Alguns meses depois o dia da derradeira batalha de luz contra trevas havia chegado. Hogwarts agora era um campo de batalha. Harry Potter e Voldemort travavam sua última luta. O futuro do mundo bruxo dependeria daqueles dois.

Hermione lutava bravamente contra dois Comensais da Morte, tentava a todo custo, derrubá-los. E enquanto lutava, procurava por um garoto de cabelos extremamente loiros. Ela não sabia se Draco estava vivo ou morto, por vários meses não teve nenhuma notícia, nem de seus amigos mais próximos, como Neville ou Ginny.

Mas, pensou Hermione, agora não era o momento para perder a concentração, havia uma guerra acontecendo, uma guerra que ela precisava ajudar a vencer. Muitas vidas estavam em jogo, não poderia se dar ao luxo de ocupar sua mente com pensamentos sobre Draco Malfoy.

Os Comensais da Morte, aproveitando-se do curto momento de distração de Hermione, investiram fortemente contra ela. Eles eram fortes, estava difícil conseguir contra-atacar, estava conseguindo apenas defender-se. Em uma atitude um tanto desesperada, Hermione lançou um feitiço contra um dos Comensais, deixando sua guarda baixa, acertou seu alvo, viu o Comensal cair, mas tinha certeza de que o outro Comensal a atacaria, favorecendo-se daquele momento. Ela já estava preparada para ser acertada por um feitiço, quando, repentinamente, viu seu outro adversário cair a alguns passos de distância.

Olhou em volta, procurando quem o havia derrubado, havia sido um sonserino, ele aproximou-se, piscou para ela e disse:

— Cuidar de sua segurança durante essa batalha foi um pedido do Malfoy, — disse Zabini — vou ficar perto de você, assim conseguimos nos ajudar.

— O que houve com Malfoy?

— Não se preocupe, ele está bem, mas agora é um dos principais alvos do Lorde das Trevas, ele traiu os Comensais, o Lorde quer a cabeça dele, assim como quer a do Potter. Por isso ele não está aqui com você, pois se estivesse ao seu lado você seria um alvo mais visado ainda.

Hermione não perguntou mais nada, Draco havia traído as Trevas, isso era uma prova de que ele realmente havia mudado. Mas, ainda não poderia deixar sua mente divagar sobre ele. Precisava focar no presente, naquela batalha, precisavam vencer.

Zabini e Hermione uniram-se e conseguiram derrubar diversos seguidores das Trevas, depois de algum tempo a dupla finalmente avistou Draco. Ele havia acabado de estuporar um lobisomem que estava tentando atacar Ginny e seguia para derrubar mais seguidores das Trevas.

— Granger, ele mudou por você, — disse Zabini — abandonou tudo aquilo que ele conhecia e decidiu investir no desconhecido. Ele precisou engolir o imenso orgulho sonserino para ir até você, valorize isso, por que foi muito difícil — Zabini riu levemente.

Mas a conversa não pode seguir, pois parecia que os seguidores do Lorde das Trevas estavam se multiplicando. Não importava quantos eram derrubados, sempre surgiam mais. Tanto Hermione como Zabini já estavam exaustos, não sabiam mais quanto tempo aguentariam naquele ritmo de luta.

Hermione, por alguns momentos perdeu a esperança, realmente achou que não conseguiriam vencer aquela batalha. Mas um grito a tirou de seu estado pessimista.

Bellatrix havia gritado, um grito de dor, de horror. Os olhares se voltaram para aquela cena, Bellatrix estava ajoelhada ao lado do corpo de Voldemort. Harry Potter o havia destruído, finalmente.

Os seguidores das Trevas, assim que viram seu líder caído, começaram a abandonar o campo de batalha. Aqueles que lutavam ao lado de Harry, passaram a capturar os seguidores das Trevas que ainda estavam no campo de batalha, conseguiram prender inclusive Bellatrix Lestrange. Ela foi facilmente presa, devido ao estado de choque em que se encontrava, havia perdido sua razão de viver, não havia nada mais para ela naquele mundo.

Após parte do tumulto ter passado, Hermione passou a procurar seus amigos e também Draco, Zabini a acompanhava. A jovem olhava por todos os lados, mas não conseguia avistar ninguém a quem procurava. Depois de algum tempo percorrendo o campo de batalha, que um dia foi Hogwarts, ela encontrou Rony, que a abraçou forte. Ambos tinham lágrimas nos olhos, era quase impossível acreditar que aquilo tudo havia acabado. Rony apertou a mão de Zabini após Hermione explicar que ele a estava ajudando durante a batalha.

Os três seguiram atrás de Harry. Acharam o moreno ajudando alguns feridos, Hermione e Rony sabiam que Harry se culpava por tudo o que aconteceu, por isso tentava minimizar sua culpa ajudando aqueles que precisavam. Assim que se aproximaram de Harry, Hermione e Rony se uniram em um abraço carregado de alívio. Os três ainda estavam vivos, após tudo o que passaram e não foram poucas coisas. Harry também cumprimentou Zabini ao saber o que ele havia feito por Hermione.

— Harry, Rony, preciso da ajuda de vocês. Preciso achar o Malfoy, o mais rápido possível. — Disse Hermione.

— Porquê? — Perguntaram os dois em uma única voz.

— Depois eu explico, agora me ajudem! Vamos logo!

