Disaster Girl escrita por Mari Mari


Capítulo 2
Carona


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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— Então... Marinette, certo?- Adrien me lança um meio sorriso enquanto põe seu cinto.

Arregalo os olhos.

— Você acertou meu nome.-falo surpresa. Ele franze as sobrancelhas.

— Isso seria difícil de acontecer?

— é... que não nos falamos nunca e as pessoas costumam errar meu nome. Me chamam de Mary, Marina, Marie, Madison... e agora provável que eu seja a Cowgirl.- Termino de dizer a última parte e vejo uma expressão divertida em seu rosto. 

— Cow...

— Você viu o vídeo do milkshake , né?- suspiro.- Claro, todo mundo viu. 
Ele sorri.

—Eu vi sim. A Chloe ficou uma fera contigo.

— Nem fala. Vou precisar de olhos nas costas de agora em diante se não quiser que a megera...- MARINETTE, SUA BURRA. Na mesma hora tampo a boca.- Desculpa! Ela é sua amiga,né? Eu...
Adrien ri e dá a partida.

— Ela é sim,desde a infância, mas preciso admitir que é bem difícil de se lidar.

—Sinto muito de toda forma.- sussurro  desviando o olhar para minha janela.

—Sem problema. Qual seu endereço?
Me viro para ele e o oriento sem olhar para seu rosto.

— Esse endereço... -Comenta- É que é  estranhamente familiar.

—você já foi na minha casa.

—Hein?- me olhou como se eu dissesse que a lua é verde.

Já era. Kyoko ia me encher o saco. Ela não queria que NINGUÉM da escola soubesse disso. Por mim tanto fazia.

— você pode não acreditar, mas sua colega de esgrima Kyoko é a minha meia irmã.

—está zoando.

—não,não tô. A mãe dela casou com meu pai tem uns anos.

— Nossa,mas como eu nunca te vi lá?

Dei de ombros.

— não sei. Talvez eu estivesse fora ou ocupada no quarto. Não sabia nem que você sabia quem eu era...

Adrien olha para mim sorrindo e volta a atenção na estrada. 

— Você faz parte da minha aula de física, não?-

—Sim...

— acho que de gramática, quimica e educação física também.

Minha mente acrescenta biologia, geografia e cálculo avançado 2 à lista.

— É isso aí...- Por fora estou sorrindo, mas por dentro estou gritando MUITO por ele ter ao menos reparado em mim.

—Por falar nisso, sabe onde seu grupo conseguiu gelo seco na última experiência? - OI? - Meu grupo de química ficou com essa mesma tarefa dessa vez e digamos que não são lá muito responsáveis. -Ele devia estar falando de Luka e Ivan, seus melhores amigos.- Sou eu que faço tudo sempre.

—Sei mais ou menos o que é isso. E sim...Eu conheço uma loja... perto do shopping, posso te passar o endereço depois- Dou de ombros.

—Valeu. Anota meu telefone aí. Tá com papel ou prefere adicionar no celular?

—É... vou anotar logo no telefone.-Falo tentando não gaguejar. 

Abro minha bolsa, tentando ignorar o fato de que estou pegando o NÚMERO de Adrien Agreste. Ele me diz e eu anoto.

— Odeio quando os professores pedem essas coisas malucas.- bufa.

—Pois é. Com esse negócio das seleção para as faculdades sobra menos tempo para a gente, tanta coisa pra fazer... Eu mesma tenho que me dedicar muito se quiser entrar.

—Você quer o quê?

—Artes Plásticas ou talvez moda.- Ele vira a cabeça na mesma hora para mim.

—Esse curso é incrível.-Sorri.- Vai tentar entrar na Academia Artistica de Paris?

—Sim, mas a audição é bem difícil.

— Mas não é impossível.- Dá de ombros. Adrien abre a boca para dizer algo, porém, a fecha.

—O que você vai tentar?- pergunto após alguns segundos.

—Bolsa de estudos para Administração.

—Pelo futebol.- completo e ele assente.

—Espero que tudo dê certo.- Fala com um quê de preocupação.- Não tem vaga para todo mundo. É preciso muito destaque nos jogos.

—Você é incrível, vai conseguir.- Digo rápido e me sinto envergonhada quando ele me olha.

—Obrigado...

