Saint Seiya - Contra as Forças do Inferno escrita por Bruno Kroeger


Capítulo 8
Capítulo 8




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Shiryu, Shun e June entram no Templo de Éris. No momento em que eles entram, eles não enxergam mais um ao outro. É como se cada um deles estivesse sozinho.

O templo parece vazio. Shiryu caminha em direção ao centro do salão, olhando ao redor, mas não vê ninguém, nenhum inimigo. "Onde estão Shun e June?", pensa ele. Ele não sente nenhum cosmo ali, aliado ou inimigo. "Tudo isso parece muito estranho".

Ele então vê se aproximar uma figura humana, vinda do fundo do salão. Estava coberta por uma túnica com um capuz, de modo que não é possível distinguir quem é.

— Quem é você? - Indaga Shun, assumindo postura defensiva.

— Sou apenas um servo da deusa Éris. A minha senhora me ordenou que lhe trouxesse alguém que você deve ver.

Entra no salão uma outra pessoa, uma jovem com as mãos atadas. Chegando mais perto, a pouca luz que entrava no salão iluminou o rosto da moça tímida. Era o rosto de Shunrei.

— Shunrei! O que você está fazendo aqui?

— Eu fui capturada e aprisionada pelos servos da deusa Éris, Shiryu. Eles destruíram toda a nossa vila, mataram o Mestre Ancião e só eu sobrevivi. Eles me deixaram viva apenas para que eu pudesse falar com você agora.

Shiryu ficou paralisado. A dor em seu coração foi tanta que ele não soube o que dizer. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Ele então disse:

— E o que você quer me dizer agora, Shunrei?

— Shiryu, você foi o responsável pela destruição da nossa aldeia. Há tantos cavaleiros tão poderosos neste mundo! Por que você tinha que lutar? Por que não permaneceu conosco nos Cinco Picos Antigos? Por sua causa, todos nós fomos castigados, tivemos nossas vidas destruídas.

Shiryu caiu de joelhos, chorando.

— Shunrei! Tudo que eu quis foi lutar pela paz neste mundo, garantir que o mal não dominasse esta Terra. Eu lutei por você também!

— De que adiantou, Shiryu? Tudo está perdido. O mal vai dominar o mundo de qualquer maneira. Daqui a uma hora o inferno abrirá as portas e mil demônios dominarão este mundo. Eu pedi que você ficasse, que não fosse lutar, mas você nunca me ouviu. Você sempre se considerou sábio, mas veja a sua desgraça agora, Shiryu! Você é o mais tolo dos homens!

Caído de joelhos, com a cabeça baixa e com as mãos no chão, Shiryu apenas chorou. O servo de Éris então disse:

— Dragão, a deusa Éris tem uma proposta para você. Se você entregar sua vida a Éris, ela libertará a garota. Sacrifique a sua vida em troca da vida da moça.

Shiryu ergueu os olhos e encarou aquela pessoa. Ele então se levantou e permaneceu com a cabeça baixa por alguns instantes. Em seguida, ele respondeu:

— Eu não poderia fazer outra escolha neste momento. Eu devo isso a você, Shunrei. Eu aceito a proposta. Vou morrer para que Shunrei seja livre.

Ele novamente caiu de joelhos e a figura encapuzada sacou uma enorme espada e a ergueu diante dele.

***

June caminhou pelo salão com o olhar firme. Também estava confusa por se ver repentinamente sozinha. Mais à frente, ela viu os corpos de Shun e Shiryu caídos no chão. Viu então uma figura humana encapuzada, com uma espada na mão direita.

— Você falhou, Camaleão? - Disse aquela pessoa estranha.

— Como eu falhei? Quem é você?

— Você não foi capaz de ajudar os seus amigos. Você é fraca, é lenta, é impotente.  Ao entrar neste templo, você caiu em um portal interdimensional e acabou perdida em uma distorção espaço-temporal. Seus amigos conseguiram atravessá-la, mas você acabou engolida, só conseguindo se livrar agora. Se você tivesse chegado a tempo, poderia ter ajudado os seus amigos. Mas agora eles estão mortos. 

— Eu vou lhe mostrar se sou fraca, seu miserável!

— Não adianta, amazona! Você pode até me vencer agora, mas será inútil. Você chegou tarde demais...

A pessoa que lhe falava mostrou então mais um corpo caído no chão. Era o corpo de Atena.

June entrou em desespero.

— Eu sou mesmo uma inútil! Tudo está perdido, porque eu sou fraca demais! Eu achei que pudesse ser útil a Atena, mas agora eu vejo que sou a menor dentre os cavaleiros. Agora já não adianta mais lutar. Acabe comigo, então! Mate-me como fez com os meus amigos! Eu não mereço viver.

