Gentei Tsukuyomi: depois da lua escrita por HinataSol


Capítulo 1
Capítulo 1 - prelúdio


Notas iniciais do capítulo

Este capítulo foi escrito em março deste ano, mas só agora resolvi postar - estava com medo :')

Para quem acompanha "o sucessor", vou tentar terminar o capítulo essa semana. :')

Sempre quis escrever uma fanfic no mundo ninja, mas nunca tive coragem. Vou me aventurar dessa vez.
Espero que gostem da fic.
Estou tentando trazer uma história que seja fiel a todos os capítulos do mangá, inserindo um fato que não ocorreu na série, mas que não desrespeite nada que já aconteceu. Vamos ver no que vai dar, né?!



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O grande sonho de Uzumaki Naruto sempre fora ter seu rosto esculpido naquela montanha e estar assentado naquela cadeira, atrás daquela mesa, naquela sala de formato circular em que agora estava o Rokudaime Hokage, Hatake Kakashi, ou para os membros do antigo time 7, Kakashi-sensei.

As olheiras e a aparência cansada do herói da quarta guerra pareciam assombrosas ao ver de Kakashi.

Naruto o fitou profundamente nos olhos.

O Uzumaki bateu as mãos sobre a mesa e outra vez exigiu de seu sensei uma resposta.

— Como você pode enviar Hinata em missão já sabendo que isso iria acontecer?

Kakashi suspirou e cruzou as mãos abaixo do queixo.

— Eu a ofereci a missão, porém, como sabe, ela precisava aceitar, inda mais na condição da Hinata-san, Naruto. Ela não era mais uma kunoichi ativa em Konoha.

— Por que a mandou nessa missão sem me avisar? E qual era a missão da Hinata? Ela já largou a vida ninja há algum tempo. Não entendo por que escolheu ela. Poderia ter me mandado no lugar dela. — Lamentou ele, amargamente — Já faz quase um ano que ela foi dada como desaparecida, eu achei que ela havia... — Ele engoliu em seco, sem conseguir dizer.

Naruto respirou fundo e ajeitou a postura. Ele deu alguns passos até chegar à janela da sala do Hokage. Fitou Konoha dali. A cidade estava em constante desenvolvimento, crescia assustadoramente ao seu ver. Os altos prédios, os telões espalhados pela vila.

Avistou o céu azul, com algumas nuvens sendo levadas suavemente pelo vento.

— Você é o melhor ninja de Konoha, salvou a vila do ataque do Pain, também é o herói da quarta guerra, além de ter impedido a lua de destruir a terra. — Kakashi começou elencando e então suspirou — Apesar de tudo isso, não estava apto a realizar aquela missão, na verdade, ninguém estava. Ninguém além da Hinata, é claro.

Naruto o olhou, inquisitivo.

Aquele dia estava completamente fora do habitual.

Ponderou um instante.

Toda a situação na qual se encontrava tinha como início a data aproximada de um ano atrás.

Naruto estava em seu escritório, em sua casa, enquanto analisava alguns pergaminhos e relatórios que Shikamaru o havia entregado como parte de seu treinamento para assumir o seu tão sonhado cargo de Hokage. Ele já estava cansado de ver tantas letras impressas em tantos papeis. Sua cabeça já estava a doer. Nunca houvera lido tanto em sua vida como naqueles últimos meses.

Naquele instante, como se pudesse sentir como Naruto se sentia, Hinata entrou no recinto com uma pequena bandeja. Além de um lanche leve e suco, ela havia lhe trazido um copo com água.

Ele a olhou indagativo, arqueando levemente uma das sobrancelhas loiras.

— Você está aqui dentro há horas, além de que parecia bem cansado. Então, acho que é melhor dar uma pausa. — Hinata sorriu pequeno para o marido.

— Arigatô, Hinata! — Naruto sorriu de volta. Ele primeiro tomou a água, antes de devorar o lanche que Hinata havia levado.

Após comer, ele fitou a esposa. Hinata havia pedido permissão, com o olhar, para ver alguns dos pergaminhos que ele já havia examinado. Ele não relutou. Não eram pergaminhos confidenciais, afinal, pois, mesmo ele, ainda não tinha acesso aos tais.

Hinata corria os olhos pelos pergaminhos e vez ou outra franzia o cenho. Naruto achava adoráveis as expressões da mulher.

