Com amor, Rosie escrita por brooke


Capítulo 3
III


Notas iniciais do capítulo

oioi estrelinhas, tudo bom com vocês?

ainda não sei ao certo quantos capítulos CAR vão ter, porque eu estou absolutamente cheia de ideias e amores por essa estória, sério!

agradeço aqui aos que acompanharam, favoritaram e as lindas e maravilhosas da Lê Malfoy, a Bruh, Alice, Carol Sá Leitão, a JuliaMiguel e a Victória Rusher que deixaram comentários super fofos, obrigada, obrigada ♡

agora, sobre o cap, vamos a alguns pontos que eu deveria ter mencionado no primeiro capítulo e acabei por deixar só nas entrelinhas (e outras nem nas entrelinhas eu deixei), sem explicar:

➳ Rose atualmente mora nos Estados Unidos
➳ Albus e Scorpius são jogadores de quadribol profissional (e famosos)

boa leitura, amores ♡



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— Espera, espera! — Dominique exclamou, observando a prima bagunçar todo quarto. — Scorpius Malfoy sabe das suas cartas?

— Eu não sei! — exclamou exasperada, revirando o baú de recordações. — Ontem quando ele veio trazer o chá que vovó mandou para mim, eu lia a carta que fiz a ele, mas tinha certeza que havia escondido!

— Onde você escondeu? — perguntou Lily, procurando embaixo da cama.

Dominique apenas observava tudo aflita pela prima, mas por conta da gravidez não poderia fazer muito esforço.

— Não consigo me lembrar! — suspirou alto, se jogando no chão. Merlin, aquilo não poderia estar acontecendo com ela.

— Já sei! — exclamou a meio-veela sorridente. — Somos bruxas, não é? Há sempre um feitiço para essas situações! — vendo o rosto das primas iluminarem, ela alargou o sorriso. — Sério, Rose é a bruxa mais inteligente da nossa geração e mesmo assim não pensou na solução mais óbvia! O que seria de vocês sem eu, priminhas? — Lily revirou os olhos ao mesmo tempo que a ruiva mais velha buscava sua varinha dentro do malão.

Assim que encontrou, respirando fundo murmurou apreensiva:

Accio cartas!

Nada. Absolutamente nada aconteceu. E com aquilo Rose sentiu seu coração afundar dentro do peito e as pernas perderem a força, fazendo-a cair de joelhos no chão. Lily foi ao seu encontro, dando um abraço lateral reconfortante. Aquilo não poderia estar acontecendo, não, não, não!, repetia para si mesma.

— Não sabemos se elas foram entregues, calma! — Dominique mordeu o lábio inferior, como sempre fazia quando nervosa ou preocupada. Era uma mania Weasley.

— Se foram entregues eu estou perdida! O que vou dizer a Alice? Pior, o que direi a Albus? Ou até mesmo para aquele projeto de doninha albina? Merlin, eu vou matar Scorpius Malfoy! — despejou tudo sem respirar, fazendo as outras duas primas se entreolharem apreensivas, talvez em busca de uma solução.

— Vamos fazer o seguinte: — começou Lily, se levantando e tomando as rédeas da situação. — Eu e Dominique não sairemos do seu lado até dar o horário do seu encontro com o Malfoy, deste modo Albus não irá conseguir conversar com você. — ignorou quando Rose murmurou um “não iremos em um encontro”. — Dê um jeito de esclarecer e acertar as coisas com Scorpius, você sabe que não há ninguém mais diabólico que ele.

Rose apenas acenou positivamente com a cabeça sem querer ou ter o que falar.

Durante todo resto da manhã e o começo da tarde, as duas primas cumpriram à risca o combinado, não deixando Rose livre para ir nem ao menos no banheiro sozinha — obviamente as duas a esperavam do lado de fora — e toda família estranhava o comportamento repentinamente protetor das duas, exceto por Albus e Scorpius.

Quando o relógio bateu às três em ponto, Rose desceu as escadas, já agasalhada. Vestia um suéter vermelho, uma saia por cima da meia calça escura grossa e um coturno. Por cima, colocou um sobretudo também preto. Sentiu as bochechas corarem quando, enquanto descia, encontrou o olhar de Scorpius sobre si, um olhar indecifrável.

