Contos - Aventuras Mágicas escrita por Saaimee


Capítulo 9
O que eu quero te falar


Notas iniciais do capítulo

Tema: Feitiço.
Dupla: Anthony e Relliane.

Boa Leitura!



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Outro dia...

Era mais um dia comum de trabalho na vida do alado Anthony. Hoje, mais uma vez, estava checando a estufa e analisando as plantas como sempre fazia. Normalmente estaria acompanhado dos dois parceiros de trabalho, Jyrki e Jamey, porém como tinha poucas coisas para terminar acabou dispensando ambos mais cedo e deixando as checagens para fazer agora sozinho. Não era nada de importante. Tudo o que precisava era observar a reação da planta e compara-la com as anotações do dia anterior.

Anthony era boticário há anos então esse tipo de trabalho era uma função tão normal para ele tanto quanto lavar o rosto quando acordava. Fazia com facilidade e sem dar muita atenção para detalhes bobos, porém, de uns meses pra cá, as coisas se intensificaram quando o trio decidiu fazer pesquisas profundas sobre o comportamento das plantas em relação a vida.

Aquela tarde era para ser de um trabalho rápido sem respostas, mas os planos mudaram quando checou uma das cobaias sob observação na sala de experiências no fundo da estufa.

Por minutos ele observou sozinho as folhas esverdeadas mudarem para uma cor rosada e depois se tornar azul até voltar ao verde. Era um processo que durou longos minutos contínuos e parecia que não iria parar mais. O rapaz já tinha visto plantas que mudavam sua folhagem durante as estações para cores extremamente diferente, mas era a primeira vez que via essa mudança ocorrendo dessa forma.

Sua reação foi quase automática ao pegar uma ferramenta próxima para tocar nas folhas, entretanto se interrompeu quando lembrou estar sozinho. Havia uma regra que ele tinha imposto quando o trio começou a tornar esse trabalho ariscado: nunca fazer nada sem ter pelo menos mais uma criatura por perto. Isso porque precisavam de garantia de que não estavam sendo afetados por nenhuma toxina os fazendo ver coisas e, claro, ter uma testemunha é sempre melhor para provar as conquistas, mas o ponto principal da regra era evitar que se machucassem sem ter alguém para socorre-los.

Sua mente rapidamente o fez pensar nos outros dois, porém se lembrou que Jyrki tinha saído em missão com Sis e Jamey não estava na vila. Ele sabia que não podia chamar qualquer um e ariscar suas pesquisas de serem expostas de forma negativa, por isso, logo que se acalmou, pensou em Relliane. Ela não estava envolvida com seus trabalhos, mas por ser responsável por Jamey sempre era informada sobre os progressos e até ajudava a cobrir algum estudo duvidoso.

O problema era que, depois de tudo o que Anthony causou entre os dois, eles nunca tinham ficado sozinhos em um mesmo lugar. Estava relutante e preferiria mil vezes chamar Pehleq que contaria tudo o que viu para a vila toda do que passar alguns minutos junto a mulher que ele tanto fez mal.

Sabia que era um covarde de várias maneiras, mas não podia se dar ao luxo de fugir dessa vez, afinal era um estudo que talvez pudesse ser um passo para as pesquisas.

Coçando a cabeça resmungou jogando a ferramenta e o caderno sobre uma mesa antes de sair correndo dali em direção a casa dela.

 

Como era de se esperar assim que bateu na porta foi recebido pelo olhar da loira que parecia o encarar de cima com certo desprezo. Ele não a culpava por isso, mas, ainda assim, estar nessa situação não era algo fácil de se engolir. Para nenhum dos dois.

— Eu preciso de ajuda. – Falou rápido enquanto tinha os punhos cerrados. Ela apenas aguardou, sabia que o que quer que precisasse ele ainda não tinha terminado de falar. — Tem uma planta reagindo no laboratório e nem o Jyrki ou o Jamey estão comigo.

O rapaz não conseguia olhar em seu rosto, mas sabia que nesse momento deveria estar revirando os olhos e o amaldiçoando por estar a colocando nessa situação. Ele também estava se amaldiçoando.

— Claro. – Ela sabia da regra, por isso, também sabia que não teria opção agora. Concordou rápido sem mostrar qualquer sentimento em sua voz e fechando a porta o seguiu em direção a estufa.

O local era próximo da casa dela e por causa dos passos acelerados do rapaz chegaram ainda mais rápido do que normalmente fariam.

