Conectando-se escrita por Dri Viana


Capítulo 10
Capítulo 10 - O retorno ao trabalho regado a duas novidades


Notas iniciais do capítulo

Olá, minhas amadas. Não vou pedir desculpas por esse período sem atualização, porque não quero ser repetitiva. Tive uns dias difíceis durante essas semanas que passaram. Contudo, agora estou de boa e liberada para escrever.

Segue abaixo o capítulo novo.



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"Querida, a partir de hoje não será mais possível ficarmos de papo durante a noite. Mudaram meu turno, agora não estou mais trabalhando pela parte do dia."

Grissom precisou inventar essa mudança de turno para justificar a ausência das costumeiras conversas noturnas com Sara. Odiou ter que mentir, mas isto se fez necessário porque não teve escolha. Ou melhor, até tinha, mas o supervisor não estava pronto ainda para contar a verdade e 'se revelar' para a amada. A possível reação negativa de Sara era seu maior temor. Deste modo, preferiu POR HORA mentir.

"Poxa vida! Já havia me habituado as nossas longas conversas noturnas."

"Eu também!"

A verdade é que ambos estavam "mal-acostumados" a estar a qualquer instante de papo com outro, principalmente a noite. Mas com o retorno de Grissom hoje ao trabalho, ele só poderia falar com sua amada pela parte do dia e a tarde. As conversas noturnas ficariam restritas a quando estivesse de folga.

"E que horas você vai trabalhar?"

"Saio em uma hora daqui de casa!"

"Então acho melhor me despedir e te deixar ajeitar as coisas que tenha para ajeitar antes de sair, né?"

"Não se preocupe, ainda podemos bater papo por mais alguns minutos."

Ele até tinha que ajeitar algumas coisas, mas nada tão importante que precisasse interromper seu agradável bate-papo com Sara. Sua correspondência e demais papeis que tinha para olhar antes de ir trabalhar ficariam para amanhã, ou até mesmo, podia levá-los consigo e ver o conteúdo deles no laboratório. Não trocaria uma conversa com Sara por simples papeis. Conversar com sua amada tornou-se prioridade para dele desde o momento que resolveu embarcar no plano de Arthur.

Por cerca de mais uns quinze minutos mais ou menos, Sara e Grissom ainda trocaram mensagens sobre a última sessão de fisioterapia da perita até que o homem anunciou que precisava sair para tomar banho e ir trabalhar.

"Nos falamos amanhã?"

"Com certeza! Beijos e boa noite, querida!"

Grissom sentiu vontade escrever "sonhe comigo", mas achou atrevido demais da parte de um amigo enviar algo daquele tipo.

"Boa noite pra você também Arthur! E bom trabalho."

"Obrigado!"

***

Ele estacionou em sua vaga e desligou o motor do carro.

De volta a rotina... De volta a ativa de solucionar casos!

Grissom sempre amou e ama o seu trabalho, mas sinceramente, não sentiu falta dele um dia sequer durante quase toda suas férias desde que começou a papear com Sara.

Enquanto abria a porta do carro um sorriso veio fácil aos lábios do supervisor só pela lembrança do nome de sua amada. Se antes ele já era apaixonado por ela, agora, depois dessas semanas falando diariamente com ela, mais apaixonado ainda ele se encontrava.

Há seis anos quando se conheceram, eles tiveram uma proximidade grande, mas nada como o atual momento. E o curioso é que apesar de sequer se verem ao longo desse período que estavam de conversas e de Sara nem imaginar que Arthur, na verdade, é Grissom, o supervisor já sabia inúmeras coisas e particularidades sobre a amada, que não sabia e não teve oportunidade de saber na época em que foi seu palestrante e amigo, e muito menos nesses anos todos em que trabalhavam juntos.

— Boa noite, doutor Grissom. Seja bem-vindo de volta das suas férias. - com um sorriso de orelha à orelha a recepcionista do laboratório saudou o supervisor.

— Obrigado, Judy.

— O senhor Ecklie pediu pra lhe avisar que assim que chegasse fosse direto a sala dele.

A nada discreta careta que o supervisor deixou escapar diante do comunicado, rendeu a Judy um leve sorriso.

Grissom ponderou por dois segundos se ia até Ecklie. Decidiu que nem em pesadelo ia estragar seu começo de noite indo falar com o sujeito. Aquele ali tinha o poder de lhe irritar com a mínima coisa que dizia e Grissom não estava nenhum pouco a fim de ser irritado.

