A última Malfoy escrita por Tostes Prih


Capítulo 16
Alucinações.


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores! Depois de algumas semanas estou de volta. Confesso que estou com um grande bloqueio criativo para continuar essa Fanfic. Comecei a trabalhar em outra história que ainda não postei e acabei me dedicando um pouco mais nela com o intuito de aproveitar a inspiração. De qualquer forma peço que comentem nesse capítulo, me contem o que mais gostam da história até agora e se tem algo a ser melhorado. E vamos rezar aos Deuses da escrita para que eu volte a ter criatividade para escrever capítulos maiores sobre a nossa Malfoy!



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“Ágata sabia que estava sonhando, ainda assim tudo era tão real que chegava a assustar. Estava de férias e andava pelos becos sujos da Travessa do Tranco. Torceu o nariz quando uma mulher jogou um balde com uma água suja e marrom do alto do segundo andar de um prédio precário. Aquele lugar parecia parado no tempo! Logo a frente avistou algumas crianças que brincavam descalças se equilibrando nos paralelepípedos. Fez sinal para que Alex e Allan passassem na frente, e imediatamente os dois obedeceram se posicionando atrás das crianças.

— Moço, você tem um Sicle aí? – Pediu um dos meninos se aproximando de Alex.

O garoto sem saber como reagir apenas olhou para Malfoy esperando a ordem.

— Infelizmente não temos dinheiro aqui, só na nossa casa. – Disse a garota fazendo uma cara triste. — Tive uma idéia: venham conosco e eu posso dar um Galeão para cada um!

O rosto dos três brilharam de animação e eles se reuniram perto da garota afim de ouvir mais. Apenas um dos meninos permaneceu a distância encarando-os com desconfiança.

— Você é uma princesa? – Perguntou a menorzinha se aproximando.

Ágata se abaixou para ficar da altura da menina e a pequena se tocou seus cabelos prateados e sedosos admirada.

— Pode-se dizer que sim. Eu vim para acabar com o sofrimento de vocês. Não vão mais precisar pedir dinheiro para sobreviver. – Disse olhando todos dos pés descalços até os rostinhos sujos.

— Vocês vêm conosco? – Perguntou Allan estendendo a mão para o garoto mais próximo.

Como se pressentisse o que estava acontecendo o mais cauteloso dos quatro meninos começou a correr pela viela. Alex fez menção de ir atrás, mas a Malfoy o impediu colocando a mão em seu peito.

— Três são o suficiente. – Disse ela.

Assim com cada um segurando a mão pequenina de uma das crianças eles as guiaram até a casa abandonada da família, onde Malfoy vinha escondendo seus Dementadores.

— Que lugar é esse? – Perguntou a menininha.

— A nova casa de vocês. Entre para conhecer. – Sugeriu a loira enquanto abria a porta.

Assim que as crianças entraram ela fechou novamente a porta com um baque, e em minutos puderam ouvir os gritos desesperados lá dentro. Alex tremia um pouco enquanto olhava para o horizonte praticamente rezando para que aqueles gritos cessassem logo.

— É necessário, elas estão sendo honradas servindo a uma causa maior. Disse Ágata como se pudesse ler os pensamentos do amigo.

— Sei disso! Mas ainda é difícil quando temos que oferecer crianças. – Respondeu ele.

— Essas crianças viviam na fome e pobreza, agora poderão ficar em paz. – Retrucou a Malfoy.

Quando os gritos param finalmente ela abriu a porta, entrou e logo voltou com as três crianças que depois terem recebido o beijo do Dementador olhavam para o vazio de forma vegetativa.

— Vou procurar o garoto que escapou e apagar a memória dele. – Disse Allan. ”

Ágata abriu os olhos num ímpeto e sentou na cama. Passou a mão pela testa e enxugou o suor frio que se acumulara ali. Ela não sentiu um pingo de remorso pelas pessoas que usara para alimentar seus Dementadores, mas era constantemente visitada por tais lembranças em seus sonhos. Olhou para Darla que dormia tranquila ao lado. Levantou-se e com o diário em mãos sentou-se na sala comunal. Logo Tom apareceu ao seu lado.

