A despedida escrita por claradasideias


Capítulo 8
Aceitação


Notas iniciais do capítulo

Acharam que meu objetivo era aquela parada de média, né? Acharam que eu não ia postar mais nada até fevereiro, né? Bem, meu objetivo é postar o próximo e último capítulo ainda esse mês, espero que continuem comigo.
Roda o cap:



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A primeira coisa que passou pela cabeça daquele que voltou a ser Chat Noir era a localização de Ladybug, afinal ela precisava purificar o akuma. Nem sequer lembrou a vontade de esconder-se, que era motivo o suficiente para que ela ficasse longe. 

Quando o akumatizado foi finalmente derrotado, o garoto não pôde mais segurar a pergunta. Pela expressão do Mestre, não era possível saber se tudo fora calculado ou se Adrien quebrou a cabeça dele com a dúvida cruel. O fato foi que Chat Noir teve que cataclismar o akuma que da sua vítima saiu. 

Com a derrota de um vilão que nunca tinha chegado em Blois, não demorou para que Gilles, Marcelo e boa parte da vizinhança aparecesse para ver pessoalmente os heróis que somente viam pela televisão.  

Ao perceber todo o movimento, Chat Noir mandou um olhar de preocupação ao Mestre, já que não queria que fosse anunciado o retorno do herói à Paris. Se antes parecia tão certa a ideia de voltar, naquele momento pareceu que todas as dúvidas que possuía quando partiu voltaram em uma enxurrada de medo. Não demorou para se destransformar em um canto escondido e respirar aliviado por ver seu disfarce novamente.  

Era Jacques Dipanda de novo, livre dos erros e problemas de Adrien Agreste. 

Assim que proferiu as palavras para encerrar a transformação, pensou que ouviria reclamações sem fim sobre querer queijo e já começou a suar frio, já que não tinha camembert consigo. Porém a reação do kwami não poderia ser mais inesperada: 

—Adrien! Senti tanto a sua falta... Temia que demorasse ainda mais para nos vermos. - por um momento Plagg abraçou seu portador, porém logo cansou e voltou a ser o mesmo de sempre –Onde está meu queijo?! Estou faminto! Aquela Nigra Kato nunca tinha nada saboroso para me oferecer... - lamentava 

—Eu acho que ainda tem um pouco de queijo dentro da casa, vamos entrar e pegar. - o humano sugeriu 

Para o azar do garoto, Gilles já havia voltado para casa e reconheceu o professor do filho. Por mais que não tivesse visto a cena, ele ouvira tudo de onde estava e ainda conseguiu pegar a escapada de Chat Noir do campo de batalha. Com todos os conhecimentos do jornal que ligou as falas que ouvia ele teve o privilégio de descobrir a identidade de Chat Noir, enquanto os outros somente sabiam que ele estava em Blois. 

—Não se preocupe Jacques, seu segredo está seguro comigo. - ele disse ao ver o olhar preocupado dele –Deve querer alimentar seu kwami, imagino. Pois esta geladeira sempre foi sua. 

Adrien engoliu em seco. Já não bastava Hawkmoth e Ladybug saberem sua identidade, agora também os Decca! Estava muito descuidado como portador ultimamente, isso só fazia-o ter menos vontade de voltar à ativa. Ser descoberto foi o que iniciou tudo isso... 

Mas então lembrou-se de que ele era Jacques Dipanda agora, e que era esse personagem que os Decca acreditariam ser Chat Noir. Talvez assim ele pudesse corrigir seus erros, teria uma nova chance de vencer! Bêbado de esperança, ele pegou o queijo de Plagg e chegou até mesmo confirmar sua identidade a Gilles.  

Assim Plagg começou a compreender que demoraria um pouco ainda para ver Adrien novamente. No entanto, o kwami não insistiria em nada, sabia que o menino ainda precisava de tempo. 

Quando estavam finalmente sozinhos, Adrien fez a pergunta que mais o agoniava: 

—Por que meu disfarce sumiu quando me transformei? Se eu quiser me passar por um novo portador não posso me parecer comigo! - ele estava meio inquieto 

—As roupas variam conforme o portador porque elas dependem da imaginação, sua aparência tem a ver com como você imagina que deve ser. Muitos portadores variam sua aparência natural quando estão transformados e ainda variam de maneiras diferentes com outros miraculous. Como Ladybug quando usou o seu miraculous e ganhou uma trança bem comprida, o cabelo dela não é tão grande. Quando for se transformar de agora em diante, deve se imaginar com a aparência desse seu personagem e Chat Noir assumirá essas características. 

Adrien se concentrou e novamente tornou-se Chat Noir, porém com a aparência de Jacques Dipanda. 

Já transformado, usou seu bastão para ir atrás do Guardião e juntos voltarem à Paris novamente. 

... 

Chegando em Paris, Adrien pôde finalmente voltar para casa. Sentia tanta saudade do pai e pensar que ele mandara um akumatizado atrás do filho fazia-o sentir que o pai também sentia saudade. 

Mas é claro que ambos estavam cientes de que o encontro também era de Hawkmoth e Chat Noir, Adrien não podia correr o risco de perder o miraculous novamente. Tal pensamento era capaz de fazer tremer o corpo e voltar correndo para Blois. 

Como precaução, para o pai também ele não seria mais Chat Noir. Manteria o anel escondido em um lugar de fácil acesso, mas que não fosse visível para Gabriel Agreste. Outra coisa que também se mostrou um pouco trabalhosa foi manter em sigilo o seu retorno, seu pai estava com várias seções de fotos atrasadas e queria pôr tudo em dia. 

