Revolução Vilã escrita por Sirena


Capítulo 3
Capítulo 3 - Não Provoque a Rainha




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Certo, veja bem. A Rainha Má, não é mais essas coisas. Ela com certeza não é a mesma que era em 1938, mas, estava conservada e com certeza poderia dar uns tapas na Mamãe Gothel se quisesse.

Mas, como não se pode mostrar violência explicita por causa da classificação indicativa, esperamos que elas resolvam tudo de uma forma mais pacífica e sem sangue, tipo numa queda de braço ou algo assim.

Afinal, porque exatamente a Rainha parecia prestes a bater na Gothel? A bruxa da Rapunzel nem tinha se dirigido a ela ainda.

— E além de copiadora, ainda rouba as frases dos outros! — gritou a Rainha indignada.

Hã?

— Perdão. Como? — Gothel piscou surpresa, jogando os cabelos cacheados para trás.

— Você, Gothel, sequestrou a Rapunzel como o Rumplestiustinsk já tentou fazer, fingiu que queria o bem da menina, como a Madame Tremaine fez com a Cinderela, você não passa de uma copiadora! E ainda por cima, tenta imitar o meu jeito de se vestir e o meu bom gosto! E... E como se não bastasse isso eu ainda tenho que ouvir gente que acredita genuinamente que somos a mesma pessoa de algum modo! Eu ser você? Euzinha? Não, não, você me desgraçou completamente sua... Sua... Sua coisa! — a voz da rainha tremia de raiva fazendo a bruxa gargalhar.

— Ah, por favor! Menos, Rainha, bem menos, afinal... Ninguém nem lembra de você, velha mocoronga!

Ih, agora o bicho vai pegar.

— Do que você me chamou?

Não repete não...

— Ve-lha mo-co-ron-ga!

— Olha, Gothel! Eu aceitei muita coisa de você já, você copiou meu estilo pra vestidos, roubou meu título de vilã mais bonita, imita meu jeito de falar, copia até o meu look de velha indefesa. Agora, me chamar de velha mocoronga... Ah, mas não! Isso já é demais! Isso jamais! Jamais você me ouviu bem? Jamais! JAFAR — o ex-grão-vizir deu um pulo pra trás assustado com o berro repentino da rainha e sem entender por que estava sendo envolvido na história do nada. — Segura minha coroa que eu vou dar na cara dessa recalcada!

— Como é que é que você me chamou?

— RECALCADA! — a rainha gritou entregando a coroa para Jafar. Que ainda parecia meio confuso, embora visivelmente interessado. Não na briga, mas na coroa. Sabe como é, né? Interessa mais o que vale mais.

— Ah, mas eu...

Ambas arregaçaram as mangas bocas de sino de seus vestidos prontas para sair no tapa.

Prevendo o desastre iminente, Hans segurou Gothel, mas, ele não deveria ter se preocupado, porque uma vez que a Rainha se deu conta de pra quem entregou sua coroa ela arregalou os olhos.

— Deus do céu o que foi que eu fiz? – ela gritou. — Me devolve! Me devolve! Jafar, me devolve!

Malévola revirou os olhos tirando a coroa das mãos de Jafar e a devolvendo para a amiga antes de se voltar para seus penetras.

— Deixemos de ceninha, Gothel "querida."— Malévola suspirou voltando a fazer carinho no corvo empoleirado sobre seu cetro mágico. — Sabe que é verdade. O nível dos vilões caiu muito nos últimos tempos. Para ser exata... Começou a cair quando você apareceu.

— Então porque o Facilier está do seu lado da mesa? — Gothel argumentou seriamente com as mãos na cintura.

Facilier franziu a testa e se aproximou dos vilões de Rapunzel e Elsa, segurando uma risada enquanto embaralhava suas cartas de tarô.

— Sem ofensas, mas, eu diria que os meus amigos não estão desse lado... E sim do outro. Sacou a referência? Sacou? Ah, eu sei que você sacou.

— O meme é “entendi a referência.” – o Gancho murmurou do outro lado da sala.

— Tá, mas, não é de agora que o mal começou a decair não. Aquele mordomo das Aristogatas, por exemplo. — Hans argumentou tentando ter a voz da razão, logo sendo apoiado pela Gothel.

— Ou o Gancho que é incapaz de derrotar um monte de crianças.

— Não são crianças, são demônios! — Gancho murmurou o rosto corado por detrás da barba e os cachos do cabelo.

— O Ratcliffe que não consegue acabar com alguns indígenas, mesmo tendo armas de fogo. — Hans recordou.

— E não vamos nem falar da Cruela. Qual é? Tudo aquilo por um casaco? — Gothel deu risada, zombando, sem perder uma chance de irritar seus próximos.

— Ei, eu fui a primeira vilã a ter uma música tema!

