lo hubieras pedido, te juro que yo… habría corrido hasta el fin del mundo… para darte mi mano, pero he ahí lo malo… no fui correspondido…

Seguindo em sua cantoria, Estevão chegou ao quarto e caiu na cama sem ao menos tirar seus sapatos.

Enquanto Maria havia dormido sentada na cama de celular na mão por ter dormido em meio a uma chamada longa pra Luciano e com seu notebook ligado por ela ter terminado as cláusulas do acordo de divórcio de sua cliente Cecília.

E foi assim que Estrela no meio da madrugada por ter levantado para tomar água que a viu dormir. Queria ter passado a noite com a mãe, mas como ela havia dito e ela via o computador ligado, que ela ia passar a noite trabalhando. E então Estrela devagar fechou o notebook de Maria, guardou e depois guardou o celular dela. O travesseiro que tinha nas costas dela, ela puxou, o que fez Maria descer um pouco o corpo enquanto falou algo dormindo e deitou encolhida de lado. Estrela então puxou a coberta e a cobriu e por fim, depois de beijá-la na cabeça ela apagou a luz do abajur e saiu do quarto.

Longe dali.

Estevão gemia. Gemia apertando com força a fronha de seu travesseiro. Ele gemia rouco, estava ofegante, fazendo sons com a boca que mostrava que estava cansado como que se tivesse fazendo o mais pesado dos exercícios.

Por de baixo do corpo dele, tinha Maria nua, suada gemendo com as pernas cruzadas entre a cintura dele e as mãos o agarrando na nuca. Seus cabelos tão belos e volumosos estavam esparramados novamente nos travesseiros dele, e ele a olhando só fazia intensos movimentos para dentro e fora dela. A sensação do acolhimento que sentia dentro dela, era como que se tivesse de volta em casa. Com ela quente e bem molhada e apertada entre as perna, ele sentia que estava preste a gozar, mas como quando se está desfrutando algo bom que lhe dá água na boca e vê que está acabando, vem o sentimento de querer que nunca se acabe, e Estevão tinha essa sensação que quando gozasse não voltaria mais sentir aquele intenso prazer. Mas ele gozou, gozou gemendo, se tremendo todo. E depois ele sentiu Maria o alisando nas costas, que então ele ainda ofegante olhou nos olhos dela, vendo ela com o rosto mais lindo que ele já tinha visto de uma mulher depois do sexo. E a boca dela abriu, mas o som que saiu foi do despertador que o despertava mostrando que o acontecia era mais um sonho que tinha com Maria. Um sonho mais real do que costumava ter com ela.

E então Estevão levou as mãos nos olhos. O som alto do despertador entrou na cabeça dele fazendo ele sentir que ela poderia explodir a qualquer momento. E então com raiva ele puxou pelo fio o despertador ao lado dele, derrubando o aparelho no chão. Sofria de uma forte ressaca e pelo que sentia por dentro das calças que nem tinha tirado elas, ele sabia que tinha gozado enquanto dormia. Gozou sonhando e com a mesma protagonista daqueles intensos sonhos.

Na mesa do café da manhã, Heitor chegou a tempo em casa para tomar banho e toma-lo, antes de ir para as empresas San Roman. Mas só estava ele e Alba na mesa ainda na espera de Estevão descer, o que para ele era estranho o pai ainda não estar na mesa. Quando ele aparecia depois, era quando Patrícia dormia na mansão e então Heitor perguntou.

— Heitor: Patrícia dormiu aqui, tia? Meu pai não desceu ainda.

Alba deu um sorriso de lado. Conhecia tanto Estevão que sabia que o motivo que não o trazia na mesa ainda, era por ter passado a noite toda bebendo no escritório e ela sabia o porquê ou melhor por quem.

E então ela disse.

— Alba: Sabe que sua mãe esteve aqui ontem, talvez o impacto de tê-la aqui não o fez sair da cama. Pobre Estevão. Entra ano e sai ano e ele sempre seguirá sendo vítima dessa mulher.

Heitor se mexeu inquieto no seu lugar. Tinha dormido mal na casa de Leonel. Não conseguia esquecer da voz de Maria que ouviu do outro lado da linha quando ligou para Estevão. Era a voz da mãe dele. A escutou chorar, escutou a voz dela.

E então nada ele disse mais na mesa. Se sentia um covarde que se o pai dele não conseguia levantar por ter a mãe dele na casa, ele entendia, porque tão pouco teve vontade de se levantar. A volta de Maria estava mexendo com todos dentro daquela casa e fora dela.

E assim o dia seguia.

Maria estava no trabalho. Enquanto Cecília seguia se recuperando no hospital, com José naquela manhã a acompanhando, Maria e Vivian estava no escritório a espera dos advogados do senador e marido dela, o Manolo Canedo.

