Liens de la Vie escrita por SestryRebe


Capítulo 2
Professora McGonagall




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No corredor iluminado pelo sol que passava pela claraboia, uma garota corria repensando tudo o que havia feito na semana, temendo que tivessem descoberto o porquê do cabelo de Susana Monfboy ter começado a cair ou se haviam encontrado seu pequeno estoque. Chegou derrapando na frente da Direção, seu coração palpitando ao lembrar da última vez que foi pega fazendo uma travessura, a rabugenta senhora Hollypheens ficou gritando loucamente por quase uma hora, o que pessoalmente ela achou uma injustiça, pois ela não tem culpa que coisas costumam explodir perto dela. Bateu na porta com suas desculpas na ponta da língua e ouviu um abafado ‘entre’ de uma voz que supôs ser da velha Hollypheens.

A menina abriu a porta, que rangeu alto como todas as portas daquele maldito lugar, se surpreendeu ao constatar que havia mais uma pessoa presente na sala, uma senhora de expressão severa, que a fazia se arrepender de tudo que já aprontou.

— Cumprimente a senhora McGonagall. Será que não lhe ensinamos bons modos?! – Disse a diretora sem paciência.

Olá, senhora McGonagall. – Cumprimentou com um forte tom de deboche já recebendo um olhar repreensor das duas.

— Então, seria você a Alexandra Snow? – falou McGonagall, e ela virou se para senhora Holypheens, se nem dar a chance de Alex responde-la – Será que poderia falar uns minutos a sós com a menina?

A outra assentiu e deixou a sala, mas não antes de murmurar um ‘comporte-se’ ao passar por Alex. A mais velha se senta numa das cadeiras dispostas na frente da mesa da diretoria e faz sinal para a outra se sentar também.

— Você deve estar se perguntando quem sou eu e que quero com você, certo? – McGonagall disse calmamente. – Me diga senhorita Snow, você já sentiu como se fosse diferente de outras crianças da sua idade? Já se perguntou o porquê de coisas inexplicáveis acontecerem ao seu redor?

— Só para saber, você não está aqui para me internar num manicômio ou algo do tipo, né? – Perguntou Alex já se vendo sendo levada numa camisa de força. Ela conseguiu capturar a sombra de sorriso no rosto rigoroso da senhora.

— Posso lhe afirmar que não é isso senhorita. O que estou tentando lhe dizer é que você é uma bruxa. – Proferiu calmamente dando uma pequena pausa para a menina absorver a informação. A expressão de incredibilidade no rosto de Alex logo se tornou em deboche imaginando se quem deveria ir para o manicômio era aquela senhora. – Não acredita em mim certo? Pois irei lhe fazer uma demonstração.

E assim McGonagall levantou-se, retirou uma vareta de madeira de suas vestes e se pôs na frente de um armário, num picar de olhos onde antes havia o móvel estava um sapo a coaxar.

— Puta que pariu!!!! – Berrou a garota pulando de sua cadeira e praticamente voando para o outro lado da sala, enquanto a estranha mulher desfazia o feitiço e sentava-se calmamente como se nada demais tivesse acontecido.

— Primeiramente olha o linguajar. – Repreendeu a bruxa com um olhar de desaprovação. – Me diga senhorita, nunca reparou que coisas estranhas costumam acontecer ao seu redor?  

Alex, ainda chocada com o que acabara de ver, começou a relembrar de todas as vezes em que as coisas saíram levemente do controle, como com o cabelo de Susan Monfboy cair depois da sua discussão com ela, ou da pequena explosão que aconteceu na direção após ter levado uma advertência pela diretora.

— Bom vejo que a senhorita não está tão descrente acho que posso explicar o que exatamente estou fazendo aqui. – Falou a mulher acenando para cadeira em sua frente na qual Alex sentou-se receosamente. – Meu nome completo é Minerva McGonagall, estou aqui para lhe oferecer uma vaga na escola para bruxos da Inglaterra, a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts a qual sou a vice-diretora e professora de transfiguração.

— Transfiguração? Hogwarts? Quer dizer que eu posso transformar coisas em sapos também? – A menina começou a falar rápido e entusiasmada com a ideia de fazer magicas. E nos vinte minutos que se seguiram o professora explicou o básico do mundo bruxo. Mesmo com tal explicação muitas perguntas ainda saltitavam na cabeça da jovem, mas não pode faze-las pois fora interrompida por batidas na porta, e a velha Hollypheens entra sem se importar em estar atrapalhando a conversa.

— Bom, já que está tudo resolvido por enquanto, vou me ir. Voltarei semana que vem se não for incômodo. – Disse a professora calmamente para a velha parada na porta com expressão impaciente.

— Não será incomodo algum, senhora McGonagall, ficamos muito gratos pela oportunidade dada a Alexandra. – Respondeu a velha com um falso tom de simpatia. – Mas sabe que essa não é a primeira vez que um de nossos alunos entram para essa escola. Houve um menino á muitos anos, eu recém tinha iniciado o meu trabalho aqui.

— Certo. Então, vejo você em alguns dias Senhorita Snow. – a bruxa voltou-se com um olhar enigmático a garota que até então apenas observava a conversa. – Espero que o que conversamos fique entre nós. Terminaremos de discutir os detalhes na próxima vez que nos encontrarmos. Passar bem.

E assim a senhora de roupas excêntricas saiu pela porta levando consigo todas as respostas para as inúmeras perguntas de Alex. A qual ainda não acreditava no que acabou de acontecer. A menina levantou e saiu sem nem se importar em despedir-se da diretora.

