O cosmo se entrelaça com o divino escrita por Dusant


Capítulo 5
Capítulo 5 - O mundo que idolatra heróis.


Notas iniciais do capítulo

Visando melhorar em minha escrita, decidi em postar novos capítulos, tanto para essa fic quanto a minha outra, a cada 2 semanas. Com “O cosmo se entrelaça com o divino”, sempre sendo no sábado a noite. Caso haja algum imprevisto, eu irei avisar tanto por jornal quanto em minhas atividades.

Estamos chegando na reta final da partida de nossas heroínas e esse capitulo não trará nada de novo, mas é importante para que Brunnhlde e Carol possam se conhecer melhor.



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Quando Brunnhilde trouxe Carol de volta a sua casa, ela lhe pediu para que ficasse por lá e descansasse da longa viagem que deve ter feito. Ainda na sala da casa, a asgardiana indicou onde estava o banheiro e separou algumas roupas que tinha para que a capitã vestisse, caso quisesse tirar o seu uniforme. Carol assentiu e agradeceu com toda a hospitalidade, logo então perguntando onde Brunnhilde estaria e a asgardiana respondendo que resolveria algumas pendências antes de sua partida.

Já no grande salão, estava bastante esvaziado, visto que era o meio da tarde e o horário do jantar, que era quando lotava novamente, estava longe. As pessoas estavam em suas casas aproveitando o fim de semana. Sif se mantinha em uma das inúmeras mesas do lugar, com diversos documentos espalhados na mesa, desde de registros a até as anotações da última reunião, ordenando e catalogando tudo para ser arquivado posteriormente. Quando Brunnhilde afirmou que sem ela, provavelmente não iria para frente, era mais pura verdade, já que era Sif que cuidava de todos os detalhes da aldeia, tendo uma capacidade de administração que Brunnhilde nunca associaria a uma guerreira como ela.

Brunnhilde a admirava bastante, tanto pela a sua beleza quanto a sua dedicação a seu povo e apesar de ambas não terem dado certo juntas, isso nem de longe fazia com que a relação delas piorasse. Na realidade, as duas até se aproximaram mais ainda, visto que após superarem o termino, uma relação de amizade se estabeleceu, com Brunnhilde podendo conversar com bastante franqueza sobre qualquer coisa, visto o que elas já compartilharam. Havia limites é claro, mas ambas sabiam respeitar o espaço um do outro para não prejudicar a relação que tinham e que dependiam disso para fazer uma boa administração da cidade.

Se sentando numa cadeira em frente a Sif, Brunnhilde deu um leve suspiro de cansaço, não físico, mas mental de tudo que soube nas últimas horas. Seus planos para os próximos dias era ajudar Sif a organizar o festival de inverno e agora ela teria que ir ao espaço atrás do idiota do Thor.

Sif ouviu a seu suspiro e sem levantar os olhos dos papéis que lia, ela perguntou: “O que ela queria?”

“Thor está preso em Hala.”, respondeu Brunnhilde, de forma direta e clara.

Isso rendeu um levantar de olhar de Sif, claramente surpresa com a informação, que retornou a questionar: “Como assim? Porque raios ele seria preso?”

“Loki sabotou para ele. Eu não sei como, mas de alguma maneira, Thor foi encontrado em um dos cofres da capital do império Kree e haviam diversas evidências de que ele foi o autor de um roubo.”

Sif encarava com ainda clara surpresa em sua face, mas superando isso, ela voltou a falar, dessa vez com um tom de conclusão: “Você irá com a Capitã Marvel resgatar ele.”

“Sim. Wanda também irá conosco, partiremos amanhã.”, afirmou Brunnhilde.

“Seu povo não irá gostar.”, declarou Sif.

Brunnhilde deu uma leve risada com a mesma fala que Wanda havia dito para ela, “Eu sei, mas é preciso. Por sorte, eles terão alguém para cuidar de tudo enquanto eu estiver fora.”

Sif encarava a mulher a sua frente com um certo ceticismo. Diferente da maioria, ela não se empolgaria com o título “temporário” de Rainha de Nova Asgard, já que ela sabia que não havia pompa alguma nisso, apenas muito trabalho. Suspirando, sabendo que não teria como negar isso, ela acenou com a cabeça: “Tudo bem, eu seguro as pontas até você voltar.”

