O Pedido de Malfoy escrita por Aline Black


Capítulo 1
O Pedido


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Essa fanfic foi escrita como parte de meu tcc.
Essa é minha primeira Dramione, espero que gostem.
Será divida em quatro capítulos.

Boa leitura e até breve!



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Eles conheceram-se em uma noite amena de setembro, era final do verão, fazia um temperatura agradável. Ambos com apenas onze anos, ele, imerso em seu egocentrismo, ela, uma jovem nascida trouxa. Ele sabia que não poderia se aproximar, ela era uma sangue-ruim, seu pai jamais aceitaria que se tornasse amigo dela, sua família tinha regras muito rígidas sobre amizades.

Durante a cerimônia do Chapéu Seletor ela foi selecionada para uma casa, ele para outra. Era um recado do destino avisando que não deveria se aproximar dela. Eram inimigos naturais. Ele tentava convencer-se, à medida que os anos passavam, que a detestava. Tentou inutilmente e quanto mais o tempo passava, mais a admirava. Ela era bonita, muito bonita, mas não era apenas isso, ela era inteligente e engraçada, brava também. Ele a achava muito linda quando estava zangada com seus amigos.

Ela carregava uma luz consigo, parecia conseguir alegrar os mais sombrios corações, era isso que ele pensava quando a via. Seu sorriso era tão brilhante, às vezes, ele se pegava pensando que queria que aquele belo sorriso fosse dirigido somente a si. Mas na atual situação em que ambos se encontravam, isso era impossível. Ele lutava de um lado e ela de outro.

Por inúmeras vezes, ele desejava que tudo fosse diferente, que mesmo contra vontade de seu pai, tivesse se aproximado dela, que, ao menos, tivesse se tornado seu amigo.

Quando fizeram dezessete anos, o mundo que conheciam estava em colapso e parte disso era culpa dele.  Uma guerra estava prestes a explodir e ninguém sabia por mais quanto tempo estaria vivo.

Em uma atitude desesperada decidiu falar com ela, falar o que sentia, já não fazia diferença se o odiasse. Não sabia por quanto tempo ainda sobreviveria, só sabia que precisava revelar tudo o que sentia. A única parte boa dentro de dele era o sentimento que carregava por ela.

Mandou uma coruja até o quarto dela, com um bilhete anônimo, pedindo que fosse sozinha até a Torre de Astronomia à meia-noite. Colocou no bilhete que era um assunto do interesse dela, também deixou claro que não deveria revelar a ninguém sobre o encontro, que se ela mencionasse a alguém ele iria saber e não apareceria.

Era realmente um bilhete bem suspeito, ele sabia disso, mas contava que o lado curioso dela fosse mais forte e ela comparecesse. Ele necessitava contar o que sentia, não poderia morrer carregando esse segredo consigo.

Ele havia chegado ao local marcado muito tempo antes, decidiu vir mais cedo para poder aproveitar o silêncio, algo muito raro na sala comunal da Sonserina, ou mesmo nos dormitórios.

Faltavam cinco minutos para a meia-noite quando ouviu alguns passos. Escondeu-se nas sombras, queria ter a certeza de que ela era quem se aproximava. Aguardou alguns segundos até poder vê-la por completo, usava roupas trouxas simples, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, ela estava muito bonita, banhada pela luz do luar apenas.

Ela aparentava estar insegura, segurava firmemente sua varinha na mão direita. Antes que ela pudesse falar qualquer coisa, ele apareceu diante dela.

— Está adiantada, o combinado era meia-noite em ponto. — Disse o rapaz em um tom levemente zombeteiro.

Ela assustou-se e apontou lhe a varinha, parecia com raiva.

— Malfoy, foi você que me mandou aquele bilhete? Que brincadeira de mal gosto é essa? — Ela suspirou. — Vou embora, não deveria ter vindo, maldita curiosidade.

Ela terminou a frase, mas não moveu-se, continuava com a varinha em punho.

— Só quero conversar com você, Granger, não é nenhuma brincadeira e não estou enganando você. — Ele levantou as mãos em sinal de rendição e para mostrar que não estava com sua varinha em punho.

— Não confio em você — disse ela.

— Sei que não, mas eu apenas quero conversar, não estou mentindo. Posso deixar minha varinha com você se sentir-se mais segura dessa forma.