Depois de muito argumentar, (incluiu coisas como ir à escola e ver seus amigos, vantagens, pelo ponto de vista de Gabriel) Adrien conseguiu se recolher para pensar e se reencontrar. O pai imaginava que, apesar de ele não usar mais o anel, ainda seria Chat Noir e esse seria o único motivo do retorno. Se mostrou enganado quando viu um Chat Noir de cabelo comprido e preto, diferente do loiro curto do filho. 

... 

Não demorou para que houvesse akumatizados para enfrentar. 

Por mais incrível que fosse, Adrien estava ansioso por aquele momento. Já havia visto seu pai, era hora de ver a Lady de quem tanto sentia falta.  

Não se imagina o espanto de descobrir que sua Lady já não estava mais lá, havia uma nova portadora dos brincos da joaninha. Por mais que a nova garota estivesse bastante animada com a função e ficou muito empolgada para conhecer seu novo parceiro, Chat Noir não pôde retribuir todo esse afeto. Ela não era sua Lady.  

—Quem é você? Onde está Ladybug? - perguntou na lata 

—Olha, eu sei que você devia estar muito animado para trabalhar ao lado de Ladybug, eu também fiquei muito feliz quando me escolheram. Mas ela não está bem agora e terá que se contentar comigo. - disse um pouco decepcionada com o novo parceiro 

—Onde eu posso encontrá-la? - ele perguntou preocupado 

Coccinelle, a nova parceira, percebeu no olhar do companheiro que havia realmente uma preocupação enorme com o bem-estar de Ladybug. Podia ver que ele faria qualquer coisa para que ela estivesse melhor e sua negativa não faria diferença na busca dele. Só havia uma pessoa que se importaria desse modo com a heroína, Chat Noir, o original. 

Ao constatar que ele estava de volta sob outra identidade, teve que se segurar para não o atacar com perguntas e verdades. Só conhecia a dor que a partida dele havia causado e sua curiosidade jornalística sabia e que precisava do outro lado. Com muito esforço, ela indicou o Guardião para guiá-lo até Ladybug (visto que assim como ele, ela não sabia sua identidade) e não perguntou nada sobre sua partida ou atual disfarce. 

... 

Mestre Fu já imaginava que Adrien iria atrás de Ladybug, ele também sabia que não revelaria a identidade dela não importasse o que ele dissesse. Assim como antes Chat Noir precisou, era a vez de Ladybug ter seu isolamento até que se sentisse melhor. E foi assim que aconteceu. 

O garoto saiu frustrado de lá, porém podia compreender o ponto do Mestre. O que ele pedia para Ladybug era o mesmo que um dia foi pedido para ele. Um pouco magoado por sua Lady ter se isolado dessa maneira, o herói saiu pulando com seu bastão por meio dos telhados da cidade tentando acalmar sua raiva. 

Ele entendia que sua Lady precisava de um tempo, porém sentia imensa vontade de vê-la, já que foi para ela que havia voltado.  

Talvez nunca saibamos como a atração funciona. Dizem que os opostos se atraem, mas você realmente acredita nisso? Nesse caso os semelhantes se atraíram, porque no final Chat Noir achou Ladybug sem nenhuma informação do Mestre Fu. 

Estava ventando e chovendo, o céu refletia o humor dos dois para sempre parceiros. Mas não pense que o clima queria repetir aquele belo encontro em um dia chuvoso, os dois estavam em momentos diferentes novamente e era hora de apresentar outro remédio. Só permanecia frio. 

—Uma bela garota tremendo de frio? Oh, não isso é inadmissível... Deixe-me ajudar – disse o garoto ao ver a menina congelando 

Com ajuda de seu bastão, levou a garota para um lugar mais vazio onde, com a ajuda de seu cataclismo, criou uma pequena fogueira para aquecê-la. 

—Bem melhor agora, não é? Você pode pegar um resfriado e... Marinette?! Está tão sozinha e triste hoje... - ele estranhou porque ela sempre era feliz e companheira 

—Adrien? - ela falou quando ouviu uma voz familiar chamando por ela 

Quando Marinette confirmou que a roupa daquele a chamava não evitou de sorrir era a imaginada, percebeu que só poderia ser ele mesmo que tanto esperava. Era mesmo Adrien e ele estava novamente com o anel, havia voltado para ela! Mas então olhou um pouco mais para cima e viu que seu rosto trazia outras características. 

Já Adrien, ao escutar o chamado quando estava com a roupa preta soube que ela sabia quem ele era de verdade e que só poderia ser sua Lady aquela com quem ele falava. Talvez fosse mesmo a hora certa de estar ao lado dela. 

—Quem é você? - perguntou –Quem é o mais novo substituto para o meu gatinho ausente? -seu tom era mortalmente irônico 

—Sou Chat Noir, My lady. - disse galanteador 

—Só ele é o Chat Noir e só ele me chama de My Lady! - apesar de estar encolhida em um canto soava medonha 

—Então como posso te chamar, Joaninha? 

—É, acho que ele não me chamava tanto assim. Vou liberar esse termo. - disse um pouco menos séria 

—Sabe, eu queria pedir desculpas pelo seu parceiro. Sua ida abalou muito essa joaninha que não merece entristecer. Espero que eu não te deixe ainda mais triste e possa corrigir os erros dele, sinto como se fossem os meus – disse com culpa verdadeira 

—Sabe, seu espírito me lembra o dele. Sinto como se estivesse junto com ele agorinha. – disse olhando para o nada, sem nem perceber que confirmara sua identidade para aquele que, se descobriu só com esses dados, só poderia ser Adrien –Com certeza, minha solidão você apagou. Mas ainda sinto muita falta dele – disse novamente desanimada, mas sua alma sorriu 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem até aqui, espero que tenham gostado, comentem o que acharam, desculpa pelos erros e até mais



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