— Ecklie sabe onde me encontrar se quiser falar comigo. Vou pra minha sala e se ele perguntar se cheguei diga que sim e onde estou, Judy.

— Mas ele disse...

Tarde demais para a pobre Judy tentar argumentar com Grissom, pois o supervisor já havia lhe dado as costas e seguia corredor adiante e o mais estranho: assoviando, algo inédito de ser visto pela recepcionista.

— Parece que as férias fizeram bem a ele.

No caminho para sua sala Grissom recebeu alguns acenos de boas vindas de alguns técnicos com quem foi topando. Retribui a cada um da mesma forma e com um discreto sorriso.

Quando já alcançava a maçaneta da porta de sua sala, Hodges 'brotou' na sua frente todo alegrinho lhe saudando pelo retorno.

— Grissom! Que bom que está de volta. - pegando o supervisor totalmente desprevenido, Hodges o abraçou como se fizessem anos que não o via. - Deixa eu te dizer que esse laboratório não foi o mesmo sem você.

A cara que o supervisor fez diante daquelas palavras foi impagável. Era uma mistura nada combinatória de surpresa com estranheza.

— Obrigado... Eu acho.

Tudo o que ele não precisava era de 'seu fã n°1' lhe crivando de bajulações e puxando seu saco logo na sua chegada.

— Como foram as férias?

— Ótimas.

— Catherine está possessa com você por ter ficado incomunicável nessas férias.

Grissom tinha feito questão de nem usar seu número principal, apenas usou o número pelo qual vinha conversando com Sara.

— Depois me resolvo com ela.

— Onde passou as férias?

Grissom franziu a testa diante da nada discreta pergunta. Desde quando ele tinha que dar satisfações a Hodges?

— Vou ficar te devendo essa resposta. Agora se me der licença, preciso entrar em minha sala.

Sem dar brechas para o outro sujeito fazer novos questionamentos ou argumentar algo, o supervisor afastou com educação Hodges de sua frente, abriu a porta e entrou em sua sala. Suspirou aliviado por ter se livrado de seu como Catherine bem gostava de chamar Hodges. Porem o alívio deu logo lugar ao desgosto, quando o supervisor se virou e encontrou sua mesa abarrotada de duas caixas, pilhas de papeis e correspondências.

— Ah, não! - o homem deixou escapar um gemido baixo ao ver tudo aquilo.

Se não bastasse aquela bagunça toda, ainda tinha o pequeno montante que ele havia trago de casa.

"Céus! Vou levar dois turnos ou três para 'matar' toda essa papelada!", pensou o homem.

Sem um pingo de vontade, ou chame de coragem mesmo para enfrentar a desordem em sua mesa, o supervisor se aproximou dela e largou sobre a mesa os envelopes que trouxe de casa.

Uma checada em seu relógio de pulso e Grissom descobriu que ainda tinha uma hora antes de seu pessoal chegar. Sendo assim resolveu aproveitar aquele pouco tempo para iniciar sua saga de ver um a um aqueles papeis.

— Mãos à obra então.

Ele foi se acomodar em sua cadeira e 'pescou' seu óculos de dentro do bolso do casaco que usava. Estava abrindo o primeiro envelope após pôr os óculos, quando escutou uma batida na porta e antes que desse autorização para a pessoa entrar, esta já fazia isso. Era Ecklie!

— Gil por que não foi a direto à minha sala como disse no recado dado a Judy? - o sujeito cobrou não muito contente e se abstendo da boa educação.

— Porque como pode ver tenho mais o que fazer. - ele mostrou sua mesa bagunçada.

— Mas o assunto que tenho a tratar com você é importante e urgente.

O supervisor respirou fundo e se reclinou melhor em sua cadeira. Pelo visto não ia ter escapatória, teria que ouvir o outro homem.

— O que é de tão importante e urgente, Conrad. - indagou Grissom apontando a cadeira para que o outro sujeito se sentasse.

— É o seguinte...

***

— Ei, Grissom!

Meio no susto ele ergueu os olhos dos papeis que revisava pela décima vez e encontrou uma Catherine escorada ao batente a porta e rindo, provavelmente dele.

— Ei, Catherine! Entra! - gesticulou com a mão para ela.

