Se você sente algo, cante! escrita por Sibely Lavely


Capítulo 9
Segredos.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Eric Redfox

Essas semanas tem sido difíceis, não consigo nem olhar para a Kaithy direito. Eu não gosto de mentir assim para meus amigos, e principalmente para ela.

Estou na minha sala na empresa fazendo uma planilha sobre algumas pessoas que querem mudar de setor. Não estou concentrado em nada do trabalho, só consigo pensar no assunto. Desisto de fazer a planilha por hora e tento esvaziar a minha mente, vou até o local que tem a máquina de café na esperança de mudar meus pensamentos de local. Porem a Kaithy está na maquina de café, nem sabia que ela gostava de café. Mudo minha rota antes da mesma me ver e volto para a minha sala.

— Está difícil, não posso ficar evitando ela para sempre...  - digo para mim mesmo e volto para as planilhas.

— Posso entrar? - escuto a voz da pessoa que menos queria ver.

— Pode sim, deseja algo? - a pergunto normalmente, mas minha voz parece ter soado meio fria, pois ela me olha como se estivesse se desculpando.

 - Não queria incomodar... - droga! Não era minha intenção.

— Me desculpe, não queria parecer grosso, só estou muito preocupado com algo...

— Quer conversar sobre isso, somos amigos afinal - Kaithy me pergunta sentando-se na cadeira em frente a minha mesa.

— Bem, não quero parecer rude Kaithy, mas eu preciso ficar sozinho - falo meio baixo.

— Entendo que esteja preocupado com problemas, mas não pode os deixar tomarem conta de você assim Eric! - ela diz se levantando e vindo até mim - Promete que vai sempre se lembrar de mim quando precisar de um ombro amigo para desabafar? - Kaithy pergunta me abraçando, mas não consigo retribuir...

"Se soubesse que o meu problema é você."— penso sentindo o calor do corpo dela próximo ao meu.

— Eu prometo...

— Obrigada por confiar em mim a esse ponto - ela diz sorrindo - Vou voltar para o meu setor, se precisar estou aqui - Kaithy diz e assim saindo do local.

— Droga! - exclamo jogando algumas coisas da mesa no chão.

 

 

Nathaniel Fernandez

Indo para a sala do Eric para entregá-lo alguns papeis importantes vejo a Kaithy voltando um pouco cabisbaixa. Não gosto de vê-la assim, parece que não me notou ainda, ao passar no lado dela, lhe puxo pela cintura e a dou um selinho surpresa.

— N-Nathã! - ela exclama completamente vermelha, ao menos o rosto tristonho sumiu.

— Meu nome - digo sorrindo e colocando uma mecha do cabelo dela para trás da sua orelha.

— Maluco... - Kaithy diz vermelha e esconde o rosto no meu pescoço.

— Sou mesmo - levanto seu rosto a fazendo me encarar - Qual o motivo de estar triste?

— Ah... - seu rosto volta ao normal - Eu acho que o Eric está muito afastado.

— Isso é verdade, mas sempre damos um jeito de arrastá-lo com a gente para os lugares.

— O Kevin foi para Coreia, o Eric está morando sozinho, sei como é solitário chegar em casa e não ter ninguém lá.

— Acha que morar sozinha é chato? - interessante.

— Não acha chato morar sozinho? - ela me encara.

— Acho sim, quer morar comigo? - pergunto brincando.

— Fora de cogitação - Kaithy responde rindo.

— Dona do sorriso mais lindo do mundo - a digo sorrindo.

— Estou começando a achar que está bebendo Nathã - ela diz e me empurra de leve se afastando de mim.

— Também, acho que tem álcool no meu café.

— E outra coisa, pare de ficar me beijando do NADA! - Kaithy diz me acusando.

— Mas selinho nem é beijo - digo rindo - Quer um beijo?

— Nesses cinco meses você tem me dado muitos selinhos...

— Você não deixa barato também, você me dá selinhos de surpresa, tipo aquela vez na cozinha - digo me defendendo.

— Isso se chama vingança - ela diz rindo um pouco vermelha.

