Let your heart hold fast escrita por Lily


Capítulo 5
05. I Tell Myself - Correatown




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"Então me digo que sou forte. Me digo que sou fraca. Me digo que eu nunca entenderei"

 

—E aqui estamos nós na Austrália. - Lily apontou para uma das milhares de fotos que amontoavam o álbum. Robin olhou para as três crianças e os dois adultos com roupas combinando, ela franziu a testa notando como haviam muitas listras e bolinhas naquela foto.

—Eu gosto dessa aqui. - Tracy apontando para outra foto. Robin observou a imagem, eram uma foto em grupo durante o natal. - Eu era uma das vadias do Ted.

—Mas não é mais. - Lily afirmou sorrindo para a Mosby. Robin captou os principais pontos da foto, Ted com os braços ao redor de Tracy, Lily beijando a bochecha de Marshall que mantinha os olhos fechados como sempre, e Barney tinha seus olhos fixos nelas, aqueles olhos azuis brilhantes.

Ela virou as páginas passando os olhos pelas fotos, mas uma então lhe chamou a atenção. Barney segurava a pequena Ellie em suas mãos, a bebê recém-nascida dormia tranquilamente enrolada em uma manta branca. Tão inocente e desprovida de qualquer pecado.

—Finalmente te achei. - Robin sentiu os braços de Barney a envolverem, ela mudou a posição do corpo para deitar a cabeça no ombro dele.

—Me desculpa, eu não posso fazer ovos mexidos. - ela sussurrou reprimindo o soluço, Barney acariciou as costas dela e beijou a testa dela.

—Quando eu te propus, eu estava ciente de que você era uma péssima cozinha. - ele disse em um tom de brincadeira. Robin riu balançando a cabeça. - Eu gosto de ovos mexidos, mas eles não são algo que eu necessito. Na verdade, eu sempre preferi panquecas. Apenas duas panquecas com muito xarope de bordo no café da manhã. - ela riu novamente batendo no peitoral dele. Barney também riu e então a afastou para lhe beijar. - Eu te amo e nada pode mudar isso.

—Oh querida, por que você está chorando?

Robin ergueu a cabeça limpando o rosto. Lily a encarava com um olhar apreensivo.

—Não é nada. Apenas…

—É o Barney, não é? - Ted indagou.

—É um pouco impossível não pensar nele. Até porque a última coisa que me lembro é dele. - e de amar ele. Ela quase revelou, mas mordeu a língua e deixou o silêncio cair no quarto.

—Robin! - ela virou o rosto diretamente para a porta onde Patrice estava segurando uma cesta cheia de velas perfumadas, incenso e chocolates. Robin respirou fundo e ignorando completamente seu lado racional, gritou.

—Ninguém te chamou aqui, PATRICE!

[×××]

Barney segurou Ellie contra si enquanto cantarolava uma canção de ninar e a balançava calmamente. Thea havia mandado uma mensagem dizendo que seu turno terminaria mais tarde e que ela não poderia pegar Ellie naquele dia, Barney já estava acostumado com o horário irregular da mãe de sua filha e das inúmeras saídas para o hospital em casos urgentes.

Ellie dormia serenamente, a mão enrolada em punho e com o dedão dentro da boca, um gesto fofo se não fosse pela pequena bolha que estava se formando no dedo dela. Barney a deitou com cuidado no berço e puxou a mãozinha dela, Ellie soltou um pequeno suspiro antes de se virar e apertar a manta amarela que sempre estava em seu berço. O filtro do sonho pendurado acima do berço balançou fazendo Barney sorrir, aquela única pessoa destoava de tudo na decoração do quarto, Lily, que havia tomado para si a tarefa de proporcionar um quarto perfeito para Ellie, tinha se irritado quando Barney tirou o mobile de abelhinhas e colocou aquela "peça grotesca" no lugar. Ela não entendia o motivo e nem precisava, Barney apenas se sentia que aquele filtro iria proteger Ellie dos monstros noturnos mais do que um batalhão de abelhas.

