Let your heart hold fast escrita por Lily


Capítulo 7
07. Nothing Show - Keegan




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"Quando nada iria mostrar e tristeza permaneceu. Eu estive na neve e vi como tudo se conecta um ao outro."

 

Havia uma cesta de basquete na garagem de Ted. Robin se lembrava daquela cesta, era a mesma que Barney havia roubado da casa de seu pai quando tudo parecia perdido. O primeiro momento pai e filho dos dois depois de tantos anos. Robin observou como a cesta era naturalmente parte de um cenário bem montado, bicicletas jogadas no chão ao lado de desenhos feitos de giz colorido. Havia uma harmonia naquele lugar, quase como um cena de filme clichê. 

Ela entrou na casa acompanhada de Lily e Marshall, as crianças já corriam atrás das outras crianças para começarem suas brincadeiras. Robin olhou ao redor notando como cada mínimo detalhe em casa canto daquela casa era uma representação de uma família feliz. Seu coração apertou por alguns segundos imaginando se aquela não poderia ter sido sua vida. Talvez se estivesse escolhido Ted e não Barney, as coisas poderiam ter sido diferentes. 

—Você está bem, querida? - Lily indagou colocando a mão no braço quebrado dela, tirando-a daquele pequeno transe. 

—Sim. 

—Venha. 

Robin deixou que Lily a puxasse para sala de estar. Por alguns segundos tudo era apenas o silêncio, até subitamente vozes ecoarem, agitadas, alarmadas e animadas. Gargalhadas altas acompanhadas por palavras entrecortadas.

—Ellie! - uma das crianças gritou.

—Parece que Barney já chegou. - Marshall disse caminhando pela sala até a varanda que dava acesso ao quintal. Robin sentiu seu estômago com a menção do seu marido, quer dizer, ex-marido. Deus, como ela odiava aqueles títulos! 

—Você está bem, querida? - Lily indagou novamente. - Está meio pálida.

—Eu só preciso ir ao banheiro lavar meu rosto. - ela disse já se afastando, Lily pareceu protestar, mas Robin já estava longe demais obra ouvir qualquer coisa. Ela se apressou em subir a escada até o segundo andar, amaldiçoando Ted por não ter um banheiro no térreo. 

Robin não costumava ter crises de ansiedade, a última havia sido um pouco antes de seu casamento quando a havia esbarrado com Tracy. Andando às cegas ela abriu qualquer porta, acabou por entrar em um quarto, provavelmente o de Penny, havia rosa e brilho demais espalhados pelas paredes assim como bonecas bailarinas e princesas jogadas no chão. 

Robin se preparou para sair do quarto e ir em busca de um local menos purpurinado, quando seu olhar se fixou em um pinguim de pelúcia jogado na cama. Ela caminhou lentamente até ele, como se estivesse sendo atraída pelo brinquedo, Robin o segurou em sua mão e observou o brilho de seus falsos olhos. 

Pinguins eram animais peculiares, seres pequenos que sabiam sobreviver na maior geladeira do mundo e que quando encontram seus pares nunca mais se deixam. Eles também tinham boa memória e atualmente Robin os invejava por isso. Ela piscou sentindo as lágrimas tomarem conta de seus olhos e então se arrastarem pelas suas bochechas, seu coração bateu mais forte à medida que uma nova memória se formava. 

"Ela encarou a vista da cidade apoiada na barra de proteção, o sol sumia atrás dos altos prédios de New York City, mas mesmo assim as pessoas não parecia diminuir o ritmo. 

—Aqui, um pouco de chá para relaxar. - Barney disse estendendo para a xícara fumegante. Robin a aceitou e logo se sentou em sua poltrona favorita, havia sido difícil convencer Barney a redecorar aquela parte do apartamento, mas ele havia cedido de algumas táticas infalíveis e lingeries provocantes. - Como você está se sentindo? 

—Assustada. E você? 

Barney a encarou parecendo escolher as palavras certas. Robin sentiu a inquietação lhe apertar o estômago, ela iria vomitar a qualquer segundo e sabia que não era apenas pelos pensamentos que lhe rondavam a mente. 