Brunnhilde sorriu com isso, satisfeita que estava tudo saindo certo, mas então, num gesto impulsivo por parte de Sif, ela estendeu a sua mão e segurou a de Brunnhilde com carinho, a pedindo: “Só por favor, retorne em segurança.”

Era interessante como o tempo muda as coisas, anos atrás, se Sif recebesse essa mesma notícia, de que Thor estava presa em algum canto, ela seria a primeira a pegar alguma nave e partir em seu encalço, com seu amor por ele a fazendo não raciocinar direito. Agora, a única coisa que a preocupava era que Brunnhilde poderia morrer e ela não aguentaria se perdesse a mulher que sempre estaria guardada em seu coração com carinho.

Por parte de Brunnhilde, seu sorriso perdeu um pouco da força, sentido os dedos calejados de Sif, indicando a vida de combate que a moça levou e com ela segurando com carinho, memórias dos bons momentos que ambas compartilharam voltaram à tona. Relação entre ex-companheiras sempre é delicada e aquele era um dos limites que estava sendo passado, mas as duas eram mulheres que já conseguiram superar o que passaram e respondendo a mão de Sif com um aperto de sua parte, Brunnhilde afirmou: “Não se preocupe, eu voltarei e ainda trarei o idiota do Thor para tomar barris de hidromel conosco!”

Sif sorriu com isso e optando por mudar de assunto, ela falou: “Tudo bem, sendo assim, temos que resolver os detalhes da sua transferência de poder para mim. Joffrey não trabalha hoje, mas creio que ele poderia fazer esse favor para nós agora e redigir o documento de transferência e então o legitimar. Além disso...”

Brunnhilde ouvia Sif falando mais e mais coisas que seriam necessárias para que Brunnhilde pudesse partir com tranquilidade de sua terra. Ela sempre iria admirar aquela mulher, pois não importasse o que houvesse entre elas, Sif sempre iria se preocupar em ter um lugar para Brunnhilde retornar.

[...]

Quando Brunnhilde retornou para a sua casa, viu que a sala estava totalmente limpa, sendo que mesmo ela tendo feito uma limpeza bastante rápida, ainda não era o suficiente para limpar tudo e como não havia ninguém além de Carol dentro de casa, não foi difícil adivinhar quem havia feito isso. Vendo o chão varrido, assim como os móveis e objetos limpos com um espanador, ela sentiu o cheiro de café e seguindo o cheiro, ela viu Carol em sua cozinha, que era algo bastante simples e pequena, sendo apenas um cômodo de alguns metros quadrados, com um pequeno fogão, uma geladeira e uma pia, com algumas estante para colocar os objetos que se usava numa cozinha. Carol estava terminando de fazer o café, colocando a água fervente na garrafa térmica que tinha no topo, o filtro e o pó do café. O cheiro estava delicioso como Brunnhilde sempre se lembrava.

Carol vendo que Brunnhilde entrou, deu um pequeno sorriso para ela e logo explicou: “Eu não tinha nada para fazer e acho que seria legal agradecer a hospitalidade com algo. Aliais, esse café tem um cheiro delicioso, onde comprou?”

Brunnhilde logo respondeu, ainda estranhando levemente essa atitude, mas logo aceitando: “Do mercado local. A dona planta seu próprio café e revende o que sobra para algumas pessoas e eu sou uma delas.”, ela se gabou, resultando em um sorrio de Carol, que Brunnhilde admitia que gostava de ver.

“Bem, ela está de parabéns, se o cheiro é tão bom, mal posso esperar para saber o sabor!”, com isso dito, ela esvaziou a água fervente no filtro e após fechar a garrafa de café, Carol pegou duas xícaras que estavam na estante em cima do fogão e serviu Brunnhilde e ela. Antes que fosse tormar, ela falou: “Espero que não seja invasivo da minha parte fazer isso. Eu acabei de chegar e já entrei na sua cozinha, mas eu realmente queria um café.”