— Nossa! O papel aí que está lendo deve ser muito interessante né? - ela comentou rindo após se acomodar na cadeira que outrora fora ocupada por Ecklie. - Bati e você não me respondeu. Aí, abri a porta e te chamei duas vezes e nada de novo. Só ouviu agora na terceira vez, porque berrei. - a mulher riu.

O supervisor esboçou um sorriso.

— De fato isso aqui é bem interessante. - ele comentou, balançando o papel. - Quer ver do quê se trata?

Deixaria sua amiga ser a primeira a saber da boa nova.

— Posso?

— Claro! - Grissom estendeu a amiga por cima da mesa os papeis deixados por Ecklie há minutos e aguardou a reação dela quando lesse.

Tal papel tratava-se de uma tentadora e quase irrecusável proposta para Grissom ser o novo Diretor do Laboratório. Ecklie havia aparecido com aquilo e a missão de convencer Grissom a aceitar o posto que até poucos dias atrás era ocupado por ele, Conrad. O sujeito explicou ao supervisor que como fora promovido recentemente a Xerife do condado, abriu-se a vaga de diretor. E o alto escalão queria Grissom para ocupar o tal posto porque segundo eles, o supervisor do noturno tinha um enorme prestígio no meio forense, além de ser indiscutivelmente um excelente profissional e ter um "tempo de casa" grande no laboratório.

— Deixa eu adivinhar... Você rejeitou a promoção?

Catherine tinha quase certeza que ele diria sim, já que há cinco anos seu amigo recebeu esta mesma oferta e na época rejeitou com a desculpa que aquilo não era cargo para ele. E, com isso a vaga caiu no colo de Ecklie que estava de olho cumprido nela desde que esta se abriu.

Só que para a surpresa de Catherine a resposta de seu amigo foi outra bem diferente.

— Não! Na verdade aceitei.

Grissom a princípio pensou mesmo em rejeitar a oferta, bem como fizera no passado. Mas, desta vez, resolveu ler a proposta que na outra época não fez questão alguma de ler. Conforme foi lendo-a e também ouvindo as considerações de Ecklie, o supervisor foi mudando de ideia e considerando encarar o cargo.

A promoção à Diretor não seria um bicho de sete cabeças para o supervisor, apenas exigiria dele mais e lhe traria muito trabalho burocrático, coisa que o homem detestava e isso era um fator que contava contra. Sem contar que com o novo posto não iria mais à campo!

Mas havia dois lados bons também!

Considerando a 'fama' e o enorme prestígio que Grissom têm a fora, sua promoção ao novo posto traria enormes benefícios ao laboratório. O supervisor poderia com muito mais facilidade conseguir e trazer até com certa rapidez recursos financeiros e tecnológicos que ajudariam nos processos de análise de evidências.

E sem contar, que segundo Ecklie, a subida de posto de Grissom abriria a vaga de supervisor do noturno a Catherine. Este argumento usado como última cartada do ex-diretor para 'ganhar' Grissom foi a gota que fez o supervisor topar a promoção.

Não era de hoje que ele ouvia sua amiga e companheira de anos de trabalho dizer que queria virar supervisora. Ano passado ela até se candidatou a vaga do turno intermediário, mas o posto ficou com alguém de fora que foi indicação de Ecklie. Desta vez a vaga era dela!

— Você está falando sério ou de piada comigo? - Catherine não estava botando fé alguma na resposta dada por seu amigo.

— Estou falando sério. Muito sério, Cath!... Segundo Conrad, eu assumo o posto em dez dias, que é o tempo hábil para sair a homologação da promoção dele e da minha também.

— Uau! - a loira exclamou ainda pega de surpresa com a boa nova. - Então deixa eu te dar um abraço pela promoção, amigão.

Catherine se levantou e foi até seu amigo do outro lado da mesa. Já de pé como ela, Grissom recebeu as felicitações da amiga de anos.

— Obrigado. E parabéns para você também, Catherine. - ele a felicitou após desfazerem o abraço.

— Por que pra mim também? - sua testa franzida e o olhar confuso fizeram Grissom sorrir de leve.

— Você será a nova supervisora do noturno com a minha promoção.

— Jura? - seus olhos se arregalaram em choque. Por essa esperava menos ainda que a notícia anterior.

Grissom confirmou com um aceno de cabeça e rindo da expressão da amiga.

A reação dela foi abraçá-lo de novo, só que desta vez mais efusivamente que a anterior.