Ele também vestia um sobretudo e brincava com um par de luvas em suas mãos. Assim que os pés de Rose tocaram o chão da sala, ele se levantou, atraindo o olhar de todos.

— Vão sair? — perguntou Albus, em um tom de voz indecifrável.

— Eu e Rosie temos assuntos importantes a tratar. — sorriu galanteador na direção da ruiva, que sentiu o estômago revirar. Preferiu achar que era por raiva.

— Vamos logo. — Rose murmurou. — Eu não demoro. — olhou para os pais. Ronald, sentado em uma poltrona com sua mulher ao seu lado, sentada no braço da mesma, acenou com a cabeça, olhando sério para o Malfoy que sentiu-se repentinamente nervoso com tudo aquilo.

Se despedindo, os dois partiram para fora da casa. Tomaram distância suficiente e Rose só ouviu a voz rouca de Scorpius murmurar “Caldeirão Furado”, antes do rapaz agarrar sua mão sem cerimônias e os dois sumirem. Claro que não era necessário dizer o nome do lugar para aparatar, mas talvez o loiro tenha feito aquilo para deixá-la mais a vontade com a situação. Ou era tudo coisa da cabeça de Rose mesmo.

A desconfortável sensação do seu corpo pressionado em todas as direções e das barras de ferro no peito a atingiram em cheio. Não importava quanto passasse, nunca acostumaria com aquilo.

Comemorou internamente quando sentiu seus pés tocando o chão e abrindo os olhos devagar, deu de cara com o pub. Estava do mesmo jeito que se lembrava: as mesmas paredes de madeira velha, o mesmo letreiro escupido em outro pedaço de madeira... sorriu internamente ao lembrar sua primeira vez no lugar, nos seus quatro ou cinco anos, acompanhando Tia Ginny e os outros para comprar os materiais de Teddy.

Scorpius Malfoy a encarava com algo diferente nos olhos, diferente mas não estranho. Era como se Rose já tivesse visto aquele olhar, mas ele tentasse de todas as maneiras esconder. Era... complicado, como tudo que parecia envolver os dois. Afastando os pensamentos, só então percebeu que ainda estavam de mãos dadas, soltando-se imediatamente e caminhando já para dentro do pub.

— Onde está indo? — perguntou o rapaz, a observando agora com diversão.

— Para o Caldeirão Furado. — falou como se fosse óbvio. — Vamos acabar logo com isso!

— Vamos. — sorriu. — Mas por aqui. — disse, se virando e seguindo caminho contrário ao pub bruxo.

Sem entender nada, Rose apressou os passos para alcançá-lo.

— Por que não vamos ao Caldeirão Furado? — questionou, já ao lado do rapaz.

— Você é uma Weasley, filha de dois heróis de guerra, que voltou para casa após anos fora. — começou, parando e olhando para os lados antes de atravessar a rua. Rose apertou os passos mais uma vez. — Eu sou um Malfoy, além disso falar por si só, — a ruiva revirou os olhos. — me tornei famoso e reconhecido pelo que faço de melhor: jogar quadribol. Consegue imaginar as proporções disso?

— Em qual time você e Albus jogam? — perguntou, curiosa.

— Você realmente se desligou do mundo bruxo, não é? — não havia crítica ou qualquer coisa parecida na voz do Malfoy, foi mais uma constatação, que soou mais amarga do que gostaria. Dobrou uma esquina. — Puddlemere United.

— Uau... — murmurou admirada. — Eu cheguei a conclusão que se mantivesse algum tipo de contato, poderia largar tudo a qualquer momento e voltar embora, e não queria isso, queria viver minha própria vida e escrever meu próprio caminho. — contou, se dando conta que era a primeira vez que falava disso para alguém. — Então me desliguei de tudo.

— Precisava se desligar da sua família também?

— Não foi uma das decisões que eu mais me orgulho. — murmurou.

Scorpius não respondeu, seguindo em silêncio até uma cafeteria. A ruiva admirou o aconchegante local e sorriu internamente quando o vento quente tocou sua pele, assim que abriram a porta do estabelecimento.

O loiro depositou seu sobretudo em um mancebo, estendendo a mão em sua direção para que ela lhe desse o casaco. Meio a contra gosto, Rose fez o que ele pedia e seguiu para uma das mesas afastadas do café, sendo seguida pelo Malfoy.