—Por nada.- Falo olhando para a pista.-Você sabe que é verdade.

Ficamos mais um tempo em silêncio, até que ele chega na minha rua. A chuva continua intensa.

—É a casa azul clara.-Ele estaciona bem em frente.

— Adrien, muito obrigada pela carona. Eu sinto muito pelo banco molhado e depois eu te mando o endereço da loja.-Falo isso e abro a porta.

—Por nada, mas espera...- Ele segura meu pulso antes que eu saia.- Eu te levo até a porta.

—Não precisa. -Digo me soltando educadamente e saindo.

Só ouço um "está doida?" lá de dentro. Assim que saio me molho novamente. Vou caminhando até a frente até parar de sentir a chuva sobre mim.

—Adrien ? Eu já disse que não...

—Você é teimosa, garota. -Ele balança a cabeça. -Para onde iria a minha fama de bom cavalheiro?

Rolo os olhos rindo enquanto caminhamos até a parte coberta da entrada.

—Agora sim está entregue.

—Valeu, Adrien .

Ele sorri e me dá um tchau voltando para o carro.

Aperto a campainha várias vezes e quem me atende é Felix.

—Nossa que banho, Mari. -Seus olhos se desviam de mim.-De quem é aquele carro maneiro?- Eu me viro para trás e vejo o carro de Adrien saindo.

—De um amigo...

Se é que somos isso, penso.

...

C.N: o que está fazendo agora?

L.B: bastante ocupada,Chat...

C.N: ocupada demais para mim, My Lady? Assim você parte meu coração, depois disso só sobram míseros seis.

L.B: essa foi a pior piada do século. Está perdendo a prática,é?

C.N: estou guardando o melhor para essa madrugada. Você que me aguarde minhas miautásticas palavras.

L. B: Haha. Nessa hora vou estar no décimo terceiro sono, meu amigo.

C.N: poxa,linda. Não faz assim.

L.B: vai procurar o que fazer Chat.

Mandei um emoticom de lingua.

Ele respondeu com um coração acertado com uma flecha.

C.N: Quer saber, o gatinho aqui vai buscar a ração. Estou com uma fome que você nem imagina.

L.B: Guloso.

Mando uma figurinha de gato gordo

— Marinette do que você tanto ri aí.

Guardo o telefone.

—nada. Só uma piada de internet qualquer.

— Amores, os empregados estão enrolados com a comida. Vocês preparam para mim os sucos de reserva enquanto eu checo a entrada do boliche?- A mãe da Alya, Marlena Cesaire, chega por trás da gente um tanto eufórica.- E Nino, querido, pode ver se meu esposo já chegou com a decoração da mesa principal?

—Aham.-Ele diz com a boca cheia de sanduíche. 

—Eca, você é nojento, Nino .- Alya reclama.

—Um nojento que você ama.- Sussurro no seu ouvido quando ele e Marlena se afastam.

— Aff, se enxerga, Cheng.- Ela me empurra e eu rio. Alya sempre me chama pelo sobrenome quando fica com raiva.

Vou resumir: os pais da Alya são donos de uma lanchonete há anos. Com muito tempo de investimento em poupança eles juntaram dinheiro suficiente para ampliar o negócio.

Hoje é dia da estreia da pista de boliche e sala de jogos de videogame que se juntará a lanchonete. Ficou um espaço bem grande para todos os públicos. E a clientela já está chegando para uma espécie de promoção.

— Você corta as frutas e eu bato, pode ser?- Alya sugere.

—Por que você fica com a melhor parte?-faço biquinho. 

—Motivo 1: Sou a filha dos donos. Motivo 2: você é um desastre! Capaz de voar suco para tudo quanto é lado do liquidificador!

Coloco as mãos no peito.

—Ai, essa doeu.- Enquanto sigo ela até o balcão. Pego as frutas para lavar.-Se eu sou um desastre... não acha que corro o risco de cortar o dedo?

Alya rola os olhos. 

— Acho mais prejuízo você acabar com o suco, porque aí minha cabeça se vai.

— Que bela amiga...-sussurro.

— Que bela amiga VOCÊ. Não me contou até agora o que aconteceu com o Adrien.

