Roller Coaster escrita por Helo


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

Bom, comecei uma nova fic...
Boa leitura a todos =)



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Pov Emmett 

 

Caos, era a única palavra que definia minha vida nesse momento, eu queria matar a Alexia e o Peter, onde já se viu, fazer o que eles fizeram com a pobre Srta. Willie, uma babá super bem conceituada que abandonou o emprego por que meus filhos são umas pestes. 

Suspirei cansado - Irina porque você me deixou sozinho com nossos filhos? Você sabe que eu os amos mais que tudo no mundo, mas as vezes que me sinto tão perdido, tão sozinho, sem saber ao certo que direção devo ir ou que decisão devo tomar - sai dos meus pensamentos quando alguém começou a buzinar porque o sinal de trânsito já estava aberto para mim. 

— Papai! - Alex falou do banco do passageiro do meu lado. - Está muito bravo ainda? 

— O que vou fazer com vocês Alex? - Perguntei sério para minha filha - Em menos de dois meses já se passaram cinco babás lá em casa. Eu não tenho nem a quem recorrer mais e você sabe que, por mais que eu ame ficar em casa com vocês três, eu tenho que trabalhar. 

— Eu sei papai, foi apenas uma brincadeira. 

— Brincadeira que custou muito cara, você não acha? 

— Sentimos muito papai! - Peter  falou do banco de trás. Não sabíamos que a Srta. Willie ia ficar com tanta raiva. 

— Foi engraçado a Srta. Willie correndo do dinossauro. - Agnes falou sentada na cadeirinha dela. 

— Aggie, não piora as coisas. - Alex falou para a irmã e depois se virou para mim. - Foi apenas uma brincadeira papai, sentimos muito mesmo!

— Vocês estão de castigo pela próxima semana inteira e torçam para que os avós de vocês conheçam alguém para cobrir a Sra. Willie, ao contrário, cada dia de vocês sem babá, será um dia a mais de castigo! 

Os três não falaram nada e continuei dirigindo em direção à casa de minha mãe. Alex encostou a cabeça no vidro do carro, a observei de canto de olho, era tão difícil acreditar  que minha pequena já havia completando onze anos. Era era tão linda, sua pele bem clarinha, cabelos loiros escuro, ondulado e comprido até a cintura, olhos verdes que iluminava todo seu rostinho pequeno, na verdade ela havia puxado muito Irina, era toda pequena e fofa, igual a mãe. Peter também era parecido com a irmã, mas seus cabelos eram castanhos claros. O que ele havia herdado de mim era a estrutura, ele mesmo dois anos mais novo, já estava quase alcançando Alex na altura e era mais encorpadinho também. Aggie, minha bebezinha, era cópia exata de Irina, ela era a mais polaquinha de todos lá em casa, de cabelos loiros e corpinho pequeno, conseguia tudo o que queria apenas com seu sorriso doce e inocente. 

Eu era um homem de sorte, não podia negar isso, Deus levou minha mulher para viver ao lado Dele, mas me deixou as três maiores provas desse lindo amor que vivi e eu era absolutamente grato ter três filhos lindos e saudáveis. 

Em menos de dez minutos estacionei o carro na casa de meus pais, uma casa grande onde eu passei boa parte da infância e adolescência. Desci do carro e ajudei Aggie a se desprender de sua cadeirinha enquanto Alex e Peter desciam. Entramos juntos na casa meu pai e tio Carlisle foram os primeiro a vim nos cumprimentar. Papai era um homem alto e magro, com a pele bem clara e cabelos negros. Tio Carl também era alto, um pouco mais encorpado que meu pai,  e completamente loiro. Os dois eram amigos a anos e éramos como uma família. 