Tirou a varinha do bolso de seu casaco e estendeu na direção de Hermione, ela pegou rapidamente e colocou no bolso de seu próprio casaco cinza.

— Por favor, só devolva-me quando a nossa conversa acabar — pediu de forma gentil.

Pela maneira como ela lhe mirou percebeu que havia ficado chocada com a forma educada que a tratou.

— Prometo que devolverei, não é minha intenção ficar com algo que não me pertence. Agora, fale logo o que você quer.

— A conversa será um pouco longa, não precisa ter tanta pressa. Sente-se — disse à ela, indicando um cobertor estendido sobre o chão frio de pedra.

Ele havia colocado o cobertor antes de Hermione chegar, achou melhor deixar tudo organizado, até para conseguir controlar melhor a dinâmica daquela conversa.

— Granger, não precisa ficar tão desconfiada — disse enquanto sentava-se no cobertor, — nem minha varinha está comigo. O que eu poderia fazer sem ela?

Hermione, ainda muito desconfiada, sentou-se no cobertor, mas não sentou muito próxima ao loiro, não confiava nele de maneira alguma. Sentou-se de modo que pudesse observar os movimentos do rapaz.

Draco deu um leve sorriso quando Hermione sentou-se, pelo menos ela o ouviria. Era apenas isso que ele precisava.

— A noite está bonita, não? — Perguntou Malfoy.

— Está sim, mas não foi para dizer isso que me chamou até aqui. — Hermione foi direta.

— Não, não foi. Apenas quis descontrair um pouco, já que o clima está tão tenso.

Hermione olhava para o rapaz ao seu lado atônita.

— Posso jurar que você não é Draco Malfoy, é alguém que bebeu a poção polissuco e está se passando por ele. Você até parece uma criatura civilizada — falou a garota de cabelos castanhos.

Draco riu de leve.

— Eu sou tão ruim assim? — Perguntou realmente querendo saber o que a jovem pensava.

— Um dos piores aqui de Hogwarts — respondeu ela.

O jovem rapaz agora tinha um sorriso triste em seus lábios.

— Em parte, é por isso que chamei você aqui também. — Malfoy respirou fundo antes de continuar. — Granger, você com certeza já deve saber que uma guerra se aproxima, agora é uma situação inevitável.

— Sim, eu já desconfiava, mas por que está contando-me isso? — Quis saber Hermione.

— Muitas pessoas morrem durante as guerras, muitas mesmo, — o garoto loiro suspirou pesadamente — eu não sei se sairei vivo dessa guerra que se aproxima.

— Não estou entendendo onde você quer chegar com essa conversa, Malfoy. — Disse Hermione.

— Vou explicar tudo, apenas tenha calma. Como eu estava dizendo, não sei até quando eu estarei vivo. — Draco tinha uma expressão melancólica em seu rosto — durante a minha vida toda deixei de fazer muitas coisas que eu desejava, somente para agradar a meus pais, esse foi um dos meus maiores erros. Recentemente, eu decidi não seguir mais seguir as ordens de meus pais e nem acatar aos seus desejos. Por isso, estou aqui hoje, com você.

Hermione escutava atentamente. O jovem Malfoy continuou a falar:

— Eu preciso contar algo a você, um sentimento que carrego há algum tempo comigo. Granger, eu estou apaixonado por você, isso já faz algum tempo, mais de um ano.

Hermione estava chocada demais para responder.

— O que eu fiz desde que te conheci foi te afastar, e posteriormente, afastar o sentimento que cresceu em mim. Eu me tornei o babaca que sou hoje por que, em parte, não tive coragem de admitir que admirava você, por que não tive coragem de tentar ser seu amigo.

— Você não pode estar falando sério. — A garota Granger não conseguia acreditar nas palavras de Draco.

— Acho que nunca falei tão sério em minha vida, é a primeira vez que estou sendo tão sincero com alguém.

— Malfoy, eu... — a tão eloquente Hermione não sabia o que falar diante da situação em que se encontrava.

— Não precisa dizer nada agora, Granger, eu sei que não sou uma boa pessoa, que não sou gentil, que não sou confiável e que estou lutando do lado das trevas há bastante tempo. Sei que não mereço nenhum sentimento bom que venha de você. Não estou te pedindo nada, apenas precisava que me ouvisse, não precisa retribuir meus sentimentos, nem me dizer nada. Eu só queria que soubesse o que sinto, não queria morrer carregando esse segredo, não queria morrer sem ao menos ter contado a você.