***

Shun caminhou pelo salão e viu vários corpos sem vida caídos pelo chão. Ao olhar com mais atenção, viu que se tratava de todos os adversários que ele havia matado. Shun ficou aterrorizado.

— O que significa isso? - Exclamou Shun.

Uma figura estranha, vestindo um manto com um capuz que lhe cobria o rosto, lhe disse:

— Shun, estas são todas as pessoas cuja vida você tirou. São as suas vítimas! Shun, foi nisso que você se tornou, afinal. Um assassino. Um ceifador de vidas. Você, que sempre defendeu a vida, que sempre foi contra as lutas, tornou-se um grande matador. Um hipócrita, é isso que você é! Você nunca teve respeito pelas vidas humanas!

Shun caiu de joelhos e começou a chorar.

— Você tem razão. - Disse Shun. - Eu me tornei aquilo que eu mais temia. Um assassino! MInha alma está manchada de sangue. Eu não sou digno de ser chamado um cavaleiro de Atena.

— Ora essa, levante-se, Andrômeda! Lute comigo! É o que você sabe fazer, afinal. Matar! Venha, lute!

Shun olhou para o seu oponente e disse:

— Desta vez não. Eu não vou lutar mais uma vez. Se você quiser me matar, vá em frente. Mas eu não vou reagir. Não vou ceifar mais uma vida.

***

Uma grande explosão foi ouvida. Shiryu, June e Shun se levantaram e viram uma figura humana ser arremessada ao chão. Uma voz forte foi ouvida:

— Amigos, levantem-se! Vocês estavam sob o efeito de uma ilusão desse demônio!

Eles olharam para trás e viram se aproximar ninguém menos que Ikki, o cavaleiro de Fênix!

— Esse verme pretendia acabar com vocês sem que oferecessem qualquer resistência.

Aquele ser se levantou e caminhou na direção dos cavaleiros de Atena.

— Eles podem até ter acordado da minha ilusão, mas a mente deles ainda está sob o efeito do meu poder. - Disse a personagem. - Não vão conseguir lutar contra mim.

Ikki olhou para os três cavaleiros de bronze e viu que eles de fato estavam com o semblante desanimado.

— O que você fez com eles? - Questionou Ikki.

— Não se trata de nenhum feitiço. Eu apenas lhes mostrei o seu maior medo. Eu lhes mostrei a verdade. Eles estão abalados, não pelo poder do meu cosmo, mas pelas suas próprias dúvidas. O meu nome é Aleteia.

Aquele ser então retirou o manto e foi possível ver que se tratava de uma mulher. Vestia uma armadura de cor violeta escura, muito intensa.

— Não importa, eu sozinho acabarei com você.

Ikki então avançou contra Aleteia. Ele desferiu vários golpes contra Aleteia, que se defendeu e então disparou um golpe contra Ikki. Este foi atingido e caiu no chão.

— Qual é o seu medo, Fênix? - Perguntou Aleteia. - Eu vou colocá-lo diante do seu maior temor.

— Não vai ter tempo para isso.

Ikki então desferiu o seu poderoso golpe Ave Fênix. O golpe atingiu Aleteia em cheio, que teve a armadura totalmente despedaçada e caiu no chão sem vida.

Ikki então gritou para os seus companheiros:

— Amigos, parem com isso! Vocês não podem se abater com o que vocês viram. Nós somos cavaleiros de Atena. O mundo está em nossas mãos.

— Mas Ikki... - Disse Shun. - Aleteia disse a verdade. Eu não passo de um assassino...

— Eu fui um egoísta. - Disse Shiryu. - Eu deveria estar nos Cinco Picos Antigos cuidando de Shunrei.

— E eu, eu sou uma fraca. - Disse June. - Não sou capaz de fazer nada por Atena.

— Calem a boca! - Gritou Ikki. - Shiryu, você sabe muito bem que a Shunrei compreende o motivo de você estar aqui. Ela, assim como o seu mestre, depositou toda sua confiança em você. June, você tem lutado ao nosso lado todo este tempo, como uma de nós. Você não fez menos do que nenhum cavaleiro em defesa de Atena. E Shun, você seria um covarde se tivesse se omitido nesta guerra. Você está lutando pela paz. Alguns foram mortos, mas suas mortes não foram em vão. Estamos muito perto de derrotar o grande mal que ameaça este mundo!

Seiya e Hyoga também chegaram ao Templo de Éris. Nesse momento, surge mais um inimigo. Um homem com uma aparência muito imponente, vestindo uma armadura muito reluzente, de cor azul escuro.

— Cavaleiros, eu vim acabar de uma vez com tudo isso. Sou Jaga, o cavaleiro de Órion. Estou agora a serviço da deusa Éris!

Todos se espantaram ao ouvir aquilo. Jaga de Órion era famoso por ter sido um dos mais fortes cavaleiros que já existiram, mas que morrera muitos anos antes. Eles então concluíram que Éris o havia ressuscitado e ele agora a servia.