Brunnhilde sorriu com a fala dela, sinalizando não ter se irritado com isso, e logo respondeu: “Tudo bem, café sempre é bom. É melhor ainda com algo para comer.”, com isso, ela andou até a geladeira e retirou um grande pedaço de bolo confeitado que havia guardado de um aniversário de uma das crianças da cidade, onde os pais a chamaram para que dessem a sua benção a criança, já que eram asgardianos e queriam seguir as tradições.

Colocando o bolo na pequena mesa de dois lugares no meio da cozinha, Brunnhilde partiu um pedaço, dando junto de um guardanapo para Carol e se serviu com um pedaço para si. Com o primeiro gole de Carol no café e o suspiro de contentamento com o sabor, ela logo agradeceu, “Obrigado pela a hospitalidade. Eu tomei banho e usei as roupas que me emprestou, como pode ver.”, e de fato, Brunnhilde podia ver, com os cabelos curtos dela ainda com um aspecto molhado e a capitã usando as roupas dela, sendo basicamente uma camisa branca com uma calça de leggin preta, um combinação bem simples e confortável.

A ex-valquíria demorou um segundo para responder, pois não tinha como negar que a mulher era bonita e o sorriso tão natural e leve a desarmou completamente. Percebendo a pausa na conversa, ela rapidamente declarou, “De nada, eu que agradeço por me vir até aqui e me contar sobre Thor. Se não fosse você, provavelmente nunca saberia que aquele loiro idiota iria morrer em algum canto da galáxia.”

Carol deu uma leve risada e logo afirmou, “Vocês são grandes amigos.”

Brunnhilde assentiu e logo completou a afirmação, “Ele me salvou. Não no sentido literal da palavra, mas me salvou de uma vida que eu não era boa para mim. De certa maneira, tudo que eu tenho hoje é graças a ele ter aparecido na minha vida, mesmo eu não querendo.”

Enquanto ouvia, Carol podia perceber todo o carinho que Brunnhilde possuía pelo o amigo e achando que isso seria um bom caminho para começar uma conversa com a mulher, após terminar sua fatia de bolo e pedir educadamente por outra que Brunnhilde logo serviu, ela começou, “ Nesses 6 meses que ele esteve no espaço, nos encontrávamos ocasionalmente para conversar e beber. Ele anda com os Guardiões da Galáxia e desde do “Blip”, eu decidi em manter o contato com eles, já que o cosmo está uma verdadeira confusão nesses últimos tempos. De qualquer forma, todas as vezes que nos divertíamos, isso envolvia litros e litros de bebidas alcoólicas e um Thor muito bêbado, que muitas vezes ficava falando por horas de sua grande amiga e de como ela podia acabar com ele numa luta.”

Brunnhilde ficou levemente envergonhada, imaginando a cena de um Thor bêbado, balbuciando sobre ela, mas logo deu um sorriso de leve e reconheceu, “Sim, isso seria bem a cara dele, hahaha! Mas mudando um pouco de assunto, o que você exatamente faz além de ser uma super-heroína do espaço?”, questionou com curiosidade.

“Nada muito além disso, na verdade. De forma geral, eu salvo planetas que precisam de ajudas e mandam pedidos de socorro para mim. Apesar de a Terra ter bastante super heróis, não existem tantos assim em outros planetas, principalmente com as grande potencias do universo querendo conquistar tudo em seu caminho.”, nessa parte, Carol teu seu semblante levemente entristecido, mas logo continuou, “Fora isso, eu atuou mais como um diplomata entre raças rivais ou inimigas e faço o que posso para manter a paz e a ordem nos sistemas.”

“Onde você mora então?”

A pergunta surpreendeu um pouco a Capitã e meio hesitante, ela afirmou, “Bem, eu não tenho um lugar para morar, geralmente arranjo um local para passar minha estadia no planeta, até ir para o próximo e sucessivamente.”

Brunnhilde arregalou os olhos um pouco em surpresa e afirmou de forma impulsiva e um tanto descrente, “Então você nunca teve uma casa, depois que partiu da Terra?”

“Ah..., sim.”, declarou Carol, claramente desconfortável com a afirmação dita.

Percebendo o desconforto dela, Brunnhilde logo de desculpou, “Sinto muito, foi rude da minha parte. Deve ser difícil de viver dessa maneira.”

“Você se acostuma depois de um tempo.”, ela constatou, sem mais o sorriso em sua face.