Hermione era uma jovem sensível e com um grande coração, apesar de Draco ser quem era, ela ficou tocada com as palavras dele.

— Eu realmente não sei que dizer a você, foi surpreendente ouvir tudo o que me disse.

— Tenho certeza que sim. — Concordou o loiro e continuou a falar — Apesar de tudo o que eu já fiz de ruim em minha vida, quero que saiba que grande parte de minhas atitudes não foram opções minhas, muitas vezes eu não tive escolha, precisei apenas obedecer ordens. Mas estou tentando mudar, é complexo, mas estou tentando, por você, para ser alguém que mereça um sentimento bom vindo de você. Eu havia dito a você que não queria nada em troca, mas eu acabei de mudar de ideia. Quero te pedir, que se ambos sairmos vivos dessa guerra, você me dê uma chance de mostrar que eu sou capaz de mudar e ser um bom homem. Quero que me dê a chance de provar que eu sou capaz de ser alguém que você queira ter ao seu lado. Só lhe peço a chance de mostrar isso. Eu não sou o monstro que aparento, grande parte de minha personalidade é apenas fachada. Granger, reforço que você não precisa responder nada agora, só peço que até o final dessa maldita guerra você tenha uma resposta para me dar, não importa se a resposta não for positiva, eu ainda assim quero ouvir suas palavras.

Hermione não sabia o que falar a Malfoy, de todas as situações possíveis que passaram pela sua cabeça sobre aquele encontro, nenhuma chegava nem perto da real.

— Malfoy, ainda não sei se acredito em você. E se tudo que você me falou foi apenas um truque ou uma armadilha para deixar-me confusa. E se a guerra acabar e eu for até você e você fingir que nunca tivemos essa conversa. Estou tão confusa, não consigo acreditar em suas palavras.

— Eu entendo, como eu disse, sei que não confiável. Mas, Granger, não deixe de pensar em meu pedido. Eu vou tentar, aos poucos, mostrar que estou falando a verdade. Como eu vou fazer isso eu ainda não sei, mas farei e avisarei você.

Hermione suspirou.

— Vou aguardar, vou te dar um voto de confiança. Assim que perceber que está mudando prometo pensar em seu pedido. Malfoy, eu espero que realmente esteja falando a verdade, pois se estiver mentindo e fazendo isso para me confundir, eu mesma vou caçar e matar você. — Disse a castanha.

Malfoy riu levemente, entendeu o tom irônico da jovem.

— Só quero que lembre-se que as mudanças serão muito sutis, tentarei ser uma pessoa melhor, mas isso não será fácil. Apesar de querer muito mudar, não quero ser morto como um traidor do Lorde das Trevas. Mas eu espero que consiga percebê-las.

Nos meses seguintes Hermione recebeu várias correspondências anônimas, que logo descobriu serem de Draco. Eram cartas breves que relatavam as pequenas boas ações que ele praticava, algumas delas Hermione conseguia ver, outras apenas descobria pelas cartas. Eram coisas pequenas, como salvar um aluno que estava sendo atormentado por seus colegas sonserinos, ajudar alguém que havia se perdido pelo castelo ou ajudar Madame Pince na biblioteca.

Ao final daquele semestre letivo, recebeu a última carta dele.

“Espero que minhas pequenas boas ações tenham mostrado que as palavras que disse a você são verdadeiras e que você realmente pense sobre meu pedido. Esta é minha última carta que envio a você, eu não poderei manter contato com no próximo semestre, será muito perigoso (para nós dois), não quero colocar você em perigo, mas saiba que estarei te observando de longe. E lembre-se, que mesmo que eu esteja acompanhando os seguires do Lorde das Trevas, eu não desisti de minha mudança, ainda quero ser alguém que mereça estar ao seu lado. Espero que compreenda a situação em que me encontro e não desista de acreditar em mim.”

Hermione segurou a carta fortemente em suas delicadas mãos, entendia a situação de Draco, ele não teve liberdade de tomar suas próprias decisões, sua jornada havia sido trilhada pelas escolhas de seus pais. Hermione nunca respondia as cartas, sabia que não deveria, mas ficou com seu coração apertado, no próximo semestre ela não estaria em Hogwarts. Seus planos eram bem diferentes, incluíam salvar o mundo bruxo e derrotar Voldemort.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!!!
Deixem seu comentário!!!
Um abraço!



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