As crianças cumprimentaram os dois e fomos para a sala onde Alice, filha de Carlisle e Esme, estava deitada no sofá. Alice tinha 24 anos, tinha o mesmo tom de pele do pai, mas de resto ela era toda tia Esme, pequena de estrutura, rosto em formato de coração, cabelos castanhos um pouco abaixo do ombro. Revirei meus olhos quando as crianças correram para ela e ela ainda estava de pijama. Dei um beijo em minha prima e perguntei por minha mãe, ela e tia Esme estavam na cozinha e fui falar com elas. Minha mãe tinha pele clara e cabelos castanhos encaracolados, tia Esme também tinha a pele clara e seus cabelos castanhos eram liso, elas se pareciam, mesmo não tendo o mesmo sangue, as duas se passavam por irmãs facilmente.  

— Bom dia! - Falei fazendo as duas se virarem 

— Filho, que bom que você já chegou! - Mamãe se virou e veio me dar um beijo. - Está mais calmo hoje ? 

— Bom dia Emm, você parece acabado. - Tia Esme sorriu para mim.

— Não dormi nada essa noite, estou preocupado, as vezes me sinto perdido em relação às criança. - Desabafei com elas. - Elas não são crianças ruins, mas esse comportamento da Alex e do Peter acaba comigo. 

— Emmett, eles são apenas crianças! - Mamãe falou 

— Crianças aprontam! - Tia Esme tentou me animar. - É normal! 

— Eu sei, mas o que faço agora, preciso urgente de alguém para cuidar deles e a agência já havia me dito que não indicaria mais ninguém. 

— Calma filho, vamos dar um jeito! 

Ficamos mais um pouco conversando, as crianças apareceram cumprimentar as avós e depois pediram permissão para subirem para o quarto de brinquedos, elas subiram as escadas enquanto eu, mamãe e tia Esme sentamos na sala, juntos com Allie, papai e tio Carl, para conversar. 

— Emmett, eles estão tão arrependidos filho! - Meu pai comentou 

— Arrependidos ou não, eu ainda tenho que arranjar alguém para cuidar deles. 

— O que exatamente você está procurando Emm? - Alice perguntou 

— Estou procurando alguém que não desista dos meus filhos Alice! - Falei sério. - Preciso de alguém que eles possam confiam, que eles gostem e que não saia correndo com a primeira brincadeira que eles façam, mas que fique e tenha pulso firme com eles. Não me entendam errado, não estou tentando transferir minha responsabilidade de pai para qualquer outra pessoa, mas eu estou seriamente precisando de ajuda. 

— Você tem feito um ótimo trabalho com eles Emmett, não duvide disso. - Tio Carlisle falou 

— Não duvido, mas preciso dar uma estabilidade para eles. Não quero uma mãe para eles, mas preciso de alguém que possa confiar a vida deles. Lembram da senhora Smith, ficávamos com ela e deu certo por toda nossa infância e adolescência. 

— Eu acho que posso te ajudar Emmett. - Alice se acomodou melhor no sofá. - Tenho uma amiga que é psicóloga, área infantil é a especialidade dela. Ela está desempregada e ela é ótima com crianças.

— Allie também não quero alguém que imponha um monte de regras e deixe a vida deles muito chata.

— Acredite em mim, Rose é a pessoa certa e eles já se conhecem e se adoram. 

— Rose é a moça que fez curso com você filha? - Tia Esme perguntou 

— Sim! - A baixinha estava com o rosto iluminado - Já levei as crianças umas quatro vezes no shopping com ela e eles se dão super bem. 

— Emmett, temos que tentar filho. - Mamãe me encorajou - As vezes eles já conhecendo ela, seja mais fácil. 

— Vou chamar ela para vim aqui, daí vocês conhecem ela e veem a forma que ela e as crianças se dão.

— Ok! 

Suspirei um pouco e esperei Alice ligar para a amiga, eu confiava no julgamento dela e tomara que essa moça pudesse realmente me ajudar. 

 

Pov Rose 

 

Estava deprimida deitada na minha cama olhando para o teto. Mas que caralho de pecado tinha feito em outras vidas pra tudo dar errado nessa. Digo, eu não era muito de questionar Deus, mas poxa, tudo dava errado. 