Hermione tomou a dianteira e passou a buscar Draco em meio aos destroços do que um dia havia sido um magnífico castelo. Os três rapazes ficaram para trás. Harry olhou para Zabini e perguntou:

— Sabe o que está acontecendo?

— Sei, — disse o rapaz — mas acho que não devo contar. Apenas ajudem a achar o Malfoy, quanto mais rápido o encontrarem, mais rápido vão descobrir o que está acontecendo.

Zabini, assim que terminou de falar, seguiu Hermione, os outros dois rapazes, sem muita escolha, fizeram o mesmo.

Encontraram Malfoy devido aos pedidos insistentes de Ginny, a menina ruiva pedia ajuda desesperadamente, mas ninguém parecia poder ajudá-la naquele momento, afinal, tudo à volta ainda estava caótico.

Draco Malfoy estava deitado no chão de pedra, Ginny estava sentada ao seu lado, pedindo por ajuda. Ao ver a cena, Hermione correu até a amiga, que chorava muito.

— O que aconteceu Ginny? — Perguntou Hermione.

— Ele me salvou, duas vezes, — disse a menina ruiva me meio a soluços e lágrimas. — A primeira vez ele derrubou um lobisomem que estava prestes a me atacar pelas costas, Malfoy acertou ele com um feitiço e o lobisomem caiu. Na segunda vez, um Comensal lançou contra mim um feitiço, eu já estava lutando com outro oponente, não conseguiria me defender, então, Malfoy que estava perto de mim, empurrou-me e recebeu o feitiço lançado. O feitiço deveria ter me acertado.

Harry foi até a ruiva, ajoelhou-se ao lado dela e abraçou-a.

Hermione ajoelhou-se ao lado de Draco, colocou a cabeça dele em seu colo delicadamente e segurou sua mão. Dos olhos dela corriam grossas lágrimas que caiam sobre o rosto do loiro.

— Droga, Malfoy! Você me fez um pedido e agora eu estou aqui com a resposta e você não pode me ouvir. Você não pode morrer antes de ouvir o que tenho para te dizer.

Hermione chorava, os amigos assistiam a cena sem entender que estava acontecendo, apenas sabiam que Malfoy havia salvado Ginny, decidiram não questionar nada naquele momento. O único que entendia a situação era Zabini, mas ele preferiu se manter em silêncio, Hermione era quem deveria contar aos amigos o que estava acontecendo.

Hermione parou de chorar repentinamente, olhou para o rosto de Draco com os olhos cheios de esperança. O loiro havia apertado levemente a mão da jovem, aquilo era um sinal de que ele ainda não havia desistido da vida e de Hermione.

— Ele está vivo! — Gritou a castanha. — Me ajudem a levá-lo até uma maca, me ajudem a encontrar um medibruxo para atendê-lo.

Rony e Zabini apressaram-se para pegar Draco e carregá-lo até o que havia sobrado do castelo de Hogwarts, Harry e as duas garotas os acompanharam. O que um dia foi o refeitório, agora era uma enfermaria improvisada. Os rapazes entraram com Draco nos braços, foram até a maca mais próxima e o deitaram sobre ela.

Um medibruxo aproximou-se, Harry, que ainda estava abraçado a Ginny, dirigiu a palavra a ele.

— Salve ele, por favor, pois ele salvou a mulher da minha vida. — Harry apertou mais Ginny em seu abraço.

Hermione, que também acompanhou os meninos, estava a ponto de desabar, quando Rony a abraçou. O ruivo alisou o cabelo dela tentando acalmá-la.

— Farei o meu melhor, — respondeu o medibruxo — só me deem um pouco de espaço.

Hermione acompanhava os gestos do medibruxo muito nervosa, queria saber logo se Malfoy ficaria bem. Mas, a pedido do medibruxo os cinco afastaram-se da maca onde Malfoy estava sendo atendido.

— Hermione, sei que não deve ser o melhor momento para isso. Mas pode nos contar o que está acontecendo, sua relação com Malfoy. — Pediu Harry.

— Claro, vocês tem todo o direito de saber, afinal são meus amigos.

Hermione contou tudo a eles, desde a declaração na Torre de Astronomia, as boas ações e relembrou a ajuda de Draco à Ginny. Contou sobre o que ele havia lhe pedido e ela estava pronta para respondê-lo. Seus amigos demoram um pouco a aceitar a situação e a compreender também.

— Queremos o melhor para você, — disse Rony — só estamos um pouco preocupados, não nos culpe. Mas se acha que o Malfoy merece essa chance de provar que mudou e que pode ser alguém melhor, eu te apoiarei em sua decisão.

— Eu também te apoiarei, — Ginny falou enquanto abraçava a amiga — se não der certo, estaremos aqui, te receberemos de braços abertos e sem julgamentos.

— Obrigada, Ginny e Rony. Suas palavras são muito importantes para mim. — agradeceu Hermione.

Agora a castanha se voltava para Harry, esperando suas palavras. O garoto de cabelos bagunçados passou as mãos sobre o rosto antes de dizer algo.

— Se você acha que é a decisão certa, eu também te apoiarei, mesmo ainda detestando o Malfoy ele salvou Ginny, merece uma chance.

Hermione foi até o amigo e o abraçou fortemente.

— Obrigada pelo apoio, Harry.

Zabini estava meio deslocado olhando aquela cena, nunca teve amigos tão próximos como esses quatro pareciam ser. Seria bom para Malfoy ter pessoas assim perto dele. Ainda mais agora, quando ele decidiu abandonar tudo aquilo que conhecia.