— Isso se chama aproveitamento - a corrijo.

— Ainda tem a cara de pau de tentar se defender - ela cruza os braços.

— Você que se aproveita da minha inocência.

— Que inocência?

— Sou mais inocente que o Ronan - digo dando língua para ela.

— Por falar no Ronan... - Kaithy faz uma expressão seria - Depois temos que conversar sobre ele.

— Claro qualquer coisa pode contar comigo, sabe disso - sorrio e ela sorri de volta.

— Vou colocar algumas coisas para ajudar o pessoal a se localizar em lugares com risco químico, tchau Nathã - ela sorri se despedindo, mas eu a rodo e colo seu corpo no meu.

— Se despede direito - ia dar um selinho nela, mas ela foi mais rápida e me deu um selinho demorado, acabei ficando meio sem reação.

— Saiba que comigo você não vai sair por cima sempre - ela solta um beijo pra mim e vai embora.

— Um dia ainda morro do coração com essa mulher - digo pensando alto e vou para sala do Eric. Ao bater na porta escuto ele murmurar algo lá de dentro, abro a porta e entro.

— Oi Nathã, o que houve? - Eric pergunta olhando uns papeis, ele obviamente não está prestando atenção nos papeis.

— Porque está evitando a Kaithy? - resolvi ser direto, o observo me olhar meio desacreditado da pergunta.

— Desculpa amigo, não é assunto seu - ele diz sem me encarar.

— Sejamos sinceros, é sim assunto meu - digo sério.

— Nathaniel, não se meta na minha vida - Eric passa a me encarar.

— Se a sua vida está interferindo na vida da Kaithy irei me intrometer no que for necessário - o informo.

— O que te dá esse direito? - ele me pergunta.

— Eric, não é uma questão de ter direito ou não, é questão de que você está ferindo ela sentimentalmente, e você é meu amigo desde que me mudei para o Brasil, acha que quero meus amigos se machucando? - fico ao seu lado o encarando frente a frente - O Kevin e a Hinata foram embora, o Jhonatas e Laiane precisam do tempo deles agora que estão casados, logo terão um filho provavelmente. Eles dois podem ir embora também...

—...

— Só tenho você e a Kaithy de amigos próximos no momento. Embora a Kaithy tenha se mudado para cá e passemos bastante tempo juntos, você é meu único amigo que posso contar o tempo inteiro. Não estou perguntando só pela Kaithy, estou perguntando por você também. Acha que não vejo o quanto isso está lhe afetando? Não sou cego Eric - percebo que Eric está encarando alguma coisa aleatória no local - Me conte o que está acontecendo.

— Nathã - Eric diz e se levanta vindo até mim, achei que ele iria me expulsar, mas ele me abraça, e eu o abraço de volta.

— Ei, o que te incomoda tanto? - ao eu perguntar isso ele se afasta e volta a sentar.

— Realmente não posso lhe contar - Eric liga o computador - Mas farei o possível para parar de evitá-la, foi besteira minha fazer isso - ele sorri para mim.

— Fico feliz com isso amigo - sorrio de volta.

— Bem, vejo os dois no intervalo, agora volte ao trabalho - ele fala brincando.

— Sim senhor - digo rindo e saindo da sala dele, mas ainda não deixei o assunto de lado.

Eric Redfox

Estou pensando no assunto, obvio que não iria ficar ignorando a Kaithy para sempre, porem não poder contar isso para ela dói meu coração. Tomo mais um gole do whisky que estou bebendo num lugar social perto de casa, não estou me embriagando, mas não me imagino tomando outra coisa hoje.

— Posso lhe acompanhar? - olho para o dono da voz e vejo o pai da Kaithy. Ele possui o cabelo negro como o dela e olho castanho escuro.

— Pode sim, não é como se pudesse lhe impedir, o lugar é publico - o digo.

— Eric... foi seu pai que lhe deu esse nome? - ele pergunta se sentando.

— Sim - digo sem muito interesse.

— Seu nome iria ser Ilan, mas acho que Eric ficou a sua cara -  o mesmo diz e faz um pedido.

