Quantas vezes você ouviu que você não era suficiente?

Suficientemente magra.

Suficientemente bonita.

Suficientemente alta.

Suficientemente inteligente.

Suficientemente atlética.

Suficientemente atraente.

Suficientemente rica.

Suficientemente elegante.

Suficientemente influente.

Suficientemente popular.

Suficientemente “gostosa”.

Suficientemente interessante.

Suficientemente simpática.

Suficientemente suficiente.

Quantas vezes ouviu que algo assim?

Corta o cabelo!

Você não deveria cortar o cabelo.

Você engordou.

Porque está tão magra?

Você já tentou cuidar dessas espinhas?

Porque não coloca silicone?

Você não deveria ter feito essa cirurgia estética.

Seu nariz é tão largo.

Sua boca é tão fina.

Já pensou em fazer academia?

Você é bonita de rosto.

Precisa ter onde pegar.

Precisa perder uns quilos.

Faz a sobrancelha. 

Arruma essas unhas.

Passa uma maquiagem.

Pra que você usa tanta maquiagem?

E quantas vezes você ouviu que tinha que mudar quem você era?

Para de falar assim.

Não use gírias.

Porque você não usa uma calça? Só usa saia.

Porque você não usa uma saia? Só usa calça.

Esse tipo de roupa não combina com você.

Você ficaria mais bonita sem maquiagem.

Passa uma maquiagem para esconder as imperfeições.

Não use essa roupa se não quiser ser assediada.

Você deveria usar roupas mais ousadas, tem um corpo tão bonito.

Você usa muita maquiagem.

Você deveria sair mais.

Você sai demais, homem não gosta de mulher assim.

E quantas vezes você disse uma dessas frases? Quantas vezes você falhou mas só viu quando falharam com você? Eu já errei muitas. Muitas vezes critiquei algo em alguém e quando foi a minha vez de ouvir foi que percebi o quanto aquilo é incomodo e significativo para a construção da autoestima de alguém. E percebi o quão desnecessário é esse tipo de comentário sobre alguém.

“O ser humano é falho, hoje mesmo eu falhei. Ninguém nasce sabendo, então me deixe tentar.” Projota

Letícia Pontes dos Santos