— Nossa, eu não tô acreditando nisso.

— Pois acredite.

— Você precisa tirar sempre suas férias daqui pra frente, porque foi só fazer isso para no seu retorno trazer boas novas também.

— Duvido muito que eu consiga tirar férias tão cedo com este novo cargo.

Eles riram.

— Vamos contar as boas novas aos meninos?

— E já pode? Não tem que esperar até sair a homologação?

— Conrad já não saiu espalhando para Deus e o mundo que é o novo Xerife do condado?

— Sim!

— Então pronto. Vamos! - Grissom fez sinal para sua amiga ir na frente.

Em meio ao curto trajeto da sala do supervisor até a sala onde os demais, certamente já estariam a espera dos dois, Catherine se lembrou de perguntar como foram as férias do amigo. Tinha sido este o motivo de sua ida a sala dele, mas com as notícias dadas por Grissom não sobrou espaço para indaga-lo como foram seus 45 dias de descanso.

— Foram excelentes! - ele resumiu antes de entrarem na sala e encontrar, Sofia a substituta de Sara folheando uma revista enquanto os demais Greg, Nick e Warrick que estavam de costas para a porta, com suas cadeiras bem próximas uns dos outros estavam falando uns por cima dos outros.

— Dá pra vocês falarem um por vez? Assim não entendo ninguém, caramba!

Grissom e Catherine reconheceram a voz feminina que ralhou em tom de brincadeira o trio de rapazes. Tratava-se de Sara.

— É isso aí, Sara briga mesmo com eles. - Catherine se pronunciou atraindo a atenção de Sofia e dos rapazes que viraram suas cadeiras giratórias ao som da voz da perita loira. - Vocês não perdem essa mania feia de ficar falando um por cima do outro, eu hein!... Oi, amiga! - a perita acenou após se aproximar do grupo de rapazes e pegar o celular da mão de Greg sem pedir licença fazendo-o exclamar um "Ei" que causou risada nos outros dois ao lado de Sanders e até mesmo em Sofia.

— Oi, Cath! Esses meninos são terríveis. Uns mal-educados!— Sara caiu na risada ao ouvir a chiadeira dos rapazes em protesto ao comentário dela dobre eles.

Parado poucos metros de distância de sua equipe, Grissom apenas observava a interação toda deles e escutava deliciado a voz de Sara, a qual não ouvia desde a ligação que lhe fizera há dias, sem sequer perceber que era muito bem observado por Sofia Curtis.

— Nem me fale, Sara. Mas olha só quem está de volta ao batente, amiga!

Quando Grissom viu Catherine já vinha se aproximando dele com a tela do celular virada para ele, lhe possibilitando ver a imagem perfeita de Sara pelo moderno aparelho recém comprado por Greg.

— Oi, Grissom! - ela acenou meio sem jeito para ele com a outra mão que não segurava o celular.

— Oi, Sara!

Ela tinha os cabelos presos e ele se lembrou de seis anos atrás quando a viu pela primeira vez. Na época ela também estava com as madeixas castanhas presas em um rabo-de-cavalo e se encontrava tão linda quanto agora. Fez seu coração bater tão acelerado quanto fazia bater agora.

A amava tanto e foi tolo por não lhe dizer isso e rejeita-la ao longo desses anos que trabalhavam juntos. Mas estava correndo atrás do prejuízo, tentando se redimir, ainda que ela sequer saiba ou desconfie de sua ação.

— Como vai você? - ele sabia a resposta, pois haviam se falado mais cedo, ou melhor, ela e Arthur haviam se falado.

— Eu vou bem e me recuperando para voltar a ativa.

E quando você voltar... - Catherine tirou o celular do foco de Grissom e o trouxe para o dela. - Minha amiga vai encontrar mudanças por aqui, não é Gil? - a loira cutucou o supervisor.

— Do que a Catherine está falando, Grissom? - Nick se manifestou.

— Que mudanças são essas, chefe? Conta aí. - Greg pediu.

— Também fiquei curiosa pra saber. - Sara disse do outro lado da tela do celular.

Grissom resolveu contar logo a novidade aproveitando a 'presença' de Sara ali com eles.