Internamente, Brunnhilde se xingava pelo o que havia dito, tudo estava indo muito bem e como sempre, ela tinha que estragar tudo com a suas falas sem pensar. Tentando achar uma maneira de contornar isso, ela pensava em qualquer assunto que poderiam conversar sem ser algum assunto delicado, mas graças ao destino, o comunicador de Carol, que estava em seu bolso, começou a apitar, indicando que estava recebendo uma ligação.

Retirando do bolso, Carol colou o comunicador em cima da mesa e uma imagem holográfica pequena de Nebula surgiu, estando ela de pé, mas com a imagem não mostrando as suas pernas depois do joelho. Logo saudando a Capitão, ainda não percebendo Brunnhilde, já que estava de costas para ela, Nebula começou, “Sua missão teve sucesso?”

Acostumado com a personalidade direta de Nebula, Carol logo explicou, “Sim, consegui duas pessoas para me ajudarem no resgate. Quando você irá chegar com a nave?”

“No dia seguinte, de acordo com tempo desse planeta. Provavelmente quando o sol desse sistema solar, estiver em seu ápice na posição onde estão. Depois disso precisarei fazer uma manutenção na nave e então poderemos partir.”

“Muito bem, estou enviando as coordenadas do ponto de aterrissagem. É atrás da casa de uma das pessoas que irá me acompanhar, então qualquer coisa você pode pedir ajuda a ela.”

Nebula assentiu e logo se despediu, desligando a ligação. Com isso, Carol voltou a sua atenção para Brunnhilde e vendo o relógio da cozinha que ficava na parede atrás da dona da casa, ela viu que já era noite. Anunciando o horário para Brunnhilde, a asgardiana avisou que iria buscar o jantar e rapidamente saiu do local, prometendo que voltaria em pouco tempo.

Com a partida da asgardiana, Carol teve a privacidade que precisava para pensar no que foi dito na conversa entre elas e a verdade era que Brunnhilde afirmou um fato que a décadas, a guerreira já sabia, mas que nunca teve coragem para afirmar para si própria. Ela tinha um dever com as diversas raças do cosmo e pensar que a sua missão de vida a fazia ser cada vez mais solitária não era algo que a encorajava a continuar.

Agora, depois de ver o quanto Monica cresceu, vê sua melhor amiga envelhecendo a cada dia e com a afirmação de Brunnhilde, se tornava cada vez mais difícil de se enganar. Carol não sabia se isso era comum com outros super-heróis, mas uma coisa que ela finalmente admitiu para si, era que essa vida, pelo menos no caso dela, era muito solitária.

[...]

No dia seguinte, Nova Asgard acordava com o barulho das gaivotas e o mar batendo nas rochas. O som era relaxante para qualquer pessoa e ajudava que os habitante daquela cidade sempre acordassem com relativa paz, como era o caso de Carol, dormindo no sofá da sala de Brunnhilde, onde o móvel era bastante espaçoso para que ela pudesse se deitar confortavelmente, tendo recebido um cobertor e travesseiro de Brunnhilde para que não tivesse nenhum problema em dormir. Se espreguiçando e relaxando seus músculos, a capitã deu um suspiro de alívio, satisfeita com a sua vinda para esse local. Viver no espaço, tendo contato com as mais diversas raças era interessante, mas muitas vezes, ela devia lidar com excentricidades de outros indivíduos e como exemplo perfeito, tinha os Guardiões da Galáxia, um grupo de indivíduos que era tão disfuncionais individualmente que Carol se perguntava como poderiam estar juntos.

Ela já havia perdido a conta de quantas vezes sentia vontade em socar a cara de Rocket ou Drax, pelas piadas ridículas ou a total falta de noção de espaço, sendo ambos bastante invasivos sobre a vida pessoal dela ou de seu próprio espaço. Por sorte, depois dela ter quebrado alguns ossos de Drax numa das inúmeras festas que o grupo fazia e ela participava por convite de Thor ou Nebula, o alienígena de pele cinza e o guaxinim falante pararam com isso. Quanto ao restante da equipe, Mantis era somente estranha, em um bom sentido e Quill era um idiota, no sentido mais literal da palavra. Nebula e Groot era as únicas pessoas que Carol tinha uma relação que poderia considerar como amizade, mesmo que Groot não falasse muito, ainda estando numa fase adolescente que ficava enfurnado em jogos, para imensa irritação de Rocket.