Maria então olhou seu relógio de pulso. E disse quando via que as horas passavam e não tinha sinal de nenhum advogado daquele homem sem escrúpulo que ela sabia que pelo poder que ele tinha, ele teria mais que advogado para defendê-lo e também para tentar limpar sua imagem que ficaria mais suja se dependesse dela.

E assim, sentada em uma cadeira almofadada na sala de reuniões, ela disse para Vivian.

— Maria: Não é estranho que ainda não chegou nenhum advogado para defender os interesses do marido de nossa cliente, Vivian?

Vivian estava encostada na parede e de celular na mão. E então Maria se levantou e foi até ela, dizendo.

— Maria: Vivian, estou falando com você. O que faz tanto nesse celular?

Vivian então olhou para Maria e disse rápido.

— Vivian: Aí Maria desculpe, é que está demorando tanto que fiquei olhando meu tinder. Preciso tanto fazer sexo. Me ajuda escolher um cara bacana até que cheguem, hum?

Vivian virou a tela do celular para Maria ver, enquanto Maria não sabia o que responder depois de ouvi-la. Vivian tinha uma forma de ser tão livre e entre falas como aquelas que causava risos em Maria e não mais surpresas por começar a se acostumar com o jeito dela, além de que Vivian tinha a idade de ser filha dela e até José que ambos trabalhavam aprendendo com ela.

E assim vendo Vivian passar os perfis movendo o dedo na tela do celular, Maria fixou os olhos em uma foto e disse rápido.

— Maria: Vivian, volta para trás! Volte!

Pelo alarme Vivian sorriu de lado, imaginado que Maria iria mesmo ajudá-la a escolher com quem sair, e então ela voltou a foto que havia passado rápido demais e disse.

— Vivian: Nossa que gracinha. Sentaria nele até dizer chega.

Vivian então deu coração para o perfil enquanto Maria encarava a tela. Era Heitor nela, e ela não se importava o que Vivian acabava de dizer, apenas pensava que seria por aquele meio que conseguiria o número dele sem precisar ceder a qualquer coisa que Estevão dissesse e nem pisar mais mansão San Roman tampouco na empresa.

E então ela pegou nos braços de Vivian e disse quase suplicando.

— Maria: Por favor Vivian, você tem que iniciar uma conversa com ele e conseguir o número dele para mim. Por favor é só isso que peço.

Vivian olhou estranhando aquele pedido de Maria, e pensando o que parecia ali ela disse.

— Vivian: Tem fetiche em garotos mais novos, Maria?

Maria rápido largou os braços de Vivian com o rosto horrorizado e então ela disse para corrigir qualquer coisa ela pensava.

— Maria: Não! Por Deus, não, Vivian! Esse rapaz é meu filho mais velho e eu preciso conseguir o número dele. Me ajude com isso.

Vivian então levou a mão na boca não sabendo o que tinha chocado mais ela, o fato de Maria ter um filho já daquela idade ou ela ter dito na frente dela suas palavras que agora parecia obscenas demais para uma mãe ouvir em relação ao filho.

Já era o horário do almoço para quem passou a manhã toda trabalhando. E por isso Estevão do outro lado da rua, estava com seu carro estacionado na frente do prédio que Maria trabalhava. Estava a espreita só a espera de vê-lá e dizer que naquela manhã Demétrio já tinha ido no fórum da vara familiar para dar a entrada do pedido de reconhecimento da paternidade de Estrela. Ele estava ali levado pela raiva da noite que teve dela, do sonho que havia despertado e ainda sofrendo da ressaca que lhe causou por beber tanto. E tudo ele culpava Maria. Que se seus dias estava sendo cada dia daquela forma com noites maus dormidas e como ele com nervos a flor da pele ela com sua volta era toda a culpada. Que por isso, se ele não podia ter um bom dia tão pouco ela teria. Que assim estava ali para dizer pessoalmente novamente que sua ameaça já começava valer, que tiraria Estrela dela. Que a guerra ainda estava de pé e ele jogaria todas as cartas que tinha contra ela.

Mas então ele a viu e suspirou de mãos no volante e o apertando. O vento do dia ensolarado bateu nos cabelos dela negros e soltos, os fazendo voar. Maria vestia um conjunto de terninho e calça da cor cinza com detalhes pretos e tinha um sapato de bico e salto alto nos pés. Ela estava desgraçadamente para Estevão, tão bela como na noite anterior, e ele observou ela sorrir de lado para uma mulher que ele nunca tinha visto. Ela então começou andar sozinha de bolsa na mão quando a outra mulher tomou uma direção contrária da dela. E Estevão pronto para descer para abordá-la abriu a porta dele e quando voltou a olhá-la, viu que um carro enorme e preto parou tapando a visão dele e depois ele ouviu um grito que reconheceria em qualquer lugar. Maria havia sido colocada para dentro do carro que deu partida cantando pneu para longe dali.


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