Alex passou os próximos dias pensando em tudo o que viu e ouviu, imaginando como seria a tal escola, se faria amigos lá. Chegou até pensar se tudo não passara de um sonho louco, um delírio de uma mente desocupada. Mas não era, pois, uma semana depois do acontecido, como combinado, a professora retornou a aparecer na porta do velho orfanato, levando assim Alex para conhecer mais do mundo do qual ela faria parte a partir de então.

Ao saírem do orfanato seguiram pela rua suja de Londres até chegarem num beco onde McGonagoll lhe alcançou um pente de cabelo.

 — Segure bem firme, é uma viagem turbulenta.

Mesmo sem entender Alex não ousou questionar a professora que parecia bem cômoda com a situação. E segundos depois de encostar o pente a menina sentiu o que parecia ser  um puxão em seu umbigo e tudo ao redor começou a girar, tornando a paisagem do beco em um borrão de cores. Com o vento assoviando em suas orelhas, a pequena fechou os olhos e sentiu se despencar no chão. Quando deu por si estava atirada na calçada de uma rua com muitas pessoas passando apressadas por ela, sem nem questionar o aparecimento repentino das duas bruxas. E McGonagall ao seu lado, parecendo impassível.

Alex estava prestes a soltar um palavrão que faria as senhorinhas sentadas no café ao lado estremecerem, mas o olhar severo da professora a fez levantar atrapalhadamente. E com isso passou a olhar ao seu redor, no outro lado da rua via uma loja cheia de objetos com formatos que não aparecia em seus livros de geometria (Alex podia jurar que um deles piscou para ela), havia outras lojas repletas de caldeirões mal empilhados, corujas mal-humoradas, e pena de cores muito brilhantes, numa boticária mais a frente uma mulher com um chapéu felpudo rosa-choque segurava um fresco que estava escrito “Sangue venoso de morcego: melhor cura para conjuntivite!!” e ao passar pela garota um focinho se aventurou para fora do estranho chapéu.

A bruxinha podia passar horas olhado de um lado pro outro sem se cansar, mas a voz de McGonagall se fez presente com um curto “Apresse-se”. E mesmo acelerando o passo para ficar no encalço da mulher, a menina não parou um segundo de apreciar as estranhezas do local.

— Senhora McGonagall, como é possível um lugar desses não ser mais falado por ai?

— O Beco Diagonal é escondido dos trouxas, há muitas entradas, mas a principal é por um bar chamado Caldeirão Furado. E tenha certeza, nenhum trouxa iria entrar lá sem querer.

— Trouxas???!!!- disse Alex surpresa por ouvir tal insulto ser proferido pela professora outrora tão educada.

— Ah certo. No mundo em que vivia a palavra trouxa pode ser considerado uma ofensa, mas para nós bruxos é apenas uma maneira de se referir a não-mágicos.       

A menina se contentou com a explicação e achou divertido saber que poderia usar o xingamento sem ser repreendida, mesmo que não fosse no sentido que realmente desejava. As duas passaram em algumas lojas, pegando livros, caldeirões, penas, tudo do mais baratos e simples, mas não podia reclamar afinal como não tinha dinheiro era Hogwarts que estava pagando tais materiais para ela. Foram tambem numa loja de roupas pequeninha, onde uma moça gorduchinha tirou medida até do tamanho das unhas de Alex.

E por fim pararam na frente de uma loja de madeira com as escritas Olivaras acima da porta. Ao entrar viram pilhas e pilhas de caixinhas em estantes eu chegavam até o teto. Um senhor de olhos esbugalhados lhe de maneira interessante. E começar a falar coisas sobre medidas, e experiências, tanto que a bruxinha nem se deu o trabalho de ouvir tudo. Só passou a prestar real atenção quando de dentro de uma das caixinhas o velho maluco tirou uma varinha de madeira clara.

— Mogno, 30cm, coração de dragão. Vamos la, teste!

Ao fazer uma movimento com a varinha ela explodiu uma das gavetas fazendo voar papeis voarem pela sala, e o senhor Olivaras cuidadosamente tirou o objeto do alcance da menina. Explosão daqui, caixas voando acolá, e quinze minutos de caos depois Alex sai contente carregando consigo uma varinha de carvalho branco, de 26cm, com núcleo de coração de dragão.

 Explicou como iria funcionar na sua nova escola e respondeu cada uma de suas incessantes perguntas que havia lhe rondado a cabeça a semana inteira. Quando voltaram Mcgonagall explicou para a velhota que seria ela a encarregada de levar Alex para a estação no dia primeiro de setembro.

O mês que se passou fora o mais longo da vida de Alex, tantas possibilidades e expectativas passaram por sua mente. Sem ter acesso a seu malão a agonia aumentava, pois, em alguns momentos chegava a duvidar se era real. Mas enfim chegou o dia tão esperado. A velha, de mal gosto, a levou até a frente da estação deixando-a sozinha. Foi então que ela chegou na frente da parede de tijolos entre as plataformas 10 e 9, a professora havia lhe explicado com entrar, mas então o medo lhe atingiu “como poderia atravessar aquela parede que lhe parecia tão concreta? ”. As pessoas ao seu redor passavam rapidamente tão preocupados com seus próprios dilemas que não reparavam na pequena criança ali parada olhando fixamente para uma parede.

— Olá pequenina, é sua primeira vez na plataforma nove e três quartos? – Uma voz doce falou atrás dela, Alex se virou e deparou-se com uma mulher de olhar amável sorrindo-lhe, ao seu lado um homem alto de aparência brincalhona e cabelos revoltados e um garoto que era sua miniatura e parecia ter a mesma idade dela. Ele deu um passo à frente e com um sorriso que parecia rasgar seu rosto disse:

— Hey! Eu sou James Potter e você quem é?  


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