— São pergaminhos muito tediosos. Mas shikamaru, diz que eu preciso conhecer sobre assuntos variados do País do Fogo, sobretudo, além de ir entendendo como funcionam as análises de tipos diferentes de relatórios. Nós que somos ninjas estamos mais acostumados com os relatórios de missões, mas toda a vila nos manda algo que é necessário analisar: sugestões, pedidos, reclamações. — Enumerou Naruto, e então suspirou e jogou a cabeça sobre os braços cruzados em cima da mesa.

Hinata riu do jeito infantil que Naruto ainda preservava.

— Ser Hokage é um sonho grandioso, mas também é uma missão importante. Cuidar de toda a vila, proteger as pessoas. Mas, eu sempre soube e acreditei que conseguiria, Naruto-kun.

Naruto sentiu as bochechas esquentarem um pouco, mesmo que já não fosse mais um adolescente. Oras! Já estavam casados há quase seis anos! Não entendia como ele e Hinata ainda tinham essas reações um com o outro. Todavia, não achava ruim. Pelo contrário. Era como se se apaixonassem um pelo outro novamente a cada dia.

Ele coçou a bochecha, um tantinho encabulado.

— Mas eu não sou o Hokage ainda. — Disse e logo quis se bater. “Que resposta ridícula”, pensou.

— Ainda! — Hinata sorriu ao salientar. Ela foi até Naruto e lhe depositou um beijo na bochecha e disse que iria preparar o jantar.

Naruto anuiu.

Poucos minutos após Hinata sair, um ninja ANBU apareceu em sua frente, dizendo que o Hokage lhe solicitava naquele momento.

Ele acenou positivamente ao ninja de elite e resmungou.

Se não fosse capaz de sentir o chakra de todos, ele sentia que não teria privacidade alguma com sua família.

Naruto foi até a cozinha onde estavam Hinata e Himawari, sua filha mais nova, um pouquinho afastada, desenhando.

Ao vê-lo, Himawari logo foi até o pai.

— Papa!

Naruto estendeu os braços, a pegando no colo!

— Hima!

A pequena menina o abraçou enquanto sorria.

Naruto foi com ela nos braços até Hinata, ele deu um beijo na esposa, que enrubesceu enquanto Himawari sorriu contente em estar tão próxima aos pais e vê-los assim, tão apaixonados.

— Aonde o Boruto tá? — Perguntou Naruto.

— O Shikamaru-kun e o Shikadai o trouxeram pra casa agora, então mandei ele subir e tomar um banho. — Respondeu Hinata. Ela colocou alguns vegetais recém-picados na panela e a tampou assim que acendeu o fogo.

Naruto balançou a cabeça em concordância.

— Eu preciso ir até o Kakashi-sensei. Ele pediu pra eu ir lá agora. — Disse o Uzumaki. Naruto foi até a sala, que ficava conjugada com a cozinha, e pôs a filha no sofá e sorriu — O tou-chan já volta!

— Volte antes do jantar ficar pronto — Hinata pediu.

— Hai!

Naquele dia, Kakashi lhe designou a uma missão. Dissera que Suna havia, secretamente, pedido colaboração de Konoha para recuperar alguns pergaminhos com kinjutsus da Vila da Areia, além de fuinjutsus capazes de selarem bijuus, como Shukaku, que haviam sido roubados.

Naruto não estranhou, afinal sempre existiam inimigos fortes que apareciam de repente. Roubarem pergaminhos tão importantes assim, ainda mais com ligação a bijuus, sempre era algo perigoso e que necessitava de atenção.

Kakashi lhe disse que a missão se iniciaria imediatamente, porém Naruto pediu que ele aguardasse ao menos até o anoitecer. Ele alegou que poderia compensar esse tempo sem quaisquer problemas depois.

— Naruto, você tem ciência da importância dessa missão, não tem?

— Claro que tenho, mas sei que você já deve ter enviado outros shinobis da folha. Além disso, Gaara está lá.

Após isso, Kakashi nada disse, apenas o dispensou.

Quando chegou em casa, Naruto retirou o excesso de pó das sandálias e as deixou na entrada, seguindo até a sala de jantar.

— Tadaima!

— Okaeri!

— Okaerinasai, papa!

— O que o Kakashi-sensei queria?! Ele disse que você já vai ser o Hokage a partir de amanhã? Bom, eu já sabia disso! Afinal, você é o ninja mais forte do mundo. Isso é claro por que você é o meu pai! — Boruto disparou, orgulhosamente. Para ele, Naruto era o melhor pai do mundo, alguém incrível e que merecia toda sua admiração.

