Vidas Secretas escrita por Srta Poirot


Capítulo 1
A Primeira Festa (Like a Virgin)


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos leitores!

Prontos para uma nova aventura? Eu estou super ansiosa para saber o que vocês vão achar da nova fic. Siiim, Tony adolescente e baby Peter estão na área! Bom, pelo menos só Tony que aparece no começo.
Enfim, eu achei interessante colocar um trecho de música em cada capítulo. Trechos que fazem sentido com os capítulos, é só observarem! ;-) Sem mais delongas, aproveite o capítulo e ouçam a música!

Dica de música: Madonna - Like a Virgin (1984)



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I made it through the wilderness

Somehow I made it through

Didn't know how lost I was

Until I found you.

I was beat, incomplete

I'd been had, I was sad and blue

But you made me feel

Yeah, you made me feel

Shiny and new.

.

.

.

Cambridge, 20 de dezembro de 1984…

Estar no último ano do ensino médio não era exatamente divertido quando se tinha catorze anos de idade e Tony não era convidado a muitas festas. Todos eram mais velhos que ele, então, ou tiravam sarro dele por pura inveja, ou tinham medo dele.

Tony sempre imaginou que no MIT seria diferente. Afinal, todo mundo lá queria ter seu nome conhecido e o nome Stark já era respeitado o suficiente. Festas da faculdade eram novidades para ele, mas já que ele se formou mais cedo do ensino médio e começou logo no MIT nos meses seguintes, então fazia sentido se familiarizar com a nova vida. Uma vida que ele esperou que fosse oferecer mais liberdade do que a vida com sua mãe e seu pai na mansão em Malibu.

Era uma boa escapada. Malibu ficava na Califórnia, enquanto que o Instituto de Tecnologia de Massachusetts ficava no outro lado do país. Bem, não era culpa de sua mãe, porque nunca era. Tony nunca poderia culpar sua mãe pela turbulência em sua vida, mas ela poderia ter interferido mais, poderia ter tirado um pouco do autoritarismo de Howard.

Howard Stark era uma pessoa fria e calculista que sempre tornava o ambiente mais tenso e desconfortável. Na mesa de jantar, Howard sempre elaborava um questionário de física nuclear ou de assuntos das Indústrias Stark quando Tony era mais jovem. Isso sempre irritava Maria Stark.

“Ele só tem onze anos, Howard!”

“Ele precisa saber dessas coisas ainda cedo, porque quanto mais cedo ele souber, mais fácil será para ele no futuro.”

Futuro. Ele só falava de futuro. O futuro de Tony já estava premeditado por Howard Stark. Começar o MIT com 14 anos, se formar aos 18 e assumir as Indústrias Stark aos 20. Tudo premeditado.

Enquanto que seus colegas de escola estavam aproveitando os finais de semana em festas, Tony ficava em seu quarto estudando na maioria das noites. Mas esta noite era diferente. Ele estava indo a uma festa da faculdade pela primeira vez.

O primeiro semestre já havia acabado e Tony decidiu ir à última festa do ano no MIT antes, claro, de retornar à mansão de seus pais. Ele tentou não ficar nervoso apesar de seu amigo e colega de quarto Rhodes insistir que tudo ficaria bem. Tony conheceu Rhodes no primeiro dia de aula da faculdade e eles logo ficaram amigos. Pela primeira vez, Tony não se sentiu intimidado por alguém mais velho, o que tornou tudo mais fácil. Rhodes tinha dezoito anos e mais amigos que Tony, mas os dois se tornaram inseparáveis, como se se conhecessem desde que nasceram.

Eles entraram juntos na enorme casa que pertencia a alguém que eles não conheciam. Mas isso não importava, eles foram convidados e, aparentemente, festas de faculdade são diferentes de festas do ensino médio.

Várias pessoas estavam dançando em todo lugar ao som de uma música alta e um cheiro forte de cigarro e maconha foi sentido por Tony assim que entrou. Por causa da criação que ele teve, Tony imaginou que estudantes de faculdade viviam com a cara nos livros. Mas esses estudantes não eram assim. Eles eram apenas jovens adultos e Tony estava ansioso para ter a idade deles, para ter a liberdade deles.

Rhodes sorria de orelha a orelha. “O que você acha disso?” Ele perguntou ao Tony aumentando o tom de sua voz por causa da música alta.

“Só o que eu imaginava. Pessoas se esfregando enquanto dançam.”

Rhodes riu ao mesmo tempo em que rolava os olhos para Tony. Ele guiou o amigo até a cozinha e preparou dois copos de ponche para eles.

Tony hesitou em pegar seu copo. “Eu não deveria. Você sabe, sou menor de idade.”

“É só você tomar cuidado e não exagerar. É a última festa do ano e você veio para aproveitar, não foi?”

Tony pegou o copo oferecido por seu amigo. “Você tem razão. Amanhã recomeça o inferno que é minha vida.” Tony tomou um gole do ponche alcoólico.

Rhodes tomou um gole de seu próprio copo. “Um dia vou te visitar. Você disse que mora em uma mansão, não é?”