— O que essa informação muda na minha vida? - o pergunto.

— Não precisa ser tão rude, não consegue deixar o passado no passado?

— Quando o passado volta para morar ao lado da minha casa não - digo tomando outro gole.

— Não imaginei que a Kaithy iria comprar uma casa bem ao lado da sua, foi coincidência, ela não sabia onde você morava - ele diz e pega o copo dele, aparentemente com vodka e limão.

— Mesmo que soubesse, ela não tem ideia do que aconteceu.

— E espero que continue assim, a Kaithy é um pouco ética demais, não sei como ela iria reagir a isso.

— Ela merece saber! Não tenho culpa pelo seu passado, mas ela não merece viver na ignorância - digo me exaltando um pouco, aperto o copo forte tentando segurar minha indignação.

 - Acredite, esta melhor assim.

— Você é detestável, ela merece saber a verdade, não pode esconder isso para sempre.

— Ela tem o Ronan agora, e o Nathã é um homem e tanto, talvez eles fiquem juntos mais a frente. Se isso acontecer ela vai querer todos se dando bem no casamento deles. Seria horrível estragar as coisas por causa de algo que aconteceu cerca de 17 anos atrás.

— Mas isso ainda não é certo...

— Você está pensando nela ou está pensando só em você?

— O que está insinuando com isso? - o encaro serio.

— Você só quer poder contar a verdade e cuidar dela como você sempre quis fazer não é verdade? Desde aquele dia você se sente responsável por ela  - dito isso ele paga a conta dele e anda para saída, porem se vira e diz algo antes de sair de vez - A Kaithy não é mais uma criança, ela não precisa dos seus cuidados - ele some das minhas vistas.

— Não é isso... - digo para mim mesmo.

Indo para casa não paro de pensar no que o pai dela disse. Sei muito bem que a Kaithy não é criança, ela é uma mulher que sabe se cuidar muito bem, eu só quero, na verdade não sei o que quero talvez ele tenha razão e eu deva deixar esse assunto quieto. Chegando perto de casa vejo a Kaithy saindo da casa dos pais dela e indo em direção ao seu carro, resolvo não falar com ela e ir para casa, porem vejo uns rapazes indo na direção dela.

"Isso não parece bom." — Penso e vou até a mesma, escutando um pouco da conversa.

— Já disse para não ser tão bravinha assim, pode ficar pior - um deles diz.

— É só relaxar, não vai doer nada se vier em paz - escuto o outro.

— Vocês estão fedendo a álcool, acho melhor irem para casa e me deixarem em paz - Kaithy diz, e eu continuo me aproximando, porem não me viram ainda.

— Uma garota sozinha esse horário é perigoso - outro diz, são três ao todo.

— Se não fossem idiotas que nem vocês não seria perigoso, agora me deixem em paz! - ela diz indo entrar no carro, porem um dos rapazes fica em frente à porta.

— Algum problema aqui? - pergunto finalmente chegando ao local.

— Eric? - Kaithy me olha surpresa.

— Não é da sua conta idiota - dou um soco no sem noção que disse isso, e antes dele cair acerto um chute em sua barriga o fazendo cair meio longe.

— Você é idiota cara!? - o que estava na frente da porta veio para cima de mim e eu seguro seu braço o jogando longe, parece que ele bateu a cabeça e acabou desmaiando.

— Quer uma passagem para o hospital também?

— Cuidado Eric! - Kaithy me avisa e sinto uma dor nas costas, o primeiro que derrubei me acertou com uma pedra não muito pequena, acabo caindo por conta da dor.

— Não banque o herói seu idiota, acha que pode chegar e me bater assim?! - ele puxa a Kaithy pelo braço, ela não parece totalmente indefesa, mas esse rapaz é consideravelmente alto e muito forte também, em uma luta com ele sã talvez eu perdesse, mas como ele está alcoolizado, a vantagem é minha.

— Está machucando meu braço - Kaithy diz tentando se soltar.