Shiryu, Shun e June avançam então contra Jaga. Este então dá um grande salto e do alto dispara o seu poderoso golpe Choque Megatômico de Meteoros, que derruba os três de uma só vez. Eles ficam muito feridos e não se levantam.

Ikki então avança contra ele. Ele não ataca de imediato, mas se movimenta diante de Jaga e estuda seus movimentos. Jaga então avança contra ele e os dois começam uma luta muito intensa, desferindo vários golpes um contra o outro, atacando e se defendendo. Até que Ikki dispara o seu golpe Ave Fênix. Jaga contém o golpe com apenas uma das mãos. Ele então dispara o seu Choque Megatômico de Meteoros, que derruba Ikki.

— Vocês, vocês dois, venham juntos contra mim. - Grita Jaga para Seiya e Hyoga.

Os dois cavaleiros de bronze então decidem unir suas forças.

— Seiya, nós já vimos o golpe dele duas vezes. - Sussurra Hyoga. - Eu sei como derrotá-lo. Deixe-o vir contra nós.

Jaga então corre na direção deles. Ele salta muito alto e então dispara mais uma vez o seu golpe.

— Você está vendo, Seiya? - Diz Hyoga. - Consegue enxergar os movimentos dele? Eu vou usar a minha técnica para neutralizar o seu ataque e você então acaba com ele!

Hyoga se adiantou, fez queimar o seu cosmo e disparou o seu golpe Execução Aurora. O ar frio começou a congelar a pele de Jaga e a frear a velocidade de seu golpe. Seiya então saltou por trás de Hyoga e disparou com toda a sua força o seu Meteoro de Pégaso. Sem poder se defender, Jaga foi atingido em cheio pelo golpe de Seiya. Sua armadura foi completamente destruída e ele foi atirado ao chão com seu corpo dilacerado.

Naquele momento, uma intensa aura sombria surgiu no salão do templo. Diante deles apareceu a imponente figura da maligna deusa Éris. Somente um sopro dos seus lábios foi o suficiente para derrubar Seiya e Hyoga e despedaçar suas armaduras. Agora, os seis cavaleiros de bronze estavam feridos no chão.

Seiya ergueu a cabeça e disse:

— Eu não tenho mais forças. Não sei mais o que fazer para vencer esta batalha. Nós não temos o poder para derrotar uma deusa.

— Seiya, nós estamos com você. - Disse Shun, erguendo a cabeça.

— Nós todos, juntos, conseguiremos derrotar Éris. - Disse June.

Ouviiu-se então o som de passos, seguidos de uma voz:

— E nós também estamos aqui para ajudá-lo, Seiya.

Os cavaleiros de bronze olharam para a porta de entrada e viram os três cavaleiros de ouro sobreviventes. Todos então se levantaram e se puseram diante de Éris. Seus cosmos arderam imtensamente.

— Nada disso vai adiantar. - Disse Éris. - Nem todos vocês juntos conseguirão me vencer. Eu criei uma barreira para que desta vez os outros deuses não interfiram mais.

O cosmo dos cavaleiros fez surgir uma luz intensa diante deles. No meio da luz, surgiu uma magnífica armadura. Era a Armadura de Ouro de Sagitário.

Seiya então vestiu a armadura. Seu cosmo era muito intenso. Ele então puxou uma flecha dourada e apontou-a para Éris. Os outros cavaleiros uniram seus poderes ao dele, concentrando-os na Flecha de Sagitário.

— Eu já disse que não vai adiantar de nada! - Disse Éris. - Que diferença faz o fato de você estar vestindo uma armadura de ouro, Pégaso? Apenas um deus pode me vencer.

— É exatamente isso que vai acontecer. - Disse Seiya.

Ele então disparou a flecha, que viajou rapidamente pelo ar, passou por Éris sem atingi-la e cravou-se na parede atrás dela.

— Ha, ha, ha, ha, ha! É só isso que vocês têm? - Zombou Éris.

A flecha cravada na parede abriu uma rachadura, que aumentou e aumentou, até abrir um enorme buraco na parede. E de dentro dele, saiu ninguém menos que a própria deusa Atena, que estivera aprisionada ali. Ela agora tinha em suas mãos a terceira ânfora divina.

— Agora chegou a sua hora de voltar para as sombras, Éris. - Disse Atena. - Os seus planos malignos falharam. Você perdeu!

Éris soltou um alto e estridente grito de desespero e foi sugada para dentro da ânfora, desaparecendo completamente.

As três ânforas foram reunidas e foram enterradas profundamente naquele local, e os templos dos deuses malignos desmoronaram e desapareceram completamente.

E a paz enfim foi restituída à Terra. E Atena pôde retornar em paz para o seu Templo no Santuário.

FIM


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