“Você é bem-vindo, Rhodey, mas me avisa antes, sim?”

“Por quê? Para esconder a namorada antes que eu a veja?” Rhodes brincou.

“Não é isso. É que eu quero te preparar psicologicamente para conhecer Howard.”

“Howard Stark, o fundador das Indústrias Stark! Ainda não acredito que você é filho dele!”

Tony suspirou. Para ele, ser filho de Howard Stark não era motivo de comemoração nem de orgulho, mas Rhodes não tinha noção disso. “Vai ser bom ter sua companhia por lá.”

Os dois amigos conversaram por mais um tempo quando colegas de Rhodes vieram dando tapinhas no ombro dele e cumprimentando-o. Rhodey apresentou Tony a eles, mas esses colegas não eram diferentes de outros estudantes que só queriam perguntar ao Tony sobre Howard. Claro que Tony estava de olhos abertos aos interesseiros que queriam uma vaga de destaque nas Indústrias Stark. Tony estava acostumado a pessoas fingindo amizade para subir na vida.

Tony não estava a fim de falar sobre Howard, pois ele queria era se divertir. Por isso, ele arranjou uma desculpa para se afastar dos colegas e vagar por aí. Tony ainda não sabia o que fazer em uma festa, sua falta de experiência pesava em um momento desses. Ah, se ele fosse mais velho! Daqui a poucos meses ele fará quinze anos e parece ser uma idade totalmente diferente de catorze.

O adolescente foi sozinho até o primeiro andar da casa. Tinha pessoas se beijando nas escadas, no corredor... em todo lugar. Ele segurou firme a vontade de rir do quão bêbadas elas estavam. Não era certo rir de outras pessoas bêbadas, pois seu pai já teve problemas com a bebida antes. O próprio Tony já ficou bêbado uma vez e não foi nada fácil se explicar para seu pai.

Tony procurou por algum lugar mais reservado, mas pareceu ser uma tarefa impossível. Pelo menos, o andar de cima estava menos lotado. Finalmente ele achou um cantinho em que pudesse sentar, mesmo que fosse no chão. Ele deslizou as costas contra a parede do corredor e sentou com os joelhos pra cima. Tony bebeu o restante do ponche que sobrou em seu copo e apoiou seus braços nos joelhos. Ele se perguntou quanto tempo já se passou e o que deveria fazer enquanto encarava o chão.

“Está entediado?”

Uma voz feminina chamou a atenção de Tony. Ele tirou sua atenção do chão e encarou a figura feminina em pé ao seu lado. “Hã... Mais ou menos, quer dizer... não conheço muita gente.”

“Eu também não, mas vou ter que me acostumar. Afinal, eu aluguei um dos quartos daqui.”

A garota se sentou ao lado do Tony sem se importa de estar no chão. Tony quase riu alto quando ouviu barulhos obscenos vindos de um dos quartos próximos. A garota pareceu ter a mesma reação.

“Oh, eu acho que é a minha colega de quarto aproveitando o tempo com seu namorado da semana.”

“Namorado da semana?” Tony perguntou curioso.

“Sim, mas eu não julgo.”

“Também não julgo. Não é do meu interesse saber o que essas pessoas fazem em seu tempo livre. Parece que estão tendo mais diversão do que eu.”

“Não está acostumado a festas, eu presumo.”

“Não. Eu estou mais acostumado a conversar com homens mais velhos e de paletó. Eles vivem com a cara em papeladas e jogando golfe. Eu só queria ser mais social, mas é difícil.”

Tony não sabia por que se sentiu mais à vontade conversando com ela. Ela parecia ser confiável e Tony gostou disso.

A garota acenou com a cabeça. “Você tem ainda alguns anos para resolver isso e acredito que vá conseguir.”

Tony sorriu com a confiança dela, era o que ele precisava naquele momento. O problema dele era a pressa em crescer e conseguir independência logo. Sair debaixo das asas de Howard...

“Eu sou Mary. Qual seu nome?” Ela disse oferecendo uma mão.

“Tony.” Ele respondeu pegando a mão dela e balançando.

“Bem, Tony, que tal eu te mostrar minha coleção de discos? Quer ver?”

Tony acenou e a acompanhou até seu quarto.

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Tony despertou quando sentiu alguém chacoalhar seus ombros. Ele piscou várias vezes até conseguir focar o rosto de Rhodes.

“Cara, vista suas roupas.”

“O quê...” Tony olhou ao redor. O quarto estava bastante escuro e um despertador na mesinha ao seu lado mostrava que eram 2 horas da madrugada. Tony olhou para seu outro lado e reconheceu Mary dormindo pacificamente. “Mas que merda...”

“Seu idiota.” Rhodey disse cochichando. “Você dormiu com uma garota? Você só tem 14 anos! É contra a lei.”

“Só se alguém ficar sabendo.” Tony se levantou da forma mais silenciosa que pôde sem acordar Mary.