— NÃO TOQUE NA MINHA IRMÃ!! - me levanto e chuto a parte intima dele, pois não existe força física no mundo que supere essa dor. O mesmo se contorce de dor no chão, nisso eu seguro a mão da Kaithy e a arrasto para minha casa.

Após nos acalmar, estamos ambos sentados no sofá encarando o nada. Ela levanta e pega algo na bolsa dela voltando em seguida.

— Vem, deixa-me ver suas costas - confirmo e tiro a camisa ficando de costas para a mesma - Está meio roxo...

— Fui descuidado em dar as costas para ele - digo e sinto-a passar um gel no local.

— Eric... O que eu sou para você? - essa pergunta me deixa confuso.

— Como assim?

— Não é a primeira vez que me chama de irmã - Kaithy diz e aparentemente finaliza o que estava fazendo com o gel.

— É porque te considero minha irmã mais nova... Gosto muito de você.

— Você estava me evitando há alguns meses, e agora me chama de irmã do nada - ela encosta a cabeça nas minhas costas - O que eu sou para você?

— Desculpe, não queria que se sentisse mal, só que muita coisa mudou do nada, não quero te perder - a digo.

— Sabe Eric, eu te amo como se fosse um irmão para mim, te disse isso quando foi me visitar no hospital.

— Sim, eu também te amo como se fosse minha irmã.

— Você disse: 'Porque você é a minha irmã'... - Kaithy me abraça - Eric, o que esta acontecendo? Sei que esconde algo de mim.

"Preciso contar a verdade para ela..."— penso, mas me lembro da conversa com o pai dela.

"A ignorância é uma benção às vezes, prefere-a bem como está ou com problemas ao saber o que houve?"

"Sabe Eric, você acha certo a Kaithy perder a confiança na família assim?"

"Você está pensando nela ou está pensando só em você?"

"Você só quer poder contar a verdade e cuidar dela como você sempre quis fazer não é verdade? Desde aquele dia você se sente responsável por ela"

"A Kaithy não é mais uma criança, ela não precisa dos seus cuidados"

— Eric? - a voz dela me tira de meus pensamentos.

— Sim?

— Me conte a verdade - Kaithy está na minha frente em pé e eu sentado no sofá.

— Kaithy... - me levanto e beijo a testa dela, assim como ela fez comigo no hospital - Não tenho nada para contar, só estou preocupado com as coisas da empresa, só isso.

— Sei muito bem que não é isso - ela respira fundo - Não vai me contar?

— Sinto muito, não tenho nada para contar - forço uma risada.

— Tudo bem... - ela senta no meu sofá.

— Vou ligar para o Nathaniel vim lhe buscar, já volto - digo me retirando da sala.

"Ele tem razão, não posso estragar a vida dela assim..."

 

Nathaniel  Fernandez

Depois da ligação do Eric fui buscar a Kaithy na casa dele, ainda não sei o porquê dele ter me ligado, ele próprio podia ter a trazido, mas não me incômodo. Explicaram-me o que houve, não sei descrever como fiquei na hora, meu coração quase não aguentou a informação. Estamos eu e a Kaithy no carro, ela não falou nada de lá até aqui, e não quero obrigar ela a falar nada. Ligo o rádio do carro e deixo algumas musicas tocando.

— Nathã, tenho que te contar algo sobre o Ronan... - não esperava que ela puxasse assunto.

— Pode falar - dou um sorriso para ela.

— Nathã... -  a voz dela sai falhada, desvio o olhar para ela de relance e a percebo secando uma lagrima.

— Ei... O que houve? - pergunto já preocupado.

— O Ronan não está bem, e o tratamento dele está ficando mais caro - Kaithy me olha - Desculpa te envolver nisso Nathã, na hora não pensei nas consequências, me desculpa - já tenho uma coisa em mente, mas quais serão os planos dela?

— O que pretende fazer? - Kaithy sorri.

— Eu nunca irei deixar de cuidar dele, eu o amo - sorrio com a resposta dela - Não me importa como vou dar um jeito, mas obrigada por me apoiar tanto Nathã - a mesma sorri para mim.