— Recebi a proposta de assumir o cargo de Diretor do laboratório, vaga esta que se abriu devido a promoção de Conrad a Xerife e... aceitei. - a cara que Grissom viu em seus subordinados incluindo Sara, já que Catherine fez questão de virar o celular para que sua amiga visse o supervisor fazer o pronunciamento dele, quase fez Grissom rir. Contudo, ele não riu apenas prosseguiu com sua fala. - Em dez dias, eu assumo meu novo posto e vocês passaram a se reportar a Catherine, a nova supervisora do turno da noite.

Foi uma chuva de felicitações dos demais aos dois novos promovidos. E a melhor de toda para certo supervisor foi a de sua amada subordinada. Ele só gostaria que ela estivesse ali para lhe cumprimentar com um abraço como fizeram cada um dos meninos e da novata Sofia a quem só pode cumprimentar e falar direito na hora de receber sua felicitação.

Depois de toda a comemoração e felicitações, Sara se despediu dos amigos porque eles precisavam trabalhar.

— Tchau, Sara!

— Tchau, gente. Bom trabalho.

Assim que a morena desligou, Catherine entregou o celular de volta ao dono e Grissom se pronunciu.

— Bem... Temos casos a resolver, ou melhor, vocês porque eu pretendo enfrentar aquela papelada em minha mesa.

— Boa sorte, amigo.

— Obrigado, Cath. Vamos a divisão dos casos, crianças?

***

Após encerrar a ligação com os amigos do trabalho, Sara sorriu mal acreditando ainda que realmente Grissom tinha aceitado ser o novo diretor. Ele sempre demonstrou aversão a função administrava, mas pelo visto mudou de ideia. Talvez seja efeito das férias!

A mulher entrou no aplicativo de mensagens para contar a seu amigo as boas novas lhe repassadas pelo supervisor, mas aí lembrou que Arthur estava no trabalho e desistiu.

— Amanhã conto a ele.

Ela largou o celular na mesinha de cabeceira e ligou a TV bem no momento em que começava uma série de drama que começou a acompanhar recentemente.

Enquanto assistia a abertura da série, a morena não tirava da cabeça a expressão de Grissom ao lhe ver. Era impressão sua ou ele parecia contente em vê-la?

Vai ver que era só impressão sua mesma ou, talvez, fosse só seu coração masoquista que resolveu lhe trair como sempre quando se tratava de Grissom, fazendo-a ver demais ou então imaginar algo que não era.

Mas ele parecia tão bem... Bronzeado e mais bonito que antes de partir em férias.

— Vamos parar com isso e se concentrar na série, Sara. - ela disse a si mesma balançando a cabeça para espantar tais pensamentos sobre seu chefe e focando a atenção bem no capítulo da série que já se iniciava.

Assistiu toda a série e mais um filme de suspense que passou logo depois. Logo em seguida foi dormir porque o sono começou a bater.

***

Papeis e papeis, ele já não aguentava mais olhar para eles. Resolveu dar uma pausa e ver como andavam os casos de seus subordinados.

Mal saiu de sua sala e se distanciou dela uns cinco passos para começar a receber felicitações sobre sua promoção conforme ia caminhando pelos corredores. A notícia tinha se espalhado pelo laboratório tão veloz quanto fogo pelo feno.

— Soube que teremos um novo manda-chuva no pedaço. Parabéns! - saindo de sua 'sala' Hodges não perdeu a chance de fazer parte do grupo de pessoas a cumprimentar Grissom pela subida de posto. Só que desta vez não foi ousado de abraça-lo como fez quando o saudou por seu retorno das férias. Desta vez, o sujeito se limitou a apenas estender a mão ao supervisor.

— Obrigado, Hodges. - Grissom aceitou de bom grado o cumprimento. - Viu algum dos meus subordinados?

— Só sei do Nick. Ele saiu há pouco da minha salinha dizendo que ia encontrar o Brass. 

— Ok. Vou ver onde estão os outros para saber as quantas anda cada caso deles.

— Claro! E parabéns de novo.

Talvez não exista naquele laboratório todo alguém mais puxa-saco que aquele ali.

Dobrando o corredor e passando em frente a sala de áudio e vídeo, o supervisor avistou Sofia olhando vídeos de câmeras de seguranças e ao que parece falando sozinha ou seria consigo mesma? Ele não tinha ideia.

— Ei! - ela se virou assustada para ele que tratou de se desculpar por assusta-la. - Como anda o caso que passei a você e Greg? - Grissom se postou ao lado da perita loira.

Ela o atualizou quanto ao processo das poucas evidências que tinham e todo andamento do caso de estupro que estava trabalhando com Greg.