A estufa estava vazia nesse momento e apesar de não darem atenção as plantas eles ainda não puderam evitar a sensação de calma que o lugar trazia em comparação com o lado de fora. Ali era fresco com um ar que misturava os cheiros trazendo paz ao espírito — pelo menos para quem vinha ver as plantas. Para o alado, apesar do local ser refrescante, ainda o estressava lembrando dos trabalhos que o aguardava todos os dias.

Ambos não tiveram qualquer intenção de perder tempo ali indo direto para a sala do fundo onde somente o trio e a mulher tinham acesso. Não era nenhuma ala escondida com passagens secretas nem nada, entretanto tinha uma fachada bem simples ao ponto de passar despercebida e esconder os segredos de dentro.

Assim que entraram fechando a porta, ele correu para colocar as luvas e a máscara enquanto ela se encostou em uma das mesas o assistindo trabalhar. A feiticeira estava acostumada a vê-lo falar bobagens e fazer idiotices por todos os cantos na vila, mas essa deveria ser a primeira vez que o via mostrar uma expressão séria.

O jovem levantava a folhagem enquanto resmungava coisas que só ele ouvia, retirava fragmentos com cuidado como se fizesse uma operação e nem se lembrava que ela estava ali. Nem parecia ser o mesmo alado de sempre. Talvez fosse por isso que tinha tanto medo que os outros entrassem ali.

Suspirando a mulher cruzou os braços deixando seu olhar passear pelo local vendo as prateleiras cheias de frascos coloridos e as mesas com plantas de estruturas incomum que claramente mandavam uma aviso para não chegar perto.

Estava curiosa vendo as novas espécies que não estavam ali na última vez que entrou quando algo no chão chamou sua atenção. A expressão calma rapidamente foi trocada por uma confusa até finalmente entender o que tinha visto.

— Vocês não deveriam tomar mais cuidado? – Balançando a cabeça descrente, falou alto.

— Sobre? – Sem desviar o olhar do trabalho questionou. Porém assim que ouviu o silêncio se prolongar ele virou o rosto vendo o dela encarando o canto da sala o fazendo seguir a visão. Assim que encontrou o motivo da pergunta seus olhos se arregalaram e depois um suspiro cansado saiu. — Ah... Eu disse pra ele limpar isso!

Colocando as ferramentas e os potes de lado, Anthony foi até o local onde manchas de sangue formavam uma pequena poça próximo a um vaso grande. Apesar do chão ser branco aquilo passou despercebido por ele já que estava em um lado mais escuro da sala e, como estava ocupado trabalhando, não deu atenção a esses detalhes.

Se ajoelhando o moreno olhou de perto vendo ao lado da poça — quase atrás do vaso — um dente perdido o fazendo suspirar enjoado.

— Esse sangue parece fresco demais. – Relliane apontou sem sair do lugar, intrigada pela situação. — O que vocês andam matando?

— Ninguém matou nada! – Gritou em defesa se levantando dali para olhar em sua direção. — O Jyrki trouxe... Logo que morreu. – Engoliu em seco desviando o olhar para o chão quase como se conseguisse ver algo que o entristeceu. — O cadáver que mais parecia estar vivo.

— E o que fizeram?

— Nada. – Tossiu afastando o peso em seus ombros enquanto caminhava para fora pegando pano e produtos de limpeza antes de continuar falando. — O Jyrki guardou... Quer fazer alguma experiência. – Afastando a máscara da boca continuou enquanto tentava tirar o vermelho dali. — Provavelmente vai ver a resistência. Tenho certeza que só vai me dar mais trabalho.

Se não o conhecesse acharia que tinha se tornado uma criatura insensível, entretanto ela sabia que suas palavras saiam rápido de sua boca como se não quisesse pensar no assunto e sua mão hesitava passar sobre o sangue como se a culpa o atormentasse.

Relliane não via as experiência que faziam como algo grotesco, afinal estavam tentando achar resposta para ajudar os outros também. A feiticeira estava ciente sobre os cadáveres e nunca se importou com isso porque Jyrki respeitava a decisão do alado e só trazia para o laboratório corpos daqueles que já tinham morrido. Como caçador de almas ele tinha esse poder de saber quando alguém estava prestes falecer fosse de causa natural ou não. Então não tinha porque se sentirem culpados, porém sabia que tanto Anthony quanto Jamey ainda não estavam prontos para encarar esse mundo de sangue.

