— Com licença, pediram para eu falar com o delegado... – ouvi a voz de meu pai na porta da sala e levantei a cabeça rapidamente minha mãe atravessou a sala e me deu um abraço, a senti tremer de tanto chorar.

— Filho, você está bem? – pergunta ela colocando meu rosto entre suas mãos, olho em seus olhos castanho claros só que agora estavam vermelhos por causa de seu choro

— O que aconteceu filho? Porque você veio aqui?

— Depois você fala com ele – diz meu pai firmemente para minha mãe, ele me olha rapidamente e volta para o delegado que havia se levantado de sua mesa para cumprimentar meu pai.

— Muito prazer receber o senhor aqui Juiz Decklan, senhor – diz o delegado a meu pai e cumprimenta o advogado de nossa família, os dois se sentam em frente à mesa do delegado enquanto minha mãe me abraça, ela esta em pé e eu permaneço na cadeira, minhas pernas estão fracas, estou com medo de pedir para ela se sentar na cadeira que eu estou por sei que se eu levantar com toda certeza vou cair no chão.

— Pena que nessas circunstâncias – diz meu pai ao delegado que assenti ao se sentar novamente atrás da mesa, o advogado da família, apenas sorri discretamente.

Ele só faria o trabalho e meu pai falava.

Clássico.

— Meu filho está sendo detido por qual motivo mesmo? – pergunta meu pai, o delegado coça a nuca.

— Seu filho e mais dois amigos aprontaram esta noite, quebraram o vidro de um trailer e agora que vem a parte mais grave, um deles tinha uma arma e deu um tiro no terceiro garoto e o jogaram do alto do velho Primeiro Píer. No mínimo terei que indiciar seu filho por lesão corporal grave.

— O meu filho jamais faria algo desse tipo, apesar de ser juiz não possuo nenhuma arma em lugar algum tanto em casa quanto no escritório, então doutor o que basicamente aconteceu foi o que meu filho contou, um assalto que resultou nesse acidente.

— O garoto que levou o tiro está no hospital em estado grave e o pai dele acredita que foi uma tentativa de assassinato, já que o garoto não é chegado a esses tipos de aventuras pela noite como muitos adolescentes.

— Acontece delegado Gomes é que essa visão está totalmente oposta ao verdadeiro ocorrido – diz papai.

— Eu só sei dos fatos doutor Decklan, e o fato aqui é que seu filho e o outro garoto mandaram... - o Delegado olhou a ficha com o nome dos envolvidos --  O Richard para o hospital.

— Quero o relaxamento da penalidade postada contra meu filho – diz papai e se levanta e o delegado o acompanha juntamente com o advogado que estava mexendo em um monte de papeis sob a mesa.

— Gabriel, daqui a pouco estaremos em casa – disse papai a mim e mamãe sorriu me abraçando apertado.

— Tenente Garcia acompanhe o Doutor Decklan e a família até a recepção – diz o delegado ao policial.

No corredor parei e meu pai me olhou assim como o delegado, mas ele não deu muita atenção.

— Pai, quero ir ao hospital, preciso saber como que o Richard está – falei a ele, mamãe me segurava como se fosse me pegar no colo a qualquer momento.

— Podem trazer o outro garoto do velho píer – diz o delegado voltando para dentro da sala olhei em volta e esperei conseguir ver Luciano, mas meus pais me levaram dali.