Suspirei cansada e peguei meu celular, ficaria o dia todo na cama jogando joguinho e curtindo os dois últimos dia que tinha uma casa para ficar, meu aluguel já estava atrasado um mês e o dono tinha deixado muito claro que se eu não pagasse, ele me tiraria daqui a força. 

Meu telefone tocou, na tela apareceu Allie Cullen, a garota que conhecia a uns seis meses e que eu adorava. 

Ligação no 

— Oi Allie!

— Rose, amiga, tudo bem? Que voz é essa? Estava dormindo ainda? 

— Estou deitada deprimida, sabe o que descobri ontem à noite? 

— O que? 

— Que não tenho dinheiro nem para curar minha depressão com algumas cervejas, você acredita nisso Alice? Pior que coloquei algumas coisas pra vender no eBay, ninguém me deu retorno e tenho andado o dia inteiro atrás de emprego e ninguém me liga. Acha que Deus tem algo contra mim? 

— Claro que não sua louca, todo mundo tem fases ruins na vida!

— Ah, a minha só dura desde que nasci até hoje! - Suspirei fundo - Desculpa Allie, só ando meio desanimada.

—Não precisa pedir desculpa, tenho algo para você, mas vou precisar que você venha aqui em casa. 

— Algo tipo? 

— Um emprego talvez, você consegue vim pra cá ? 

— Acho que sim, onde você está? 

— Na casa da tia Carmen, vou te mandar a localização! 

— Não acredito que estou prestes a conhecer sua mãe e sua tia, tenho tanto a agradecer as duas! - Me animei um pouco. 

— Eu sei! Sabe quem está aqui também? 

— Quem? 

— Alex, Peter e Aggie. 

— Ownn pequenos, achei que o pai deles ia deixá-los de castigo um bom tempo depois de ontem! 

— Ele deixou. 

— Pecado, a brincadeira foi terrível, mas temos que admitir que foi muito engraçado. 

— Sim, mas meu primo não está muito feliz! 

— Imagino! - Sorri lembrando da carinha de sapeca que aquelas crianças tinham - Vou me trocar então, devo me vestir para uma entrevista de emprego?

— Definitivamente não, venha para um almoço em família.

— Ok!

— Me liga quando estiver chegando.

— Tá bem, obrigado Allie. 

— Beijo! 

Desliguei o telefone e fui me arrumar. Eu nem me importava que tipo de serviço Allie estava arrumando para mim, com tanto que desse para eu manter minhas contas em dia, já estava ótimo. 

Tomei um banho rápido e fui me trocar, coloquei uma calça jeans rasgada no joelho, uma regata preta e uma sandalhinha no pé. Meu cabelo, num tom quase preto, com algumas luzes na ponta, apenas penteei e deixei para secar naturalmente. Passei uma base no rosto, para esconder minhas olheiras, e um rímel nos olhos.

Sai de casa já passava das dez, pela localização que Allie me passou eu teria que pegar dois metros e andar algumas quadras a pé, seria uma viagem, mas por a chance de trabalhar, eu estava disposta a qualquer coisa. Com meus fones de ouvido na orelha segui meu caminho ao som de Bon Jovi, um dos meus cantores prediletos. 

Uma hora e meia depois cheguei na casa de Carmen McCarty, mandei uma mensagem para Allie e fiquei na frente da grande casa esperando ela me atender. 

— Rose, sua louca, tudo bem? - Alice falou abrindo o portão. A baixinha estava com uma calça de pijama de unicórnio é uma blusinha regata branca. 

— Oie Allie - Nos abraçamos - Não acredito que você ainda está de pijama. 

— Eu saí ontem de noite com o idiota do James e acabei bebendo demais, - Ela sorriu para mim - Acordei com uma ressaca e fiquei com preguiça de me trocar para vim para cá.  

— Por que diabos você ainda sai com esse garoto ? 

— Sei lá, ele é divertido, ontem falei para ele que entre nós nunca mais vai rolar nada. - Ela falava enquanto abriu espaço para eu entrar no grande jardim da casa. 

— E ele ? - Perguntei 

—  Quase chorou, acredita! - Ela falava e andava. - daí já falei um monte para ele e por fim acho que nem se ver a gente vai mais.