Demorou algum tempo para conseguir se livrar daquela cor e tirar o dente dali. Pela expressão que fazia era óbvio que estava transtornado, mas era ainda mais óbvio que iria discutir com Jyrki quando ele voltasse.

O alado seguiu até a mesa no fundo onde colocou o dente embrulhado em um pano e sem muito cuidado deixou a garrafa com água próximo a um vaso. Juntou o restante dos produtos e quando se virou para sair acabou trombando no liquido sem nem perceber.

A água caiu dentro do vaso despertando uma planta logo que o alado voltou para a sala. Silenciosa ela começou a soltar seu gás sem que fosse notada.

Anthony já tinha voltado para o trabalho enquanto Relliane lia algumas de suas notas nas pastas do armário quando a porta se fechou sozinha fazendo um alto barulho pela sala.

Ambos se viraram surpresos vendo uma luz azulada surgir ao redor formando um selo no meio da madeira enquanto escrituras se espalhavam pelas paredes brancas.

— O que é isso?

— É... – forçando os olhos tentou entender as linhas que mudavam os símbolos rapidamente. — Ah, é normal. Vai lacrar a sala por uns 30 minutos até sair a toxina e depo-

— Que toxina?

Ele falava com calma até a pergunta o fazer notar a situação em que estavam. Em pânico se virou olhando para as mesas onde plantas venenosas estavam e suspirou logo que notou que não era nenhuma delas. Com calma olhou mais ao redor até ver no canto uma pequena planta de flores verdes se mover com lentidão o fazendo morder os lábios.

— O que foi? – Desconfiada pela expressão assustada dele, questionou o vendo engolir rispidamente.

— Ah... Não é nada demais. Só... – se virando para ela tentou sorrir o mais nervoso que conseguiu — tenta não falar muito.

Ela não entendeu o que quis dizer e menos ainda conseguiu encontrar sentido no rosto suado dele já que essa não era uma situação de risco.

— O que acontece se falar? – Ele era a criatura mais falante da vila toda e ter que se segurar para não responder sua pergunta só o fez ficar ainda mais nervoso. A feiticeira notou a forma forçada como mordia os lábios e isso só a irritou. — É um feitiço isso? Eu posso quebrar e-

— Não! – Falou rápido quase fazendo os olhos saltarem a surpreendendo. — Esse veneno não vai fazer mal pra gente e... Na verdade, é melhor ficarmos aqui dentro pra retirar qualquer gás que fique no corpo.

— Ok... – Concordou ainda desconfiada o vendo seguir de volta para a planta de antes com os ombros rígidos. — Você vai me falar que planta é essa ou vai ficar se fazendo de idiota?

— Eu sou idiota. – As palavras saíram mais rápido o fazendo colocar a mão sobre os lábios a deixando ainda mais confusa. — Eu quero falar, mas eu não quero.

— Que? – Ele se calou novamente respirando fundo a fazendo apertar as têmporas irritada. — Você me tira do sério.

A mulher não teve a intenção de dizer isso apesar de ter pensado nas palavras. Ele percebeu pela expressão dela que foi algo sem querer o fazendo assentir culpado.

— Eu sei... Quer dizer... Ah...

— Que planta é essa? – Seu tom agora estava muito mais sério como se fosse começar um interrogatório aumento a pressão sobre o rapaz.

— É uma coisa que eu e o Jamey fizemos juntando umas poções. – Contou sem segurar a língua e quando percebeu que já tinha começado, fechou os olhos deixando o resto sair. — É uma planta que faz falar a verdade. A toxina dela não é natural pra essa espécie por isso é tão forte.

— Ah... Entendi.

— Então, por favor, não pergunta nada porque eu não quero responder e menos ainda quero que saiba como me sinto sobre qualquer coisa. – Ao final da frase ele colocou a mão no rosto mordendo os dentes envergonhado.

— Eu não tenho interesse em saber como você se sente, tenho mais receio do que eu possa dizer. – Seus olhos se arregalaram e depois se fecharam soltando um suspiro.

— Dizer o que? Ah... Que droga de planta!

Todo o ânimo para descobrir o que estava acontecendo com a coloração das folhas de antes se foi, deixando somente o medo os assombrando. Nem mesmo se estivesse em missão seus corações se sentiriam tão apertados. O terror que um monstro passa não é nada comparado ao medo de ser honesto com seus próprios sentimentos.

