All over again escrita por Shinobu


Capítulo 10
Capítulo 10- Demais para meu final feliz {Final}


Notas iniciais do capítulo

ACABOU!! É O ÚLTIMO!
Gente, eu realmente sinto muito pela demora! Prometo que isso não vai mais acontecer!
Aproveitem o final e até a próxima!



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A calmaria pós tempestade havia enfim chegado. Os dois caminhavam para o navio dos Piratas Heart. Enquanto andavam, Law tentou quebrar um pouco o silêncio. 

 

— ...Você está bem? 

 

— Vou ficar. Obrigada pela preocupação. 

 

E mais uma vez o silêncio entre eles retornou, porém se dissipou logo. 

 

— ...Desculpe por ter nos metido nessa confusão. Eu fui ingênua e descuidada...foi minha culpa. 

 

— Não tem que dizer isso. Ninguém está lhe culpando. Também não precisa pedir desculpas por algo que outra pessoa fez, e nem assunir uma culpa que você não tem. 

 

— Imaginei que diria algo assim. Pareceu até a minha avó falando. 

 

— Falando nela, foi ela quem te ensinou a lutar? 

 

— Sim. Quando passei a morar com ela, me treinar foi praticamente uma das primeiras coisas que ela fez. Ela me ensinou artes marciais e como manusear diferentes tipos de armas. O Haki eu fui aprendendo a usar um pouco depois... 

 

— Ela fez um bom trabalho, então. Você deve ser tão forte quanto ela. 

 

— Oh, obrigada ^^. De qualquer forma, estou tão feliz por termos nos resolvido. - Ela não conteve um sorriso. - Desde o dia que recebemos a notícia da morte da minha mãe nós "brigamos" e desde então nossa relação não foi a mesma... 

 

— Imagino, também fico feliz por terem se resolvido. 

 

— A propósito, eu queria te perguntar uma coisa. 

 

— Diga. - Law voltou sua atenção para ela. 

 

— Quando você me convidou para me juntar a sua tripulação, você pediu para que eu te encontrasse, independentemente da minha resposta. Por que? 

 

— ..... 

 

A pergunta pegou ele completamente de surpresa. Não estava esperando por essa, não fazia ideia de como poderia responder. Ele rapidamente começou a procurar com os olhos algo que pudesse usar como pretexto para desconversar, e conseguiu. Foi salvo pelo gongo. 

 

Convenientemente, eles já estavam muito próximos do submarino amarelo dos Piratas Heart. Como não deu para pensar em algo melhor, ele fez o seguinte: 

 

— Ah, Parece que chegamos. O navio está logo alí. Vamos.  

 

Law segurou na mão dela e apertou os passos para que chegassem mais rápido. Porém, Yumi percebeu o que ele estava fazendo. Claro. Ela não é idiota. 

                                 (...)

 

No fundo Law tinha a esperança de que quando chegassem Yumi se tornaria o centro das atenções por algum momento, o que teoricamente faria ela se distrair e consequentemente esquecer essa pergunta. Isso na melhor das hipóteses. E no começo, as coisas se desenrolaram como ele esperava. O que foi um alívio. 

 

Yumi foi apresentada ao seus novos companheiros e de noite houve um jantar especial de boas-vindas para comemorar. 

 

Ainda mais tarde, quando a maioria a bordo do Polar Tang já estava dormindo, no quarto do capitão podíamos encontrar o próprio numa batalha interna contra a insônia. Ficava revirando de um lado para o outro na cama e nada. 

 

Estava começando a ficar irritado, até que decidiu simplesmente desistir e levantar. Já que não havia muito que pudesse fazer essa hora, pensou em trocar de lugar com quem estivesse fazendo a vigia. Só que ele acabou tendo uma ideia melhor, mais agradável. Só torcia para que não fosse tarde demais. De qualquer modo, apostaria na sorte. 

                               (...)

 

Em menos de alguns minutos, lá estava ele, em frente a porta dela. Precisou reunir um pouco de coragem para bater, mas acabou não sendo necessário pois alguém do lado de dentro acabou fazendo o favor de abri-la. Foi uma coincidência e uma pequena surpresa para os dois. 