Naruto sorriu e bagunçou os cabelos loiros do filho, ato que deixou o menino encabulado.

— Ele me deu uma missão. — Respondeu simplesmente.

Hinata o olhou indagativa e ele apenas a olhou de volta como se dissesse que explicaria depois.

Ela apenas acenou.

A hora das refeições da família Uzumaki eram sempre animadas, dentro do limite que a Sra. Uzumaki impunha, é claro.

Sempre conversavam sobre os acontecimentos do dia. Algumas coisas engraçadas, as realizações das crianças, as reuniões do clã que Hinata vez ou outra participava, as missões que Naruto agora realizava esporadicamente.

Naruto observava o sorriso de sua esposa e filhos e pensava o quanto amava sua família.

Um dia teve o sonho de ser Hokage para ser reconhecido pelas pessoas da vila, mas, agora, seu sonho havia mudado um pouco. Ainda queria ser Hokage, é claro, mas para proteger todos aqueles que eram importantes para ele. Konoha. Seus amigos. Sua família; seus filhos, Boruto e Himawari e, sua esposa, Hinata.

Após o jantar, Hinata pôs as crianças para dormirem e ajeitou a mochila de Naruto.

O Uzumaki, às vezes, se perguntava como conseguiu sobreviver todos esses anos antes de Hinata. Agora parecia algo impossível para ele.

Hinata o acompanhou até a porta de casa.

— Pelo que o Kakashi-sensei falou, a missão deve durar algo em torno de uma semana — Falou Naruto, enquanto terminava de calçar as sandálias — Apesar de tudo, vai ser bom ter um pouco de ação. Faz tempo que não mecho meus músculos, fora o treinamento.

— Ele não pode mandar o ninja mais forte em todas as missões, Naruto-kun. Assim ninguém teria chance. — Hinata brincou e, em seguida, emendou — Volte logo, por favor.

— Claro!

Eles se despediram com um breve beijo.

Hinata o fitou até sair de suas vistas.

.

.

— A sua missão era um pretexto, Naruto. Foi uma missão falsa. — Kakashi começou — Sei que você desconfiou. Além de eu não ter exigido que você fosse imediatamente, lembro que você disse que o Gaara-san estava agindo de maneira estranha e que logo dispensou todos os shinobi dizendo que havia sido um alarme falso e que os pergaminhos haviam sido recuperados sem alardes ou mais problemas. A verdade era que ele, por ser kazekage, já tinha noção do que estava acontecendo.

Naruto fitou Kakashi com mais atenção.

— O que quer dizer com isso? — Exigiu ele.

— Eu te chamei aqui hoje porque estamos próximos do dia da sua cerimônia de posse e, como Hokage, você terá acesso às informações confidenciais da vila. De qualquer forma, eu não gostaria que você soubesse o que de fato aconteceu. Nunca é a decisão correta abandonar um companheiro. — Lamentou Kakashi. Para ele que, ao longo de sua vida, amargurou-se em perder companheiros e pessoas importantes para si, ter enviado alguém a morte era algo imensamente perturbador.

— Kakashi-sensei, você me chamou até aqui porque disse que havia algo para dizer sobre a missão da Hinata. Disse que não aconteceu o que eu havia pensado. — Falou Naruto. Ele deu meia vota na sala e se postou mais ao centro do cômodo — Quando eu cheguei de Suna, vocês disseram que ela havia ido realizar uma missão em conjunto com ninjas da Névoa que estavam atrás de nukenins e que ela não pôde voltar.

— E você disse que era mentira. — Kakashi lembrou-o — Sei que foi uma reação espontânea, mas você é sincero e sempre diz o que realmente acredita, mesmo quando em momentos... delicados. Você afirmou que Hinata não perderia para nenhum ninja renegado da névoa, mesmo se fossem os sete espadachins. “Ela é forte. Não desistiria tão fácil.” foi o que você disse. E é verdade. Ela é forte. Mas, a Hinata-san não tinha que lutar com nenhum inimigo a não ser ela mesma e Ōtsutsuki Kaguya.

— Ōtsutsuki... Kaguya? — Indagou Naruto, sem acreditar — Impossível! Nós selamos a Kaguya durante a quarta guerra. Nós derrotamos ela. Você mesmo viu. — Ele bradou e se aproximou de Kakashi com os olhos inflamados em fúria.