— Porque está acordada tão tarde? – Perguntou enquanto observava o fogo que se extinguia na lareira.

— Perdi o sono.

— Você não tem dormido nada ultimamente.

— Eu não preciso! Dormir é para os fracos e preguiçosos. – Retrucou ela.

— Tem certeza? Ou está amolecendo e sentindo remorso pelas coisas que vem fazendo?

— Tem algo acontecendo comigo tenho a sensação estranha de estar sendo observada.

— Ás vezes para ser digno do poder é preciso alcançar um certo nível de frieza e loucura. – Disse ele fitando-a.

— O que quer dizer com isso?

— Para chegar onde cheguei tive que passar por uma grande batalha interna. Ninguém nasce totalmente impiedoso, é preciso se moldar. Fui uma criança órfã, que sentiu o desprezo, a pobreza, e tive que lutar por um espaço no mundo. Todos esses sentimentos ajudam a construir um poderoso e inflexível líder. E você? Do que precisou abrir mão até agora?

— De nada! – Admitiu a contragosto, pensando na vida luxuosa que levava.

Ela nunca tinha visto Tom falar tão friamente com ela. Geralmente era carinhoso, e a enchia de elogios. Começou a sentir uma pequena desconfiança nascer em seu peito, mas tratou de dissimular e ficar neutra naquele momento. Nos últimos dias começava a se questionar se ele realmente sentia algo por ela ou se a estava manipulando. Quanto mais experiente ficava nas artes das trevas, mais ela percebia que o verdadeiro Voldemort não tinha a capacidade de amar ou ter sentimentos. Então porque a memória dele seria diferente?  E se ele a estivesse manipulando enquanto orquestrava um plano muito maior que ela não estava inclusa? Quanto mais lia o diário e entendia a vida de Voldemort, mais sentia que se quisesse cumprir seus objetivos teria que considerar abrir mão até mesmo do próprio Riddle. Apesar de amá-lo sabia que ele não passava de uma memória em um diário.

(...)

No dia seguinte tiveram a primeira aula de Duelo com Thomas. Entediada a garota treinava movimentos de varinha e pronuncia de feitiços que há muito tempo já dominava. Para quem estava lidando com magia das trevas era difícil manter o interesse naquela aula para iniciantes. Revirou os olhos quando Melanie Potter conseguiu conjurar um feitiço e foi elogiada por Thomas.

Mathew se aproximou:

— E então, já sabe como vai me ajudar? – Perguntou com um sorriso arrogante no rosto.

— Não me pressione, na hora certa vai ter o que precisa.

— Nem pense em tentar me enganar novamente! Estou mais forte e mais esperto do que nunca. – Ameaçou.

 A menina abriu a boca para retrucar, mas se sobressaltou ao escutar um riso infantil ecoando pela sala. Olhou para os lados procurando de onde vinha.

— Ouviu isso? – Perguntou olhando para Mathew com os olhos arregalados.

— O que? – Perguntou ligeiramente assustado.

— Esses risos...

— Se esse é mais um plano para me ludibriar, esqueça! Não caio mais nas suas mentiras.

Novamente ouviu risos infantis, e dessa vez ela conseguiu enxergar de onde vinha: no canto da sala as três crianças que ela sacrificara aos Dementadores corriam entre os alunos que pareciam não conseguir enxerga-las. De repente as três estacaram e se viraram ao mesmo tempo olhando-a seus rostinhos pálidos e um sorriso macabro no rosto. Atônita deu dois passos para trás esbarrando em alguém.

— Malfoy você está bem? – Perguntou Melanie preocupada.

— É só um mal-estar. – Respondeu ainda encarando o vazio.

Os outros alunos começavam a encará-la como se ela fosse maluca. Thomas se aproximava para ver o motivo da aglomeração no meio da sala de aula. Ágata desviou os olhos para o outro lado e deu de cara com Marcus Skeeter bem próximo dela.

— Você não é real...Não pode me tocar – Murmurou ela.

— Sou tão real quanto Tom Riddle. – Disse ele e no momento em que tocou nela com a mão fria e pegajosa a menina perdeu os sentidos.