—  Livramento de Deus amiga! - Falei quase sarcástica, eu odiava James e Alice sabia disso. 

— Seu ódio por ele é completamente gratuito, você sabe disso né? 

— Meu ódio dele é por ele querer estar com você e com o resto das mulheres da cidade!

—  Enfim! - Ela suspirou antes de entramos pela porta da casa. - Preciso achar um novo contatinho. 

—  E os dezessetes que você já tem? - Perguntei rindo.

— Prestam tanto quanto James - Ela sorriu 

Acompanhei ela em silêncio,  o lugar era enorme e maravilhoso, tudo bem decorado e cheio de móveis rústicos e elegante. 

Na sala, cinco pessoas nos esperavam, eu reconheci Carmen e Eleazar McCarty, Esme e Carlisle Cullen. Os dois homens eram donos de uma rede de hospital aqui de Seattle e as duas mulheres trabalhavam com projetos sociais, os quatro sempre apareciam na tevê. Ao lado deles, um homem me olhava com curiosidade, ele era alto e forte, dava uns dois de mim. Sua pele parecia bronzeada e seus cabelos eram loiros, ele era muito bonito.

Alex, Peter e Aggie foram os primeiros a vim me cumprimentar. 

— Tia Rosie. - Alex falou vindo me abraçar. - Estava com saudades. 

— Oi monstrinha - Abracei ela também - Também estava com saudades. 

— Oi tia Rose! - Peter me abraçou depois que a irmã me soltou. 

— Oi campeão! - Beijei sua testa e baguncei seu cabelo. - Não acredito que você ainda não deixou cortar esse cabelo. 

Brinquei com ele e ele sorriu sapecamente para mim. Me abaixei pra ficar do tamanho de Aggie para receber um beijo é um abraço carinhoso da pequena. 

— Oi titia! 

— Oi minha chocolatinho branco - Beijei seu rostinho e falei fazendo careta -  que vontade de te morder inteira, sabia? - Levantei com ela no meu colo - Posso? 

— Num pode morder titia! É feio. 

— Eu sei amorzinho, estou apenas brincando com você! – Olhei para Alex e Peter que ainda me olhavam - Como está o castigo? 

— Papai está decepcionado com a gente! - Alex falou desanimada.

— E que vocês pegaram pesado dessa vez, vocês não acham? 

— Foi só uma brincadeira! - Peter reclamou - Quem tem medo de uma fantasia de dinossauro e de uns barulhos e bombinhas ?

— Pelo visto ela! - Falei - Vocês sabem que nada vai justificar né ! 

Os dois me responderam um uhum desanimado: 

— Deixa eu te apresentar minha família Rose. - Alice falou – Meus pais Esme e Carlisle, meus tios Carmen e Eleazar e meu primo, e pai das crianças, Emmett. 

— E um enorme prazer conhecer vocês, se vocês soubessem o quanto já fizeram por mim! – Sorri agradecida a eles - Não só por mim, mas por muitos que precisavam de ajuda. 

— Rose viveu e estudou em uma das associações que a gente apoia. – Alice explicou 

— Sério? - Esme falou animada 

— Eu não seria nem metade do que sou hoje se não tivesse toda a ajuda que vocês dão a crianças, jovens e adultos sem família. 

— Ficamos muito feliz em conhecer alguém que participou de tudo isso. - Carmem falou

— Você não tem ideia de como é importante sabermos que ajudamos efetivamente nessas vidas. - Carlisle falou 

— Por que você não senta, podemos conversar um pouco. - Eleazar sorriu para mim 

Me sentei no sofá e começamos a conversar. Aggie ficou no meu colo e Alex e Peter sentaram no tapete. Contei um pouco da minha vida no orfanato e como foi estudar numa escolas que eles patrocinavam e até como consegui me formar na faculdade. 

— Ainda que eu aproveitei todas as oportunidades que foram surgindo, a pior parte é as pessoas que vão ficando, sabe, aquelas que o sofrimento é tão grande por não ter ninguém nesse mundo, que não tem nenhuma vontade de reagir. 