—Você quer ligar para marcar uma consulta? - Barney indagou. A tática de mudar de assunto só era usada quando ele não sabia o que falar ou tinha medo de falar. Robin o conhecia muito bem para saber que o que ele estava pensando, seus olhos brilhavam da mesma daquele mesmo jeito que havia sido anos antes quando eles haviam se casado. Uma bela mistura de temor, ansiedade e felicidade.

—Você poderia marcar para mim? 

—Claro. Como você quiser. 

Robin observou Barney entrar novamente no apartamento, ela deixou a xícara na mesinha de centro e puxou as pernas contra o corpo, abraçando-as. Em poucos segundos os últimos raios solares desapareceram deixando a cidade brilhar por si só. Seu olhar se voltou para o jornal jogado em cima da poltrona à frente, em letras maiúsculas e escuras se lia a notícia que havia abalado sua vida. Mas Robin ainda não havia decidido se havia sido para bem ou para o mal.

Festa da infertilidade. A surreal história de Sonya Williams.

Robin ergueu a cabeça olhando para Barney encostado no balcão com o celular na orelha. Ele parecia relaxado, ou pelo menos era isso que ele queria que ela pensasse. Robin balançou a cabeça e tentou focar em algo mais produtivo como o pombo que parecia preste a cagar em sua poltrona favorita.

—Barney, onde está minha arma?"

Robin soltou o pinguim e subitamente colocou a mão sobre a barriga. Por que diabos suas memórias só voltavam quando ela encontrava algum pinguim? O que havia de tão importante nesses animais?

A memória ainda estava vivida em sua mente, todos os pequenos pedaços que compunham ela ainda rodavam na mente de Robin como se fosse um filme antigo. Se ela também podia se recordar de algumas sensações, como o vento sobre a varanda com a bela vista de New York, o brilho das luzes artificiais iluminando a cidade, o cheiro do chá de lavanda que Barney havia lhe dado, mas principalmente de seu estômago apertando ao ler o título do artigo. Dra. Sonya era a médica que havia lhe dado a notícia sobre sua infertilidade, ela lembrava bem daquela noite e lembrava de se sentir quebrada, como se algo faltasse. Mas Barney havia lhe assegurado que ela estava completa de todas as formas possíveis e que isso era incrível. 

Robin ouviu passos vindos do corredor, então rapidamente limpou as lágrimas e se agachou para pegar o pinguim que havia caído no chão. 

—Robin? - a voz de Tracy soou fazendo-a virar. 

—Oi. Acabei me perdendo. - disse dando um sorriso para a mulher. Tracy sorriu de volta. 

—Ok. Ted está fazendo hambúrguer "saudáveis", mas sabemos muito bem que não a nada saudável em bacon por cima e por baixo. - Tracy falou, seu tom animado fez Robin assentiu sentir o aperto em seu peito aumentar lhe causando falta de ar. - Venha, tem uma pessoa que quer te ver.

Robin seguiu a sr. Mosby escada abaixo, em sua mente a matéria do jornal ainda lhe causava arrepios, tão familiar, mas ao mesmo tempo tão estranha. 

—Robin! - a voz de Patrice soou antes mesmo dela colocar os pés no hall. Robin olhou para sala e nem se deu ao trabalho de forçar um sorriso para Patrice ou Nicolas que estava ao lado dela com seu olhar despretensioso. A porta da frente foi aberta e para sua surpresa Thea entrou segurando um vinho e flores. 

—Dra. Evans que bom que aceitou o meu convite. - Tracy disse rapidamente se prontificando a ajudar a mulher. 

—Não sou de recusar ofertas tão gentis. - The falou sorrindo para ela e então se virou para sala onde Patrice e Nicolas pareciam esperar ordens. Robin se manteve onde estava apenas esperando um pequeno milagre que a fizesse desaparecer dali… e então ele surgiu.

—Thea? - Barney olhou confuso para a doutora enquanto entrava na sala, em seus braços havia um bebê. Um lindo bebê de cabelos claros e olhos curiosos. Robin piscou algumas vezes observando a imensidão azul que mesmo de longe parecia lhe hipnotizar. 

The abriu um belo sorriso e sem hesitar caminho até Barney de braços erguidos para provavelmente pegar o bebê. E então quando estava com a criança no colo disse.

—A mamãe chegou, Ellie. 


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