(...)

Acordou na enfermaria com Thomas ao seu lado lendo um livro de DCAT.

— O que está fazendo aqui? – Perguntou com voz fraca.

— Esperando você acordar, fiquei preocupado.

— Não precisava. – Disse tentando se levantar da cama.

Sem muito esforço ele a fez se deitar novamente.

— Precisa ficar aqui mais um pouco antes de ser liberada. Querem saber o que houve.

— Tive um mal-estar, foi só isso. – Mentiu ela.

— Não precisa se fazer de forte a todo momento. Pode me contar o que quer que seja. – Ele a fitou com seus olhos negros e ela não pode deixar de ficar encantada com a semelhança que ele tinha com Tom Riddle.SE questionou se não havia algum parentesco entre os dois.

Ele sorriu para ela transmitindo confianças e por um momento sentiu seu coração bater mais forte enquanto olhava cada traço daquele rosto tão familiar e tão diferente ao mesmo tempo. Era estranho como duas pessoas podiam ser iguais em aparecia e tão distintas em personalidade. Thomas exalava nobreza e bondade, enquanto Tom era puramente frio e calculista.

De repente ela percebeu que estava olhando-o a alguns segundo sem dizer nada enquanto ele esperava uma resposta.

— Juro que está tudo bem. – Mentiu.

— Não tem nada a ver com Mathew? Ontem tive que a ajuda-la e hoje ele estava perto quando você passou mal.

— Já disse que não foi nada! – Retrucou começando a ficar irritada.

— Olha, sabemos que Mathew esconde algo e o Ministério está interessado em descobrir o que é. Se você sabe de algo pode contar e ele não vai poder tocar em você. Eles vão protege-la.

Uma idéia de como se livrar de Mathew começou a se formar na sua cabeça, porém não podia começar ali com Thomas, precisava pensar e planejar melhor.

— Estou me sentindo fraca agora, amanhã conversamos.

— Tudo bem, eu te envio uma coruja marcando uma hora.

— Porque está ajudando o Ministério, por acaso trabalha para eles? – Disse ela brincando.

— Apenas quero que vocês fiquem seguros. E sei que tem algo acontecendo nessa escola, algo bem obscuro por sinal. – Respondeu tenso.

Era engraçado vê-lo mentir, justo para ela que era a rainha dos segredos e manipulações. Ele estava escondendo algo e ela podia sentir, mas fingiu entrar no jogo dele.

— Fico feliz de ter um professor tão dedicado zelando por nós.

— Não me considere um professor. Sou poucos anos mais velho que você. Me chame só de auxiliar.

— Obrigada por ter me trazido aqui senhor auxiliar. – Disse ela presenteando-o com seu sorriso mais doce.

— Se precisar de mim é só pedir para a enfermeira me chamar. – Respondeu ele enquanto se afastava.

Thomas saiu da enfermaria intrigado. Sentia que a Malfoy estava escondendo algo, mas como não tinha provas precisou seguir a mentira dela. Se sentia mal de desconfiar daquela garota tão delicada, mas ele mais do que ninguém sabia que as aparecias podiam enganar e não podia deixar que ela o manipulasse com seus encantos. Não tinha como ser coincidência todos os sonhos perturbadores que vinha tendo com ela. Thomas mais do que ninguém sabia discernir quando a magia das trevas estava presente em algum lugar, e Hogwarts estava carregada dela. Talvez Ágata Malfoy não fosse a menina estudiosa e inocente que todos achavam.

Por um momento tentou tirar a menina dos pensamentos. Tinha outras coisas para resolver, como o caso das crianças desaparecidas na Travessa do Tranco. Aproveitando que ele estava trabalhando disfarçado em Hogwarts o Ministério havia o encarregado de resolver aquele caso. O problema é que a única testemunha do ocorrido apareceu sem memória de um dia para o outro. O feitiço que lançaram no pobre menino foi tão forte que ele não sabia nem o próprio nome. Quem poderia ser tão frio e cruel a ponto de atacar crianças? Thomas não podia imaginar, mas sabia que quando pegasse tal vilão o faria apodrecer em Azkaban.


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