— Bem, de inicio fui eu quem me ofereci, então tenho minha parte no assunto - estaciono o carro - Kaithy, posso lhe oferecer uma proposta?

— Sim, quero muito uma opção - Kaithy me olha.

— Vende o seu carro - dou o inicio da ideia.

— É uma boa ideia.

— E venha morar comigo - continuo.

— Como?

— Pense bem, nosso salário não é pouco, porem os gastos de uma casa levam boa parte do dinheiro. Como você não usa muito seu carro ele não é tão útil. E a sua casa podemos alugar e ter um dinheiro a mais para ajudar a pagar as coisas do Ronan - explico meus planos.

— Você está certo, e como eu estaria com você facilitaria muito tanto na economia como para cuidar dele e o visitar - Kaithy conclui minha ideia sorrindo - É perfeito! - ela me abraça.

— Isso é um 'sim'? - a pergunto sorrindo devolvendo o abraço dela.

— Isso é um com certeza! - realmente ela está animada - Obrigada Nathã, estava sem saída...

— Bem, ter você ao meu lado vai ser ótimo, podemos conhecer melhor um ao outro, quero te mostrar que quero mais que amizade com você - digo e a vejo ficar vermelha.

— Como...? - Kaithy pergunta perplexa.

— Não disse nada demais - dou risada - Começamos a mudança no final de semana?

— Sim, no final de semana.

— Perfeito.

— Espera, onde vou dormir? - ela só notou isso agora?

— Junto comigo, qual o problema? - digo sem pensar em algum problema.

— Lógico que não né Nathaniel!

— Bem, tem um cômodo que uso de escritório às vezes, ia fazer um quarto para o Ronan, mas posso tirar os moveis e você bota suas coisas lá - digo sorrindo.

— Perfeito, obrigada - Kaithy diz sorrindo, é bom ver que ela esqueceu aquele assunto com Eric.

— Queria poder ganhar algo já que sou um gênio - digo brincando.

— Quer um beijo? - ela pergunta brincando, mas porque não, não é mesmo?

— Quero sim - me inclino na direção da mesma, ainda estamos dentro do carro.

— Idiota - ela dá risada e me dá um selinho.

— Já disse que selinho não é beijo - digo sorrindo e seguro o queixo dela, assim lhe dando um beijo. Desde o beijo no ano novo que desejo poder sentir os lábios dela nos meus novamente. Após esse momento que não desejaria que acabasse ela se despede de mim um pouco vermelha e vai para a sua casa.

Passaram dois meses, nem acredito que o tempo passa tão rápido. O Eric e a Kaithy voltaram a se falar normalmente, o que acho incrível. Já finalizamos a mudança, vendemos o carro dela, o que não foi muito difícil, e vamos morar juntos a partir da semana que vem. Estou animado para saber como é viver com Kaithy Fullbuster. No momento ela está aqui em casa dobrando as roupas dela e eu estou a ajudando.

—... Depois que aquele monstro asqueroso pulou em cima de mim eu corri para os braços do meu pai querendo sair de lá, depois disso nunca mais fui á um zoológico - ela termina de contar a historia.

— Mas foi só uma aranha, porque tanto trauma assim? - pergunto curioso.

— Todos os olhos dela estavam me encarando! Da coceira só de imaginar... - Kaithy diz passando a mão no braço.

— Que historia tragicamente cômica - digo segurando o riso.

— Se fosse com você não estaria falando isso...

— Kaithy, onde boto isso? - pergunto a mostrando uma calsinha de renda bem...

— Me dê isso aqui! - ela pega meio vermelha.

— Não é como se eu não fosse ver suas roupas intimas, eu estendo roupas - digo rindo.

— Eu lavo e boto para secar.

— O varal fica num lugar que posso ver.

— Vamos mudar de assunto!

— Kaithy - a chamo e a mesma me olha - Aceita cantar comigo?

— Essa pergunta vai ficar na minha cabeça - ela diz dando risada - Aceito sim.

— Vamos até o piano - digo.

— Foi você que botou um piano na biblioteca de seus pais?