— Ei, eu tenho uma música tema e sou muito mais velho que você. — Gancho discordou. — O Sr. Smee a compôs e toca logo...

— Ninguém te perguntou, maneta. — Cruela revirou os olhos verdes fazendo pouco caso com um gesto das mãos. — A questão é, eles podem até deixar a desejar, mas tenho certeza que causam muito mais medo que vocês dois. Vocês só fizeram fama por serem vilões bonitinhos, coisa que, cá entre nós, o Gaston e a Rainha são desde muito antes de vocês sonharem em roubar os doces dos coleguinhas.

— Que é só que eles fazem, também não é? — Gaston zombou.

— Como se isso fosse tão assustador assim. Nós enriquecemos tirando dos outros por muito menos que um trono em um reinozinho qualquer. — Úrsula zombou olhando de lado para Hans.

— Mas, isso foi malvado! Foi... Foi e-egoísta e gran-grand-di-dioso. Foi... Foi sim!

— Grandioso e exagerado de mais. Os piores de nós fazemos coisas grandes, simples e por motivos nada haver. — Gaston bufou cruzando os braços musculosos, como se realmente tivesse moral para ensinar alguém a ser malvado, o patife.

— Exatamente. — Malévola concordou, mesmo que a contragosto, uma vez que nunca se imaginara concordando com Gaston em nada. — O diabo está nos detalhes. Veja só, eu nunca teria ido à festa de batismo da Bela Adormecida se tivesse sido convidada, mas, como não fui, fui humilhada e dei o troco. O verdadeiro mal não precisa de motivos grandes, temos o ego tão grande que a menor coisinha já é o bastante. Sim, e vejam só a simplicidade da malvadeza... Memorável, simples e elegante. Um furo no dedinho, iria destruir toda uma casa real. E é claro, que, nós temos nossas histórias e nosso passado obscuro que, não só deixam todos curiosos, como, cá entre nós... Vendem muito bem!

— E nossos erros não foram tão idiotas quanto o de vocês, né, Gothel? — Facilier os recordou. — Você nem sequer pôs outro nome na Rapunzel? Deixou-a saber qual era sua real data de aniversário? Ah, por favor, né queridinha. Nem a Madrasta Má seria tão ridícula.

— A Madrasta Má falhou miseravelmente! — Gothel falou irritada com a comparação. – Tão miseravelmente que era incapaz desde o começo de perceber que as filhas não tinham chance! A cegueta burra!

— Mas, chegou mais perto da vitória do que você! Seu plano inteiro dependia da vida de uma menina? E quando ela morresse? Você ia o que? Pentear o cabelo do cadáver?

— E você, querido, até pode ser da realeza, mas — a Rainha Má hesitou, antes de piscar brevemente para Hans, (porque um trono e duas coroas são tudo nessa vida). — Nem todo o ouro do seu palácio consertaria essa tolice de contar seu plano maléfico antes de ela morrer. Nenhum de nós fez isso! É claro que Malévola contou ao príncipe que planejava deixá-lo aqui por cem anos, mas...

— Mas, meu plano nunca dependeu de ele morrer. E de qualquer forma, se não fossem aquelas três fadinhas desgraçadas com armas de amor e justiça, ele nunca teria me derrotado na minha melhor forma.

— É, além de que, vocês não têm estilo! — Cruela repreendeu. — Qual é? Vocês são vilões ou heróis brincando de serem maus? Todos sabem que essas roupas não condizem com o mal. O mal usa preto, sempre usou...

— A Rainha.... — Gothel tentou falar olhando com pouco caso para o vestido azul brilhante da rainha.

— Nah, nah, nah, quando envenenei a Branca, eu estava de preto.

— E o Hans pior, ele é mais uma criança malcriada do que vilão. — Úrsula suspiro.

— Desculpe? Sabe, que eu poderia mandar prende-la por isso...  — Hans avisou levando a mão ao cabo da espada, prontamente Úrsula escondeu-se atrás dos próprios tentáculos. Já tinha recebido golpes demais para uma vida inteirinha.

Cruela franziu o nariz para o príncipe das Ilhas do Sul e passou o braço sobre os ombros de Úrsula num gesto protetor.

— Sua jurisdição não se aplica a nós queridinho! Ah, que desperdício, um rostinho tão lindo, tanto potencial, pra não passar de um... Tapa buraco.

— Eu? Tapa buraco? Euzinho? Não, não, não! Em que mundo... – ele olhou para o lado e viu todos os vilões assentindo com a cabeça, confirmando serem isso que todos pensavam dele. - Não foi isso... Não... – olhou então para Gothel, esperando que pelo menos ela negasse, mas, a mulher apenas virou o rosto e ergueu os braços como quem diz “pois é, é a vida”. – NÃO!


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