Heart to Heart escrita por Fofura


Capítulo 4
Use sua imaginação


Notas iniciais do capítulo

AAAAA OLHA QUEM VOLTOU *~*
Oh temporada demorada da bexiga, pareceram vinte anos e ainda tivemos que esperar mais um mês aaaa
Mas cá estamos com a continuação que eu tanto queria escrever e agora podemos desfrutar de Jopper com gostooo ♥
Pensei muito se eu ia continuar com a narrativa em primeira pessoa, ia mudar pra terceira, mas quis manter a essencia da fic ♥
Espero que gostem :3



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Há muitas coisas que eu, Jim Hopper, gostaria de dizer além das que confessei a Dimitri em um de meus momentos de desesperança.

O fato de pensar ser a própria maldição, de achar que machuco todos que amo, partiria qualquer coração que sentisse minha dor, qualquer ser humano que ouvisse meu lamento, por mais frio que fosse esse ser. É o que ela diria.

Só de pensar em metade do que sofri nessa prisão, as agressões físicas e verbais, a fome e o frio, o cansaço do trabalho pesado, o fato de não falarem minha língua, a ausência de conforto ao dormir… Eu estava no inferno e só acredito que sobrevivi todo esse tempo não por força, mas por castigo.

Nunca precisei tanto de Joyce e El como em todos esses momentos.

No instante em que fui capturado eu soube que não tinha saída.

Eu não lembro de muita coisa durante as porradas que eu levei, mas, lembro claramente de um deles me perguntar quando me neguei a responder quem ela era "quer morrer por essa mulher, americano?" E sim, eu morreria por ela. Faria o impossível para mantê-la em segurança, perto ou longe. Eu morreria para salvá-la e foi basicamente o que fiz na base russa sob o Starcourt, e ela com certeza achava que eu estava morto. Eu tinha que avisar que não estava.

Temi por sua vida mais de uma vez e quando tudo deu errado, achei que tinha perdido ela. Somente um milagre nos salvaria. Dimitri achou que meu milagre tinha nos salvado do demogorgon. E ele estava certo. Joyce era o meu milagre.

Não acreditei quando a vi, parecia miragem, um sonho, uma visão maravilhosa. Depois que a ficha caiu, que a senti em meus braços, aquela coisinha fofa, minúscula e perigosa, aquela preciosidade em forma de mulher, eu soube que não importava os perigos, as dúvidas, a distância ou a dificuldade, Joyce sempre iria me salvar, seja de russos furiosos ou dos meus próprios demônios. Ela é a luz na escuridão, a água no deserto, o calor num corpo frio.

Senti as esperanças se ascenderem, a vontade de viver voltando pro meu peito. A vida voltou a fazer sentido.

Conversamos enquanto ela cuidava do meu ferimento e eu não conseguia tirar os olhos da minha salvação.

"Eu te perdi por oito meses" embora isso tenha doído, nela e em mim, foi um bom sinal. Nós tínhamos chance. Ela disse que a El está sentindo falta de mim, mas enfatizou o "todos estamos". E mesmo estando em perigo eminente, com ela, eu estava mais confiante do que nunca.

Conseguimos fugir da prisão por pura sorte e ao chegar no armazém, foi satisfatório vê-la irritada gritando com Yuri. Aquela lata velha que ele tinha não parecia ser capaz de salvar ninguém, muito menos voar até a América.

O jeito era usar o telefone e pedir ajuda ao Owens. Mas pra isso, precisávamos falar com a telefonista russa e esperar ligarem de volta enquanto Yuri dava um jeito naquela porcaria.

Enfim, de qualquer jeito tínhamos que esperar, então, os caras foram pra fora e eu fiquei sozinho com ela.

Procurei roupas limpas e entreguei as menores que achei. Ficamos tímidos do nada esbarrando um no outro, e fomos para cantos extremos pra termos privacidade.

De repente, depois que tirei a camisa e fiz um novo curativo, ouvi a voz dela atrás de mim, espantada, ao ver minhas cicatrizes.

— O que fizeram com você? Meu Deus…

— Ah, não está tão ruim. Eu precisava perder peso mesmo.

Senti um olhar de reprovação então fiquei quieto. Disse que não devia ter metido ela naquilo, que era perigoso, e claro que minha heroína sabia dos riscos, e eu me arrepiei quando ela disse que faria tudo de novo.

— Até porque a gente ainda tem aquele encontro marcado, lembra?- e então eu vi aquele sorriso de novo. Aquele sorriso que me desarma.

