Please Dont Leave Me escrita por blackwidow


Capítulo 33
The hardest word


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora,espero que gostem.



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Pov Isabella.

O silêncio que se proliferava dentro do carro era sufocante,a única palavra que ele havia me dirigido até agora fora entre,para que eu entrasse no carro.Sua expressão continuava a mesma,seu maxilar estava duro e tenso e seus dedos estavam praticamente cravados no volante.

Queria perguntar o que havia de errado,mas nesse momento parecia que havia uma parede invisível entre ele e eu,impossível de ultrapassar.Por mais que eu quisesse,meus dedos estavam junto da minha perna e sentia minha mão gelada,suspirei fundo.Não queria que ele ficasse assim,queria desesperadamente saber o motivo.

Porém tinha a leve impressão que qualquer movimento que eu fizesse faria ele acelerar ainda mais e se isso acontecesse não demoraria muito para darmos de frente com o primeiro poste.Suspirei alto e a cabeça de Edward se virou.Sua expressão não era a mesma,mas era definitivamente pior.

O que havia em sua expressão era repugnância,seu olhar para mim era repleto de nojo,como se eu tivesse saído de algum bueiro e estivesse fedendo,aquele olhar fez com que eu me encolhesse no banco,mas aquele olhar estava tão longe que parecia não estar me vendo.

Seus olhos voltaram para frente,o carro virou bruscamente para a direita,me fazendo arrastar no banco por inércia.Segurei no banco para não bater contra mão,o carro parou subitamente.Olhei pela janela e percebi que estava em uma casa. 

Ela era estonteante,na entrada havia duas palmeiras altas,uma de cada lado.A casa era de um tom areia e a parede próxima a porta tinha detalhes de tijolos,havia uma ampla janela que atravessava os dois andares,aonde se visualizava uma escada igualmente de vidro.O engraçado era que a casa combinava com ele,combinava com seu modo de ser além de combinar com o lugar.

Não conseguia sair do carro,não me sentia confortável.Não sabia se devia entrar em sua casa,não sabia o que tinha acontecido.Estava tudo tão confuso que não conseguia pensar com clareza,ele não estava me permitindo isso no momento.

Olhei ele saindo e abrindo a porta do carro para mim,por auto-proteção não olhei em seu rosto,sabia que o resultado não seria dos melhores,não queria encontrar aquela expressão novamente.

Desci do carro meus olhos fixos no chão,esperei que ele abrisse a porta da casa,senti seus olhos em minhas costas por alguns segundos,antes de ele ir para minha frente e abrir a porta com rapidez,sumindo dentro da sua casa.

Suspirei,sentindo o ar entrando pelo meus pulmões,na tentativa fracassada de me relaxar,mas eu sabia que a única coisa que iria me manter relaxada era ouvir sua voz,sua verdadeira voz.Entrei na casa cautelosamente,não enxergava ele em lugar nenhum.

Ponderei se devia chamá-lo ou não,mas ouvi um som vindo de cima.Edward estava descendo em sua mãos estavam um envelope,com a boca rasgada,na capa do envelope estava apenas seu nome,sem mostrar quem havia mandado.Ele estava assim,por um monte de papel?

Encarei seu rosto,sua expressão era nula.Ele jogou o envelope sobre a mesa,pude ver algumas coisas saindo da boca do envelope porém não conseguia definir o que era,olhei para seu rosto.Sua expressão foi se transformando pouco a pouco em agonia,seus olhos verdes vivos agora estavam em uma desespero tão grande que parecia que ele estava sentindo uma dor tão forte e intensa que não o podia deixar em pé :

-Bella.

O som da sua voz me provocou dois sentimentos distintos.

Primeiro,de conforto.Um conforto sobrenatural de saber que ele estava falando comigo se referindo a mim.Um conforto que somente o timbre da sua voz causava em mim,como se fosse um calmante especial,feito apenas para mim.

Segundo,de desespero.Cada tom da sua voz que alcançava meu ouvido era como se uma faca o perfurasse,rasgando sem nenhuma piedade.Sua voz era tão desesperadora que eu temia com a minha própria vida qualquer que fosse a próxima palavra dele.

Olhei para ele,quase implorando com meus olhos,tentando achar alguma vida neles,tentar trazer alguma vida para eles.Mas todos os meus esforços pareciam fracassar sem nenhum pudor,ele continuava ali com a expressão retorcida.Queria abraçá-lo,falar que estava tudo bem,mas eu não conseguia.Havia uma parede invisível mais impenetrável contra eu e ele no momento.

Ele puxou o envelope da mesa e pegou o que estava dentro dele com as mãos,foi jogando todos sobre a mesa.Não eram textos ou documentos importantes,eram fotos.

Fotos minhas,fotos do meu pai.

O ar se negou a entrar,mas minhas pernas seguiam com rapidez até a mesa,peguei as fotos e comecei a analisar com rapidez,eram todas fotos minhas de quando eu estava em Munique,dois anos atrás,algumas mais recentes.Fotos do meu pai perto da empresa,fotos do meu pai junto a mim.

O que me preocupava não era o fato de ter fotos minhas o que me preocupava era quem havia tirado elas.Olhei pela mesa na esperança de encontrar qualquer informação,mas não tinha mais nada,tateie o envelope e senti algo fazendo volume dentro dele,enfiei meus dedos dentro dele e puxei.

Era de tecido,um tecido fino e mole e parecia ter um molde certo,quando coloquei meus olhos neles,minhas pernas fraquejaram,meus olhos se negavam junto com a minha mente a acreditar que aquilo era realmente o que eu estava pensando.Era um laço,o meu laço.