Ele saiu do quarto seguindo direto para cozinha. Preparar mamadeira, guardar os mantimentos, organizar os brinquedos na sala, tarefas e mais tarefas. Aparentemente, era a isso que a vida dele havia se resumido. Barney soltou o ar pela boca antes de pegar o celular e discar o número de Tracy, ele hesitou por um segundo, poderia ligar para qualquer um de seus amigos, mas sabia que Tracy não faria as perguntas que Lily pretendia fazer, ou daria um discurso motivacional como Ted, ou mesmo tentaria usar um pouco de lógica e argumentos como Marshall faria. Tracy o ouviria, concordaria quando necessário e lhe daria um bom conselho. Ele apertou o botão para chamar e colocou o celular na orelha, dois toques a voz animada da Mosby soou.

—Barney Stinson, que devo a jornalista de sua ligação? Ainda estou bastante irritada por você não ter ido ao hospital. Estávamos esperando por você. - Tracy disse e rapidamente acrescentou. - Robin estava esperando por você.

—Isso é um golpe baixo, Mosby. - ele murmurou passando a mão pelo cabelo. - A mãe de Ellie teve um imprevisto e eu terei que ficar com ela até amanhã.

—Oh! Estamos na casa de Lily, Robin vai ficar aqui até se recuperar, talvez você e Ellie possam dar uma passada aqui.

Barney reprimiu um gemido pensando em uma boa justificativa para não ir até a casa de Lily.

—Ellie acabou de dormir. Não quero acordá-la agora.

—Ou você não quer se encontrar com Robin agora?

—Tracy, nós dois sabemos que assim que Robin recuperar a memória, ela vai querer se afastar de mim. Então eu estou poupando tempo e fazendo isso por ela.

—Você está sendo egoísta, sabia? Robin não lembra de vocês se separando, apenas de vocês se casando e tudo o que ela quer agora é estar ao seu lado. - Tracy disse em um tom tão meloso que Barney rapidamente se lembrou de Ted. - Olha Barney, sei que você se sente perdido quando está perto dela. Que parou de assistir ao jornal porque não conseguia olhar para ela sem lembrar de tudo o que viveram. Mas eu também sei que você guardou todas as fotos e memórias do casamento de vocês. E que você ainda a ama.

—Você não sabe disso. - ele refutou com desdém.

—Sei sim. Você me ligou há um mês, muito bêbado e começou a dizer que nunca havia esquecido ela. E que Robin é a mulher que você vai amar pelo resto da vida. - Tracy disse, Barney ficou em silêncio e riu parecendo amar aquela reação. - Você ama a Robin e ela a ama você.

—Não. A Robin de 2013 pode até me amar, mas a de 2020 quer distância de mim.

—Deus, por que você tem que ser tão dramático? Se Robin quisesse mesmo ficar longe de você, ela não teria voltado para New York.

—Mas se Robin quisesse mesmo ficar perto de mim, ela não teria saído de New York. - ele retrucou fazendo Tracy se calar. - Olha, eu tenho que terminar alguns documentos para o meu trabalho, falo com você depois.

Ele desligou antes que ela pudesse falar algo. Barney suspirou deixando seus olhos vagarem pela sala, eles então pararam na porta de entrada, a chave ainda está na fechadura e o pinguim do chaveiro permanece suspenso. Um canto de sua boca se levanta lentamente.

—Os pinguins machos cuidam dos ovos, enquanto as fêmeas vão em busca de comida. Geralmente elas só voltam quando o ovo já está preste a eclodir. - Barney explicou erguendo o chaveiro com o mini pinguim, Robin riu balançando a cabeça. Aquela era a primeira vez que ela ria depois daquele longo dia.

—Em qual documentário você viu isso? - ela indagou batendo no pinguim para fazê-lo balançar.

—Happy Feet. - ele admitiu fazendo rir novamente. Era isso que ele queria, fazê-la rir pelo resto da vida.

 


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