Eu tinha falado da carona para ela assim que cheguei em sua casa mais cedo, porém não tempo de falar por lá. Conto tudo nos mínimos detalhes e assisto ela surtar quando soube que ele me levou até a porta.

— Por falar nisso, eu nem mandei o endereço para ele.

Faço isso e não demora muito para ele responder.

Obrigado, menina da arte.

Um sorriso bobo se forma na minha cara. Penso um pouco antes de responder.

Por nada, astro do campo.

—Mari , ele tá afim de você!- diz ao ler a mensagem.

— quê? quem dera, querida

— ele com certeza está! se não teria feito questão de arrumar uma desculpa esfarrapada para te dar o telefone, te mandado essa mensagem, nem te levado na frente da porta de casa. Aí mds, Adrinette é REAL!- ela começa a bater palmas.

 -Adrinette?

— Adrien + Marinette.

Rio.

— Você não bate bem da cabeça. Adrien é assim com TODO MUNDO. Ele é educado.

—Também acho isso- Nino aparece de repente, fazendo a gente pular de susto.-não é porque ele te ajudou que está arrastando uma asinha para você.

— viu?- sorrio vitoriosa para Alya-Mas é serio, Nino, você tem que parar de aparecer do nada.-Reclamo.

—E vocês têm que parar de ficar nesse nhe nhe nhe de 'ele te ama' amiga e "AAHH NÃO... ELE SÓ EDUCADO" em público- fala imitando nossas vozes muito mal- Daqui a pouco até os funcionários vão saber da sua vida pessoal. Eu mesmo ouvi tudo de longe.

Um calafrio passa por minha pele só de pensar nessa possibilidade.

Alya assumiu o caixa para um funcionário que precisou sair e eu e Nino continuamos a fazer os sucos. Ele ficou com o trabalho de Alya. A lanchonete começou a encher e a pista de boliche foi aberta.

—A gente pode jogar depois que sair daqui.-Nino fala.

—Sim. Estou mesmo doida para fazer uns strikes.

— Eu estava falando da sinuca nova, ela está vazia. O boliche vamos ter que pegar uma fila enorme. Olho para a fila e abro a boca para concordar, só que avisto alguém ali no meio.

—Alya.-grito.

—Espera! Estou atendendo uma pessoa.-ela responde de longe. Volto a ver Adrien na fila ali conversando com Luka. Ele está rindo de algo que o amigo falou. Olho um pouco para seus traços.

—CUIDADO!- Sinto uma mão segurar meu braço.-Você ia se cortar, sua maluca.-Nino faz uma carranca pra mim

— Foi mal. -Eu rio.

— Louca.-Revira os olhos.-Sei para onde estava olhando.- diz com malícia, me deixando envergonhada. Minutos mais tarde, Alya brota na nossa frente e coloca um avental em mim sem dizer nada. Eu e Nino trocamos um olhar de dúvida quando ela põe um bloco de notas e caneta na minha mão.

—Alya, não há atendentes o suficiente?

— É a sua chance, está bem?- ela me leva a um canto escondido e ajeita meu cabelo. Nino nos segue curioso.

—o quê?

— o Adrien tá sentado numa das mesas. Eu pedi para Diana assumir as frutas-ela indica uma funcionária chegando ao balcão.-vai atender ele.

—Mas, Alya...

—AGORA!

Nino dá risada.

—Essa cena eu não posso perder.-olho com raiva para ele.

— Eu não posso. Eu sou um...

—Desestre, eu sei. Mas talvez Adrien goste de desajeitadas.... E você não pode perder uma oportunidade dessas!- diz me empurrando para a frente-Fica um tempo assim de garçonete para não ser muito forçado.

— Por favor, Alya...-reclamo, mas aquele ponto já era, porque Adrien e outros clientes já tinham me visto com o avental.

Atendo duas pessoas antes de ir para sua mesa. Ele estava sem Luka no momento.

— Boa noite, Adrien. Vai querer o quê?-falo um tanto rápido com um nó na garganta. Ele dá um sorriso fraco.

— Boa noite, Marinette. Eu vou querer...- Ele verifica o cardápio.-vou querer um x-tudo completo e um suco de laranja. 

— Com açúcar?

—E com gelo.-sorri. Anoto tudo e peço licença. Entrego os pedidos na mão de Diana e fico ali no balcão olhando para a porta a espera de mais clientes. Pelo canto do olho vejo ele mexer no celular.