 

— Que engraçado, tenho a impressão de que já vi essa cena antes. Por que será? - Questionou a azulada. 

 

— Ahm...Déjà-vu, talvez? - Respondeu o moreno. 

 

— Não, Eu sei o que é. - Disse em tom bem-humorado e com um sorriso. Ah, aquele maldito sorriso... 

 

— E olha só, parece que tivemos a mesma ideia, né? ^^ 

 

— Você...pretendia me ver? 

 

— É...Eu estava entediada, sem conseguir dormir.. Então pensei que poderíamos, sei lá, conversar. 

 

— E o que te fez ter certeza de que eu estaria acordado? 

 

— Apenas pensei "Aquelas olheiras não estão ali só de enfeite". - Ela riu. - Mas a mesma pergunta vale pra você. Como tinha certeza de que eu estava acordada?- Yumi cruzou os braços. 

 

— Eu apenas contei com a sorte. 

 

— Entendo. Ah, gostaria de entrar? Acredito que um corredor não seria exatamente o melhor lugar para uma conversa no meio da noite. 

                              (...) 

 

— Talvez esteja se perguntando: Por que eu fui te procurar? 

 

— Você queria uma companhia, não foi por isso? 

 

— Sim, mas também por que você não respondeu a pergunta que te fiz mais cedo. 

 

— Que droga. Pensei que tinha esquecido disso. 

 

— Hm, Não. ^^ 

 

Law suspirou derrotado e de maneira conformista. - Eu disse aquilo porque... 

 

— Porque...? 

 

— ...Porque, caso você recusasse o convite, eu não queria perder a oportunidade de te ver uma última vez...É isto. Satisfeita agora? - Ele disse. Estava extremamente sem graça, mas disse. 

 

Só que não foi apenas ele quem ficou, Yumi também estava. Tentou disfarçar as bochechas vermelhas virando o rosto para outro lado, porém sem sucesso. 

 

— N-não acha que soou um pouco romântico demais? Se alguém ouvir você dizendo coisas assim, vai manchar sua imagem. - Ela tentava conter o sorriso, mas também falhou. - Você tem uma reputação de mau a zelar, não? 

 

~ Não perto de você. 

 

— ...Oi? 

 

— N-nada. E-enfim, eu vim porque queria te entregar uma coisa. Devolver, na verdade. 

 

— Devolver pra mim...? 

 

Law tirou do bolso um pequeno objeto e, de uma forma que ela não visse o que era logo de primeira, ele colocou nas mãos dela. 

 

Ela não viu o que era, mas o tato das mãos permitiam que sentisse e tivesse uma ideia do que poderia ser. Ela olhou brevemente para o médico pirata com uma expressão de "É o que estou imaginando que é...!?", e então voltou novamente o olhar para suas mãos que cobriam o objeto. 

 

Não aguentando mais esperar, a jovem abriu as mãos e nesse instante as suspeitas dela se confirmaram. Na palma das suas mãos estava um camafeu prateado. (Pra quem não sabe, é aquele colar antigo. Eles tem uma imagem no pingente e alguns tem duas partes, dá pra abrir e fechar, e a foto fica dentro ou também pode haver uma dedicatória.) 

 

— Eu...eu não acredito... 

 

— Eu encontrei caído no chão. No lugar onde iríamos nos encontrar. Soube que era seu quando o abri e vi a foto dentro. 

 

— Deve ter caído quando eu fui levada... - Yumi abriu o pingente e deixou os dedos deslizarem pela foto da sua família mais uma vez. 

 

— Originalmente, pertencia à minha mãe. Ela me deu no dia em que me deixou aqui e todos foram embora. É a única coisa material que consegui guardar daquela época. Fiquei com tanto medo de ter perdido pra sempre...Muito obrigada... - Os olhos azuis se enchem de água e logo começaram a escorrer pelo rosto dela. 

 

Law achou que aquele choro silencioso se devia às lembranças e ao alívio de Yumi em possuir novamente aquele objeto tão afetivamente importante. Sendo assim, não faria outra coisa além de respeitar esse momento dela. Porém, ele estava parcialmente errado. 

 

— Minha nossa...estou tão envergonhada agora. 

