A Filha de Mycroft Holmes escrita por Jace Jane


Capítulo 5
Capítulo 5 - Rato de rua


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, tive dificuldades na hora de escrever e acabou que só pude escrever esse pequeno capitulo, não queria deixa-los esperando ainda mais.



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Dois meses tinham se passado desde que descobri que Mycroft Holmes era o meu pai, nenhum de nós esta lidando bem com isso, ele, por exemplo, raramente esta em casa, não sei dizer se é um habito dele ou só uma forma de não olhar para a minha cara, já eu, fico aproveitando o cartão de crédito em minha posse comprando livros e roupas, se ele não vai me encarar ao menos vai olhar para a fatura do cartão. Precisei de dois meses para agir como uma riquinha mimada havida por atenção, patético.

Deixei o nome Richards para trás e adotei o Holmes descobri que minha mãe foi colocada sob custódia do MI6, as acusações são um mistério para mim, mas acredito que abandono de incapaz tenha sido uma delas. Chloe ficou muito feliz por mim, um grande peso parecia ter saído de seus ombros ao descobrir que a minha esperança em achar meu pai não foi em vão, no entanto ficou muito confusa por eu não estar pulando de alegria, infelizmente não tinha autorização para explicar o motivo, não quando o MI6 estava envolvido. O fato de o meu pai estar ligado diretamente ao governo britânico me fez interessar por tudo que tivesse ligação com espionagem e investigação policial, a maioria dos livros que ficavam amostra no meu quarto que tinha comprado de birra era sobre o assunto, mas nada podia se comparar aos conhecimentos e a lógica de Sherlock Holmes, meu tio era um gênio. Acabei me tornando uma leitora havida do blog do Dr. Watson.

Batidas ritmadas soaram vindo da porta do meu quarto, eu as reconheceria de qualquer lugar, Maharet Elleswood, a governanta. Revirei os olhos.

— O que foi Maharet? – A paisagem que eu observava através da janela era mais interessante que ela, aquela mulher conseguia ser tão entediante.

— Já esta pronta senhorita Holmes? – Ah sim, Mycroft me colocou em um internato.

— Avisa ao Mycroft que eu não vou para aquele internato de merda! Se ele acha que vai se livrar de mim esta muito enganado. – A irritação na minha voz era bem clara.

— Uma dama não deve falar com tanta deselegância. – Censurou a governante descontente. Queria mostrar o que era deselegante a ela, mas o culpado da história não era a sem graça da Maharet e sim seu patrão, o senhor Holmes.

— Serei mais elegante quando o senhor Holmes tiver a decência de conversar comigo como um homem de verdade! – Gritei para Maharet atrás da porta. A maçaneta girou, mas a porta estava trancada.

— O patrão Holmes é um homem muito ocupado. – Se ela visse minha cara de asco ficaria horrorizada por tamanho desrespeito.

— Eu sou a filha dele! – Como ele ousava me ignorar e me despachar para um internato? Se a conta do cartão de crédito não chamava sua atenção eu teria que ser criativa.

Um estalo, e a porta foi aberta.

— Você tem a copia da chave. – Era uma dedução obvia.

— O senhor Holmes sabe o que é bom para a senhorita. – Sua voz calma só me deixava ainda mais irritada.

Com a minha visão periférica olhei para estante, ela estava perto.

— Saia daqui em quanto me resta um pingo de paciência, minha raiva é com o seu patrão, não com você. – Mandei. Ela não se moveu.

— Não posso senhorita. – Minha mente esta nublada pela raiva, tudo o que eu mais queria era estragar aquele terno caro do Mycroft, mas ele não estava ali. Uma inquietação não me permitia ficar parada, antes que Maharet percebe-se minha mão fechou em um livro e o joguei em sua direção, ela abaixou antes que a acerta-se e saiu correndo assustada.

— Isso deve chamar a atenção dele.

***

O jantar seguiu silencioso, eu agi como se o incidente de hoje cedo nunca tivesse acontecido, o que obviamente o irritava, Mycroft Holmes não gostava de ser desafiado, principalmente por um pirralha como eu, mas esse era o preço que ele ia pagar por ser uma decepção.

Depois do jantar fomos para sala onde sentamos um de frente para o outro, nenhum de nós ousou quebrar o silencio, só nos encarávamos. Depois de dois minutos inteiros ele cansou de esperar a minha iniciativa.

— O que você fez hoje cedo foi completamente inaceitável! – Mais palavras de rejeição.

— Sabe o que é ainda mais inaceitável? – Lhe perguntei – Ter uma arma apontada para sua cabeça pelo seu próprio pai.

Ele respirou fundo.

— Eu não esqueci senhor Holmes. – Minha expressão cínica que Chloe tanto odiava estava estampada na minha cara. – Eu não serei chutada para um internato só para que não veja a minha cara.

— Você age como um rato de rua, aquele internato vai lhe dar a educação que precisa. – Pelo seu tom começava a se estressar.

— Porque você não é bom o suficiente para fazer esse trabalho? – Minha língua ferina não ficaria em silencio.

— Eu sou um homem muito ocupado para bancar o seu professor de etiqueta!

— Admita que não gosta de mim! Acha que eu não vejo o nojo em seus olhos? – Apoiei minhas mãos no braço da poltrona para me levantar em quanto gritava as verdades entaladas na minha garganta – Ratos de rua como eu sabem identificar quando são indesejados, mas eu nem preciso da minha experiência para isso; eu tenho seus olhos!

Pela primeira vez aquela noite ele não tinha uma resposta.

— Eu não sei como foi a minha concepção, mas eu não tenho culpa pelo que aconteceu.

Eu voltei para o meu quarto, estava tarde e aquela discussão toda me deixou exausta, mas ainda sim tive dificuldades em adormecer.


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