Assim que se sentaram, com o loiro de frente para si, Rose correu os olhos pelo local, admirada ainda com a simplicidade e o aconchego que ele trazia. Segundos depois, uma mulher morena, aparentemente próxima aos seus trinta e cinco anos, e sorridente se aproximou dos dois, pelo avental a ruiva deduziu ser a garçonete.

— Boa tarde, Seline. — sorriu o rapaz, quando a mulher depositou o cardápio na mesa. Rose estranhou, mas preferiu não comentar nada.

— Boa tarde, Scorpius. — retribuiu o sorriso. — O mesmo de sempre?

— Sim! — virou-se para Rose. — O que vai querer, Weasley?

— Um café e um bolinho de mirtilo. — a mulher acenou, anotando o pedido e saindo em direção ao balcão. A ruiva a seguiu com o olhar.

— Ela é uma squib. — murmurou, vendo a curiosidade da Weasley. — Por isso nos conhecemos tão bem.

— Desde quando você faz amizades com squib's? — perguntou, arqueando a sobrancelha.

Nesse momento a mulher apareceu com uma bandeja, trazendo os pedidos. Depositou as xícaras, seguida pelo bolinho de Rose e a torta de chocolate de Scorpius. Sorrindo, acenou com a cabeça e saiu, recebendo um sorriso gentil dos dois.

Scorpius deu um gole em seu chá, voltando sua atenção para Rose.

— Achei que pediria chá. — comentou, vendo-a dar um gole em sua bebida quente.

— Só gosto do chá da minha avó. — deu de ombros. — Você não respondeu minha pergunta.

Ele respirou fundo, parecendo desconfortável e ponderante sobre o que iria falar.

— Minha magia demorou para se manifestar, — confessou. — dez anos, para ser exato. Até então, meu avô me tratava como um squib, então sei bem como pode ser doloroso estar nessa situação. Por sorte, eu tinha minha mãe e minha avó para me defender, e às vezes meu pai também. — riu levemente, seguido pela ruiva. — Mesmo assim, minha mãe pesquisou squib's em Londres e sempre vinha a esse lugar comigo, talvez para mostrar que a falta de magia não era tão ruim. — Rose analisava atenta cada palavra do rapaz, pensando o quanto mais ela não sabia sobre ele. — Seline não tem ninguém. — olhou para a mulher que mexia em algo no caixa. — Ela é uma Burke. — A Weasley não conseguiu conter a expressão de surpresa. — Quando sua família descobriu que ela era uma squib, a deserdou e deixou no meio da rua, sem nada. Ela lutou muito para construir isso aqui e estar onde está.

— Talvez tenha sido bom. — soltou Rose, também observando a mulher. Scorpius a encarou sem entender. — Digo, Burke não é uma das melhores famílias para conviver... e esse café é incontáveis vezes melhor que a Borgin e Burkes.

— É o que sempre digo a ela! — sorriu, dando mais um gole em sua bebida.

Scorpius encarava Rose, que sustentava o olhar. Havia algo de diferente no olhar da ruiva, admiração, talvez. Pigarreou, desviando os olhos para sua torta.

— Enfim, vamos falar sobre o que viemos fazer aqui. — a Weasley endireitou sua postura, afastando qualquer pensamento anterior, observando o rapaz. — Como sabe das minhas cartas?

— Eu a li. — ele murmurou. Os olhos azuis da Weasley arregalaram.

— Aquilo é antigo! Eu...

— Não se preocupe, Weasley. — deu uma garfada em sua torta. — Sei que é antigo, mas por que decidiu enviar agora?

— Como é? — piscou sem entender. — Você mexeu nas minhas coisas e pegou! — acusou.

— Não, Weasley, eu acordei e havia uma carta destinada a mim embaixo do meu travesseiro. — sentiu suas mãos suarem e o coração acelerar. Se Scorpius tinha recebido a sua, então Albus também. — Mas não é por isso que te chamei aqui para conversar. Não tenho interesse em mexer no que ficou no passado. — por alguma razão, aquelas palavras soaram como facas em Rose.

— Por que estamos aqui então?