— Sim, eu gosto de tocar lá, acho um lugar bonito - digo me sentando no piano.

— Sabe tocar couting stars?

— Do One Republic?

— Sim - ela diz sorrindo e sentando ao meu lado.

— Como não saber senhora? - digo brincando e começo a tocar.

Counting Stars - OneRepublic  -  https://www.youtube.com/watch?v=P-z5SYxSF3A

Nathaniel e Kaithy

Kaithy

Ultimamente, tenho, tenho perdido o sono

Sonhando com as coisas que poderíamos ter sido

(Ela canta com essa voz que me deixa em outro mundo cada vez que ouço)

 

Nathaniel

Mas amor, tenho, tenho rezado muito

Nathaniel e Kaithy

Eu falei, chega de contar dólares

Contaremos estrelas

(Nossa sincronia perfeita mesmo sem ensaio prévio)

 

Kaithy

Sim, contaremos estrelas...

Nathaniel

Vejo esta vida como uma videira que balança

Balanço meu coração além do limite

E meu rosto está dando sinais

Procure e você há de encontrar

Kaithy

Velho,

Nathaniel

Mas não sou tão velho

Kaithy

Jovem,

Nathaniel

Mas não sou tão ousado

Não acredito que o mundo esteja vendido

Apenas estou fazendo o que me mandaram

Kaithy

Sinto algo tão bom

Fazendo a coisa errada (posso ajuda-la a fazer coisas erradas)

Sinto algo tão errado

Fazendo a coisa certa

Nathaniel

Eu não poderia mentir, não poderia mentir

Tudo que me mata me faz sentir mais vivo

Kaithy

Ultimamente, tenho, tenho perdido o sono

Sonhando com as coisas que poderíamos ter sido

Kaithy e Nathaniel

Mas amor, tenho, tenho rezado muito

Eu falei, chega de contar dólares

Contaremos estrelas

Kaithy

Sinto o amor e sinto ele queimar

Ao longo deste rio, em cada curva

"Hope" (esperança) é uma palavra de 4 letras

Ganhe esse dinheiro, veja-o queimar

(A encaro com um sorriso)

Kaithy

Velho,

Nathaniel

Mas não sou tão velho

Kaithy

Jovem,

Nathaniel

Mas não sou tão ousado

Não acredito que o mundo esteja vendido

Apenas estou fazendo o que me mandaram

(A partir daqui só deixamos a musica acontecer)

Kaithy

Sinto algo tão errado

Fazendo a coisa certa

Nathaniel

Eu não poderia mentir, não poderia mentir

Tudo que me derruba me faz querer voar

Kaithy

Ultimamente, tenho, tenho perdido o sono

Sonhando com as coisas que poderíamos ter sido

Nathaniel

Mas amor, tenho, tenho rezado muito

Nathaniel e Kaithy

Eu falei, chega de contar dólares

Contaremos estrelas

Kaithy

Sim, contaremos estrelas

Kaithy

Ultimamente, tenho, tenho perdido o sono

Sonhando com as coisas que poderíamos ter sido

Nathaniel

Mas amor, tenho, tenho rezado muito

Eu falei, chega de contar dólares

Nathaniel e Kaithy

Contaremos, contaremos estrelas...

(Encerramos juntos e eu acabo a nota no piano)

— Você realmente é incrível no piano, amo ver você tocando - Kaithy diz deitando no meu ombro.

— Você me inspira - digo sincero.

— Você me deixa confusa às vezes - ela dá risada.

— Você é uma confusão - dou risada com ela.

— Nathã, acha que sou bonita? - ela me pergunta. Que assunto do nada...

— Você é linda, nunca duvide disso - digo sorrindo.

— Humm... - Kaithy fica frente a frente com o rosto próximo ao meu, sinto meu rosto esquentar.

— O que houve? - a pergunto. Ela se aproxima mais e me dá um selinho demorado, tomo um leve susto, mas logo retribuo transformando o selinho num beijo, um beijo que eu acabei por ficar viciado.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler. ^v^



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