— Só 30 minutos, certo?

— É...

— Você consegue ficar de boca fechada esse tempo todo?

— Não. – Ela o encarou como se fosse gritar, mas ao ver os olhos preocupados dele entendeu que também não queria estar ali.

Suspirando a mulher afastou o corpo da parede sentando-se na cadeira ao lado da mesa pensando em como ele conseguia sempre dar um jeito de atrair problemas independentemente da situação.

Por um longo tempo ambos conseguiram se manter em silêncio vendo as luzes azuis brilharem contra seus rostos como se o tempo no resto da vila tivesse parado e agora estivesse isolados de tudo.

Depois que o pânico passou Anthony se lembrou que ainda tinha que fazer a planta parar de agir ou ficariam ali por muito mais tempo. Com calma caminhou até o lugar a levando para outra mesa onde procurou por uma capsula grande de vidro.

— Eu juro que faço meu melhor para não fazer isso com você, Relliane. – Comentou forçado pelo peso da culpa enquanto colocava o vaso dentro do frasco impedindo que mais toxina se espalhasse pelo ar.

— Fazer o que?

— Ficar perto de você. – Cada palavra que saía fazia seus olhos se fechavam no final da frase como se gritasse consigo mesmo para se calar.

— E do que adianta fazer isso agora se quando eu pedi você me ignorou? Acha que se fizer isso eu vou te perdoar?

— Não.

— Eu não vou te perdoar. – Falou séria o suficiente para o fazer pensar se aquilo também era efeito da planta ou só a honestidade dela. A feiticeira, entretanto, não queria ter dito isso por saber que não valia a pena, mas, talvez, houvesse um sentimento ressentido a mandando continuar.

Ele sabia que era verdade, mas ainda assim doeu ouvir sua voz fria o condenando. Engolindo em seco se apoiou na mesa sem conseguir olhar para ela. O rapaz sabia que agora não poderia mais segurar as palavras que viriam a seguir.

— Um dia eu tava falando com o Slash e disse pra ele que eu me sentia mal por tudo e que nunca foi certo o que eu fiz, por isso eu não queria falar com você. – Contou sentindo seu coração apertar da mesma forma como aconteceu naquele dia. — Aí ele me disse que mesmo que fizesse isso não ia importar já que eu nunca te pedi desculpas.

Relliane estava com raiva de estar ali e ainda mais frustrada por ter que passar por isso, mas ouvir aquela confissão fez seu coração apertar levemente. Ela sempre soube que Slash se importava muito com ela, mas não tinha certeza do quanto de seus sentimentos ressentidos carregava com ele.

— E mesmo assim eu não fui. – Voltou a falar com o mesmo tom tristonho de quando se perde algo importante. — Não porque eu estivesse com medo ou meu orgulho fosse enorme, mas porque não queria te machucar mais. – Seu rosto se levantou procurando o dela que parecia ainda enjoado de ver o dele. — Eu nunca mais vou repetir o que eu fiz, mas eu vou sempre lamentar por você ter passado por aquilo para que eu pudesse aprender. Eu nunca vou me perdoar.

A persistência dele no passado por um relacionamento que ela nunca quis se tornou uma memória amarga que a fez o odiar todos os dias e por mais que ele mostrasse seu arrependimento isso nunca apagou as manchas que causou. Entretanto a mulher também sabia que ele não era mais a mesma pessoa e nesse momento via o que talvez ninguém tivesse visto antes.

— Eu não vou te perdoar, Anthony, – começou a falar calmamente o vendo assentir — mas eu não te odeio como costumava odiar. – A confissão o fez erguer a cabeça tão confuso quanto assustado para ver o rosto cansado dela olhar as paredes pintadas pela magia. — Eu não tenho que superar nada do que aconteceu, mas não sou cega para não ver as coisas que fez ao meu redor. – Suspirou sabendo que sua língua não iria ficar parada. — Eu vi você trazendo a Leicy para perto de você quando as coisas deram erradas... – Ele ouviu sem entender o que tinha acontecido. — Não me pergunta o que aconteceu.

— Tá... Mas... Ah, eu realmente quero perguntar o que aconteceu.

— Não faça isso.

— Tô tentando. – A voz saindo entre os dentes que apertavam os lábios em busca de controle a fez balançar a cabeça irritada antes de poder dizer qualquer coisa.