Deixando seus pensamentos de lado, Carol se levantou, usando apenas uma camiseta branca que Brunnhilde havia emprestado e sua calcinha, de maneira a poder dormir confortavelmente no sofá. Apertando um botão em sua pulseira Kree, seu traje de combate surgiu em seu corpo e pegando sua jaqueta do tempo da força aérea, ela o colocou, se sentindo pronta para o início do dia. Quase se esquecendo que iria comer o café da manhã junto de alguém, Carol tirou uma pastilha de um dos bolsos internos de seu traje e o colocando em sua boca, ela mordeu e em segundos sua boca estava totalmente refrescante e limpa, como se tivesse escovado seus dentes.

O espaço tinha suas esquisitices, mas com certeza sabia ser prático.

[...]

Brunnilde havia acordado cedo, sabendo que teria várias coisas para fazer antes de poder partir com Carol e Wanda para salvar Thor. Em sua mente, enquanto terminava de fritar os ovos para o café da manhã, ela ia organizando cada tarefa da manhã, desde de acertar os detalhes finais de sua partida, assim como dar algumas orientações para Sif do que ela deveria fazer nesse tempo longe que estaria. Por último, tinha a questão da despedida com seu povo, onde o momento seria no grande salão, após o horário do almoço, que seria a hora que boa parte da pequena população estaria presente, para beber ou relaxar no local aquecido e movimentado da cidade.

Ela não sabia exatamente o que diria, já que nunca foi de planejar suas falas perante eles, sempre soando o mais natural possível para seu povo, no entanto, eles mereciam ouvir dela o que estava acontecendo e o porquê ela iria partir para longe. Ouvindo passos pesados, indicando que Carol já havia vestido seu uniforme, Brunnhide se virou para mulher com um leve sorriso:

“Bom dia.”, saudou a asgardiana em um tom acolhedor.

“Bom dia.”, respondeu Carol de maneira educada.

Colocando os ovos em um prato, ela o colocou em cima da mesa de dois lugares da cozinha, já tendo torradas, uma geleia de frutas, junto com café e leite fervido. Seria mentira afirmar que esse era o café da manhã habitual de Brunnhilde, com ela geralmente indo até o grande salão comer algum prato de Bella, a esposa de Otto, como a primeira refeição do dia. No entanto, hoje ela tinha uma outra pessoa em sua casa e mesmo não querendo assumir, Brunnhilde estava se esforçando um pouco para passar uma boa impressão.

Carol deu um grande sorriso com a comida servida, estando com uma saudade imensa da comida da terra, já que as chances de ela comer algo parecido era praticamente inexistente no espaço. Se sentando na mesa, com Brunnhilde fazendo o mesmo, ela agradeceu: “Parece estar delicioso. Obrigado Brunnhilde.”

“De nada, é o café da manhã habitual aqui em casa.”, mentiu de leve a asgardiana.

Iniciando a refeição, com Brunnhilde servindo café tanto para ela quanto para Carol, após esta ter dado permissão, a capitã perguntou, enquanto passava a geleia na torrada: “O que irá fazer até Nebula chegar? Posso ajudar se for o caso.”

“Não é necessário. Só tenho mais algumas pendências para resolver, mas que é algo que tanto eu quanto Sif podemos fazer.”, afirmou a mulher, “Você deve se focar em relaxar até Nebula chegar. Deve ter sido uma viagem cansativa até aqui.”

Carol não concordou, mas também não discordou, optando em morder a torrada e continuar com sua refeição. O silêncio reinou no ambiente, gerando um leve desconforto nas duas, mas com nenhuma delas disposta a tentar quebrar ele. Após o café, Brunnhilde juntou tudo na louça, dizendo que mais tarde iria limpar tudo e disse para Carol se sentir à vontade, tanto em sua casa quanto em Nova Asgard: “..., qualquer coisa, você pode me procurar no grande salão, provavelmente irei passar maior parte do tempo que resta por lá.”