— É isso que você se tornou psicóloga? - O primo da Alice falou pela primeira vez. 

— Um pouco, teve todo um processo de autoaceitação e autoajuda. Eu precisava me tratar para poder ajudar os outros. Eu tinha minhas próprias feridas sabe? 

— Você faz algum tipo de trabalho voluntário hoje em dia?- Esme me perguntou interessada. 

— Sim, em alguns finais de semana faço atendimentos gratuitos para as crianças. 

— Ouvi você falando enche meu coração de orgulho sabia? Mostra que todos os esforços meu e de Carmen deram resultados. - Esme tinha lágrimas nos olhos. 

— A maioria de meus amigos, são pessoas que cresceram comigo e sempre conversamos. A gente vê tudo que vocês fazem como uma corrente inquebrável, vocês nos ajudaram, nós ajudamos a quem precisa, um dia eles também vão ajudar outros e o círculo nunca terá um fim. 

—Era mais ou menos isso que pretendemos alcançar - Carmen falou 

— Podem ter certeza que vocês alcançaram, eu serei eternamente grata a vocês por tudo que consegui na vida. Cresci com dois garotos, um mais velho é um mais novo, os amo como se eles fossem meus próprios irmãos e graças a vocês, nós tivemos as mesmas chances de estudar, e ser alguém na vida como qualquer criança com uma família normal.

— Quem bom, ficamos extremamente feliz de ouvir alguém falar dessa forma dos nossos projetos. - Carmen falou - Allie falou que você saiu do seu emprego, o que você fazia antes? - Carmen me perguntou 

— Eu era psicóloga numa escola e tinha um garotinho que nasceu com um problema degenerativo - Suspirei - Só que os pais deles são muito loucos, suprem toda atenção e carinho que o garoto precisa  com presentes caros e deixando ele fazer o que quer. Ele está crescendo sem nenhum amiguinho, porque ele está ficando egoísta e mimado. Quando chamei os pais para conversar sobre as atitudes dele na escola, eles não aceitaram muito minha opinião e fizeram uma reclamação formal sobre mim. E foi assim que perdi o emprego. 

— Você devia processar eles, já te disse isso! - Allie falou 

— Não vou fazer isso Allie! Você consegue imaginar o que esses pais devem passar? A criança é como um cristal para eles que a qualquer momento pode se quebrar. Tentei ajudar porque sei o quanto ele vai sofrer nesse processo da infância e adolescência, infelizmente os pais dele não estão abertos para ajuda, não tem mais nada que posso fazer. 

— Emmett, filho, porque você não vai conversar com Rose no escritório enquanto preparamos o almoço?

— Claro! - Ele se levantou do sofá e falou para mim - Você pode me acompanhar ? 

— Sim!

Falei e olhei para Alice. Ela sorriu me incentivando. Andei atrás dele até um escritório cheio de livros, um sonho de escritório para quem gosta de ler. Ele se sentou numa cadeira e apontou a outra pra eu sentar, ele falou assim que me ajeitei. 

— Então, acho que você já sabe o que meus filhos aprontaram, né ? 

— Sim, Peter se vestiu de dinossauro e deu um susto na babá. Alex filmou tudo e Aggie assistiu.

— Exatamente, mas dessa vez eles extrapolaram na brincadeira e estou sem ninguém para cuidar deles, então Allie me indicou você! 

— O que precisa? 

— Estou procurando alguém para me ajudar com as crianças. Antes eu queria uma babá, uma governanta algo assim, mas já vi que não funcionando eles. Quero alguém que não desista deles em primeiro lugar, que possa cuidar, amar, ensinar. Que esteja disposta a passar um bom tempo com eles. Como disse aos meus pais, não quero transferir minha função de pai, mas trabalho o dia todo é preciso de alguém em quem eu possa confiar e eles também. 

— O que você tem em mente? Como funcionaria? 