— Se eu lembro? Eu só sonho com isso!

Percebi a cara de decepção dela quando eu só falei do cardápio que estava doido pra comer no Enzo's, mas foi só uma brecha, pois a carinha dela de zero inocência, mas com um pingo de timidez, me fez avançar e chegar mais perto dela.

— Era pra eu sonhar com outra coisa?

— Me diz você.

A brincadeira foi inevitável e claro que ela tinha que corrigir minha pronúncia no “Chianti” com aquele sorriso lindo. Nós somos bons em descontrair em momentos embaraçosos. O que eu mais sonhava era com o que vinha depois da sobremesa. E ela perguntou o que aconteceria. Fingi demência.

— Eu não sei.

Ela me olhou profundamente e sua frase me fez arrepiar novamente.

— Use sua imaginação.- mais um sorriso surgiu em seu lindo rosto e claramente era um sinal verde.

— Quem precisa de imaginação?

Isso sim era o que ela queria ouvir. Me aproximei e ela agarrou meu pescoço correspondendo aos meus lábios sedentos por seus beijos. Sedentos por anos.

Estava no céu? No paraíso? Se não estava, era algo como isso.

Perdidos naquele beijo delicioso, fomos saindo do canto e eu fui andando pra trás sem querer desgrudar dela. Nossas mãos e pernas criaram vida própria. Chocamos com as caixas e ela se assustou no meio do beijo achando que íamos derrubá-las. Eu ri e ela voltou a me agarrar. Me agachei só um pouquinho pra ficar da altura dela e a apertei em meus braços como se só precisasse disso pra viver. E era só disso mesmo que eu precisava ali.

Os lábios quentes dela nos meus, as mãos dela em minha pele… Eu sentia que com um toque ela poderia sumir com todas aquelas cicatrizes. Nada mais doía no meu corpo, não quando Joyce me tocava. E naquele momento eu só queria o corpo dela colado no meu por mais tempo.

Maldito telefone!!

Era uma amiga do Owens que relutou muito até acreditar que era eu. As crianças estavam em perigo e minha super heroína teve uma ideia brilhante. Podíamos ajudar as crianças sem precisar voltar. Então teríamos que botar fogo em todos os monstros da prisão.

Eu tinha um plano de ser a isca, e Joyce não gostou nada disso.

— Eu não sei, Hop…- ela estava com medo e eu garanti que desta vez seria diferente. — É bom que seja. Eu não quero outro funeral…

Acariciei seu rosto, rezando pra não ser a última visão dela que eu teria, mas mesmo assim apreciei e juntei nossos lábios mais uma vez. Foi difícil sair e deixá-la lá, mas eu ia lutar pra conseguir voltar. E mais uma vez, eu só consegui por causa dela.

Eu tinha certeza que daquele demogorgon eu não escaparia quando ele pulou em cima de mim e me encurralou, do mesmo jeito que o Bob. E do nada lá veio ela, com uma arma de choque pra salvar minha vida.

Ela afastou o monstro de mim e correu pros meus braços. Mas não durou muito, pois mais monstros vieram atrás de nós. Peguei sua mão e corri pra tirá-la dali. Corremos pra arena e quando os bichos nos encurralaram novamente, Murray meteu fogo neles. Mas quase pegou em nós dois e eu não pensei duas vezes em protegê-la com a minha vida. Virei um escudo humano pra ela e a abracei com força.

Era muito perrengue pra pouca gente. Acho que as vezes em que quase morremos não dá nem pra contar nos dedos.

No meio da arena, com um bando de monstros mortos, eu abraçado com ela estava e abraçado com ela fiquei, seguro e passando segurança, até os dois russos aliados pousarem para nos resgatar e levar de volta pra casa.

Casa, literalmente falando, era Hawkins. Mas óbvio que nos braços de Joyce Byers, eu já estava em casa.

Durante esses oito meses, eu pensava nela todos os dias, e queria que meus pensamentos chegassem até ela. Posso dizer, felizmente, que não preciso apenas pensar ou sonhar, agora eu posso falar e posso realizar.


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Notas finais do capítulo

Vocês acharam que eu ia acabar aqui mesmo? shaushajshj
Sabe aquela pataquada de "dois dias depois"? Fiquei num ódio que pularam dois dias do nada, que vou postar o que aconteceu com nosso casal durante esses dois dias siimm! Aguardem cenas dos próximos capítulos hsuahsja
Que saudade que eu tavaaaa, espero que ainda tenha alguém aqui né hahah