Carol assentiu e Brunnhilde deu um sorriso de despedida e partiu, deixando a hibrida humana-kree sozinha em sua casa. A capitã de fato não sabia exatamente o que fazer. Seu primeiro impulso seria tentar se comunicar com Nebula para checar se tudo estava correto, mas a própria já havia assegurada a sua chegada e Carol sabia que ela ligaria caso acontecesse algo. As palavras que foram ditas ontem por Brunnhilde ainda ressoava em sua mente e dessa vez ela não conseguia esquecer ou ocupar a sua mente com alguma missão. Ela precisava de uma leve pausa, tanto para seu corpo quanto a sua mente e encarando o movimento das pessoas do lado de fora da janela da sala de Brunnhilde, vendo os rostos tranquilos e felizes das pessoas, Carol decidiu o que faria por agora.

Seria bom um ar puro.

[...]

Sabendo que seu uniforme poderia ser bastante chamativo, ela trocou para roupas “normais”, que seria uma calça jeans e uma camiseta branca, que mesmo dormindo com ela, não estava suja ao ponto de não poder usar, vestindo por cima dela a sua jaqueta militar de couro. Ela gostaria de um óculo escuro para completar o look mas estava satisfeita desse jeito. Ainda estava levemente envergonhada de ter que usar roupas de outra pessoa, já que nunca houve a necessidade de outra coisa além de seu uniforme, mas ela estava satisfeita assim. Os jeans causavam um leve desconforto sendo duas medidas menores do que ela geralmente usava, mas nada que a incomodasse muito.

O ambiente na cidade era bastante parecido como no grande salão no dia anterior, mas sem todo aquele movimento e barulho. As pessoas pareciam relaxadas, andando calmamente para onde queriam ir e conversando em um bom humor um com os outros. Enquanto caminhava, algumas pessoas as reconheceram de sua visita ontem e a cumprimentaram, já outras, em sua maioria jovens, a abordavam atrás de seu autográfo, com ela presumindo que a palavra de Capitã Marvel em Nova Asgard tenha se espalhado o suficiente. As pessoas que pediam, traziam consigo alguma coisa que lembrasse a capitã, que nesse caso, poderia ser camisas com a marca do seu uniforme, canecas, pôsteres, bonecos e muitas outras coisas que Carol nunca soube que existiam e de como conseguiram essas imagens. Parecia que alguém estava lucrando com a sua imagem sem sua permissão e isso não exatamente a agradava, mas tampouco a irritava.

Nova Asgard era pequena, mesmo que estivesse em um processo constante de expansão, então após uma hora, Carol já tinha passado pelos principais pontos da cidade, chegando finalmente no cais principal, onde a maioria dos barcos estavam atracados e sem nenhum indicio de saírem para o mar. Num pequeno galpão, onde estavam diversos equipamentos de pescas, logo na entrada do cais, um grupo de homens se reuniam ao redor de uma mesa, onde Carol poderia perceber um mapa que eles analisavam com bastante foco. Curiosa, ele se aproximou de um homem, usando roupas para o frio, já que os ventos dos mares tornavam o local extremamente frio, fumando um cigarro e ela logo o questionou: “Bom dia, o que está havendo?”

“O velho Axel partiu em seu barco ontem de manhã e até agora não retornou. Tecnicamente era para todos os barcos estarem atracados, mas aquele ganancioso queria ganhar um trocado a mais para o inverno. O problema é que o barco dele é um ferro-velho flutuante e provavelmente deve ter enguiçado no meio do mar.”, afirmou o homem, tragando com tranquilidade o seu cigarro.

“Não houve comunicação com ele?”

“O rádio do seu barco quebrou a alguns dias e ele se recusa a pagar o conserto, alegando ser muito caro.”

“Isso não é preocupante?”, perguntou Carol levemente preocupada.

“Não.”, ele afirmou de forma tranquilizadora, “Não a qualquer previsão de tempestade e os mares estão bastante calmos nos últimos dias. O máximo que vai acontecer de ruim é ele irritar a sua tripulação com suas reclamações.”, concluiu o homem.

Carol viu que a situação estava sobre controle, deduzindo que todos aqueles homens estavam decidindo como iriam encontrar o barco perdido no mar. Brunnhilde havia dito para ela relaxar, mas ela não iria ignorar um problema que ela poderia facilmente resolver.