— Mari, ele está olhando pra você toda hora.- minha amiga sussurra no meu ouvido rápido.

— Não exagera.-digo saindo para atender mais uma mesa. Quando terminei, meus olhos foram de encontro a ele. Para minha total surpresa, Adrien estava me encarando. Ele deu uma piscada com um sorriso pequeno e voltou a digitar na tela do celular. Meu celular vibrou no bolso e eu peguei.

Sem querer atrapalhar seu trabalho, artista, mas tem tinta azul no seu cotovelo esquerdo. 

Olho direto para o local e me lembro que fiquei pintando no quarto quando cheguei de carona com ele mais cedo.

—obrigada.-Mecho os lábios de forma silenciosa para ele que ri e volta a atenção ao celular. Depois eu limpo, penso.

— Mari, os pedidos!-Diana grita do balcão. Vou até ela, porém, no meio do caminho, sinto meu corpo sendo jogado em direção a uma mesa. Por sorte, não havia ninguém nela. 

Um barulho de risos. Só faltava essa.

— Como vai a vida, Cowgirl?- Chloe, Kyoko, Lila, Luka e um casal desconhecido estão de pé do meu lado. Bati a perna de maneira bem forte. Fico sem o que dizer.

— Dá um tempo para ela, Chloe.- Luka fala. - Vamos só curtir a noite.

— Você tem razão. Vamos deixar essa antissocial sem graça aí.-Ela diz mechendo no cabelo de forma descontraída e andando até a mesa de Adrien para lhe dar um beijo estalado na bochecha. Reviro os olhos e trato de voltar ao trabalho. 

—Aqui está, Adrien .- Digo  entregando seu lanche. Ele agradece.-E vocês? Vão pedir algo?

Não olho muito para cara de Chloe. A raiva pode me fazer estragar as coisas. 

—Milkshake-ela é a primeira a responder. - Vê se traz no copo, hein.

Lila solta um risinho fino. Não digo nada e anoto o pedido dos outros. 

Peço licença e dou um passo para frente comprimindo a vontade de bater na loira. O molho de cachorro quente não foi o suficiente para dar uma lição aquela loira oxigenada?

Entrego os pedidos à Diana. Esta sorri agradecendo e os levando para dentro. Fico de bobeira escorada na mesa esperando a clientela. 

Não foi possivel não olhar para Adrien na distração. O loiro ria de algo que tinha ouvido de um dos amigos ao lado.

—Como foi, amiga. Encantou o boy?-  A morena se aproxima cantarolando com um pano de prato na mão. 

—Ficou encarregada de lavar louça? A sorte está com você, amiga.- 

Ela ri.

—Não desconverse, mocinha- Coloca as mãos na cintura.- E aí, como foi?

Reviro os olhos.

—Tinha tinta no meu cotovelo  esquerdo, conta?- A morena instintivamente olha para para o meu braço. Franze as sobrancelhas dizendo um "É serio" enquanto assentia rindo.- Fiquei pintando mais cedo. - Balança a cabeça.

—Isso explica o seu atraso.- Me olha de cima a baixo com as mãos na cabeça. —Bom.Vou fingir não é nada de mais.- Faz gesto com as mãos.- 

— Eu disse que não era uma boa ideia. Motivo 1: Quase deixei os pedidos cairem pela distração, motivo 2: Me atrasei. E motivo 3: Se já sou conhecida como Cowgirl, imagina receber o holofote de ser chamada de Inkgirl? Por isso...

—Por isso vai ficar até o final com o avental.- Ergo as sobrancelhas.- E Marinette, todo mundo sabe que não foi uma simples distração. Todo mundo sabe quem tira o seu foco. Mas isso não Isso significa que vai se safar de garçonete. 

—Primeiro. Nem todo mundo sabe da minha pequena queda pelo Adrien. Segundo, o Adrien É o meu foco, e terceiro, não preciso ficar de garçonete sendo que nem era a minha obrigação. Estava encarregada das frutas.

—Frutas. Diana. Garçonete. Você- Me olha num sorriso de canto.- Colocou o avental, vai até o final, Cheng. Ou vai ficar parada aí sendo que o próprio Adrien te viu assim?-

Dou língua.

 

 


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