Depois de ouvi-la, Gil foi em busca de saber dos outros como eles estavam indo.

Encontrou Warrick e Catherine na sala de evidências parados diante de um painel de fotos da cena do crime: uma garagem toda revirada, ensanguentada e com dois corpos de homens, ex-amigos, mutilados. Um corpo estava decapitado e o outro sem um dos braços.

— Me atualizem sobre o caso de vocês? - pediu após ter sua presença notada na porta da sala.

Warrick e Catherine se revezaram na tarefa. E a após a conclusão deles e do trio debater alguns pontos da investigação, Grissom retornou a sua sala e aos seus intermináveis papeis.

***

O horário do fim do turno se daria em quinze minutos e Grissom resolveu encerrar por ali sua saga com aquelas papeladas todas. Ao menos conseguiu 'matar' uma quantidade boa daquela bagunça que havia se amontoado em sua mesa. Agora era ir para casa descansar e conversar com sua amada. Havia sentido falta de falar com ela durante esse tempo em que esteve trabalhando. Já ia lhe mandar um "bom dia", porque sabia que aquele horário da manhã - passava das sete - ela já estaria muito bem acordada. Porém antes mesmo que alcançasse o celular em seu bolso, escutou uma batida na porta de sua sala.

— Entre!

Catherine surgiu após abrir a porta.

— Trouxe os meus relatórios e dos demais.

— Mais papeis! - o homem entortou a boca em desagrado.

— Tem que se acostumar, amigão. Eles farão parte mais assídua e intensamente de suas futuras novas funções.

— Nem me fale! - ele retrucou, pegando da mão dela os relatórios e deixando sobre a mesa. - Turno encerrado. Avise aos demais.

— Aviso sim, mas antes é que... Tenho um convite a te fazer.

— Que convite?

— Os meninos deram a ideia de nós irmos todos a casa da Sara sem avisa-la, com o intuito de tomarmos café com ela em comemoração a nossa promoção. - Catherine apontou eles dois. - Até mesmo a novata vai. Vem com a gente?

Por muito pouco ele não se traiu e sorriu feliz com aquele convite, que lhe caiu como uma luva dos céus porque tudo o que o supervisor queria era ter a chance de ver pessoalmente sua amada. E o melhor nesse convite é que na presença dos outros, ele não correria o risco de se trair e, por ventura, cometer alguma gafe que lhe denunciasse a Sara.

— Sim!

— Sim? - a loira ficou pasma com a pronta aceitação do amigo. Já estava com uma réplica na ponta da língua para dizer a ele, já que jurava que Grissom daria uma desculpa para não aceitar o convite. Mas diante da resposta positiva dele não seria preciso.

— Sim, Catherine. Vamos? - ele indagou já de pé apanhando o casaco pendurado no encosto de sua cadeira e jogando-o sobre o ombro direito após tirar o celular do bolso da peça para guarda-lo no bolso da calça, em seguida apanhou suas chaves da mesa.

— Vamos! - ela seguiu em seu encalço feliz da vida.

***

Sara esperava o café ficar pronta na cafeteira, quando escutou a campainha soar lá na sala. Estranhou porque o porteiro não interfonou para avisar de alguém subindo até o apartamento dela. Vai ver fosse um dos meninos ou Catherine que o porteiro já conhecia devido a vinda do pessoal em visitação a morena. E como ela requisitou de volta sua chave extra com Greg, porque já podia muito bem atender a porta, então seus amigos tinham que tocar a campainha e não mais, irem entrando no apartamento como faziam quando estava com o pé imobilizado.

— Já vai! - gritou Sara desligando a cafeteira para depois ir em passos cautelosos, como bem seu médico a instruiu a fazer agora que não mais usava bota, ela se dirigiu para atender quem quer que tocava a campainha.

Ao abrir a porta ela se deparou com a grata surpresa de ver ali diante de si seus amigos, uma loira que não sabia quem era e seu chefe. O grupo segurava algumas sacolas de papel com a logo de uma conhecida doceria localizada quatro quadras do laboratório.

— Viemos todos tomar café com você, Sarinha, para comemorarmos a promoção do chefinho e da Catherine. - com um sorriso grande Greg tomou a iniciativa de contar a intenção por trás da comitiva ali presente.


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Notas finais do capítulo

E por aqui ficamos. Ate logo!



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