— Como você bem sabe, Sasuke estava investigando as dimensões de Kaguya. Na verdade, ainda está. Passando por entre essas dimensões, ele afirmou que existem espécies de fragmentos do chakra da Kaguya espelhados pelo ar, como se o chakra dela agisse como partículas, ou moléculas de ar. Ele disse que havia a possibilidade de ela atravessar por algum tipo de brecha através do selamento que vocês realizaram. Isso foi dois anos após o fim da quarta guerra.

— Dois anos? Mas isso foi...

— Sim, foi durante o período que Toneri tentou jogar a Lua contra a Terra. Por isso o Sasuke passou na vila, ele veio relatar isso naquele momento.

— Mas como? O Hagoromo-oji-san nos deu o jutsu de selamento dele pra gente derrotar a mãe dele.

— É! Ele deu. Mas, Ōtsutsuki Hamura, não. O chakra de Hamura foi dado a Hinata e, de alguma forma, o selo de Kaguya já vinha reagindo a isso. Como se ele já estivesse fraco desde o momento que foi executado. O jutsu que o Hagoromo-sennin utilizou para selar a mãe dele não é só dele, o irmão o ajudou.

— Mas, eu não entendo. Como a Hinata foi enviada em missão e porque ela não voltou. Isso ainda não ficou claro pra mim.

— Nós não tínhamos como ter certeza se o selo poderia romper ou ir se fragilizando com o tempo, mas era o que aparentava. E Kaguya foi o inimigo mais poderoso que qualquer grupo de ninja já havia enfrentado. Além do fato de que a única forma de a derrotar é a selando. — Kakashi o lembrou — A missão de Hinata era infundir o chakra de Hamura no selamento de Kaguya e fortalecê-lo. Mas as coisas não saíram como planejávamos. Sasuke a levaria ao lugar aonde Kaguya foi selada e abriria uma fenda com seu olho esquerdo e então Hinata infundiria o chakra dela ali. Essa era a nossa melhor aposta. Mas, de algum modo, Hinata se misturou ao selo. Não fisicamente, mas é como se sua mente houvesse ficado presa ali, junto ao espaço aonde Kaguya foi selada.

Naruto apoiou as costas na parede, mal equilibrando-se sobre as pernas, devido a enxurrada de informações as quais fora submetido. Ele sentiu vontade chorar, mas esforçou-se em conter suas emoções.

— Você disse que a mente dela ficou presa, mas o corpo...

— Ele desapareceu.

— Como desapareceu?

— Enquanto ela tentava infundir chakra no selamento, ela desapareceu. Sasuke disse que ela parou de repente e pediu desculpas. Depois disso ele falou que foi como se ela estivesse sendo sugada para um outro espaço-tempo, como o kamui do Obito.

— Se foi isso, por que ele não usou o rinnegan e impediu?

— Ele tentou, mas disse que foi repelido pela própria Hinata, com uma palma de ar.

Naruto ficou em silêncio durante um tempo, absorveu todas as palavras de Kakashi. Hinata era forte, mas Sasuke também era. Ele não perderia par Hinata por conta de uma palma de ar. Após ponderar, inquiriu-o:

— Quem mais sabe sobre isso?

— Além de você e eu, o Sasuke, o Shikamaru e o Hiashi-san.

— Quando pretendia me contar sobre isso? — Sua voz soou grave, pesada.

— Sinceramente, não é algo que tinha desejo de contar, sabia que não seria algo fácil. Mas planejava fazê-lo antes de passar o cargo pra você.

— Quero que me dê a missão! — Ele exigiu. Sabia Kakashi entendeu o que queria dizer.

— Mesmo se eu tentasse, não ia ter como impedi-lo. — Kakashi suspirou — E, mesmo sabendo disso, eu contei o que realmente aconteceu pra você. Poderia ao menos esperar eu montar um time?

Naruto foi em direção a janela.

— Estou indo pra lá! Se realmente quiser um time, já sabe quem mandar.

— Mas eu não autorizei sua saída ainda.

— Então autorize! É melhor fazer e evitar mais problemas depois.

— Naruto, você nem sabe onde e como chegar.

— Eu descubro! Agora é melhor avisar que estou indo pra lá antes que algo pior aconteça.

Kakashi nada mais disse, apenas suspirou quando o viu pular a janela.


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Notas finais do capítulo

Gentei Tsukuyomi é o Tsukuyomi limitado (aquele que o Obito lança no Naruto e na Sakura no Road to Ninja -- a versão de testes).

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:)
Até o próximo!

P.S.: Tentei postar ontem aqui no nyah, mas não consegui.



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