Nem Tony estava acreditando no que aconteceu. Ele e Mary estavam apenas vendo uma coleção de discos, ouvindo algumas músicas... Mas foi quando Mary lançou sorrisos lindos combinando com os seus próprios, que ele perdeu a linha. Ele esqueceu tudo: faculdade, Howard, Indústrias Stark. Ele focou só em Mary e naquele momento feliz; só eles dois. Pela primeira vez, ele dormiu com uma garota. Ele descobriu que ela era da Califórnia também, mas que não iria para casa neste Natal porque as passagens de avião eram muito caras.

Tony rapidamente vestiu suas roupas e lançou um último olhar em Mary. Sua beleza e gentileza ficarão para sempre na mente de Tony. Ele desejou se encontrar com ela de novo. Bom, pelo menos ele sabia onde ela estava morando.

Tony agradeceu aos céus pela companheira de quarto de Mary não ter aparecido no quarto antes de Rhodey. Ele não queria outra testemunha do que aconteceu. Rhodes era seu amigo e seria discreto, nisso Tony tinha certeza.

Rhodes entrou em seu carro alugado para dirigir de volta ao campus com Tony no banco do passageiro. Rhodes alugou um Fiat 147 para facilitar em seu deslocamento e passeios. Não era um Monza ou um Rolls Royce, mas era bem útil.

“Espero que não esteja bêbado, já que vai me dar carona até o campus.” Disse Tony colocando o cinto de segurança.

Rhodes suspirou e deu a partida no carro. “Não estou bêbado. E você? Só bastou beber um pouquinho para agir feito um irresponsável e dormir com alguém?”

“Você disse para aproveitar a festa, não foi? O que fiz, foi algo ruim?”

“É ruim quando se tem 14 anos.”

Tony se encolheu mais em seu banco enquanto Rhodey dirigia. “Ela foi legal.”

“Eu não te trouxe para a festa para você criar problemas para alguém.”

“Você está parecendo o Howard agora.” Tony suspirou profundamente. “Além do mais, foi com o meu consentimento.”

“Você é menor de idade, não importa se é do seu consentimento.”

Tony estremeceu. Ele não queria deixar ninguém com problemas, especialmente Mary, mas em nenhum momento ele contou a ela que tinha só 14 anos.

“Olha”, Rhodes continuou a falar, “é só tomar cuidado daqui pra frente. Todo mundo pensa que você é mais velho porque está na faculdade. Mas não tenha pressa de envelhecer, pois, quando menos esperar, já terá 18 anos.”

Tony acenou sem saber o que dizer. Rhodes estava certo. Ele poderia ter aproveitado a festa sem ultrapassar os limites. O que Howard pensaria disso?

“Aposto que essa foi a coisa mais maluca que você já fez.” Rhodes disse dando uma risadinha para descontrair. “Sabe qual foi a coisa mais maluca que eu fiz? Uma vez eu ajudei meu tio a vender identidades falsas. A polícia estava de olho nele, então eu fui o intermediador. Entreguei documentos falsos e recebi o dinheiro. A polícia nunca desconfiou e eu nunca contei pra minha mãe.”

Tony arregalou os olhos com a revelação de seu amigo. “Não brinca! E o que aconteceu depois?”

“Meu tio acabou sendo preso e minha mãe nunca mais me deixou visitá-lo. Ele foi solto depois por falta de provas e se mudou para Las Vegas, mas eu ainda tenho o contato dele.”

“Nunca suspeitei que você fosse um criminoso.” Tony disse.

“E não sou. Meu tio que é.”

Os dois riram juntos, tornando o clima mais leve. Eles chegaram ao campus e foram ao quarto deles. Tony se apressou em fazer sua mala – ele não levou muitas coisas – apesar de ainda ser madrugada. Ele já estava acostumado em preparar e desfazer malas, pois todo final de semana ele voltava para casa. Ficava ainda mais fácil quando se tinha pais milionários com um jato particular que o levava e o buscava.

Tony não conseguiu mais dormir. O Sol apareceu e logo chegou a hora para embarcar no jato e voltar para casa. Ele quis se despedir de Rhodey, mesmo que vá revê-lo no semestre seguinte, em fevereiro.

“Boa sorte, amigo.” Rhodey disse abraçando Tony na entrada do quarto deles. “Tome cuidado em Malibu.”

“E você tome cuidado na Filadélfia.”

“Naah, Filadélfia é tranquila.” Rhodes deu uns tapinhas no ombro de Tony. “Até mais!”

Tony finalmente pegou sua mala e entrou em um táxi que o levou à pista de pouso onde um jato já aguardava por ele. Isso era muito intimidador, principalmente para outras pessoas. Ser escoltado de volta para casa em um jato particular... Se pelo menos fosse uma vez por mês, mas não... Todo final de semana ele teria que retornar e encarar Howard lhe questionando sobre seus estudos e rotinas.

Ele se acomodou em um dos bancos do jato e descansou sua cabeça no assento. Uma mecha de seu cabelo caiu na testa quando ele fechou os olhos. O mundo estava silencioso apesar do barulho do jato. Em poucas horas, veria Howard de novo.

Tony desejou que ele não fosse tão jovem.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Devo continuar? ;-)

Próximo capítulo: O Resultado da Festa.



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