— Se você ouvisse seu pai dizendo as coisas que alguém que te maltratou disse, você o perdoaria?

— Você fez isso? – A mulher olhou em silêncio vendo seu rosto calmo analisar a situação. — Ah... Você deve ter seus motivos. Um dia ela vai entender.

— Eu espero que sim. – Falou sem notar que estava sendo honesta com sua dor.

Ele se sentou no chão suspirando vendo que pela primeira vez realmente estava falando com ela e pela primeira vez estavam se conhecendo. Ela percebeu a insistência em seu olhar e o encarou já na defensiva.

— O que foi?

— Nada. Eu só me lembrei que eu nunca te amei. – Falou sério e depois arregalou os olhos notando sua grosseria. Já era tarde para concertar então tentou continuar do melhor jeito que pôde. — Mas... você sabia disso antes de eu poder perceber. – Ela assentiu o vendo coçar a nuca frustrado.

— Eu sempre te disse isso.

— É... Eu amava algo... Mas agora eu não amo nada em você. – Suspirou fundo antes de olhar para ela que parecia confusa com a confissão. — Acho que agora eu só gosto de você.

Ele não estava envergonhado quando falou e menos ainda parecia esconder alguma intenção. Era estranho para ela ouvir esse tipo de coisa depois de passar por meses ouvindo declarações de amor sem qualquer base verdadeira. Apesar de trazer lembranças ruins a loira ainda o escutou, dessa vez, ouvindo falar a verdade.

— O Slash deixa bem claro que faria qualquer coisa por você e o Jamey te vê como alguém incrível que ele adora. – Riu pensando nas vezes em que ouvia suas conversas distorcidas. — Por causa disso eu sei que você não é ruim, por isso acho que... Depois de tudo eu gosto de você.

— Parece que você aprendeu como o gostar funciona.

— É... Me desculpa falar disso. – Sem jeito sorriu fitando o chão pensando em como sua perspectiva mudou depois que começou a namorar Blood. Bruscamente levantou a cabeça a vendo o olhar de cima, mas, dessa vez, sem qualquer sentimento de poder. — Eu perdi a chance de te conhecer.

— Sim. Agora, eu não tenho interesse nenhum em te conhecer, mas... Faça as coisas serem diferentes para os outros.

Ele abriu a boca, mas as palavras não saíram forçadamente como nos demais minutos. Foi então que olhou para o lado percebendo que a toxina tinha sido finalmente contida.

Se levantou rapidamente olhando ao redor vendo as paredes brancas e o selo na porta começando a sumir podendo soltar o peso dos ombros.

Relliane se levantou ouvindo a tranca ser liberada a fazendo suspirar aliviada, entretanto ficou surpresa pelo tempo ter passado tão rápido quando estavam conversando.

— Terminou? – Questionou o vendo encarar o recipiente lembrando de onde estava.

— Sim. Já pode sair.

— E a planta que estava estudando?

— Ah. – Se virou assim que ouviu e rapidamente foi em direção as amostras que tinha coletado as checando por cima. — Já tenho o suficiente. – Sem dizer mais nada ela se virou abrindo a porta, mas parou quando o ouviu chamar seu nome. — Obrigado por vir.

Suas palavras soaram arrependidas como se esse agradecimento fosse sua forma de se desculpar. Ela não disse nada em resposta, apenas saiu o deixando para trás com a expressão esperançosa estampada no rosto.

— Fim. IIX


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Notas finais do capítulo

Esse é o segundo ano que faço o Anthony sentar e conversar com alguém, haha. Eu acho que existem muitos fios enrolados na vida dele com os de outras pessoas que tá virando uma armadilha sentimental desnecessária então quero poder colocar um fim nessas coisas. Quero que ele se resolva e, por fim, pare de atrapalhar o caminho dos outros com assuntos inacabados. Tô tentando fazer o bem pra ele e para os outros também. Tava na hora, né ^^
A Re não falou muito, nem mesmo com a toxina dentro dela, porque sabemos que ela é muito mais forte do que ele e sabe se controlar, eu preferi que ela só se deixasse levar no momento em que ele abrisse espaço e, assim, falasse daquilo que provavelmente estaria a perturbando mais em relação A ELE. Relliane é uma mulher de segredos e não é uma plantinha que vai mudar isso, hahah :D
Bom, é isso, até a próxima!



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