Andando até a massa de marinheiros, ela pediu licença para alguns e entrou na roda, afirmando sobre o olhar de todos aqueles homens: “Com licença, eu acho que poderia ajudar vocês.”

[...]

Encontrar o navio foi bastante fácil, após ter os locais mais prováveis que Axel e sua tripulação poderia estar. Carol tinha colocado o seu uniforme por cima da roupa que usava com um apertar de um botão e demorou pouco menos de 20 minutos para encontrar a embarcação, sendo um ponto branco em meio a cor azul do oceano. Querendo ser rápida, já que pela a posição do sol, Nebula chegaria a qualquer momento, ela pousa no meio do deck da pequena embarcação, estando lotada de peixes e de 4 homens claramente fatigados de estarem encalhado durante todo esse tempo.

Ela anunciou que veio ajudar e os homens agradeceram, boa parte não sabendo quem ela era, mas cientes que ela tinha os poderes para lhe ajudarem. Ela havia conhecido o velho Axel nesse meio tempo, sendo um homem claramente acima dos 60 anos, com uma barba rala e cabelos extremamente curtos, já brancos da idade. Ele era rabugento por natureza, sendo a primeira coisa que havia dito a ela, foi uma reclamação da demora, alegando que super-heróis não deveriam demorar para o resgate já que eles tinham superpoderes.

Percebendo como a embarcação era velha, ela decidiu não ir adiante com seu plano inicial que era de erguer a embarcação do mar e a levar voando até o porto, optando em empurrar a traseira do barco até a direção da cidade. Ela não podia ir muito rápido pois poderia quebrar a madeira no qual fazia pressão e não queria dar mais motivos para Axel reclamar dela. No geral, o resgata foi tedioso, mas algo que ela sabia ser necessário e em pouco menos de 30 minutos, eles haviam chegado no cais, empurrando o suficiente para que os marinheiros pudessem atracar e saírem para encontrar seus outros companheiros no porto, que felicitavam o retorno deles.

Todos eles agradeceram pela a ajuda e apesar do velho Axel não fazer do mesmo, afirmando que não gostava de super-heróis e a “arrogância” deles, uma adolescente de 14 anos, ruiva e com sardas, o que a tornava extremamente fofa na visão de Carol, a agradeceu por salvar seu avô. Carol não saberia, mas a jovem e seus amigos haviam gravado todo o ocorrido, dando um close especial para Carol saindo do mar, com sua máscara ativada e dando a ela uma aparência de uma guerreira do espaço. Os vídeos que conseguiram foram divulgados nas redes sociais e rapidamente conseguiriam milhões de visualizações em pouquíssimas horas, com as hashtags #iloveMarvel e #spacebadasswarrior sendo o assunto do momento do Twitter, com milhões de tweets em poucas horas.

Empresas iriam entrar numa disputa frenética para conseguir diretos autorais das imagens daqueles vídeos. Canecas, blusas, canetas, maquiagens, brinquedos e qualquer coisa imaginável que fosse possível colocar aquelas imagens seriam feitos, vendidos e comprados por todos. Milhões de dólares seriam movimentados por toda a américa, o berço do super-heróis e tudo isso aconteceria com Carol, Brunnhilde e mesmo as próprias adolescentes que gravaram sem ter a mínima ideia do que houve.

Pois essa era a influência de super-heróis num mundo que o idolatravam.

Ativando a função de aquecimento do uniforme para que secasse, Carol passava a mão nos cabelos molhados para tentar tirar a umidade, ciente que deveria ir atrás de alguma toalha. Noelhe, que era o nome da neta de Axel, vendo a necessidade de sua heroína, rapidamente vai até a sua casa, que não era muito distante, afirmando buscar uma toalha para Carol e enquanto esperava, o barulho familiar de motores surgi em seus ouvidos e no céu de Nova Asgard.

Sua carona havia chegado


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Notas finais do capítulo

Não tenho muito o que comentar, foi um capitulo bem de transição mesmo, mas para amarrar alguns pontos e mostrar outras coisas. Até daqui a duas semanas!

Elogios, críticas, dúvidas e sugestões são bem-vindos. Todos os comentários serão respondidos com a devida atenção.



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