Em plena madrugada passos apressados ecoavam pela Londres atrapalhando a tranquila noite de outono, uma jovem carregava um pequeno embrulho, seu rosto impassível não condizia com seu andar afoito. O ritmo de seus passos só diminui ao chegar diante de um grande prédio de aparência rudimentar com grades nas janelas, rachaduras nas paredes e uma porta de madeira desgasta, em cima da mesma havia um letreiro que a escuridão da noite impedia, a quem estivesse na rua, de lê-lo.

A bela mulher estancou diante do prédio, e se ficássemos bem quietos poderíamos ouvir sua respiração acelerar, ela sobe de forma lenta os gastos degraus e suas batidas na porta reverberam por toda a rua. Após alguns minutos a velha porta se abre com um rangido alto dando espaço para uma senhora de robe azul e aparência irritada. As duas trocam sussurros, e numa questão de minutos a mulher volta a caminhar já não segurando mais o curioso embrulho. Ouve-se um alto estampido, ao mesmo tempo o fechar da velha porta ecoa-se e a rua volta ao seu silencio arrepiante. No velho prédio com os dizeres “Orfanato Wool”, dentro do embrulho dormia calmamente um pequeno bebê sem saber que o que acabara de acontecer nessa noite fria iria mudar sua história.