— Não deveríamos ter ido para aquele hospital – diz mamãe quando entramos em casa.

— O pai do Richard só faltou voar no pescoço do Gabriel.

— Claro Sofia, o filho dele levou um tiro e quase morre afogado, eu no lugar dele estaria furioso também.

Mamãe caminha em direção a cozinha e quando tomo o mesmo rumo meu pai me chama.

— Espera aí rapazinho, a conversa agora é entre nos dois – diz papai indicando o sofá.

Paro no meio do caminho o encarando seriamente.

— Que ideia foi essa de “estender a festa” e irem parar no meio daquele píer no meio da chuva hein?

— Pai a gente só queria se divertir, mas alguém me empurrou no chão e quando eu levantei só me dei conta da confusão depois que a chuva ficou mais fina.

— Se não foi você que deu o tiro então foi o outro menino, o tal de Luiz, Lucas... Qual o nome dele mesmo?

— Luciano pai, ele veio com a gente pro pub e me ajudou a levantar do chão e entrou na água pra me ajudar a trazer o Richard pra superfície. Foi um acidente. Um assalto, não sei. Estava muito escuro.

— Mas a ideia de estender a festa foi sua não foi Gabriel Anthony Decklan? – disse papai.

Me irritei.

— Foi pai, essa ideia aí foi minha sim – respondo me levantando do sofá e encarando meu pai.

— Espero que essa história de homem de preto e perseguição seja verdade – diz ele me olhando de cima.

— Gabriel, meu filho vai tomar um banho e dormir – diz mamãe voltando da cozinha olho pra ela e depois para meu pai e marcho em direção a meu quarto, penso em parar para ouvir a conversa deles, mas desisto.

Quarto de Gabriel:

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