— Quero que acompanhe as crianças de segunda a sexta das sete da manhã, horário que elas acordam até as 19:30, mais ou menos. Às vezes surge uma emergência no hospital daí seria até um pouco mais tarde. Tipo cuidar de tudo sabe, da roupa, da alimentação, buscar e levar na escola, nas atividades depois da escola. 

— Eu faria esse papel de dia e você faria o de pai a noite? - Perguntei 

— Sim, eu continuarei acompanhando tudo sobre eles, mas poderia concentrar em meu serviço melhor, sabendo que eles estão em boa companhia. 

— Não me leve a mal Emmett, mas você tem ideia que contratando alguém para viver dessa forma com seus filhos será o início de um laço muito forte. Digo, eles vão se apegar, essa pessoa também vai se apegar neles e vão acabar se vendo como família. 

— Eu sei, e é basicamente o que eu desejo. Quero dar uma estabilidade para eles, não sei se você me entende, eu não pretendo me casar novamente e essa seria uma forma das crianças ter uma presença feminina em suas vidas, alguém que servirá de exemplo para elas. 

— Como fica os finais de semanas? Precisaria dormir na sua casa?

— Finais de semana você ficaria livre, quando dormir na minha casa fica de opção sua, tenho um quarto que você poderia ocupar, até porque, as vezes fico até tarde no hospital! 

— Certo, eu não tenho muito a perder com nada Emmett, não tenho família e no momento estou  desempregada. Eu adoro seus filhos e acho que posso te ajudar com isso. 

— Ok, quanto ao pagamento, se você morar lá em casa, então teríamos casa, comida e transporte, o que me diz de dois mil para suas despesas pessoais? 

— É muito dinheiro Emmett, não vou ter despesa com casa e nem comida. 

— Mas são três crianças! 

— Mesmo assim, aceito no máximo 1000. 

— 1500 então, meio termo do que te ofereci e do que você me pediu. 

— É muito Emmett, 1.200? 

— Tá tudo bem!, Você consegue começar na segunda, amanhã de tarde posso buscar você e suas coisas. 

— Sim pode ser, mas antes disso, precisamos falar com as crianças, não faz sentido nós dois acertamos tudo isso é eles não quererem. Esse contrato deve ser com as três partes concordando. 

— Os chamo aqui? 

— Acho que sim. 

Emmett levantou e foi chamar as crianças e eu fiquei ali. Era meio loucura tudo aquilo, tudo que ele estava me oferecendo era algo que eu jamais quis na vida, criar laços. Mas, pensando em tudo que essa família fez indiretamente para mim, era impossível eu deixar de ajudá-los. 

Quando Emmett voltou com as crianças, Alex foi a primeira a falar. 

— Você que vai ser nossa babá agora Rosie? 

— Se vocês quiserem, sim ! 

— Crianças. - Emmett falou - Ela será muito mais que uma babá, ela vai ficar lá em casa, vai cuidar de tudo que se refere a vocês três. 

— O pai de vocês ainda será o pai de vocês eu vou apenas acompanhar vocês enquanto ele trabalha. 

— Você vai ser chata com a gente? - Peter perguntou 

—  Não pretendo.

— Vamos poder ao menos nos divertir? - Alex perguntou - As pessoas não tem muita paciência quando o assunto é nossa diversão. 

— Vocês são crianças, estudo e diversão são prioridades na vida de vocês. 

— Rose, vamos poder comer chocolate? - Aggie sorriu para mim

— Acho que sim amorzinho! - Sorri para os três. - Escutem crianças, seu pai precisa de ajuda e estou disposta a ajudar, mas ele ainda será o pai de vocês e eu a amiga de vocês, certo? Podemos tentar para ver se isso vai dar certo? 

— Sim!

Foi Alex quem falou, os três sorriram para o pai e depois mim e eu retribui. Aqueles sorrisinhos seriam a minha perdição, meu coração dizia isso, seria um grande passo na minha vida aceitar esse emprego, mas seria gratificante também, vou ajudar os netos das duas pessoas que mais me ajudaram na vida e eu não via melhor forma de agradecê-las.


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