 

— Do que está falando? Não há nenhum motivo para isso. 

 

— Há, sim... - Ela se vira diretamente para ele. Olhando bem no fundo daquele par de olhos cinzentos. - Eu acabei esquecendo de "nós". 

 

— "Nós"? - E como mágica, seu cérebro tem um click. Agora ele compreendia a que ela se referia. - Não me diga que...você teve o mesmo sonho...? 

 

Ela balança a cabeça em concordância, e então continua. 

 

— ...E você nunca esqueceu, não é? 

 

— Não. 

 

Ela desvia o olhar para o chão e dá uma pequena risada, como quem diz "Caramba, não acredito que isso tá acontecendo mesmo". Em seguida, volta a encará-lo e diz apenas duas palavras: 

 

— Me perdoe. 

 

— Não seja idiota. Não tenho o que perdoar. 

 

De certa forma, Law deveria estar feliz. Afinal, a mulher que ama acaba de dizer que se lembra de tudo que eles "viveram". Seu amor era recíproco. Mas nesse momento um monte de pensamentos negativos começam a invadir e atordoar sua mente. E ele começa a achar que esses pensamentos estão certos. 

 

— Mas...talvez teria sido melhor se você não tivesse se lembrado. Na verdade, teria sido melhor se nunca tivéssemos nos encontrado. 

 

Yumi arregala os olhos. A resposta dele deixa a Azulada surpresa. 

 

—  Como assim? Melhor pra quem? Não seria melhor pra mim. 

 

— Lógico que seria. Você com certeza teria melhores oportunidades e uma vida muito melhor naquela cidade. Além disso...eu não devo ser a pessoa certa pra você. Tenho vários, vários, vários defeitos e... 

 

— Chega. Para com isso. Pare de decidir por si mesmo coisas que dizem respeito a mim. Escuta, eu não quero outras oportunidades, não quero outra vida. Por mais que eu tenha feito inconscientemente, já que eu não me lembrava direito de tudo, o que eu fiz hoje foi porque eu queria estar aqui. Com você.

 

—.... 

 

Ela segura as mãos dele. 

 

— Eu sei que você não é perfeito. Eu também não sou. E não tem absolutamente nada de errado nisso, justamente porque ninguém é e ninguém tem que se sentir na obrigação de ser. - Ela acaricia o rosto dele com uma das mãos enquanto a outra se mantém segurando a dele. - Eu amo você. Com todas as falhas. Não estaria amando você por completo se não fosse assim. 

 

Por um momento, ele se sentiu estúpido. Muito estúpido. Tanto que depois da fala dela, não conseguia dizer mais nada. Ele então se lembrou de uma frase que viu em algum lugar. 

 

A frase dizia: 

 

"Quando a boca não consegue dizer o que o coração sente, o melhor é deixar a boca sentir o que o coração diz." 

 

Ou alguma coisa assim. 

 

Mas independente da incerteza em relação a frase estar correta ou não, foi exatamente o que ele fez. Ele a beijou e ela envolveu o pescoço dele com seus braços e retribuiu.

                                (...) 

 

Quando acordo na manhã seguinte, estava assustado. Com medo de que o que aconteceu não tivesse passado de um fruto de sua imaginação outra vez. 

 

Porém logo em seguida viu a jovem de cabelos azuis deitada, dormindo tranquilamente ao seu lado, e tranquilizou-se. Desta vez era real. 

 

Ele se aproximou um pouco mais dela e então a envolveu cuidadosamente em seus braços. Ficou observando ela por alguns segundos e começou a refletir. 

 

Tudo começou com uma coincidência, mas a confiança começou a florescer e, sem perceber, finalmente eles começaram a se apreciar. 

 

Pessoas as vezes de apaixonam de forma inusitada, né? 

 

Quando Law viu a azulada pela primeira vez, não fazia ideia de que ela seria tão importante para ele. Quando a conheceu não tinha a intenção de se aproximar. Muito menos de me apaixonar. 

 

E agora se perguntava, o que o fez se apaixonar por ela? 

 Não demorou muito para encontrar a resposta. Ela era tudo o que ele precisava. Ela simplesmente o completava.

 

 

 


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