— Você... escreveu para ele também, não é? — perguntou, cuidadoso. Rose desviou o olhar para seu bolinho, mas concordou com a cabeça. Scorpius ficou alguns segundos quieto, e a Weasley pôde jurar ver um desconforto no rapaz. — Tenho uma proposta para você.

— Que proposta? — arqueou a sobrancelha, curiosa.

— Eu finjo ser seu namorado, para despistar qualquer sentimento que você ainda tenha por ele. Se quiser disfarçar, claro.

Mais uma vez, Rose gargalhou. Desde quando Malfoy havia ficado tão engraçado? Então olhou nos olhos do rapaz e percebeu que ele falava sério. Scorpius Malfoy estava mesmo propondo um acordo de falso namorado.

— Por que acha que isso daria certo? — questionou.

— Porque consigo ser bem mais discreto do que Lily e Dominique andando ao seu lado como dois cães de guarda. — arqueou a sobrancelha, desafiador.

Rose ficou quieta, avaliando a proposta e os riscos. Havia assistido filmes demais para saber que aquilo nunca dava certo, mas, no momento, o loiro parecia sua única saída. Preferia mil vezes lidar com um romance falso do que com seus sentimentos confusos por Albus, que namorava e, embora as duas não tivessem mais a mesma relação de antes, Alice era uma amiga para a Weasley e não a culpava pelo seu relacionamento com o Potter porque, Merlin, quem não se apaixonaria por ele? E Rose nunca disse, nem mesmo para as primas na época, o que sentia.

— Se por alguma razão eu aceitar isso, qual será nossa história? — perguntou, afastando a voz da sua consciência que a dizia para sair fora daquilo.

— Você gostava de mim em Hogwarts, eu gostava de você. — Rose estranhou a naturalidade com que aquelas palavras saíram, quase como... verdadeiras. — Anos depois, nos reencontramos nos Estados Unidos e resolvemos dar uma chance ao amor. — sorriu, dando um gole no seu chá.

— Não acha que eles iriam perceber logo de cara? — questionou. — Digo, você mora na Inglaterra!

— Tenho visitado bastante a América ultimamente. — deu de ombros. — Está tudo destinado para dar certo.

— Por que tem ido lá?

— Assuntos pendentes. — deu de ombros mais uma vez.

— Certo, se vamos fazer isso temos que colocar algumas regras. — murmurou séria, vendo o rapaz revirar os olhos. — Não será duradouro, ou seja, não durará até o próximo natal. Assim que vermos que Albus está convencido, terminamos tudo. E, principalmente, nada de beijos.

— Francamente, Weasley, acha que somos dois adolescentes fingindo um romance? — revirou os olhos de novo. — Então você espera vir para o próximo natal?

— Foco, Malfoy! — exclamou brava, arrancando um sorriso do loiro. — Tudo bem, você pode me beijar, mas se der para evitar, evite!

— Certo. — murmurou, não parecendo convincente. — Você me acompanhará para um jantar com meu pai, irá em uma viagem comigo e em um jogo.

— Viagem para onde? — questionou. — E achei que a temporada de quadribol estivesse em pausa.

— Dou mais detalhes para frente. — sorriu. — Temos um acordo então, Weasley? — estendeu a mão, alargando o sorriso ao vê-la apertando.

— O que você ganha com tudo isso, Malfoy? — perguntou alguns minutos depois, observando calmamente o rapaz comer sua torta e tomar sua bebida.
Ele não respondeu, apenas deu de ombros.

— Coma logo, já deve ter esfriado. — ele murmurou, apontando para o bolinho e a bebida da ruiva. — A próxima vez é por sua conta. — sorriu.

Rose não respondeu, dando uma mordida no seu bolinho — o melhor que ela já havia provado — e encarou o rapaz.

Scorpius Malfoy era uma caixa de surpresas.


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Notas finais do capítulo

squib - nas traduções para português dos livros, squib foi traduzido como “aborto” — que para aqueles que não sabem, são filhos de pais bruxos que nascem sem magia.

Scorpius Malfoy estaria mesmo sendo solícito ou há uma boa razão por trás? por que ele visita tanto a América ultimamente? e para onde será que ele e Rose viajarão?

vocês tem teroias? deixem tudo nos comentários, eu vou amar ler tudinho! ♡

até breve ♡



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