Quando eu tinha seis anos havia o ganhado de minha avó,ele era dourado e seu fecho era completamente cravados de pequenos diamantes,é claro que tanto ela quanto eu ficamos magoadas quando três anos depois eu o perdi no parque.Eu não havia perdido,alguém havia achado.Quem?

Meus olhos foram para os de Edward,ele estava paralisado olhando para mim,sua expressão para meu conforto não estava do mesmo modo,estava mais tranqüila ,porém estava petrificada,investigando minha expressão :

- Conhece,isso?

Mordi meu lábio fracamente e confirmei com a cabeça.Segurei o laço com mais força entre meus dedos,sentia uma certa felicidade de ter aquilo comigo,mas o pavor encobria todo esse sentimento :

- Sim,era meu.Perdi quando tinha nove anos. – respirei com dificuldade,fui para mais perto de Edward e encarei seus olhos. – Quem fez isso? Quem tirou essas fotos?

Edward colocou as duas mesas sobre a cadeira e segurou o local com força,seus olhos indicaram um novo sentimento,raiva.Era o mesmo olhar que eu havia visto no começo,não podia descrever.Mas ele me assustava daquele modo,era como se pudesse quebrar aquela cadeira pesada de madeira em um piscar de olhos :

-É isso que está me deixando louco,eu não sei. – sua voz estava densa e rouca. – Cogitei a idéia que fosse Madeleine,mas por que ela tiraria fotos suas a tanto tempo atrás,essas fotos não são recentes.Você nem ao menos me conhecia,não morava aqui e esse laço,você perdeu a anos atrás.

Somente a menção do nome de Madeleine me fez respirar com mais rapidez.Edward estava certo,estávamos cegos.Não tínhamos aonde procurar,do que se proteger.Continua em Munique,talvez?

Tudo isso estava me deixando tão perdida,minha cabeça dava voltas,tentando achar algo certo para se focar,para se manter segura e tranqüila,mas não havia nada.Era apenas um espaço vazio e sem solução,me deixando presa a meus próprios riscos.Enquanto isso somente me afetava estava tudo bem.Não consigo imaginar se invés de uma foto minha tivesse uma foto de Alice,Esme,Carlisle,Rose e até mesmo de Renne.

Claire,era a única pessoa que eu morreria para proteger e para descobrir quem havia feito isso,agradecia imensamente por não ser com ela.Imaginar aquela pequena fadinha desprotegida e sendo observada,fazia com que meu coração se apertasse,junto ao meus pulmões.Deixando o ar rarefeito.Sem consciência lagrimas começaram a jorrar do meus olhos,limpei elas furiosamente.Senti Edward do meu lado,sua mão foi a minha.

Apesar do meu deprimente estado interior,o simples toque da sua mão na minha acendeu uma pequena chama dentro de mim,me deixando purificada e aquecida,ele puxou seu corpo a meu,deixei minha cabeça sobre seu peito,sentindo as lagrimas escorrem mais uma vez,limpei elas novamente.Odiava chorar,mas a verdade era que estava com medo.

Não sabia o que estava atrás de mim,mas não era bom,não podia ser.Se realmente fosse,por que estaria fazendo isso? Agarrei meu corpo ainda mais forte ao de Edward,ele encostou seus lábios em meu cabelo e sussurrou :

- Estou com medo.Não de que eu não posso proteger - lá,porém não sei do que estou lhe protegendo.

Levantei meu rosto e fitei seus olhos,sua expressão estava assustada,pelos seus lábios se arrastava timidamente um sorriso,na melhor maneira de tentar me reconfortar.Mas não daria certo.Não totalmente,seus braços se fecharam ainda mais sobre o meu corpo,segurei em meus olhos as lagrimas,não queria chorar,tinha que ser forte :

- Bella?

Ouvi meu nome,mas me parecia tão longe,porém o tom da sua voz me deixou aquecida,o necessário para fazer com que meus pulmões abrigassem a quantidade de ar necessária:

-Talvez,tudo isso.Seja minha culpa,não é certo ficarmos juntos.

Tirei minha mão que estava em suas costas,coloquei na lateral do seu rosto e o forcei a olhar para mim,fixei meus olhos nos deles,sentindo fracamente as esmeraldas brilhando e se tornando quentes :

- Se fosse para desistir de você,não teria feito o que fiz.Entrar no carro de um desconhecido,somente para descobrir o que era.Não teria andando a cidade inteira para ver uma apresentação de piano de alguém que eu nem ao menos conhecia.Isso nunca aconteceu comigo,nunca me senti assim.Cada vez que ouço sua voz sinto que estou segura,me sinto quente,intocável.E me perder em seu olhar é o único lugar que eu não me importaria de lugar.Eu te amo,não falo isso como se fosse um bom dia.Talvez não entenda.Mas essa palavra talvez é a mais difícil que eu falei em toda minha vida.Espero que isso seja o bastante para provar que não importa pelo o que,quando.Enquanto me quiser,estarei aqui.Por você.

Seus olhos ficaram brilhantes,meu coração palpitou e senti o seu palpitar no mesmo ritmo,suas duas mãos foram para a lateral do meu rosto e seu olho estava petrificado no meu,estávamos tão perto que o ar que saia dele podia ser sentindo batendo sobre meu rosto.Nossos lábios estavam tão perto que o mínimo movimento os faziam ficar junto.Percebi,que desejava aquilo,deseja seus lábios.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que ando demorando para postar,mas é que as vezes não entro no computador por dias,realmente espero que me entendam e não me abandonem.